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Paráfrase da Imagem da Caverna de Platão

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A IMAGEM (MITO) DA CAVERNA DE PLATÃO 
Paráfrase de Anderson Araújo 
Sócrates pede ao seu interlocutor para comparar a sua natureza, educada ou não, com a situação que ele vai narrar. 
Nesta situação, há homens presos numa caverna, a qual tem somente uma abertura voltada para a luz. Os homens que ali estão, 
encontram-se amarrados desde crianças, pelas pernas e pelo pescoço. Assim, eles não podem mover-se, porque estão 
amarrados de tal modo que só podem olhar para frente. 
Atrás deles e longe dali, brilha a luz de um fogo. Sócrates pede também para imaginar que, entre o fogo e os 
prisioneiros, existe um caminho, e, ao longo deste caminho, um muro. 
Sócrates pede para imaginar que, ao longo do muro, há homens carregando objetos diversos que ultrapassam a altura 
do muro, são estátuas e outras figuras de madeira e de pedra que representam animais. Além disso, entre esses homens há 
aqueles que vão conversando pelo caminho, e aqueles que caminham em silêncio. 
O interlocutor de Sócrates afirma que são imagens e prisioneiros muito estranhos. Sócrates explica que os prisioneiros 
são parecidos conosco. Sócrates pergunta ao seu interlocutor se esses prisioneiros poderiam ver de si mesmos e dos outros 
companheiros, outras coisas além das suas sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna em frente a eles. O interlocutor 
responde que não, porque foram obrigados a ficar com a cabeça imóvel durante toda a vida. 
Sócrates pergunta se o mesmo não se daria com relação aos objetos transportados. O interlocutor afirma que sim. E 
perguntado se os prisioneiros, ao conversarem sobre o que vêem, apontariam como sendo a realidade, o interlocutor responde 
afirmativamente. 
No caso de os prisioneiros ouvirem um eco do fundo da caverna, eles afirmariam que o eco provém das sombras 
projetadas na parede. Para os prisioneiros, a verdade coincidiria com a sombra dos objetos. O interlocutor diz que para eles não 
poderia haver outra verdade além daquelas sombras. 
Se os prisioneiros fossem libertados e curados de suas ignorâncias e, um deles fosse solto, e obrigado a levantar-se, a 
mover o pescoço, a caminhar e a dirigir o seu olhar para a luz, sentiria dor, e, pelo clarão se tornaria incapaz de reconhecer as 
coisas, das quais via antes as sombras. 
E se dissessem ao ex-prisioneiro que o que ele via antes não passava de sombras, e que agora ele vê perfeitamente, 
porque está voltado para as coisas que têm mais ser. E, se lhe mostrassem cada um dos objetos, lhe perguntando que coisa é, o 
que ele responderia. O interlocutor responde que o ex-prisioneiro teria dúvidas e pensaria que o que ele via antes era mais 
verdadeiro do que o que ele vê depois de libertado. E se o prisioneiro fosse forçado a olhar para a luz, ele sentiria dor nos olhos e 
fugiria voltando-se para as coisas que antes ele via e as tomaria por mais claras do que as coisas que lhe mostraram. 
No caso de o prisioneiro ser levado à força para fora da caverna e o obrigassem a ver a luz do sol, ele sofreria e ficaria 
irritado por ser obrigado a tal. Ele ficaria com os olhos plenos de luz, ofuscados, e não seria capaz de ver nenhuma das coisas 
que lhe fossem indicadas como verdadeiras. O interlocutor diz que no começo seria difícil para o ex-prisioneiro. 
Sócrates diz que ele deveria se habituar para conseguir ver as coisas do alto. E que, primeiro, ele veria mais facilmente 
as sombras, depois as imagens dos homens e das outras coisas refletidas na água, e, por último, a coisa mesma. Depois disso, 
poderia ver mais facilmente o que está no céu e o céu mesmo à noite, do que de dia o sol e a luz do sol. E, por fim, poderia ver o 
sol e não mais as suas imagens na água ou em outro lugar, mas no lugar mesmo, e vê-lo como ele o é. 
Disso então, diz Sócrates, ele chegaria à conclusão de que o sol que produz as estações e os anos e que governa todas 
as coisas que são visíveis e que, de certo modo, é a causa também de tudo o que ele e os seus companheiros viam antes. 
O prisioneiro, ao recordar da sabedoria que ele e seus companheiros acreditavam possuí-la na prisão, ficaria feliz pela 
mudança e sentiria tristeza pelos seus companheiros que continuaram presos. 
Entre os prisioneiros tinham prêmios para aquele que, tendo os olhos mais nítidos na observação das imagens que 
passavam, se lembrasse com exatidão daquelas que apareciam primeiro, ou por ultimo, ou junto, e que era capaz de prever a 
imagem que apareceria. Sócrates pergunta ao seu interlocutor se o ex-prisioneiro sentiria saudade disso, ou teria inveja dos que 
se destacavam entre eles. Ou com ele se passaria o que está em Homero: preferiria viver trabalhando na terra, a serviço de um 
homem sem riquezas e vir a sofrer o que for, a voltar para aquelas ilusões e viver daquele modo. 
O interlocutor diz que o prisioneiro agüentaria tudo para não viver do outro modo. E se ele descesse na caverna e 
voltasse para o seu lugar ficaria com os olhos obscurecidos por vir da luz do sol tão rapidamente. 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
PLATÃO. A República. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2000. p.319-322. 
 
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