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UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná Acadêmico: Cristiano Vilaça do Nascimento Curso: Geografia Disciplina: Ecologia Serie: 3º Fichamento Livro: Processos Interativos Homem-Meio Ambiente 7ª Edição Autor: David Drew 1 – O Ambiente 1.1 – Cultura e Ambiente O homem não é uma criatura racional, embora haja quem pense ao contrário. Suas atitudes para com a terra e suas reações variaram muito ao longo dos anos e ainda variam entre regiões e culturas. A tradição cultural tem desempenhando o seu papel na determinação do comportamento das pessoas em relação ao ambiente. Por exemplo a região sudeste da china se assemelha muito com a região sudeste dos Estados Unidos, no entanto, são muito diferentes nas reações humanas aos referidos meio ambientes. A ciência analítica que interpreta as coisas em função de suas partes, não surgiu no mundo oriental, a até a pouco tempo, a harmonia com o meio era mais importante do que a conquista e a luta. O Homem como elemento da natureza constitui uma noção relativamente recente no pensamento ocidental, resultado em parte do Darwinismo que colocava o homem se não como qualquer forma de vida sobre a terra. Hoje em dia a relação do homem com o meio está chegando a situação crítica, na medida em que as mudanças por ele causadas, estão se tornando irreversíveis. 1.1 – O Controle Humano Sobre a Natureza 1.1.1 – Determinismo, Possibilíssimo e Controle Total A teoria sobre as quais as condições naturais governam o comportamento do homem e até mesmo aspectos do seu caráter, chama-se determinismo ou causalidade. Trata-se de uma noção derivada da ideia pós-darwiniana do homem enquanto produto da seleção natural por inflexíveis processos da natureza. É impossível explicar as decisões e atividades humanas com base apenas nas limitações ambientais. Para que o determinismo que o determinismo fosse plenamente válido, a localização de uma fábrica deveria ser determinada pela localização de matérias-primas e energia, admitindo ainda a existência de um mercado. Torna-se evidente que a espécie humana ainda está sujeita a natureza, como se demonstra através das péssimas colheitas na URSS, a diminuição da pesca no Peru, por não ter ocorrido a ascensão de aguas frias da corrente litorânea de Humboldt, as secas do Sudão e da Etiópia. 1.1.2 – A natureza dominando o controle? Divisas de terra em Yorkshire, até recentemente, tinham cercas feitas com os materiais disponíveis, na área onde aflorava o calcário os blocos que formavam os muros eram todos feitos com esse material. As regiões quentes e desérticas do mundo continuam virtualmente inabitadas. A presença do homem está determinada em termos absolutos, pela disponibilidade de suprimento permanente de água, assim como o volume da população é diretamente proporcional a quantidade de água disponível. O pastoreio nômade ainda constitui uma pratica generalizada nas margens dos desertos africanos. A procura de pastagens para animais significa que os nômades não têm povoação fixa. Acompanham o crescimento da vegetação, induzidos pelas chuvas anuais, ao longo de rotas, com centenas de quilômetros. 1.1.3 – O Homem Dominando o controle Phoenix no Arizona tem ma precipitação anual que varia muito, mas nunca ultrapassa 200mm anuais, Phoenix se constitui um oásis com cerca de 400 km², local onde em outro momento foi um deserto, hoje se cultiva algodão da melhor qualidade, frutas e também se cria animais. Conseguiu-se essa transformação ambiental por causa da manipulação em grande escala dos recursos hídricos, irrigando amplas áreas de solos mal desenvolvidos. Atualmente essa região consome 6.500 milhões de metros cúbicos de agua por ano, quase o dobro da precipitação anual, a diferença é compensada com a extração de agua de poços artesianos, mas esse processo so pode continuar no ritmo atual por mais alguns anos, devido a queda do nível do lençol freático. Residências individuais, grandes áreas urbanas, instalações permanentes na Antártica, são todos exemplos, em variadas escalas, do excelente domínio do homem sobre o meio físico, ainda que sempre sustentado por recursos de fora, inclusive energia. A importação de recursos para suprir as deficiências locais constitui a essência do mundo desenvolvido. 1.1.4 – Vivendo com a Natureza Para apresentar um exemplo de equilíbrio entre o homem e o ambiente. A paisagem Inglesa é típica do mundo desenvolvido, ne medida em que apenas pouca coisa ainda não foi alterada pelo homem, embora o que mudou, varie muito dentro de curtas distâncias. Seja como for, a consequência de fatores históricos sócias, econômicos e tecnológicos, transmutaram enormemente toda e qualquer relação determinística direta entre o homem e o meio. Temos alguns exemplos: LAKE DISTRICT: Somente nos vales dessa região há solos profundos e férteis, as fazendas são pequenas e normalmente são formadas por vales e morros, essa área representa bem a Inglaterra montanhosa, mesmo assim o homem se diverge muito da natureza, a melhoria da terra é a regra, fizeram cruzamento seletivo de carneiros, os laticínios progridem, apesar do custo, motivado pelo alto preço para importar rações, devido ao longo inverno e a falta de capim na primavera. FENS: Os FENS são as áreas de terra mais férteis da Inglaterra e abrangem mais de 280 mil quilômetros quadrados de planícies, do que ocorre nessa região, da maior importância é a lavoura, que emprega cerca de 85% da área, tendo poucas áreas com pastagem permanente e nos brejos é possível plantar quase de tudo, porem eles se localizam muito próximos das áreas extremamente populosas do Sul da Inglaterra, sendo inviável economicamente qualquer tipo de produção em larga escala. ÁREA DE LONDRES: a diversidade é a regra, que se deve mais a proximidade do vasto mercado londrino, do que a variedade de condições naturais, os solos e a drenagem, ainda representam algum significado local, por exemplo com o predomínio de gado nos solos pesados da região. No conjunto geral da área, é muito fraca a relação entre o solo e a agricultura, já que as impropriedades do solo podem ser corrigidas de maneira econômica, por fertilizantes, drenagem ou outros meios. No entanto, quanto maior a intensidade das alterações feitas pelo homem, menor é a área a que elas se aplicam, devido a limitação de recursos e mão-de-obra, tudo envolvendo o uso de energia. Ontario, Canadá: O Canadá é um país extremamente desenvolvido, mas de forma muita desigual em termos econômicos. O contraste entre o Norte e o Sul é chocante, desde a área urbana uniforme de Toronto, até as áreas pioneiras do centro e do norte de Ontario. 1.2 – Gradiente de Manipulação A influência do Homem sobre o meio está desigualmente distribuída sobre a face da terra, existem níveis de domínio do homem sobre o meio, divididos em três níveis: Incontrolado, parcialmente controlado e com alto grau de dominância humana. A ausência física do homem em determinada área, não significa que não possa se sentir sua influência na mesma. Outro aspecto de relação do homem com o meio é o tempo, o volume da população, as inovações tecnológicas e o impacto ambiental, mantem uma relação entre si. Avanços como a irrigação permitem a sobrevivência de mais pessoas, o que por sua vez leva a colonização de mais terras e ao uso mais intensivo de áreas já ocupadas, aumentando a influência do hoem sobre o meio. 2 – O Sistema do Planeta 2.1 – Introdução O mundo em que o homem vive deve ser dividido de maneira que faça paraele algum sentido, o homem moderno classifica os seres vivos, os minerais, os solos e a geografia recebe tratamento como qualquer outra ciência. Umas das características da terra é a interdependência das partes que formam o todo, sendo impossível compreender qualquer processo de maneira independente, sem considerar sua parte com o todo. Quando o homem provoca uma alteração no seu ambiente, ele geralmente visa um fim imediato e óbvio, por exemplo construir uma casa. Fazendo isso ele altera a área pelo fato de substituir uma área de grama ou floresta por um bloco de concreto, alterando o microclima local, modificando o solo e a vegetação vizinha, consequentemente alterando o clima local. Uma das formas de compreender o planeta, é o vendo como uma imensa maquina integrada, movida a energia, trabalhando subdividida em máquinas menores, operando dentro da máquina maior que é a terra. A intervenção do homem na evolução da terra, faz defletir, em nível, muito indefinido, direcionando as correntes de energia, impedindo que as plantas murchem e devolvam naturalmente a energia acumulada ao solo, desvia o curso dos rios, as ações do homem não podem ser confinadas, elas acarretam muitas consequências em muitas partes do meio físico, além do local da intervenção. 