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TOXICOLOGIA OCUPACIONAL Monitorizações Ambiental e Biológica Aline Schwarz UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas Monitorização Ambiental e Biológica Ambas são ferramentas empregadas na indústria para prevenir prejuízos à saúde de trabalhadores que manipulam substâncias químicas ou que estão expostos a substâncias químicas no meio ocupacional. Monitorização Ambiental + Monitorização Biológica Toxicologia Ocupacional Estudo dos efeitos nocivos decorrentes da interação de substâncias químicas provenientes do ambiente de trabalho. !PARA PROMOVER EXPOSIÇÃO SEGURA! Monitorização Ambiental x Monitorização Biológica Mensura e controla a concentração de agentes químicos na atmosfera do ambiente de trabalho. Avaliam a exposição do trabalhador e os riscos à saúde. Previnem intoxicações Mensura a concentração de agentes químicos e/ou seus metabólitos nos tecidos, secreções ou ar exalado. Resultados baseados em referências pré-estabelecidas Limites de tolerância Índices biológicos Monitorização Ambiental e Biológica Avaliação Ambiental É sempre realizada por amostragem (10 amostras ao nível respiratório do trabalhador com intervalo mínimo de 20 min entre cada coleta) em pontos estratégicos da indústria e com uma frequência definida. Não coincide necessariamente com a monitorização biológica, mas está com ela relacionada, sendo as duas complementares. Obrigatória nas indústrias! Se insere no controle industrial. Monitorização Ambiental Exposição a toxicante capaz de promover efeito deletério tópico ou sistêmico no trabalhador = Exposição ocupacional. Avalia a toxicidade e o risco da substância química. Toxicidade = capacidade inerente de uma substância química promover efeito nocivo ao interagir com o sítio alvo. Risco = probabilidade de uma substância química ser absorvida, atingir o sítio de ação e produzir efeito nocivo. Ar contaminado Monitorização Ambiental Toxicologia ocupacional Avaliação Ambiental É a mensuração da exposição ocupacional através da determinação da concentração de um agente químico no ar. É realizada em um único período definido e possui caráter descritivo. Monitorização Ambiental Compreende uma série de avaliações ambientais, realizadas de forma sistemática e repetitiva, visando a introdução de medidas de controle sempre que necessário. É realizada ao longo dos anos. Avaliação Ambiental x Monitorização ambiental Monitorização Ambiental Histórico da indústria Fatores que devem ser considerados no ambiente ocupacional antes de uma avaliação ambiental 1) Funções exercidas pelos trabalhadores; 2) Área ou local de trabalho; 3) Número de trabalhadores possivelmente expostos; 4) Movimentação dos trabalhadores pelo(s) local(is) de trabalho; 5) Local das fontes de gases, vapores, poeiras, fumos, etc. 6) Condições de ventilação, temperatura e pressão do ar; 7) Ritmo de produção; 8) Outros agentes químicos ou físicos que interfiram na exposição. Monitorização Ambiental Em seguida à cada avaliação, as concentrações de agentes químicos obtidas devem ser comparados com valores pré-estabelecidos: Limites de exposição ocupacional. Monitorização Ambiental São padrões de segurança e objetos de lei. São chamados de Limites de Tolerância (LT). Constam da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Previdência de 08 de junho de 1978 (NR 15). Atualizações constam na NR 9 de 29 de dezembro de 1994, da mesma Portaria 3.214. Ex: LT CO = 39 ppm ou 43 mg/m3 LT Pb++ = 0,1 mg/m3 Quantidade máxima de CO e Pb++ que podem estar no ambiente ocupacional sem promover efeito nocivo à maioria dos trabalhadores, mesmo se expostos por toda a vida. O LT são baseados nos TLV da ACGIH de 1977 (NR 15 de 08/06/1978), com uma redução a 78% de seus valores, portanto bastante desatualizada. Poucas alterações foram feitas (NR 9 de 29/12/1994). Apresentam valores obsoletos e pouco usados na prática. Monitorização Ambiental - LTs Quadro I (fração) do Anexo 11 da NR-15 da Portaria 3.214 Ag.químico ppm mg/m3 acetaldeído 78 140 acetonitrila 30 55 chumbo ---- 0,1 ciclohexano 235 820 NO 20 23 SO2 4 10 formaldeído 1,6 2,3 CO 39 43 tolueno xileno 78 78 290 340 Monitorização Ambiental - LTs TWA = 100 ppm TWA = 0,05 mg/m3 TLV-C = 25 ppm São estipulados anualmente pela ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) e são