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Teoria Geral do Processo
Aula 3: Meios adequados de solução de
con�itos
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos os meios adequados de solução de controvérsias – negociação, conciliação,
mediação e arbitragem –, enfatizando sua evolução, a questão da constitucionalidade, seus princípios e suas
características marcantes.
Além das noções gerais, dos conceitos e do exame comparativo entre esses institutos, veremos como são
tratados no Novo Código de Processo Civil (NCPC/2015) e na lei n° 13.129/2015, que alterou as leis n°
9.307/1996 – Lei da Arbitragem – e nº 13.140/2015 – aquela que regula a mediação judicial e extrajudicial.
OBJETIVOS
Identi�car as principais espécies de meios adequados de solução de con�itos;
Examinar o tratamento dos meios adequados pelo NCPC e pelas novas Leis de Arbitragem e Mediação.
DIFERENÇA ENTRE MEIOS ALTERNATIVOS
Um con�ito pode ser solucionado pela via estatal – jurisdição – ou pelos m eios a ltern a tivos (g lossá rio).
Com efeito, é cada vez mais comum o uso desses últimos métodos durante o processo judicial.
No intuito de registrar as principais diferenças entre os meios puros de solução alternativa, apresentamos, a
seguir, alguns conceitos básicos. Vejamos:
NEGOCIAÇÃO
Processo pelo qual as partes envolvidas no litígio buscam, de forma direta e sem a interveniência de uma terceira
pessoa, chegar a uma s ol uç ão c ons ens ual .
A negociação envolve sempre esse c ont at o di re t o ent re as par t es ou entre seus representantes. Portanto, não há,
aqui, um terceiro, um neutro, um mediador, um árbitro ou um juiz. Por meio de processos de conversação, as partes
procuram fazer concessões recíprocas, reduzindo suas diferenças, e, através delas, chegam à solução paci�cadora.
Obviamente, em razão do comprometimento emocional e, muitas vezes, da falta de habilidade dessas partes para
chegar a uma solução, a negociação acaba se frustrando – razão pela qual se escolhe a segunda modalidade de
solução alternativa: a mediação.
MEDIAÇÃO
Processo que inclui a �gura de um t erc e i ro , o qual, de alguma maneira, atua no relacionamento entre as partes
envolvidas na tentativa de obter a paci�cação de seu con�ito. A forma e os limites que pautam a atuação desse
terceiro indicam a modalidade da i nt e r m edi aç ão , que, hoje, pode ser pas s i va ou at i va .
Trata-se apenas de uma diferença de método, mas com um mesmo �m: o acordo. Entretanto, devido a essa tênue
distinção para se chegar a tal consenso, há, muitas vezes, a discussão terminológica entre mediação e conciliação.
• Pas s i va
Nesta primeira modalidade, aquele t e rc e i ro apenas ouve as versões das partes. Por isso, essa �gura funciona como
um agent e fac i l i t ador , já que procura aparar as arestas sem, entretanto e em hipótese alguma, apresentar seu
ponto de vista, suas soluções ou, ainda, fazer propostas ou contrapropostas às partes. Sua ação é, portanto, de
expec t ador / fac i l i t ador – função típica de um m edi ador .
• At i va
Nesta segunda modalidade, especi�camente no Direito brasileiro, o i nt e r m edi ador at i vo recebe o nome de
c onc i l i ador .
Os primeiros esforços para concretizar a mediação no ordenamento jurídico brasileiro datam do �m do século XX.
CONCILIAÇÃO
Processo que ocorre quando o i nt e r m edi ador adota uma pos t ura m ai s at i va : ele não apenas facilita o
entendimento entre as partes, mas, principalmente, interage com elas, apresenta soluções, busca caminhos não
pensados por elas antes, faz propostas, adverte-as de que determinada proposta está muito elevada ou de que outra
está muito baixa etc.
En�m, essa �gura tem uma postura que verdadeiramente in�uencia o resultado daquele litígio, a �m de obter sua
composição. Apesar da atuação mais incisiva desse terceiro, o objetivo é fazer com que os interessados empreguem
suas forças para uma s ol uç ão am i gáve l do c on�i t o.