2.1.1 – Sistemas Naturais Um sistema é um conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e funcionam como uma unidade. Se um sistema recebe energia de fora e devolve energia, então dizemos que é um sistema aberto. Se a energia e consequentemente a massa ficam retidos dentro do sistema, diz-se que é um sistema fechado. A terra opera como uma hierarquia de sistemas, parcialmente autônomos, mas, constantemente vinculados entre si. As atividades do homem não podem de maneira significativa a atividade dos sistemas de maneira global. Um exemplo é a intervenção do homem no ciclo do nitrogênio, que é considerável atualmente. O volume de nitrogênio de origem industrial hoje supera em um quarto a quantidade natural existente no planeta, e muito em breve essas quantidades estarão igualadas. Intervenções como o desmatamento e a drenagem de solos ampliam a saída do sistema. 2.1.2 – A estabilidade dos Ambientes Naturais (2.1.3) Os sistemas mudam com o tempo, mas em longa duração (Alterações climáticas, abertura de vales) A escala humana do tempo parece estática. Todos os sistemas naturais possuem um elo fraco, um ponto em que um mínimo acréscimo de tensão traz junto alterações no conjunto do sistema, um exemplo é a atmosfera, uma pequena mudança na composição traz mudanças climáticas a níveis globais. O início de uma alteração ambiental, tem o nome de desencadeamento: tendo vários fatores, fogo, introdução de plantas e animais estranhos, ou seja, introdução de espécies estranhas. Embora todos os sistemas sejam cadeias com elo de força variável, também acontece de alguns sistemas naturais se desintegrarem, com maior facilidade do que outros, com uma rápida e irreversível modificação no seu todo. Cada aspecto de um sistema natural apresenta um limiar para além do qual a mudança imposta se torna irreversível e é necessário estabelecer um novo equilíbrio. Uma trilha de pedestre sobre um gramado representa muito bem o que é o limiar. A compactação diminui o teor de infiltração levando a predominância de plantas horizontais. 2.2 – Sistemas Naturais e Intervenção Humana 2.2.1 – O Ciclo nutrientes Minerais Nesse ciclo se incluem o Nitrogênio, o Fósforo, o Cálcio, o Potássio e ciclos hidrológicos, junto com numerosos elementos microquímicos. Isso tem sido um foco de intervenção humana, voluntaria e involuntária, a milhares de anos. Conforme Merschel (1976), os nutrientes minerais formam um sistema fechado entre biomassa, solo e restolho. 2.2.2 – Coelhos da Grã-Bretanha Trouxeram coelhos para a Grã-Bretanha para uso em alimentação e uso de peles, de início os animais foram mantidos em cativeiros, embora os coelhos não tivessem predadores naturais sérios na busca por alimentos, durante o período de inverno faltava comida e isso impedia a multiplicação. De repente uma série de alterações desconexas provocou uma explosão populacional. 2.2.3 – Desertificação As terras semiáridas do mundo, constituem exemplos básicos de ambientes em delicado equilíbrio, propensos a rápida degeneração em caso de leve pressão. Desertificação é um vocábulo amplo que inclui várias alterações climáticas, ecológicas e geomorfológicas, que diminuem a produtividade biológica de uma área, tornando-a inaproveitável para agricultura. O fator desencadeante da desertificação é o excesso da população pelo fato do povo abandonar o nomadismo para se instalar em determinado local. O financiamento de sistemas de abastecimento de água por organismos internacionais tem sido causa involuntária do fator desencadeante, na medida em que isso reúne gado e comunidades humanas estáveis. Essas zonas concentradas são as mais propensas a desertificação. 3 – Solos 3.1 – Introdução Os solos de uma dada área representam, a vários títulos, um sumário ou extrato de todos os fatores do ambiente humano, ou seja lá o que for do local. A lavoura modifica consideravelmente o solo, principalmente a sua química e a sua biologia. As mudanças mais drásticas dizem respeito as tentativas bem-sucedidas ou não de melhorar a produtividade da terra, recorrendo a fertilizantes. Um exemplo extremo de interferência do homem é a formação de solos novos, nas ilhas nuas e rochosas de Aran. 3.2 – Alteração dos Solos Os solos vivem em equilíbrio dinâmico com suas características: o clima, as matérias de origem, a topografia, a biota e o tempo, qualquer mudança em uma dessas variantes, poderá afetar o solo. A ação do homem tem de ser acrescentada a lista de fatores que determinam o caráter do solo, visto que ela assume, pelo menos ao nível local maior significado do que todos os outros elementos naturais do conjunto. Ainda que a atividade humana tenha modificado as terras de vastas áreas, convertendo matas em pastos por exemplo, o seu principal efeito ocorre na criação de solos intrazonais. A parte mais alterada do solo é o horizonte cultivado superior, chamado de horizonte agrícola, no qual o remexer constante da terra impediu o estabelecimento de horizontes químicos e físicos normais. 3.3 – Alteração Física 3.3.1 – Deterioração Estrutural Causada pela Lavoura Os agricultores vivem sobre uma pressão econômica, precisam semear cada vez mais cedo, tendo como resultado a deterioração da estrutura do solo de algumas regiões da Inglaterra. Mudou a estrutura de um tipo de solo aberto e drenagem livre, para outro de horizonte compacto e estrutura maciça que impede a drenagem e o desenvolvimento de raízes. 3.3.2 – Erosão do Solo O mais negativo dos efeitos do homem sobre o solo, evidentemente consiste em criar condições para que se dê a erosão parcial ou total do solo. Uma erosão catastrófica do solo é mais comum em ambientes de equilíbrio delicado, sobretudo semiárido e montanhosos, onde o solo é facilmente erodível. A erosão iniciada pelo homem não é necessariamente prejudicial, o desbaste das florestas mil a cinco mil anos atrás provocou a erosão pluvial do frágil horizonte A (solo arável) deixando a superfície o horizonte B, mais compacto e argiloso. Desde aí surgiu um solo novo “rejuvenescido” a partir do solo anterior. 3.4 – Alteração Química 3.4.1 – Fertilizantes Artificiais Com a invenção dos fertilizantes químicos, no século XIX, e com o conhecimento da naturezados nutrientes das plantas, tornou-se possível alterar à vontade certos aspectos da composição química dos solos. Basicamente os fertilizantes artificiais misturam os nutrientes primordiais: Nitrogênio, Potássio e Fosforo. Se se aplicam fertilizantes no solo durante muitos anos, a química do solo fica muito simplificada, com o estoque de nutrientes fortemente concentrados em cálcio, fosforo e potássio. O uso continuo de fertilizantes a base de sulfato de amônio, acidifica o solo e, portanto, pode fixar outros nutrientes, não os tornando acessíveis as plantas. O reconhecimento de que as plantas requerem certos elementos, em quantidades especificas, permitiu tornar muito mais férteis os solos, deficientes de um ou de vários elementos, mediante a sua adição. 3.4.2 – Salinização e Dessalinização Os solos com alto conteúdo de sal, são característica de regiões áridas e semiáridas. Os solos de tais regiões podem ser potencialmente férteis, desde que irrigados, porem a irrigação pode ser de maneira correta para a dessalinização, porem de maneira equivocada pode causar a salinização de solos até então fértil. Cerca de 20% a 40% das terras irrigadas do mundo são afetadas até certo ponto pela salinização, a cada ano se recupera tanto quanto se perde terras para o cultivo para a salinização. Muito embora uma gestão cuidadosa permita irrigações por séculos, a salinização tem constituído uma consequência quase inevitável a longo prazo. 3.5 – Criando Novos Solos 3.5.1 – A Regeneração de Solos de Exmoor Os solos de Exmoor são Gleys turfosos e ácidos, a correção desses solos vem sendo feita sem parar a mais de 200 anos, com técnicas de arar e adicionar fertilizantes, tendo alterações consideráveis no caráter do solo, tendo a quantidade de minhocas centuplicadas nesses solos corrigidos. 3.5.2 – Os solos Plaggen da Irlanda O homem formou pequenas áreas de solo artificial, regra geral acumulando uma grossa camada de material orgânico sobre o solo original a esses se dá o nome de Plaggen. Para obter uma camada de Plaggen de 65cm é preciso aplicar 10 mil toneladas de material. 