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Classificação das águas e seus cursos Engenharia Civil Unidade Caruaru - 2018.1 Professora: Tafnes da Silva Andrade MKT-MDL-02 Versão 00 Águas superficiais MKT-MDL-02 Versão 00 Podem ser definidas como “aquelas que não penetram no subsolo e correm ao longo da superfície do terreno, chegando, assim, aos lagos, rios ou ribeiros” • Esses cursos de água podem se armazenar em paredes rochosas, barragens ou pequenas áreas de drenagem – telhados ou cisternas de água para uso doméstico. • Podem ser ter vários tipos de composições, já que as características do local e do período do ano podem mudar o solo no qual escoam. Classificação das águas • A primeira classificação de águas feita no brasil aconteceu com a Portaria n. 0013, em janeiro de 1976 • Foram definidas quatro classes para as águas interiores • Houve a especificação dos tipos de uso destinados aos recursos hídricos • Definição do máximo de impureza para o qual a água inda seria considerada potável • Classificação Resolução CONAMA N.20 de junho de 1986) • Foram classificadas as águas doces, salobras e salinas • Água doce – salinidade igual ou menor que 0,5% • Água salobra – apresenta salinidade entre 0,5% e 30% • Água salina – tem porcentagem de cloreto igual ou maior que 30% • Foram definidas nove classes de acordo com seus usos preponderantes. • A divisão de corpos de água em diferentes classes é um instrumento para as Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. • Classificação Resolução CONAMA N.357 de março de 2005) • Fez uma revisão da resolução n. 20/86 • Estabeleceu 13 classes de qualidade as águas doces, salobras e salinas Atividade: Classes das águas Cursos de água que definem uma bacia • Podemos classificar os cursos de água por sua localização em: • Litorâneos – próximos a mares e oceanos, criam bacias hidrográficas litorâneas • Interiores – cursos de água distantes ou que não desembocam diretamente no mar. • Com relação ao balanço hídrico • Balanceadas – quando o volume que entra na bacia e a quantidade de recursos drenados são compatíveis e o reservatório fica estável • Deficitários – quando a demanda é maior que a oferta, fazendo com que o nível da bacia fique baixo por algum tempo • Excessivos – quando a oferta da bacia é tão grande que ela não consegue drenar, o que pode provocar enchentes Vazões dos cursos de água • Vazão de um curso de água é o volume de água que passa em uma de suas áreas em determinado período de tempo. • Exemplo de vazão de um rio pode ser 100 metros cúbicos de água a cada segundo (m3/s) • Medir o nível de água do curso de água ao mesmo tempo que se mede a vazão, permite-se entender melhor a velocidade de escoamento daquele fluxo de água e como está seu balanço hídrico (balanceada, deficitário ou excessivo) • O registro das vazões permite a construção de uma curva do nível de água em relação à vazão (curva-chave) Curva-chave MKT-MDL-02 Versão 00 Curva-chave • A curva-chave de uma seção de rio pode se alterar com o tempo, especialmente pelos processos de erosão e assoreamento. • Modificações artificiais, como aterros e pontes, também podem modificar a curva-chave. • Por isso é necessário realizar medições de vazão regulares, a fim de verificar a validade da curva ou a necessidade de uma nova estimativa. • A validade da curva-chave é limitada à faixa de níveis e vazões em que foram realizadas as medições. Mas existem métodos definidos para a extrapolação dos valores de vazões, esse procedimento é necessário pois dificilmente existirão medições de vazões coincidentes com as maiores cheias observadas. Medição do nível d’água • Para determinar a curva-chave, o nível de água deve ser medido juntamente com a vazão a fim de se obter os pares de pontos cota-descarga a serem interpolados. • Uma vez determinada a curva-chave precisamos monitorar apenas o nível d’água para obtermos a vazão do rio. • A medição apenas do nível de água ajuda a reduzir custos • Locais de medição de vazões e níveis: • Postos fluviométricos: os níveis são medidos diariamente, às 7h e às 18h. • Postos fluviográficos: os níveis são registrados continuamente, em papel ou meio magnético Posto fluviométrico A régua linimétrica (ou linígrafo) é um instrumento que se parece com uma régua comum, podendo ser de madeira, metal ou concreto com escala graduada, utilizada para medir o nível de água de um curso E sc a la s L im n im é tric a s L in íg ra fo d e b ó ia Estação linimétrica automática com transmissão de dados Estação linimétrica automática Determinação da vazão em rios • Calhas e vertedouros são usados para determinar a vazão a partir do nível de água de córregos e pequenos rios. • Um inconveniente dos vertedores é a necessidade de sua construção, com custo apreciável. • Os vertedouros mais utilizados são os de forma retangular e os de forma triangular. • O vertedor triangular é mais preciso, mas seu uso só é recomendável para pequenas vazões abaixo de 0,030 m3/s. MKT-MDL-02 Versão 00 Vertedores quadrados MKT-MDL-02 Versão 00 𝑄 = 1,84 𝐿 − 0,2𝐻 1,5 Equação de Francis Q: vazão do rio em m3/s L: largura da base do vertedor em m H: nível d’água em m Vertedor triângular Equação de Thompson 𝑄 = 1,4 𝐻 2,5 Q: vazão do rio em m3/s H: nível d’água em m Medição de vazão • Para se medir a vazão de rios de médio e grande porte, é preciso fazer