Em seu aspecto processual, a conciliação é um gênero que apresenta as seguintes espécies: a des i s t ênc i a , a
s ubm i s s ão e a t rans aç ão – conforme a intensidade da disposição do Direito efetivada pela(s) parte(s)
interessada(s).
Para saber mais, clique aqui (galeria/aula3/docs/a03_02_01.pdf).
ARBITRAGEM
Processo que tende mais à mediação – especi�camente à i nt e r m edi aç ão at i va (c onc i l i aç ão) . Nesse contexto,
além de ouvir as versões das partes e tentar uma solução consensual, interagindo com elas, o ár bi t ro deve proferir
uma dec i s ão de nat ureza i m pos i t i va , caso uma alternativa conciliatória não seja alcançada.
Aqui, observamos a crucial diferença entre as posturas do ár bi t ro e do mediador: enquanto o primeiro tem
efetivamente o poder de dec i s ão , o segundo pode apenas sugerir, aconselhar as partes na tentativa de facilitar o
acordo, e não de decidir a controvérsia.
HISTÓRICO: MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
F o n te d a I m ag em : Sentavio / Shutterstock
A primeira iniciativa legislativa em direção aos meios alternativos de solução de con�itos ganhou forma com
o Projeto de Lei (PL) nº 4.827/1998, oriundo de proposta da Deputada Zulaiê Cobra.
O texto inicial levou à Câmara uma regulamentação concisa, estabelecendo a de�nição de m edia çã o e
elencando algumas disposições a respeito. Após longo e acidentado percurso, o PL foi arquivado em 2006.
Entretanto, em 2010, dentro de um contexto mais amadurecido sobre o tema, o CNJ implementou, de forma
de�nitiva, o denominado sistema multiportas e editou a Resolu çã o n ° 125 (g lossá rio) , com base nas
seguintes premissas:
a) O direito de acesso à Justiça (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição) implica, além da vertente formal
perante os órgãos judiciários, acesso à ordem jurídica justa;
b) Cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos
con�itos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar em
âmbito nacional não somente os serviços prestados nos processos judiciais mas também os que possam sê-
lo mediante outros mecanismos de solução de con�itos – em especial, os consensuais, como a mediação e a
conciliação;
c) Há necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos
mecanismos consensuais de solução de litígios.
HISTÓRICO: ARBITRAGEM
F o n te d a I m ag em : Macrovector / Shutterstock
As raízes da arbitragem datam de período tão antigo que há notícia da matéria até mesmo na m itolog ia
grega (g lossá rio).
No Brasil, apesar de suas antigas previsões, a edição da lei n º 9 .307/1996 (g lossá rio) foi um marco
determinante que regulamentou e difundiu o instituto – atualmente em verdadeira ascensão no País.
A consolidação da arbitragem em território nacional deveu-se, especialmente, ao prestígio dado pelos
tribunais brasileiros a sua utilização, conferindo e�cácia às sentenças e às con ven ções a rb itra is
(g lossá rio).
Nesse contexto legislativo, em 17 de março de 2015, foi publicada a lei n ° 13 .105 (N CP C) , que deve
observar prazo de um ano até que entre em vigor (artigo 1.045).
O NCPC prestigia, de maneira inovadora, as conciliações e mediações judiciais, além de valorizar, claramente,
o instituto da arbitragem, demonstrando uma verdadeira modi�cação de paradigma em relação a
determinadas questões.
NCPC/2015 E LEI N° 13.140/2015: MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
F o n te d a I m ag em : Businessvector / Shutterstock
No NCPC/2015 – em especial, em seus a rt igos 165 a 175 (g lossá rio) –, é possível identi�car a
preocupação da Comissão dos Juristas com os institutos da con ci l ia çã o e da m edia çã o .
Já em suas Normas Fundamentais, ao tratar do princípio da inafastabilidade, o NCPC a�rma que é dever
do Esta do prom over a solu çã o con sen su a l dos con�itos , e a conciliação, a mediação e outros
métodos devem ser estimulados pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do P a rqu et
(g lossá rio) (artigo 3º, parágrafos 2º e 3º).
