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02/04/2022 2 Toxicologia Ocupacional • É uma área da Toxicologia que avalia as alterações de saúde das pessoas relacionadas com seu trabalho e ambiente no qual o exerce. • O monitoramento ocupacional é tido como uma “atividade sistemática, contínua ou repetitiva, relacionada com o estado de saúde, finalizando, quando necessário, com a adoção de medidas corretivas” (Oga et al., 2014). Toxicologia Ocupacional • O monitoramento é subdividido em: – Monitoramento ambiental (MA): são as determinações realizadas geralmente em nível da atmosfera do ambiente de trabalho. – Monitoramento biológico (MB): determina os agentes e seus metabólitos no ambiente de trabalho, nos tecidos, secreções e ar exalado pelos indivíduos expostos. 02/04/2022 3 Monitoramento Ambiental • O monitoramento ambiental, ou Higiene Ocupacional, trata dos riscos originados no local de trabalho e que podem causar doenças. • Procura avaliar: – Agentes físicos: ruído, calor, radiação ionizante. – Agentes mecânicos: esforço físico. – Agentes biológicos: microrganismos. – Agentes químicos: ácidos e bases fortes, entre outros. Limites de Exposição Ocupacional • Os limites de tolerância no Brasil estão definidos na Norma Regulamentadora n. 15 (NR-15), em seu anexo 11. • Caso esses valores sejam ultrapassados, é garantido ao trabalhador o adicional por insalubridade no salário. • Os valores definidos pela NR-15 são ultrapassados (1978) ou limitados. Nestes casos, utiliza-se a TLV (Threshold Limit Values) que é atualizada pela instituição americana ACGIH. 02/04/2022 4 NR-15 Anexo 11 TLV • Os valores determinados de TLV abrangem substâncias dispersas no ar, e não em líquidos e sólidos. Além disso, são calculados com base em pessoas adultas. – TLV-TWA (média ponderada pelo tempo): para substâncias que produzem efeito a médio e longo prazo, sendo que exposições agudas acima dos limites são toleradas. – TLV-STEL (limite de exposição de curto período): são limites em que os trabalhadores podem ser expostos por pouco tempo sem causar irritação ou lesão tecidual. – TLV-C (limite teto): utilizado para substâncias de elevada toxicidade e produzem efeitos em curto prazo. Esses limites não podem ser ultrapassados. 02/04/2022 5 Monitoramento Ambiental • Após a conclusão do monitoramento ambiental, é imprescindível que os dados sejam confrontados com a avaliação biológica para uma melhor visualização da situação da saúde dos trabalhadores. • Limitações do MA: por avaliar a presença dos toxicantes apenas na atmosfera do ambiente de trabalho, avalia principalmente a absorção por via respiratória e ignora as demais. Fonte: https://www.umweltbundesamt.de/sites/defa ult/files/medien/376/bilder/biomonitoring_ta gcloud_c_intheskies_fotolia_48589646_l.jpg Monitoramento Biológico 02/04/2022 6 Monitoramento Biológico • Além de levar em consideração o monitoramento ambiental, o monitoramento biológico determina os biomarcadores de cada trabalhador individualmente, geralmente nas amostras de urina, mas também no sangue ou ar exalado. • O MB reflete a dose total absorvida da substância, independentemente da via de absorção (além da respiratória, também a tópica e gastrointestinal). Monitoramento Biológico • Deve ser levado em consideração as variações de cada pessoa (patologias, idade, uso de medicamentos, hábitos pessoais e alimentares, entre outros). • Por outro lado, o MB é limitado pelos poucos conhecimentos toxicológicos dos xenobióticos, o que influencia nos limites de tolerância, sobre qual o analito pesquisar, os horários mais apropriados de coleta, etc. • Outra limitação são substâncias que causam toxicidade em nível do local de exposição, sem que ocorra absorção relevante. 02/04/2022 7 Indicadores Biológicos • Também denominados bioindicadores, são parâmetros utilizados para verificar a evolução do comportamento das substâncias no organismo. • São classificados como: – Indicadores de exposição (ou dose interna). – Indicadores de efeito. – Indicadores de suscetibilidade. Indicadores Biológicos de Exposição (Dose Interna) • São as substâncias ou seus produtos de biotransformação (metabólitos) nos fluídos biológicos, tecidos ou ar exalado. • Representam a dose interna dos agentes tóxicos no organismo, e avaliam tanto a intensidade de exposição como a acumulação. • Exemplo: Benzeno → fenol urinário. 02/04/2022 8 Indicadores Biológicos de Efeito • Neste caso, as substâncias e seus metabólitos não são determinados diretamente. A partir dos conhecimentos de toxicodinâmica é possível prever quais eventos bioquímicos serão afetados na intoxicação. • Exemplo: – Exposição aos praguicidas organofosforados → avalia-se a atividade da enzima colinesterase eritrocitária. – Exposição ao monóxido de carbono → avalia-se a concentração de carboxihemoglobina. Indicadores Biológicos de Dose Interna x Efeito • Exemplo: Anilina (agente metemoglobinizante) – p-aminofenol: – Metemoblobina: 02/04/2022 9 Indicadores Biológicos de Suscetibilidade • Estão relacionados com condições congênitas ou adquiridas. • São indicadores que podem indicar alterações na cinética dos agentes tóxicos. • Exemplo: Alterações na enzima Glicose 6-fosfato desidrogenase → pode indicar maior susceptibilidade aos agentes metemoglobinizantes. Limites de Exposição Biológica • O limite biológico de exposição é denominado Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP), e estão definidos na Norma Regulamentadora n. 7 (NR-7) que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). • Nesta norma identifica o agente químico, o bioindicador, o IBMP, o método analítico recomendado, e a interpretação. • Valores de referência: são valores estabelecidos na população saudável e não exposta ocupacionalmente. 02/04/2022 10 Indicadores Biológicos • Ao avaliar um indicador biológico, devem ser levados em consideração as características do indivíduo: idade, gênero, estado nutricional, susceptibilidade genética, entre outros. • Sempre que um bioindicador estiver acima dos limites definidos, é necessário interpretar o resultado com base no tipo de agente: – Pode não ter significado clínico isolado; – Pode ter significado clínico isolado e indicar doença ou disfunção metabólica; – Pode ter significado clínico isolado, mas por sua meia-vida curta, não ser considerado nocivo. NR-7 Quadro 1 02/04/2022 11 NR-7 Quadro 1 NR-7 Quadro 1 02/04/2022 12 Referências BRUNTON, L. L. et al. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12 ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. OGA, S.; CAMARGO, M. M. A.; BATISTUZZO, J. A. O. Fundamentos de toxicologia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. MUITO OBRIGADO POR SUA ATENÇÃO E PACIÊNCIA!!
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