4 – Plantas e Animais 4.1 – Introdução Como o alimento é uma necessidade básica do homem, as suas fontes diretas, as plantas e os animais, tem sido submetidas a maior grau de controle por mais tempo do que qualquer outro aspecto do ambiente natural. A influência do homem sobre a biosfera não foi uniforme, por exemplo os que sofreram as maiores alterações, foram os animais dentro de sua cadeia alimentar e as plantas perto de seu limite de tolerância ambienta. Tudo tem conexão com tudo. 4.2 – Vegetação 4.2.1 – Modificando Padrões de Vegetação Nas regiões semiáridas, regra geral o homem transtornou o equilíbrio ecológico natural, aumentando o número de animais herbívoros (gado), resultando no final na redução de vegetação, substituindo por plantas menos exigentes, por exemplo xerófitas e também plantas resistentes ao fogo ou intragáveis. A manipulação da vegetação natural passa por alguns níveis, uma zona florestada pode, rapidamente, ser modificada, quando são cortadas arvores seletivamente, para posteriormente ser convertida em pasto, terra arável ou de agricultura. Mudanças irreversíveis no tipo da vegetação só acontecem quando há mudanças significativas no estado do solo. 4.2.2 – Vegetação: Mudanças em pequena Escala Primavera: Plantas dos prados abertos ocupavam habitats bem diferentes, com a perda das matas e a modificação das terras, as espécies foram forçadas a ocupar um nicho diferente, a proximidade levou a miscigenação e criou uma nova espécie. Flora das Ferrovias: os meios de transporte exercem influência sobre a flora inglesa, as espécies se aproveitam desse mecanismo artificial de dispersão, representado pelo meio de transporte (Carroça, automóvel, trem ou canal). 4.2.3 – Mudanças em Média escala Durante a guerra do Vietnã (1954-1973), o homem exerceu fortíssimo controle sobre a vegetação, um quinto de toda a área florestal foi desfolhada pelas forças norte-americanas, usando poderosos herbicidas com concentrações três vezes maior do que a necessária. Calcula-se que o efeito dure por 100 anos. 4.2.4 – A flora mediterrânea: Mudanças em grandes escalas A instabilidade e a vulnerabilidade são características da vegetação mediterrânea, principalmente das florestas. Um ambiente em tão delicado equilíbrio se torna muito sensível a influência humana, a qual rompeu em larga escala os ecossistemas regionais. Calcula-se que a vegetação criada pelo homem ocupe ¾ das terras altas da região mediterrânea da Europa. As florestas de carvalhos ou de pinheiros que formam a vegetação natural de cerca de 80% da região montanhosa, vem sendo explorada a mais de 10 mil anos, o corte das florestas ocorreu em surtos de atividades em períodos diferentes, mas as perdas maiores se deram nos três últimos séculos. 4.3 – Animais 4.3.1 – Relação entre o homem e os animais Mais do que com a vegetação, a interferência do homem com as populações animais resultou em feitos mais abrangentes e imprevisíveis. Quanto mais alto estiver o animal na cadeia alimentar, maior é o controle exercido pelo homem sobre os mesmos. Apesar dos inseticidas, a população de insetos, na maioria são imunes ao controle humano, chegando a se proliferar mesmo em ambientes controlados. A erradicação de algumas espécies e a criação seletiva de outras, fizeram aumentar a quantidade de animais herbívoros em detrimento dos carnívoros, também houve redução e eliminação por remoção do habitat, frequentemente por mau uso da terra. Quando levaram cabras para as ilhas galápagos, as populações de tartarugas gigantes e iguanas declinaram, por causa da competitividade, onde a cabra tinha mais êxito. No mínimo duzentas espécies de mamíferos e aves se extinguiram nos últimos três séculos, em consequência da atividade humana. Outras duzentas e cinquenta estão em vias de desaparecimento. 4.3.2 – Modificando Ecossistemas Animais Grande Borboleta Azul: A fauna com pequena população natural e habitat muito restrito é particularmente propensa a extinção, resultante da atividade humana. Se supõe que a grande borboleta azul se extinguiu por volta de 1980. O ciclo de vida da borboleta é altamente especializado, alimentando-se de flores e sementes de tomilho. O crescente aproveitamento das terras baixas em atividades agrícolas, fragmentou a imensa população de borboletas azuis em ilhas. Parasitas do coqueiro, Malásia: Na área de Sabah, Malásia, derrubou- se a mata na década de 1950 para estabelecer plantações de coqueiros. Estas ficaram cercadas por um anel de mata secundária, a floresta secundária oferece uma base para inúmeros parasitas do coqueiro, entre os quais a broca e o bicho do cesto. Para tentar exterminá-los, recorreu-se ao uso de DDT, porem o efeito foi totalmente contrário ao esperado, os insetos predadores dos parasitas são voadores e foram os mais afetados pelo inseticida, fazendo diminuir drasticamente a população dos mesmos, aumentando a do parasita. 5 – Atmosfera 5.1 – Introdução O homem alterou pela primeira vez e consequentemente o clima a cerca de 7 ou 9 mil anos, com a derribada primitiva de florestas. O controle positivo do clima é extremamente limitado, por exemplo, já se pensou em represar o rio congo, criando um lago de 3 milhões de quilômetros quadrados, buscando injetar umidade no fluxo de monção, o que consequentemente aumentaria a precipitação no Norte da África, área sujeita a secas. É provável que no decorrerdeste século o homem tenha começado inadvertidamente a acelerar o ritmo de mudança do globo, sobretudo no hemisfério Norte. Ao contrário dos demais aspectos do ambiente físico até agora examinados, a atmosfera é um sistema continuo e único, de modo que as mudanças são transmissíveis em toda a sua extensão. 5.2 – Pontos de atuação no Sistema Atmosférico O determinante fundamental do clima é a radiação solar que impulsiona os mecanismos da atmosfera, em segundo lugar potencialmente muito mais importante é a composição da atmosfera, além da quantidade de gás carbônico, devido primeiramente a queima de combustíveis fosseis e como efeito secundário o desmatamento, considerado a tendência mundial para o aquecimento do clima. 5.3 – Escalas de Mudança 5.3.1 – Mudança Microclimática O motivo primordial da construção de edifícios é para obter abrigos, criando um clima todo artificial e controlado dentro da pequenina área, todo edifício cria seu próprio microclima. Muitos edifícios atuam como ilhas miniaturas de calor, devido tanto ao aumento da absorção, quanto da irradiação de energia solar. 5.3.2 – Mudança Mesoclimática Nas áreas rurais, por mudanças no uso da terra os efeitos são maiores junto do chão, no entanto, as condições atmosféricas são alteradas a uma altura de 30 a 100 metros. Nos territórios do Nordeste de Canadá, fizeram uma queimada numa área de taiga com podsol subjacente, mediram o microclima 24 anos depois e encontraram características bem diferente da do clima existente nas matas vizinhas. 5.3.3 – Mudança Macroclimática São mais difíceis de comprovar, o caso do deserto de Rajputana, na fronteira entre o Paquistão e a Índia, sugere que talvez o homem tenha desencadeado a alteração climática numa área de cerca de 30 mil quilômetros quadrados. O deserto de Rajputana fazia parte da civilização do Vale do Indus até cerca de 700 d.c, atualmente, muitas das cidades dessa época estão sepultadas pela areia. A poeira em suspensão na atmosfera, talvez seja a explicação para a aridez, pois ali está o deserto mais poeirento do mundo. Não há evidencias de que o acréscimo da aridez nos passados 1300 anos, seja consequência de pastoreio excessivo ou desnudamento do solo, mas algumas experiências na África e em outras regiões do mundo, comprovam que o homem é capaz de desestabilizar os climas semiáridos. 5.4 – Mudanças Climáticas por Inadvertência 5.4.1 – Alteração Induzida a partir do Solo É nas áreas urbanas que assistimos as mais profundas alterações no uso da terra por obra do homem, ainda que elas ocupem porção muito pequena da face da terra, comparado com os 20% que são alterados por motivo da agricultura. Retira-se a cobertura vegetal, arvores ou cobertura de grama, fazendo aumentar o albedo. 5.4.2 – Composição Atmosférica Tanta atividade agrícola como a industrial, estão alterando significativamente a atmosfera, por aumentar a quantidade de substancias que ocorrem naturalmente e por induzirem novos componentes. Cerca de 90% do que é adicionado à atmosfera, compõe- se de gases e os outros 10% de partículas As concentrações de poeira na atmosfera são dez vezes maiores no hemisfério Norte do que no Sul, em consequência da superfície territorial muito maior, mas também por causa da atividade humana muito mais intensa. As emissões gasosas para a atmosfera são capazes, com maior probabilidade do que a poeira, de desencadear mudanças climáticas, já que podem ficar por muito mais tempo em suspenção. A queima de combustíveis fosseis e o desmatamento, aumentaram a concentração de bióxido de carbono, prevê-se que o nível de bióxido aumentara sucintamente se continuar com a velocidade atual de queima até o ano de 2050. O homem é responsável por 20% de toda a produção de bióxido de carbono e já conseguiu deslocar significativamente as reservas globais de carbono e hoje a quantidade de carbono já se equivale a de biomassa, embora isso seja causado pela redução da biomassa pelo desmate. É enorme a variedade de substancias lançadas no ar pelo homem. Muitas são indefinidas, mas em quantidades muito pequenas para que se possa admitir capacidade de modificação da atmosfera. 