O legislador se preocupou, especi�camente, com a atividade de conciliação e mediação feita dentro da
estrutura do Poder Judiciário. Isso não exclui, contudo, a mediação e conciliação prévias ou mesmo a
possibilidade de utilização de outros meios de solução de con�itos (artigo 175).
O tema também é tratado sob a rubrica “Auxiliares da Justiça” (Parte Geral, Título IV, Capítulo III, Seção V).
Resolvendo, portanto, antiga discussão, �ca claro que con ci l ia dores e m edia dores ju d icia is sã o
a u xi l ia res do ju iz . Isso se coaduna com o artigo 139, inciso V, do NCPC, que dispõe sobre a incumbência
do magistrado em promover, a qualquer tempo, a autocomposição – preferencialmente com o auxílio dos
conciliadores e mediadores judiciais.
A atividade deve ser conduzida por m edia dor pro� ssion a l , im pa rcia l e que não tenha proximidade com o
con�ito. Em outras palavras, a função de mediar não deve, como regra, ser acumulada por outros
pro�ssionais – como juízes, promotores e defensores públicos. O NCPC prestigia esse entendimento.
De acordo com os conceitos adotados pelo Código, o con ci l ia dor pode su gerir solu ções pa ra o l i t íg io .
Aliás, essa é a ferramenta mais adequada para os con�itos puramente patrimoniais.
Não obstante à possibilidade de sugerir propostas, o ideal é que as próprias partes cheguem a um consenso,
de forma que tenham consciência plena da obrigatoriedade de cumprir aquilo que acordaram.
Por sua vez, o mediador auxilia as pessoas em con�ito a identi�carem, por si mesmas, alternativas de
benefício mútuo, indicadas para as hipóteses em que se desejem preservar ou restaurar vínculos, ou seja,
aquelas situações em que a pauta subjetiva interfere diretamente na objetiva e, por isso, deve ser tratada
como tal.
Nesses casos, o objet ivo da m edia çã o é resta belecer a com u n ica çã o en tre a s pa rtes envolvidas
com a preservação da relação que existia anteriormente.
Na versão sancionada e publicada do NCPC, prestigiou-se o entendimento de que qualquer pro�ssional pode
exercer as funções de mediador, não havendo exclusividade para advogados ou psicólogos.
LIMITES OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA ARBITRAGEM
O campo de atuação da arbitragem no Brasil é muito amplo. De acordo com o artigo 1º da lei nº 9.307/1996,
apenas podem ser objetos da a rb itra gem os direitos pa trim on ia is d ispon íveis , isto é, aqueles
passíveis de conversão monetária e que se encontram na livre disposição de seu titular.
Ficam, portanto, excluídos da arbitragem os direitos não patrimoniais e os indisponíveis. Além disso, são
excluídas as m a téria s de n a tu reza fa m il ia r ou de Esta do (g lossá rio) , bem como as de ordem �scal e
tributária.
As causas de falência – concordata – que envolvam objetos fora do comércio ou que exijam a participação
do Ministério Público também não podem ser submetidas à solução pela via arbitral.
As questões excluídas do objeto da controvérsia podem ser apreciadas incidentalmente, com o escopo de
esclarecer ou servir de sustentação à matéria de fundo. Mas essa apreciação incidental N ÃO equivale à ação
declaratória incidental. Se o árbitro não tem jurisdição para conhecer determinada matéria em sede principal,
tampouco poderá conhecê-la em sede incidental.
A questão anteriormente controvertida na doutrina era a arbitragem que envolvia entidades de Direito público.
Essa questão analisava se os interesses da Administração Pública eram sempre indisponíveis e, por isso, não
suscetíveis à arbitragem.
O fato é que, nem sempre, o interesse público se confunde com o interesse da Administração Pública, e, mais
do que considerá-lo indisponível, precisamos compreender que ele gera efeitos disponíveis. Por exemplo, há a
possibilidade de a Administração Pública transigir a respeito de interesses a ela referidos em processos
judiciais, como acontece nos Juizados Especiais (artigo 10 da lei n º 10 .259/2001 (g lossá rio)).
F o n te:
Dessa forma, em se tratando de direito disponível ou de direito com efeitos disponíveis, não há empecilho para
que a Administração Pública se submeta à arbitragem.