a melhor alternativa. São padrões de segurança que se referem às concentrações de substâncias químicas na atmosfera do ambiente ocupacional abaixo das quais a maioria dos trabalhadores expostos, dia após dia, não apresentem efeitos nocivos. Não há garantia absoluta: os mais sensíveis não estão protegidos. Refere-se a trabalhadores e não a idosos, crianças ou doentes; Refere-se à homens e mulheres; Refere-se à mulher grávida mas não ao feto, que não está protegido. Threshold limit values (TLV) = Limites de Exposição Ocupacional Monitorização Ambiental - TLVs Os TLVs são estipulados, de acordo com o efeito e a toxicidade das substâncias químicas, em três tipos: LTs x TLVs ????? escolher o MENOR. TLV-TWA (time weighted average - média ponderada pelo tempo; TLV-STEL (Short term exposure limit – limite de exposição de curto período); TLV-C (ceiling - teto) Monitorização Ambiental - TLVs Monitorização Ambiental TLV - TWA TLV-TWA (time weighted average – média ponderada pelo tempo): aplicado à substâncias que produzem efeito tóxico a médio ou longo prazo (a maioria), podendo a exposição ser ligeiramente acima do TLV por um curto período (TLV- STEL). As concentrações e o tempo de duração de cada concentração são anotados. Pondera-se as concentrações pelo tempo. Se o valor obtido > TWA, não aceitável (como o exemplo) Se o valor obtido < TWA, aceitável (sem riscos) Ex: Pb++ ar = 0,02 . 2h + 0,5 . 4h + 0,01 . 2h = 0,08 > 0,05 mg/m3 8h TLV-TWA Pb++ 0,08 Monitorização Ambiental TLV - TWA 0,5 0,02 0,01 [ ] Pb++ mg/m3 2 6 8 h/dia TWA 0,05 TLV-STEL (Short term exposure limit – limite de exposição de curto período): referem-se a concentrações que os trabalhadores podem estar expostos continuamente por um curto período. É um complemento de TWA (não o substitui) e não deve ser ultrapassado. Monitorização Ambiental TLV - STEL Existem substâncias com STEL definido e tabelado (STEL benzeno = 2,5 ppm (TWA = 0,5 ppm). Porém grande número de substâncias não possuem STEL definido, como o chumbo. Para elas TLV-STEL = 3 x TLV-TWA Ex: Pb++ TWA = 0,05 mg/m3 STEL = 0,15 mg/m3 no máximo por 15’ no máximo 4 vezes ao dia intervalo mínimo de 1 hora STEL TWA h/dia Monitorização Ambiental TLV - STEL TLV-C (Ceiling – teto): Estipulada para substâncias de alta toxicidade ou risco, que produzam efeito a curto prazo. Provocam irritações intoleráveis, narcoses ou lesões irreversíveis. Esta concentração não pode ser ultrapassada em momento algum da jornada de trabalho. Monitorização Ambiental TLV - C TLV-C h/dia TLV-C acetaldeído = 25 ppm TLV-C acroleína = 0,1 ppm Monitorização Ambiental TLV - C [acetaldeído] no cigarro = 3.200 ppm [acroleína] no cigarro = 150 ppm Nível de ação é o nível de concentração do agente químico no ambiente no qual o trabalhador é considerado exposto aos seus efeitos deletérios. Corresponde a 50% do limite de exposição ocupacional– LT!!!!!! Monitorização Ambiental-Nível de ação Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho. Monitorização Ambiental - IE Índice de exposição (IE) é a razão entre a concentração do agente químico isolado obtido de uma avaliação ambiental e o seu respectivo limite de exposição ocupacional (LT) . Existem várias substâncias no ambiente ocupacional. É difícil definir se a concentração de cada substância é excessiva ou não, pois cada uma possui limite de exposição definido. Limite éter etílico = 400 ppm Limite éter fenílico = 1 ppm IE éter etílico = 180 / 400 = 0,45 (<0,5) IE éter fenílico = 5 / 1 = 5 (>0,5) [ ] éter etílico obtida = 180 ppm [ ] éter fenílico obtida = 5 ppm Quando IE > 0,5 indica exposição acima do nível de ação e portanto, exposição dos trabalhadores = INSALUBRIDADE Quando IE > 1,0 indica exposição além do limite permitido!!!! Monitorização Ambiental - IE Frequência de realização da avaliação ambiental Ambientes com valores abaixo do nível de ação: bienalmente Ambientes com valores entre o nível de ação e o limite de exposição ocupacional: semestral ou anual As frequências podem variar de acordo com a toxicidade das substâncias e das condições de trabalho. Recomenda-se reavaliação somente após implantação de medidas de controle!! Monitorização Ambiental Exames periódicos onde se quantifica: Monitorização Biológica Substância química inalterada: Hg na urina. OU Produto de biotransformação: benzeno sofre biotransformação e