5.5 – Mudanças Climáticas Deliberadas 5.5.1 – Proteção Contra Geadas Os grandes clubes de futebol possuem sistemas de aquecimento do solo, para que possam jogar em épocas de geadas, mas também as temperaturas ao nível do solo podem ser elevadas, usando cobertura de palha sobre sementeiras, reduzindo o albedo e retardando a re-radiação de energia. As técnicas empregadas só são eficazes em condições marginais, onde só é necessário elevar uns poucos graus a temperatura, da mesma maneira só podem ser usados em locais pouco afetados pelo resfriamento do ar in loco. 5.5.2 – Faixas de Abrigo Um dos mais antigos, registrados pela primeira vez em Norfolk, no Seculo XVIII, consistia no plantio de uma fileira de árvores para proporcionar melhor clima a sua volta. A faixa de abrigo serve para proteger uma residência exposta, diminuir a erosão eólica do solo e reter a umidade, reduzindo a velocidade do vento e consequentemente a evaporação. 5.5.3 – Alteração da umidade atmosférica Sérios esforços têm sido feitos para dispersar gotículas em nuvens, tentando dispersar a neblina ou fazer chover, no entanto é possível fazer isso apenas em áreas limitadas, exemplo áreas de aeroportos. No caso da chuva, é muito difícil saber se a chuva que cai de uma nuvem germinada foi resultado da dispersão ou se aquilo talvez já fosse acontecer de maneira natural. 6 – Água 6.1 – Introdução Pode-se dizer que a água doce é o recurso mais importante da humanidade, em uma escala mundial, isso inibe a expansão da agricultura e o povoamento de grandes regiões do globo. Em escala local, isso pode determinar a localização de industrias, gerando energia! Além dos benefícios econômicos e sociais, outra razão para o alto grau de interferência humana no ciclo hidrológico é a facilidade com que se consegue realizar modificações de grande porte. O homem prefere intervir no sistema hidrológico nos pontos onde a relação custo benefício seja a melhor, empregando a tecnologia disponível. 6.2 – O Ciclo Hidrológico – Pontos de Intervenção 6.2.1 – Introdução Ciclo hidrológico pode ser definido como uma serie de armazenagens de água ligadas por transferências. O homem pode alterar a capacidade e a eficiência de muitas das armazenagens e transferências. Se a interferência se der na superfície, isso pode causar uma reação em cadeia que causa mudanças em todo o resto. O homem pode alterar a capacidade e a eficiência de muitas das armazenagem e transferências. A interferências se der em transferência da superfície do solo, ou em armazenagens, é provável que uma reação em cadeia provoque mudanças em todos os depósitos e transferências. A diminuição da capacidade do solo para absorver as chuvas, devido a prováveis mudanças no uso da Terra, poderia afetar a distribuição de água por todos os trajetos anteriores, ao passo que a subtração da água subterrânea poderia afetar apenas o fluxo dos rios, os depósitos lacustres e a vazão para os oceanos. 6.2.2 – Armazenagens e Transferências de Superfície A água da chuva pode tomar variados rumos logo que chega à superfície terrestre. A vegetação, nesse estágio, desempenha importante papel na distribuição da água. A interceptação da chuva pelas folhas das plantas (com a provável re-evaporação de alguma água) varia de acordo com a densidade da vegetação e as espécies vegetais. Normalmente, o desmatamentoou o reflorestamento exerce considerável efeito nas perdas de água. A perda da cobertura arbórea, a curto prazo, reduz a perda de água do solo por transpiração, pois as raízes Profundas das Árvores são arrancadas, bem como provoca maior escoamento das águas na superfície da terra, visto que a antiga manta amortecedora de folhas caídas foi substituída pela terra nua. O reflorestamento reduz o volume de precipitação pluviométrica que passa pelos sucessivos estágios do ciclo hidrológico. Particularmente nos trópicos tem-se feito tentativas para reduzir as perdas de água por transpiração, sem mexer no tipo de vegetação. Nas áreas revestidas de vegetação, em encostas moderadas e suaves, o mais provável é que o fluxo de água escoada diretamente para o rio seja pequeno, salvo no caso de pesadíssimos aguaceiros. O trabalho do homem (por exemplo, a lavoura) às vezes deixa a terra nua, o que pode diminuir qualquer curso de água sobre a terra, devido a criação de uma superfície acidentada, acidentadas com inúmeros sulcos, que retém a água, até que ela se evapora ou infiltra no terreno. Nas áreas semiáridas ou de seca sazonal, efeitos de qualquer mudança no uso da Terra sobre a hidrologia são mais evidentes. O máximo de alteração no caráter das armazenagens e transferências de superfícies ocorre nas áreas urbanas, onde a maior parte da superfície está inteiramente impermeabilizada por concreto, asfalto ou telhado. 6.2.3 – Armazenagens e Transferências no Solo A milhares de anos que se vem tentando alterar as condições da água no solo. O sistema do solo é o pivô da parte terrestre do ciclo hidrológico, atuando como uma zona tampão entre os sistemas atmosférico e aquático. Se houve mudanças da hidrologia do solo, elas podem estender-se para cima, no sentido da atmosfera e para baixo, para a porção inferior do ciclo. A drenagem da terra traz consideráveis efeitos hidrológicos. Nas áreas de agricultura intensiva, de clima úmido, como Grã-Bretanha, quase todas elas já foram mais ou menos drenadas. O objetivo da drenagem da terra é duplo: serve para reduzir os níveis sazonais ou permanentes do nível freático e para remover o excesso de água por meio de canais artificiais, mais depressa do que em condições naturais. Dos 160 mil quilômetros de cursos d’agua da Grã-Bretanha, cerca de 90 mil quilômetros são valas artificiais e mil são canais. O impacto hidrológico da drenagem da terra aumenta muito a densidade de drenagem de uma dada área. Significa isso que a distância que um pingo de chuva tem de percorrer entre a saída no solo e o ponto de chegada a um canal é muito reduzida. 6.2.4 – Água Subterrânea Nas áreas que têm por base rochas permeáveis, parte da precipitação pluvial infiltra-se no solo e na rocha, água subterrânea. A água subterrânea serve para muitos fins. Pode ser bombeada para um rio a fim de aumentar o fluxo, o que é apenas acelera o processo natural de transferência, ou empregada na irrigação. É muito diferente a consequência se a água for extraída do lençol em taxas maiores de recarga. Podemos colocar como exemplo uma bacia: ao mesmo tempo que está sendo esgotada é enchida por uma torneira, se houver correspondência na saída e na entrada o nível se manterá constante se o esvaziamento for mais rápido o nível caíra. O rebaixamento do nível freático pode ser mínimo com um simples poço, mas se alastrará por larga extensão se, digamos, uma área urbana se abastece com água subterrânea. C A topografia do lençol aquífero subterrâneo sofrer alteração, assim mudará a direção do fluxo da água subterrânea. A extração de enormes quantidades de água dos depósitos subterrâneos acelerou-se em todo o mundo no século atual. O resultado foi a transferência dessa água para outros pontos do ciclo hidrológico. Já se discutiu que a elevação recente dos níveis da água do mar, assim como o aumento do volume do gelo polar, talvez represente a água subterrânea que foi deslocada para novos sistemas de armazenagem por evaporação e precipitação. 6.2.5 – Controle de Rios Ainda que a extração de água subterrânea esteja em rápida expansão, sobretudo nas regiões semiáridas, a manipulação direta de Rios ou mesmo de sistemas hidrográficos inteiros ainda representa o mais profundo Impacto que o homem provoca no ciclo hidrológico. Os rios são usados para várias finalidades, das quais o suprimento de água é apenas uma, e as maneiras como se tem procedido a sua alteração refletem essa diversidade de funções. A função natural dos cursos de água é a transmissão da água provinda de várias fontes para um nível de base regional ou seja o mar. Embora os fios sejam mecanismos de transferência também apresentam uma capacidade limitada de armazenamento que pode aumentar se no curso houverem Lagos naturais. A intervenção humana em Sistemas hidrográficos normalmente tem a ver com um ou mais dos seguintes motivos: regularização da descarga, armazenagem de água, aumento do fluxo total, extração de água ou alteração do canal dos rios. 6.3 – Modificações em Grande Escala da Água Superficial 6.3.1 – Introdução 6.3.2 – O Projeto de Kielder O maior projeto britânico de controle e transferência de água trata da interligação dos grandes rios do Nordeste da Inglaterra: o Tyne, o Derwent, o Wear e o Tess, estão formando um grande reservatório, com uma capacidade de retenção de 200 milhões de metros cúbicos, que será empregada para manter um fluxo mínimo constante a jusante do Rio Tyne, Assim como para reduzir a severidade das cheias, pois o reservatório tem capacidade para receber a água de escoamento de precipitações na área superior da bacia hidrográfica. 