Esse entendimento já vinha sendo prestigiado pela doutrina mais moderna (SALLES, 2012, p. 5) e pela
jurisprudência. Agora, por força da lei n° 9.307/1996, artigo 1º, parágrafo 1º – inserido pela lei n °
13 .129/2015 (g lossá rio) –, a questão se paci�cou.
Em relação ao sujeito, apenas podem se submeter à arbitragem pessoa s ca pa zes (g lossá rio) (artigo 1º
da lei nº 9.307/1996) e Pessoas Jurídicas. Exige-se, ainda, que os sujeitos possam livremente manifestar sua
vontade, não bastando que apenas uma das partes deseje que o litígio não seja levado ao Poder Judiciário.
PRINCIPIOLOGIA DA ARBITRAGEM
F o n te d a I m ag em : Macrovector / Shutterstock
Vamos conhecer, agora, os princípios da arbitragem. São eles:
1. Au ton om ia da von ta de e a u ton om ia priva da
As partes maiores e capazes – Pessoas Físicas ou Jurídicas – podem, por livre manifestação de vontade e
escolhendo o juízo arbitral no lugar do estatal, decidir se submetem à arbitragem: 
• A lei aplicável – nacional ou estrangeira; 
• O julgamento por equidade; 
• O número de árbitros; 
• O procedimento da arbitragem; 
• O prazo em que a sentença será proferida – caso a conciliação seja frustrada.
2. E leiçã o da lei a p l icá vel – n a cion a l ou estra n geira
Esta eleição não deve violar os bons costumes e a ordem pública – artigo 2º da Lei da Arbitragem e artigos 9º
e 17 da Lei de In trodu çã o à s N orm a s do Direito Bra si leiro (LIN DB) (g lossá rio).
3. Devido processo lega l
A escolha do procedimento não pode ofender as garantias constitucionais da(o): 
• Igualdade;
• Contraditório; 
• Ampla defesa; 
• Imparcialidade dos árbitros; 
• Livre convencimento motivado.
4. Efeito v in cu la n te da clá u su la a rb itra l
As partes �cam submetidas à sentença arbitral, qualquer que seja o resultado da demanda.
5. In ev ita b i l ida de dos efeitos da sen ten ça a rb itra l
A sentença arbitral é acobertada pela coisa julgada material e constitui título executivo judicial, �cando
vedado às partes rediscutir a questão no Poder Judiciário.
6. Au ton om ia en tre a clá u su la a rb itra l e o con tra to
A eventual irregularidade ou invalidade do contrato não compromete a cláusula arbitral.
7. Kompetenz-kompetenz (com petên cia -com petên cia )
Este é um dos princípios-chave da arbitragem, que classi�ca o árbitro como juiz de sua competência. Cabe a
ele de�nir se determinada questão deve ou não se submeter à arbitragem. Em outras palavras, o árbitro deve
decidir sobre a existência, a validade e a e�cácia da convenção de arbitragem – sobre a qual vamos discutir a
seguir.
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
F o n te d a I m ag em : venimo / Shutterstock
Convenção de arbitragem é o acordo no qual as partes interessadas submetem a solução de seus litígios ao
juízo arbitral – seja por meio de cláusula compromissória, seja por meio de compromisso arbitral (artigo 3º
da lei nº 9.307/1996).
A clá u su la com prom issória e o com prom isso a rb itra l sã o , porta n to , espécies de con ven çã o
de a rb itra gem .
A cláusula compromissória refere-se ao futuro e é inserida no contrato para que qualquer litígio que se origine
deste seja submetido à arbitragem. Por isso, chamamos essa cláusula de antecedente natural da arbitragem.
Ela deve sempre ser estipulada por escrito e nunca pode ser presumida (artigo 4º, parágrafo 1º, da lei nº
9.307/1996).
Ao redigi-la, os contratantes podem ou não instituir algum tribunalarbitral ou entidade especializada. Nesse
caso, se houver necessidade de instauração da jurisdição privada, sua instituição e seu processamento se
realizarão de acordo com as respectivas regras internas da entidade escolhida.