na urina é encontrado o metabólito ác. trans-trans-mucônico. OU Alteração bioquímica relacionada à exposição: atividade diminuída das colinesterases no sangue diante de exposição a organofosforados. É feita através de análises da urina, sangue ou ar exalado dos trabalhadores. Deve-se conhecer o comportamento da substância química a ser monitorada: como melhor ocorre a exposição, absorção, distribuição, biotransformação e excreção = TOXICOCINÉTICA; Deve-se conhecer o mecanismo de ação ou efeito crítico desta substância = TOXICODINÂMICA; Deve-se conhecer o órgão crítico; Deve-se conhecer a concentração crítica. Monitorização Biológica O conhecimento do mecanismo de ação do xenobiótico e o efeito tóxico que promove é muito importante para a monitorização biológica. Mecanismo tóxico conhecido Permite conhecer os efeitos. Permite estimar a probabilidade da substância química ser responsável por um efeito nocivo ou não. Monitorização Biológica Permite adotar um bioindicador! Que possibilita a monitorização biológica Exemplo: Pb++ apresenta toxicocinética e toxicodinâmica bastante conhecidos Monitorização Biológica Δ-ALA desidratase bioindicador Pb++ Pb++ protoporfirina heme sítio crítico maior [ ] porfirias; menor [ ] heme (anemia); maior [ ] do ác. Δ ALAU bioindicador Pb++ Vantagens 1) Avalia a exposição global do trabalhador ao agente químico (pode não ser só do trabalho); 2) Considera todas as vias de absorção dos agentes químicos; 3) O indivíduo (seu corpo) é o próprio monitor de sua exposição; 4) Avalia de forma mais completa os riscos da exposição; 5) Protege o trabalhador de efeitos nocivos por afastá-lo do local de exposição ao detectar contato prévio com o agente químico; 6) Mais adequada para o controle de indivíduos expostos à agentes químicos de longa vida biológica. Monitorização Biológica Desvantagens 1) número limitado de indicadores disponíveis; 2) Interferência na biotransformação por outro xenobiótico presente no mesmo ambiente ocupacional; 3) Não é possível fazer monitorização de substâncias de efeito local (tópico) pois não ocorre absorção destas substâncias pelo organismo. Monitorização Biológica Bioindicador, biomarcador ou indicador biológico é um parâmetro empregado que indica a ocorrência de um evento em um sistema ou uma amostra biológica. Bioindicadores de exposição ou de dose interna; Bioindicadores de efeito; Bioindicadores de susceptibilidade. Monitorização Biológica - Bioindicadores Avaliam a intensidade da exposição ambiental São a relação direta entre a substância química e o bioindicador no material biológico. Bioindicadores de exposição ou de dose interna Bioindicador de dose usual Bioindicador de exposição acumulativa Bioindicador de acúmulo Bioindicador de dose interna “real” Bioindicadores de dose interna Bioindicador de dose usual Cádmio no sangue que se correlaciona com o cádmio no ambiente [C d ] sa n g u e [Cd] ar [t ri cl o ro et an o l] sa n g u e [tricloroetileno] ar Bioindicadores de dose interna Biondicadores de exposição acumulativa [C d ] u ri n ár io [Cd] ar [á c. t ri cl o ro ac ét ic o ] u ri n ár io [tricloroetileno] ar Bioindicadores de dose interna Bioindicadores de acúmulo [a g en te q u ím ic o ] te ci d u al [agente químico] ar Expressam o progressivo acúmulo de: substâncias químicas como metais (Pb, Hg, As) na forma de metalotioneínas hepática e renal; substâncias químicas lipofílicas no tecido adiposo como organofosforados e PCBs. Bioindicadores de dose interna Bioindicadores de dose interna “real” Permitem avaliar a concentração da substância química metabolicamente ativa. [P b ] li v re n o sa n g u e [Pb] ar Bioindicadores de dose interna A monitorização dos efeitos é avaliada através de alterações biológicas precoces e reversíveis que se desenvolvem no órgão crítico. Bioindicadores de efeito sub-crítico e crítico Bioindicadores de efeito pré-clínico Bioindicadores de efeito Bioindicadores de efeito Bioindicadores de efeito sub-crítico e crítico O termo crítico entende-se como uma alteração precoce que se manifesta ao longo do órgão-alvo. Bioindicadores de efeito hemeprotoporfirina Pb++ Indicador de efeito sub-crítico Δ-ALA desidratase Δ-ALAU Indicador de efeito crítico anemia X Bioindicador de efeito pré-clínico Permitem identificar alterações no órgão-alvo que ainda são reversíveis e que ocorrem antes