6.3.3 – A Tennessee Valley Authority A agricultura de subsistência, o Pastoreio intensivo, o desmatamento e outros desacertos tinham exposto vastas extensões de terra a várias formas de erosão, desnudando a camada superficial do solo, aumentando a sedimentação nos rios e intensificando as cheias. O projeto da TVA abrange a múltiplos finalidade, desde a melhora da navegação a geração de energia hidrelétrica e a drenagem de pântanos. O trabalho de resgate envolveu o reflorestamento das encostas íngremes com Pinheiros, o plantio de Acácia Negra nas voçorocas para estabilizá-las e o desenvolvimento de técnicas agrícolas conservacionistas. Passados 10 anos, a produção agrícola da bacia havia duplicado, as cheias das tempestades de verão tinham se reduzido à metade e a quantidade de sedimentos nos rios diminuíra 65%. 6.3.4 – O Rio Nilo De todos os grandes rios do mundo, nenhum sofreu tão drásticas medidas de controle por tanto tempo como o Nilo. Ao longo de 6.700 km, o Nilo Drena 10% da superfície do continente africano. O Nilo Branco drenar uma área muito maior, mas contribui com menos de 30% do fluxo, dada a irregularidade do regime do rio no descurso do ano, objetivo primordial de todos os projetos de aproveitamento tem consistido em distribuir a descarga com maior uniformidade pelo calendário, ampliando o abastecimento em cada mês. No século XIX, os franceses e os Belgas construíram uma barragem ao Norte do Cairo, desviando água para 3 canais que irrigam Terras do Delta. Até hoje, o projeto mais ambicioso foi a construção da Grande Barragem de Assuã, na fronteira com o Sudão. O Lago Nasser, resultante da construção da barragem tem uma área de 5700 quilômetros quadrados. O efeito cumulativo dos reservatórios reguladores e dos projetos de irrigação no regime do Nilo foi profundo. Além da prováveis mudanças na vegetação, na vida selvagem na humana, é de suporque a contemplação dos solos argilosos que atualmente estão inundados na estação chuvosa produza uma paisagem de cômoros e buracos na sua maior parte. Ao contrário de muitos projetos anteriores, houveram sérias pesquisas sobre os prováveis efeitos ambientais do empreendimento. Sempre que possível, procura-se reduzir ao mínimo os efeitos adversos. 6.3.5 – Mudanças Hidrológicas Continentais na URSS Na Rússia vem se considerando a vários anos o desvio do curso dos rios que escoam para o Oceano Ártico, para que deságuem em direção ao sul, Através das terras semiáridas do Cazaquistão, no mar Cáspio. As terras de semeadura do Sul, potencialmente férteis, receberiam farta água de irrigação. Depois, os rios que correm para o Norte, cuja água quase não tem serventia, estariam sujeitos a cheias no final do inverno. Os benefícios em potencial do desvio dos rios, portanto, parecem grandes. No entanto, a escala do projeto é tão grande que as consequências poderiam ser sentidas no mundo inteiro. 6.4 – Novas Fontes de Água Uma forma extrema de intervenção humana no ciclo hidrológico é a introdução de Água Nova no sistema. Até agora, essa água nova é em quantidade insignificante, mas no futuro e principalmente nas regiões semiáridas, a água doce artificial talvez afete o funcionamento do ciclo hidrológico. A dessalinização de água salobra ou de água do mar, usando destilação por descarga ou métodos de membrana, está ficando muito comum, sobretudo nas regiões costeiras e nos países ricos. 7 – As formas de Relevo 7.1 – Introdução O relevo constitui produto da estrutura geológica, do tempo e dos processos geomórficos, e só este último fator é que pode ser objeto de mudança significativa. Os pontos de influência são pouco e alto os limiares a alterar, as mudanças feitas pelo homem são locais e dificilmente regionais e mais intensivas do que extensivas. Na sua maior parte as ações se intensificam nas estruturas feitas pelo homem. Os movimentos de massa são acelerados quando se desestabilizam taludes em obras de construção, assim como a erosão aumenta quando o solo é endurecido pelo pisoteio das pessoas em áreas de lazer no campo. Exemplos podem ser observados quando se escavam depressões para a exploração de minérios, assim como podem resultar de subsidência do solo, em função da abertura de Minas ou da drenagem da terra. 7.2 – Permafrost 20% da superfície da terra estão permanentemente gelados em profundidades que, segundo o lugar, ultrapassam os 1000 metros. Metade da área do Canadá e da Rússia, bem como 80% do Alasca estão em zonas permageladas. A vegetação atua no permafrost como uma camada isoladora, minimizando a transferência de calor entre o ar e a terra. Se for retirada, o calor atmosférico é conduzido a maior profundidade abaixo da superfície. O corte de árvores fez em dada época reduzir em 28m a espessura do permafrost em 10 anos e a limpeza total da vegetação levou a camada ativa a aprofundar-se 38 metros no mesmo período. 7.3 – Morfologia Fluvial Com a intenção de aumentar ou diminuir o caudal, para a formação de reservatórios, a modificação de canais, a construção de Pontes de molhes, sempre transtorna o equilíbrio dinâmico natural do Rio. O equilíbrio entre erosão e deposição muda de localização e de intensidade, além do que as mudanças raramente são confinadas a zona imediata em que se realizam: aprofundamento do leito de um rio talvez afete o seu comportamento por quilômetros e quilômetros, a montante quanto a jusante. Em todos os casos, o que o homem faz é abreviar o tempo e intensificar o efeito de tais mudanças. 7.4 – Ambientes Litorâneos Na Holanda, 75% do relevo Costeiro foi radicalmente modificado pela ação do homem, tal como 40% do mesmo relevo nos Estados Unidos. Na Grã-Bretanha, somente a região norte da Escócia apresenta largos trechos de relevo Costeiro intocado. No Japão, a costa que se estende por cem Quilômetros entre Yokohama e Kisarazn é quase toda artificial, consistindo de ilhas, penínsulas, baias e planícies oriundas da atividade antrópica. As modificações costeiras intencionais destinam-se a prevenir a erosão ou a recuperar terreno, para facilitar a atividade econômica do litoral ou para fins de Recreio. Os processos naturais afetados são iguais aos que ocorrem nos rios, a erosão e a deposição de materiais nas praias de Recreio já criaram muitos problemas, como a desestabilização de Dunas esparsamente cobertas de vegetação, por serem pisoteadas, o que provoca erosão e dispersão em seguida. 7.5 – Movimento de Massa Quaisquer mudanças feitas nas encostas, por construção ou escavação, drenagem ou agricultura, servem de molde a alterar a natureza do movimento de massa. Deslizamento nos barrancos para a abertura de estradas oferecem um exemplo comum onde os taludes se torna mais Ingrid pela ação humana. Há ocasiões onde a intervenção humana em uma vertente se torna catastrófica. Durante a construção de um reservatório na Itália duzentos e quarenta milhões de metros cúbicos de rocha atingiram uma área criando um deslocamento de água com 100 metros de altura pelo vale abaixo morreram no acidente 2600 pessoas. 7.6 – Tectônica Artificial – Subsidência da Terra A subsidência devido a fatores situados em profundidade é comum em muitas regiões de indústria extrativa. Os povoados das áreas carboníferas costumam apresentar formas dramáticas de subsidência. Nas minas de ouro perto de Johanesburgo, formaram-se depressões com 50 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade, depois de fortes chuvas que enfraqueceram os estratos superiores. Os fenômenos mais intensivos de subsidência são os provocados pela extração de água subterrânea, principalmente de um aquífero pressurizado (artesiano). Impressionante é a influência do homem sobre o relevo, Talvez as alterações menos evidentes, menos intensas mas mais generalizadas, como a erosão do solo, é que sejam importantes em escala global, muitas dessas alterações em processos geomórficos são consequência indireta de ações humanas nos outros aspectos da biosfera, na água, no solo, na vegetação e no clima por exemplo. 