Contudo, em se tratando de contratos de adesão – frequentes nas relações de consumo –, a cláusula
compromissória só terá e�cácia se observar um dos seguintes requisitos:
• Redação em documento separado, �rmado pela parte aderente; 
• Cláusula redigida em negrito, dentro do contexto contratual, com a assinatura ou com o visto do aderente –
especialmente lançados para tal cláusula.
F o n te:
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que foi inserida. Trata-se, na verdade, de
subcontrato ou contrato acessório, que se reveste de autonomia em relação ao vínculo principal, de forma que
a nulidade deste não importa na nulidade daquela.
NCPC/2015: ARBITRAGEM
F o n te d a I m ag em : Biro Emoke / Shutterstock
O NCPC/2015 traz diversos dispositivos relativos à arbitragem. Alguns deles são mera repetição de regras já
existentes no CPC/1973, com algum aperfeiçoamento na redação. Outros apresentam inovações já em
sintonia com a lei nº 13.129/2015, que atualizou a lei nº 9.307/1996, conforme já estudamos.
De um modo ou de outro, o NCPC vem como forma de aprimorar antigos pontos sensíveis, tais como:
• A estabilização do efeito vinculante da convenção de arbitragem; 
• A análise das medidas urgentes pré-arbitrais; 
• A efetivação de medidas urgentes e constritivas; 
• A ação de anulação da sentença arbitral; 
• O cumprimento e a homologação da sentença arbitral.
ATIVIDADE PROPOSTA
An tes de � n a l iza rm os esta a u la , va m os fa zer u m a a t iv ida de!
Analise o seguinte caso:
Mário promove ação em face de Companhia Real de Sapatos para postular a condenação do réu a lhe pagar
indenização por danos morais e materiais. Citado, o réu apresenta como peça de resistência a existência de
cláusula compromissória entre as partes na convenção de arbitragem. Em função disso, o processo deve ser
extinto sem resolução de mérito.
Após a análise da situação, responda:
a) O réu tem razão em sua defesa? Por quê?
b) O juiz pode conhecer de ofício a convenção de arbitragem para extinguir o processo sem resolução do
mérito? Por quê?
Resposta Correta
Glossário
MEIOS ALTERNATIVOS
Antiga denominação dos meios de autocomposição – chamados, também, de equivalentes jurisdicionais. Esses
métodos eram considerados alternativos porque fugiam à regra geral, ou seja, à jurisdição.
Atualmente, de acordo com o artigo 3º da l e i nº 13.105/ 2015 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm) - Novo Código de Processo Civil (NCPC) – e com a nova compreensão da garantia de
acesso à Justiça, entendemos que, em um primeiro momento, cabe usar as soluções não adversariais. Se elas não
funcionarem, deveremos, pois, recorrer à jurisdição.
Muito difundidas em diversos países, hoje, tais vias recebem nomenclatura variada, como, por exemplo:
• Meios Alternativos de Solução de Con�itos (MASC) – Brasil; 
• Alternative Dispute Resolution.
MITOLOGIA GREGA
De acordo com a mitologia grega, Zeus nomeou um terceiro imparcial – o príncipe troiano Páris (árbitro) – para
resolver a disputa sobre qual das deusas – Atena, Hera ou Afrodite – ganharia o pomo de ouro da mais bela – pomo da
discórdia.
CONVENÇÕES ARBITRAIS
Sobre o tema, vale destaque ao julgamento do pedido de homologação de Sentença Estrangeira (SE) nº 5.206, no qual,
após suscitar a inconstitucionalidade de alguns artigos da Lei da Arbitragem, o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da lei.
Font e : STF. SE-AgR 5.206/EP – Espanha, Tribunal Pleno, julgamento 12/12/2001.
PARQUET
Termo jurídico empregado no ramo do Direito como sinônimo de Ministério Público.
MATÉRIAS DE NATUREZA FAMILIAR OU DE ESTADO
Aquelas relativas à capacidade da pessoa ou ao seu estado.
Exem pl os : 
• Alimentos; 
• Filiação;
• Pátrio poder; 
• Casamento etc.
PESSOAS CAPAZES
Aqui, a capacidade não é compreendida como processual, mas sim como capacidade civil plena.

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