do aparecimento da sintomatologia clínica. Algumas proteínas (microglobulinas) de baixo peso molecular. Ex: a β2-microglobulina e a proteína de ligação ao retinol (RBP), presentes na urina indicam exposição e depósito de cádmio nos rins. Bioindicadores de efeito Expressam condições adquiridas ou congênitas, individuais, diante da capacidade de reação do organismo aos efeitos de substâncias químicas tóxicas. São poucos os conhecidos, porém é um bom e novo campo de pesquisa. Exemplo: Capacidade do organismo de acetilar moléculas, como aminas aromáticas. Pessoas de acetilação lenta terão maior predisposição genética de desenvolverem câncer de bexiga do que pessoas de acetilação rápida. Bioindicadores de susceptibilidade Bioindicadores de susceptibilidade Limites biológicos de exposição Representam a concentração limite da substância química no sangue, urina ou ar exalado que não prejudica a saúde da maioria dos trabalhadores. A ACGIH tem proposto limites biológicos (BEI) para várias substâncias. LIMITE BIOLÓGICO = quantidade máxima do agente químico no fluido biológico, abaixo do qual a maioria da população avaliada não apresente efeito nocivo. É um padrão de segurança. Limites biológicos de exposição No Brasil, estes limites biológicos são chamados de IBMP = índice biológico máximo permitido; São objetos de lei no Brasil, assim comoos LTs do ar nas indústrias. Limites biológicos de exposição - IBMP NR-7 da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho (1978). Atualizações: Portaria nº 24 de 1994 e Portaria nº 8 de 1996. A monitorização biológica deve ser complementada à monitorização ambiental, pois na maioria das vezes o trabalhador já se mostra contaminado com o agente químico antes mesmo de entrar no ambiente de trabalho, seja por contaminação em trabalho anterior seja no ambiente em que vive. O trabalhador gosta que a monitorização ambiental seja realizada para saber se o ambiente está seguro ou não. A indústria gosta de realizar a monitorização biológica para saber se o trabalhador não está sendo contaminado fora do ambiente de trabalho. Trabalhador fumante terá 4 x mais CO no sangue do que o trabalhador não fumante. Monitorização Biológica Bioindicadores mais comumente monitorados Não específico de exposição no ambiente de trabalho; varia muito de acordo com a qualidade do ar da região em que vive (capital x interior) e de hábito de fumar. Monitorização Biológica Monóxido de carbono (CO) sangue COHb VR<1% IBMP=3,5% (não fumante) CO VR<0,15 µg/dL IBMP=7 µg/dL (não fumante) Queima incompleta de material carbonado Monitorização Biológica Benzeno indústria petroquímica; carvão mineral urina ácido trans-trans-mucônico fenol (elevada exposição) ar exalado benzeno VR = 0,5 mg/g creat IBMP = 1,4 mg/g creat VR<20 mg/g creat IBMP = 45 mg/g creat Tolueno urina ácido hipúrico bioindicador não específico; VR < 1,5 mg/g creatinina; IBMP = 2,5 mg/g creatinina derivado do benzeno (metilação) Monitorização Biológica Xileno derivado do benzeno (dimetilbenzeno) urina ácido metil-hipúrico bioindicador específico; VR ----- IBMP=1,5 g/g creatinina Monitorização Biológica Anilina e nitrobenzeno Bioindicador de efeito (não específico) sangue metemoglobina VR < 2% IBMP = 5% [ ] MetHb [ ] anilina ou nitrobenzeno Monitorização Biológica Bioindicadores de dose interna anilina nitrobenzeno urina urina P-amino fenol P-nitro fenol VR < 2 mg/g creatinina IBMP = 50 mg/g creatinina VR < 2 mg/g creatinina IBMP = 50 mg/g creatinina Monitorização Biológica Monitorização Biológica Cianeto urina SCN- VR < 2,5 mg/g creatinina; IBMP = 6 mg/g creatinina SCN- urinário [ ] CN- ambiente Chumbo sangue Chumbo VR < 40 µg/100mL IBMP = 60 µg/100mL Bioindicador de exposição (dose interna) urina Bioindicadores de efeito ácido δ-ALAU urina Porfirina (ZnPP) Monitorização Biológica VR < 4,5 mg/g creat IBMP = 10 mg/g creat VR < 40 µg/g creat IBMP = 100 µg/g creat Arsênico Bioindicador de exposição Arsênico urina Não específico: alimentos Monitorização Biológica VR < 10ug/g creat IBMP = 50 ug/g creat mercúrio metálico metil mercúrio Bioindicadores de exposição urina urina VR < 5 μg/g creat IBMP = 35 μg/g creat VR < 1μg/g creat IBMP = 10 μg/g creat Mercúrio Monitorização Biológica Obrigada! UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas
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