8 – Oceanos 8.1 – Introdução Sete décimos da superfície da terra estão cobertos por oceanos. É certo a importância dos oceanos no controle dos fluxos globais de energia, e consequentemente no ambiente Geral do planeta. Os oceanos funcionam como agentes muito eficientes de dispersão e diluição. Os oceanos podem ser considerados como o volante da terra, dando estabilidade ao sistema Mundial. Uma consequência da função do volante é que todo desvio que ocorra em sua ação, ocasionado ou não pelo homem, irá transformar gravemente todo o ambiente planetário. Infelizmente, não está claro até que ponto vai o delicado equilíbrio desse volante oceânico E qual é o grau de esforço capaz de alterar o seu funcionamento. 8.2 – O Homem e os Oceanos 8.2.1 – A Natureza da Relação O ambiente marinho é completamente alheio ao homem e suas formas de vida evoluíram de maneira inteiramente separada das formas de vida terrestre, pouco se conhece, em termos comparativos, sobre a ecologia básica ou o sistema de cadeias alimentares que operam nos oceanos. Tal ignorância significa que o homem é insensível aos efeitos das mudanças que ele provoca. 8.2.2 – Poluição Oceânica A grande dificuldade da avaliação da influência humana sobre os oceanos reside na escala gigantesca e na lenta a reação dos grandes sistemas hídricos. Os oceanos são a lata de lixo do mundo, onde atitude reinante ainda é longe da vista,longe do coração. Mas eles não representam um buraco sem fundo, nem tão pouco uma fonte inesgotável de alimentos. Ainda que sejam um vasto depósito de energia, essa se acha esparsamente distribuída, o que talvez queira dizer que eles formam um frágil ecossistema. A história do homem e dos Mares é inconclusiva: nem sequer sabemos que os atuais níveis de poluição ou de pesca bastão para causar alterações significativas nos oceanos. Da mesma forma, os limiares e os pontos de alavancagem São incertos. No entanto, os mares fechados e menores, do mundo desenvolvido mostram sem margem de erro os efeitos da ação dos homens. 8.2.3 – O Mar Báltico O mar Báltico Recebe 500 entradas de água doce de rios e constitui uma bacia fechada com uma única saída para o mar do Norte, através de Apertado e rasos canais estreitos entre a Dinamarca e a Suécia. Esta combinação de fatores resulta em que as águas se acham permanentemente estratificadas. Uma camada de água doce com profundidade de 50 a 70 metros com um teor de salinidade de apenas 0,6 a 0,7%, se sobrepõe à uma mais salgada e, portanto, mais pesada, isso faz com que as águas troquem de posição e, dessa forma, a massa de água profunda permanece isolada como um porão criando uma zona de concentração para os poluentes que as alcançaram. 9 – O Ambiente Rural-Agrícola 9.1 – Introdução a Agricultura Ao contrário dos complexos urbano-industriais, as mudanças devidas a agricultura são, ou eram até pouco tempo, antes extensivas do que intensivas, antes parciais do que totais. Tem-se definido agricultura Como a arte de perturbar o equilíbrio da natureza de modo mais seguro para nosso benefício. 9.2 – Escalas de Agricultura Há dois aspectos a considerar na escala de agricultura: primeiro a intensidade E o grau de alteração provocada ao solo e a vegetação preexistentes, segundo, a área em que se deu alteração. As primitivas formas agrícolas com origem a 8 ou 9 mil anos constavam da limpeza de pequena parte da Mata ou floresta para plantio durante alguns anos. Quando a terra dava sinais de exaustão, a cultura era abandonada e a vegetação se regenerava de maneira natural. Nessa atividade, empregavam-se plantas e animais semi-domesticados. As áreas eram pequenas, as entradas de energia artificial também eram reduzidas. Eis aí um exemplo de agricultura de baixa intensidade. No extremo oposto estão os trigais das pradarias norte-americanas, em que um só tipo de planta ganha dominância total em Milhões de hectares, com as propriedades do solo determinados pelo uso de fertilizantes; os insetos e as formas de vida microbiológicas restringidas pela aplicação de praguicidas, em resumo, com maciças em entradas de energia externa introduzidas no sistema. 9.3 – Efeitos da Agricultura 9.3.1 – Efeitos Diretos Os ciclos naturais de energia e massa funcionam em larga medida como sistemas, pois os nutrientes das plantas ficam retidos dentro do sistema solo-vegetação. A agricultura transforma deliberadamente esse equilíbrio, com a intenção de manipular certos aspectos para obter o máximo rendimento de gêneros alimentícios selecionados para o homem. Daí os complexos e entrelaçados ciclos de sustentação da vida são simplificados, entrando em Curto-circuito. O exemplo mais extremo de tal efeito é a conversão do complexíssimo ecossistema das matas Tropicais em plantações ou fazendas de monocultura. Em segundo lugar, a produtividade da terra em termos de produção primária de biomassa por unidade de superfície, também se reduz, normalmente, por causa da simplificação do ecossistema. A terceira consequência da agricultura, fora do nível mais primitivo a agricultura exige a aplicação de energia externa no seu ecossistema, em parte para substituir as perdas por lixiviação dos nutrientes pelas colheitas e em parte para aumentar a produtividade, como no caso das áreas irrigadas. Portanto, as terras de Lavoura São zonas de admissão maior de energia que as outras. Um dos traços da Agricultura moderna e intensiva é elevadíssima deformação das correntes naturais de energia e da aplicação da energia externa a terra. Os fertilizantes, A irrigação e as máquinas são modelos de subsídios de energia, que complementam a energia solar natural que incide na área. 9.3.2 – Efeitos Indiretos A agricultura e a epiderme da terra e é aí que podem ocorrer as maiores mudanças na maior parte das características do meio físico. No caso dos fertilizantes percebe-se que a taxa de aplicação aumentou grandemente nos últimos anos principalmente nos países desenvolvidos. Nessas regiões, o nitrogênio e o fósforo deixaram de ser fatores de limitação do crescimento das plantas, havendo provas indicativa de que se vem usando excesso de fertilizantes, principalmente o nitrogênio. Estima-se que a taxa de aproveitamento é inferior a 50% da aplicação. Não se conhece Com certeza o destino final do Nitrato remanescente, embora se saiba que a concentração de nitrato triplicou em certos rios da Inglaterra nos últimos 30 anos. Como sucede com os fertilizantes, a água de escoamento é o principal meio de transporte dos herbicidas e praguicidas, que são empregados como tóxicos, ao contrário dos fertilizantes. As substâncias cuja desintegração é mais lenta, em condições naturais, são as que apresentam maior risco. O exemplo mais bem documentado dos efeitos dos resíduos de praguicidas é referente ao DDT. As aves sementes tratadas com DDT podem morrer. Normalmente, os praguicidas, inclusive o DDT, são mais nocivos aos predadores da praga do que a ela mesma, pois os predadores se envenenam ao comer um inseto daninho ou o que for que provoca a praga. Outro efeito inadvertido do uso de certos praguicidas é o desenvolvimento, por mutação, de imunidade geneticamente adquirida a substância em muitos insetos. Os praguicidas penetram na cadeia alimentar em teor elevado e, por isso, podem afetar diretamente o homem. a aplicação de praguicidas e herbicidas resulta do rápido avanço da tecnologia agrícola nos últimos anos. e é ao mesmo tempo um exemplo de alteração imposta pelo homem ao ambiente, que leva a uma cadeia imprevisível de mudanças entrelaçadas, Muitas delas indesejáveis do ponto de vista humano. 9.4 – A Paisagem Inglesa 9.4.1 – Introdução Três quartos da população britânica vivem e trabalham no ambiente extremamente antinatural das vilas e cidades. No entanto a marca do homem é mais firme no interior da Grã-Bretanha em qualquer parte do mundo, com exceção da Holanda, do Vale do Nilo e de partes da China. Visto de longe essa paisagem se assemelha a mesma de 14 mil anos atrás, quando a tundra que predominava após o recuo da camada de gelo. Os séculos seguintes assistiram à colonização da Grã-Bretanha, primeiro por arbustos e depois por uma sucessão de matas que atingiu a extensão no ótimo climático, há cerca de 6.000 anos. Desde então, o homem se tornou o principal agente na determinação dos padrões de solo, vegetação, drenagem e geomorfologia do país. 9.4.2 – A Influência do Homem no Meio Rural A mais antiga habitação humana na Grã-Bretanha data provavelmente da penúltima era interglacial, há 200 mil anos atrás. Foi a partir do neolítico de 5 a 4 mil anos atrás que a atividade humana começou a afetar o ambiente em termos materiais. No início do neolítico, a maior parte da Grã-Bretanha estava coberta por florestas, nos solos ácidos, de granulação grosseira ou demasiadamente secos, especialmente nas regiões montanhosas, a cobertura Florestal era mais fraca, era aqui que reside o elo maisfrágil no sistema solo vegetação clima e consequentemente o ponto da primeira intervenção eficaz do homem. No neolítico basicamente, a agricultura consistia em limpar um trecho da Mata e Plantar Criar gado nele por alguns anos. Depois, o trecho era abandonado e se recuperar. A área Costeira em torno de Gwithian, em Cornualha, estava revestida de matas no pré neolítico, mas depois que foi convertida em pastos, nunca mais conseguiu se regenerar pois foi coberta por areia. Pode ser que tais alterações tivessem ocorrido sem a presença como, como resultado direto da mudança do clima. No entanto, o sistema Terra-marrom-Floresta decídua é bastante estável, salvo nas áreas mais indicadas, sendo altamente provável que o desmatamento fosse responsável pela desestabilização. Após a conquista normanda, acelerou se a formação da paisagem feita pelo homem, devido em parte a maior centralização dos sistemas econômico e social. No decurso do longo período que vai da era pré- cristã até a revolução agrícola, as regiões montanhosas permaneceram quase inalteradas, com o solo e a vegetação degradados pelo pastoreio. Contudo, até a revolução agrícola, a escala de tempo das alterações da paisagem era secular. Os lavradores do passado só tinham condições de arrotear escassas leiras a volta das aldeias; mesmo na Idade Média, não passavam de alguns hectares. 9.4.3 – O Interior nos Dias de Hoje Uma segunda revolução agrícola, menos evidente, verificou-se nas últimas décadas. Terras aráveis, a estrutura e a química do solo vem sendo muito modificada pelas técnicas de gradeamento e pelo uso intensivo de fertilizantes artificiais. O hábito de estabular os animais e de alimentá-los com forragem implica a queda em desuso do costume de estrumar a terra, que também deixa de servir de pasto e de ser pisoteada pelos animais. Entradas de energia externa como por exemplo rações fertilizantes e combustíveis significam que em muitos pontos do interior da Inglaterra o sistema solo-vegetação-animais vem operando em níveis de produtividade superiores aos que outros fatores naturais do ambiente permitiriam. 9.4.4 – Burren no Condado de Clare O planalto de Burren, no litoral do Condado de Clare, Oeste da Irlanda, representa uma das paisagens mais estranhas das Ilhas Britânicas. Constitui um deserto rochoso, em área de alto índice pluviométrico e temperatura amena, algo indica que a aridez se deve à ação do homem, mesmo com a limitadíssima tecnologia dos Agricultores primitivos foi suficiente para iniciar a Irreversível degradação do solo e consequentemente da vegetação. O estudo de pólen fóssil da região mostra que nos tempos pós-glaciais havia uma pequena Floresta recobrindo o Burren e ainda se vê os tocos de alguns pinheiros em rochas fosseis, o que se deduz dos vestígios do solo é que a erosão coincidir com a expansão da Agricultura no Planalto. 9.4.5 – As Pradarias Inglesas As terras centrais do Sul e do leste da Inglaterra, são as mais eficientes do mundo em termos econômicos. a espantosa ordenação da paisagem testemunha o alto grau de controle exercido pelo homem. Alice ver Grandes propriedades o que trouxe maior remoção de cercas vivas, cada quilômetro de cerca que se retira representa um hectare ganho para Cultura. Quando se arranca a cerca, o ecossistema que se desenvolveu em sua zona de influência também é destruído e o clima local muda, com o alargamento das propriedades o vento aumentou a velocidade, a combinação da alta velocidade dos Ventos com as finas partículas da terra intensificaram a erosão eólica, o solo seco rapidamente gerando tempestade de poeira de 15 metros de altura e dunas de areia de 1 metro se depositaram contra obstáculo. 9.4.6 – As Charnecas Tais zonas de vegetação, com as correspondentes diferenças do solo, ocorrem em altitudes notavelmente baixas, por vezes inferiores a 500 metros. O clima, entretanto, pouco varia dentro da mesma zona. Costuma-se usar as pastagens de baixo para o gado bovino e a da encosta mais alta para o ovino. As ovelhas, escolhe ou que come, deixando crescer as plantas mais grossas. As vacas e bois escolhe muito menos, motivo pelo qual a vegetação dos Passos das duas espécies de animais torna-se diferente, só por causa disso, conforme a altitude. A situação das regiões montanhosas não se alterou, praticamente, nos últimos 700 anos, mas o homem tecnológico, agora já está fazendo sentir a sua influência. Por exemplo, 50% das passagens de carneiros foram aproveitadas para lavoura ou reflorestadas. 9.4.7 – As Terras Altas da Escócia A única área Silvestre da Grã-Bretanha está nas “highlands”, Terras Altas da Escócia. A vida selvagem mudou, com a abertura de grandes clareiras: o último Lobo foi morto em 1860. Época recente, com as exigências de duas guerras mundiais, foi quase extinta a floresta original. O corte das Árvores redundou em piores resultados nas terras altas do que em qualquer outra parte da Grã-Bretanha, devido ao clima mais úmido e frio. Recentemente começou o plantio de árvores em três lugares de lá, o solo empobreceu muito durante os séculos sem árvores para suportar o tipo original de floresta o reflorestamento estimulou a imigração de espécies silvestres, inclusive muitos insetos e pássaros e entre a vegetação rasteira mamíferos de pequeno porte em seguida vieram os predadores como a raposa o gato bravo e a coruja. Lentamente, o solo responderá a tais mudanças na vegetação e no microclima, dando início a sua laboriosa escalada para a fertilidade. Assim, um ciclo de ação humana está começando a se fechar nas Terras Altas. 9.5 – Amazônia Há uma região no mundo cuja paisagem natural vem sendo desfigurada a ponto de ficar irreconhecível, aliás em assustadora velocidade. O padrão de uso da Amazônia Começou a Mudar com a primeira chegada dos colonizadores no século passado. O maior impacto, no entanto, veio recentemente, com a sistemática exploração econômica da região: corte de madeira e projetos agropecuários. Do ponto de vista ambiental uma das zonas mais frágeis e importantes do mundo vem sofrendo uma pressão tecnológica aparentemente irresistível; devendo apresentar uma transmutação de paisagem que o homem jamais realizou. A bacia amazônica contém de longe, a maior Floresta úmida Tropical virgem. A floresta autêntica ocorre nas áreas mais bem drenadas (Terra Firme); nas planícies de inundação (várzeas) predomina uma vegetação de menor porte, como os mangues. Em termos de agricultura as várzeas têm melhor potencial produtivo, pois são periodicamente inundadas com depósito de aluvião. A Amazônia representa a primeira e talvez a última oportunidade real que o homem tem de desenvolver uma vasta área territorial em pregando um modelo de base tanto ecológica quanto econômico. o governo brasileiro demonstrou a aparente preocupação de que a bacia amazônica não fosse Posta a saque. Em teoria a exploração obedece a regras estritas: por exemplo no mínimo 50% da cobertura Florestal deve ser mantida nas zonas colonizadas. As mais profundas consequências do desmatamento ainda que também as mais teóricas, dizem respeito a alterações atmosféricas. A substituição completa da Mata por moitas Faria provavelmente aumentar o teor de CO2 10%, diminuir a produção de oxigênio para a atmosfera. 10 – O Ambiente Urbano Industrial 10.1 – Introdução Áreas urbano-industriais representam a mais profunda modificação humana da superfície da terra, da atmosfera e do ecossistema terrestre. Ao contrário dos efeitos da atividade agrícola, efeitos urbanos são altamente intensivose localizados. As mudanças climáticas são mais evidentes na curva abóbada de ar que recobre uma cidade, mas o vento dominante leva consigo nuvens de ar poluído para muito longe. As alterações ecológicas provocadas por ambientes poluídos, ou de qualquer forma conturbados, espraiam-se para muito além dos limites urbanos. Virtualmente, todos os aspectos do ambiente são alterados pela urbanização e a industrialização, inclusive o relevo, o uso da Terra, a vegetação, a fauna, a hidrologia e o clima, variando de intensidade de acordo com a extensão da área edificada. 10.2 – Hidrologia Urbana 10.2.1 – Introdução Muito embora as áreas urbanas raramente ocorrem mais que reduzida porcentagem de uma grande bacia de drenagem, as alterações no regime do rio poderão ser suficientemente intensas para abranger amplos espaços. É o caso, especialmente, das cidades localizadas no centro ou na parte superior da bacia, por permitir enchente e poluição da água em áreas a jusante. A densidade da drenagem urbana é 3 a 10 vezes maior que a do meio Rural, dessa forma cada gota de água tem de percorrer menor distância para atingir um canal do que no campo o que, junto com a intensificação da água de escoamento, provoca maiores enchentes, em uma bacia de drenagem urbanizada. A indústria extrativa e de acidente com os efeitos sobre a qualidade da água, se estiver localizada perto da corrente. A mineração a céu aberto poderá provocar contaminação sedimentológica e química. A extração subterrânea de carvão muitas vezes faz com que a drenagem ácida das minas chega aos rios. 10.2.2 – Nova Cidade de Harlow A construção de uma cidade inteiramente Nova em uma área antigamente rural, impôs consideráveis mudanças na pequena bacia. A bacia de captação e os estágios de urbanização são vistos ainda que se tenham rasgado algumas estradas e implantados redes de esgoto a urbanização propriamente dita desta cidade se iniciou em 1953, tal qual as alterações hidrológicas que ali foram registradas. Em 1960 10% da área estavam recobertos de concreto porcentagem que subiu para 16,6% em 1968, embora se considerassem urbanizados 80% da bacia de drenagem. O fato da cidade estar assentada sobre uma rocha impermeável minimizou os efeitos hidrológicos da construção, mas ainda assim as alterações, sobretudo nas características do caudal, São evidentes. Tudo isso reflete o aumento e a mais rápida transmissão da água de escoamento. Os efeitos no fluxo são muito maiores no verão do que no inverno. No verão a maior parte da chuva que cai em uma bacia Rural é armazenada pelo solo e depois utilizada pela vegetação, ao passo que no inverno o subsolo pode já estar saturado, fazendo escoar mais água para o rio. No ambiente Urbano, as condições variam muito menos entre as estações dada a alta proporção da área impermeável. 10.3 – O Clima Urbano 10.3.1 – Introdução Em grandes cidades, com 1 milhão de habitantes ou mais, o clima alterado Maíra de 50 a 300 metros acima do solo e se estende dezenas de quilômetros barlavento. O homem produz no conjunto geral reduzido calor artificial, mas ao nível local essa produção é significativa. Nesses casos a produção de calor é suficientemente grande para gerar processos atmosféricos tais como projeções de coroa solar por convecção, bem como reações climáticas, temperatura mais altas e menor precipitação de Neve. 10.3.2 – A Ilha de Calor de Londres Tal como em outras Metrópoles, a mortalha de produtos de combustão em Londres provoca neblina e encobre a luz do sol. em comparação com o meio Rural, os subúrbios mais afastados da cidade recebem 16 minutos a menos de luz solar por dia, os mais próximos 25 minutos a menos e a área Central 44 minutos a menos. A perda, no entanto, é mais que compensada pelo calor artificialmente produzido. A temperatura média anual é de 11 graus Celsius no centro, de 10 graus Celsius no subúrbio e de 9,6 graus Celsius na zona rural. A ilha de calor de Londres caracteriza o seu clima Urbano, muito embora ele se modifica no tempo e na intensidade de acordo com a estação do ano e as condições meteorológicas, o centro é bem mais quente que os bairros durante todo o ano, mas a ilha de calor Suburbana é maior no inverno quando aumenta o consumo de combustível nas moradias. 10.3.3 – Precipitação Pluvial na Área de Houston Localizada nas planícies uniformes do Golfo do México, a cidade e viu a sua população e a sua indústria se expandir enormemente nas últimas décadas, assim como o seu índice de pluviosidade também. O índice de precipitação na área urbana aumentou mais de 1.000 milímetros em certos casos. Muito embora haja uma zona de indústria pesada a Leste (contra o vento), emitindo aerossóis poluentes, parece provável que a deflexão do ar pelos numerosos arranha-céus, no centro da cidade, foi também são importantes no desencadeamento desta alteração no regime das chuvas. 10.3.4 – Smog – Fotoquímico na Califórnia A alteração da composição atmosférica por sobre uma cidade variam de natureza. Nas cidades inglesas predominam as emissões da combustão de carvão dando por vezes origem ao impenetrável nevoeiro enfumaçado de inverno. Com uma grande Frota de veículos e sol sempre brilhante a Califórnia Experimenta a poluição fotoquímica do ar derivada da emissão de óxidos de nitrogênio, emissão essa que aumentou 4 vezes da década de 40 para a década de 70. Os danos à vegetação provocados pelos elementos químicos em suspensão, atingiram mais de 30 mil km quadrados. Los Angeles é particularmente propensa a forte poluição fotoquímica, pois está localizada em humano a bacia natural, sujeita a inversões térmicas e com ventos de baixa velocidade, assim o smog se intensifica e concentra. 10.3.5 – Chuva Ácida O alastramento da poluição fotoquímica muito além de sua origem, tem um paralelo ainda mais sério na abrangência da contaminação com anidrido sulfuroso, provindo de emissões industriais. Emissões industriais de anidrido sulfuroso, atualmente excedem 100 vezes os naturais, de origem vulcânica. A produção de anidrido sulfuroso duplicou entre 1960 e 1980 colaborando com o tal foi o uso de chaminés descomunais com mais de 180 m de altura que diminuíram a poluição atmosférica nas vizinhanças imediatas fazendo com que o gás atingisse as camadas médias da troposfera, sendo assim transportado a enormes distâncias. Tanto nas áreas urbanas como na suburbana a chuva ácida acelera o intemperismo químico principalmente dia difícil e sobretudo se forem feitos de calcário. Na Grã-Bretanha essas zonas de precipitação estendem-se por dezenas ou centenas de quilômetros para além da fonte de emissão de Londres e outras cidades. 10.4 – Paisagens Urbano Industriais 10.4.1 – Introdução Tanto a organização como a indústria extrativa acarretam alteração do relevo, mas a indústria, em particular, é responsável pela criação de terra largada ao Deus dará, como resultado da exploração de Pedreiras, da mineração a céu aberto, dos desaterros, do abandono de edifícios ou indiretamente por subsidência da terra. A derrelição corresponde a uma extrema mudança no uso e no relevo da terra, a paisagem pode ser de escombros escória ou lixo, de modo similar a Ecologia se transforma para um ecossistema urbano do gênero. As áreas onde ocorrem derrelição extrema podem ir além do limite da recuperação, ao menos no futuro imediato, quase sempre nesses casos vem uma segunda rodada e da intervenção humana, em geral por motivos estéticos. Nas zonas de concentração de indústria pesada a derrelição ecológica se estende muito alémda fonte. 10.4.2 – Derrelição e Recuperação nos Potteries A área de Stoke-on-Trent sofre mais que a maioria dos centros urbano com a derrelição, pois em 1970 tinha 7% da área da cidade nessa condição. A recuperação começou desde o final da década de 60, na tentativa de transformar os termos em partes com solos vegetação relevo e hidrografia planejado. Por exemplo o Central Forest Park, era uma das áreas mais abandonadas, em 52 hectares contavam-se monturos de 100 metros de altura, rejeito das minas de carvão e enormes Covas cheias de água. As Escarpas foram limpas, espalhou- se uma fina camada de solo superficial e semiose grama tolerantes ao ambiente ácido e rico de 10.5 – A Ecologia Urbano Industrial 10.5.1 – Introdução A primeira característica das áreas urbanas e a alta intensidade de mudança, também é evidente a respeito dos ecossistemas. a cidade constitui evidentemente, um complexo ecossistema humano, mas, longe de ser um deserto para outras formas de vida, ela cria, deliberadamente ou não uma variedade de ambientes que são colonizados por criaturas vivas. Alguns deles são variantes de condições naturais por exemplo parques ou Jardins, mas o outro são antinaturais por completo. As espécies adaptáveis conseguem viver nas cidades e em certos casos até prolifera, a exemplo temos os ratos e as moscas. Certas plantas invadem com rapidez os solos degradados, coisa muito comum nos canteiros de obras. Na Europa Talvez seja mais comum a presença de raposas nos centros urbanos do que no campo, pois o animal encontra restos de comida suficientes para sobreviver. Nos Estados Unidos acontece o mesmo com outros animais. 10.5.2 – A Mariposa Cinzenta A mariposa cinzenta adaptou-se rapidamente aos depósitos de fuligem das cidades industriais inglesas. A principal proteção da Mariposa contra os predadores é a camuflagem, a cor da Mariposa se misturava muito bem com o líquen do tronco das árvores, com o escurecimento do tronco devido as emanações industriais a camuflagem da Mariposa perdeu a eficácia pois ela estava mais clara do que os troncos e os pássaros as comiam. Referência Drew, David. Processos Interativos Homem-Meio Ambiente. 7ª Edição. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2010.
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