cálculos que relacionem a área e a velocidade do curso de água (Medição indireta). Q= V . A Onde Q é a vazão em m3/s, V é a velocidade da água no curso de água em m/s, e A é a área da seção do rio em análise em m2. Medição indireta: Q= v.A • Vazão= velocidade x área • Velocidades diferentes em diferentes pontos da seção Medição de área • O leito de um rio natural é irregular • Sua área é calculada por batimetria – medição de várias verticais e as suas respectivas distâncias e profundidades 𝑆𝑖 = ℎ𝑖 + ℎ𝑖+1 2 𝑥 𝑙𝑖 Onde: Si= área de subseção, em m2. hi= profundidade vertical i, em m hi+1= profundidade da vertical i+1, em m li= distância entre as verticais i e i+1, em metros Medição da velocidade • O método mais usado para medir a velocidade é o que utiliza o molinete. • Aparelho que permite calcular a velocidade instantânea da água no ponto, através da medida de rotações de uma hélice em determinado tempo. • Cada molinete tem uma equação que transforma o número de rotações da hélice em velocidade. V= a + b . n Onde: a e b são constantes (calibração em laboratório para cada molinete) n= número de rotações pode unidade de tempo (normalmente 50 segundos) Medição de velocidade da água - Molinete • Características • Velocidade pontual • Calibração para obter relação: (n° de revoluções/min) e (velocidade m/s) • Pode ser utilizado a bordo de barcos ou sobre a seção do rio • A velocidade é conhecida contando o número de revoluções realizadas em um intervalo de tempo (> 30s em geral) Medição de velocidade da água - Molinete Distribuição da velocidade da água na seção transversal • A velocidade da água não é igual em todos os pontos de uma seção transversal. • Em função do contato entre a água e o fundo e as margens (perímetro molhado), a velocidade da água é normalmente, maior no centro de um rio do que junto às suas margens. • Da mesma forma, a velocidade é mais baixa junto ao fundo do rio do que junto à superfície. • Por isso a medição da velocidade deve ser feita em um grande número de pontos da seção. Perfis horizontais e verticais de velocidade Distribuição da velocidade da água na seção transversal • A velocidade médiaem uma vertical pode ser estimada a partir da medição da velocidade em um ou mais pontos de profundidade deferente. • Quanto mais medições de velocidade, melhor é a precisão da estimativa da vazão. • Tipicamente são realizadas entre 1 e 6 medições. • Para uma medição: essa medição deve ser realizada numa posição equivalente a 60% da profundidade, pois é nessa profundidade que a velocidade pontual mais se aproxima da média. • Para duas medições: A melhor estimativa da velocidade média é obtida quando as velocidades são medidas a 20% e 80% da profundidade total. Fluxo de água em canais abertos • A principal característica do fluxo de água em canais abertos é que eles têm sua superfície livre, sujeita à pressão atmosférica. • As variáveis fundamentais do escoamento em rios e canais são a velocidade, a vazão e o nível de água. • Quando essas variáveis não se alteram ao longo do tempo em um determinado trecho do rio, o escoamento é chamado permanente. • Quando as variáveis velocidade média, a vazão e o nível de água não variam no espaço, o escoamento é chamado uniforme. Fluxo de água em canais abertos • A principal característica do fluxo de água em canais abertos é que eles têm sua superfície livre, sujeita à pressão atmosférica. • O fluxo de água em canais abertos podem ser divididos em: • Fluxo uniforme – a profundidade da água permanece a mesma ao longo da extensão do canal. • Fluxo variado – a profundidade e a vazão de água se alteram ao longo da extensão do canal. Esse fluxo pode ser gradativamente variado (se as alterações acontecem aos poucos) ou rapidamente variado (se as alterações acontecem de forma abrupta). Fluxo de água em canais abertos Exercício • A figura abaixo representa a seção transversal de um pequeno rio S. Essa seção está dividida em três subseções S1, S2 e S3. A geometria da seção é dada em metros. Na superfície da água foram medidas três velocidades: V1 = 0,4m/s, V2 = 0,5m/s e V3 = 0,45m/s, correspondendo a cada uma das subseções. Considerando-se que a velocidade média de cada subseção é 85% da velocidade medida na superfície, determine a vazão do rio na seção S = S1+S2+S3. Exercício • Medições de velocidade e área molhada foram realizadas na secção transversal de um rio no noroeste do Paraná. Duas medições de velocidade na vertical foram realizadas na secção A e C, e três medições na secção B. A velocidade média nas secções e a área molhada respectiva são apresentadas na tabela a seguir. Determine a vazão referente à amostragem. A) 9.500 L/s B) 3.916 L/s C) 5.000 L/s D) 9.167 L/s E) 8.300 L/s Exercício • A equação da curva chave construída na secção de um rio é dada por 𝑄 = 1 2 𝑥 ℎ − 1 5 2 em que Q é a vazão, em m3/s, e h o nível da água, em metro. Assinale a alternativa que corresponde, respectivamente, ao nível de água para uma vazão nula e para um registro de nível de 120 cm. A) 20 cm e 500 L/s. B) 20 cm e 0,5 L/s. C) 0,20 cm e 500 L/s. D) -20 cm e 0,5 L/s. E) -0,20 cm e 5 L/s. Exercício • (COPEL, 2010) A vazão de uma secção transversal de rio pode ser obtida pelo produto da velocidade média com a área da secção transversal equivalente, considerando medição em várias áreas. Com base no seu conhecimento de hidrometria, é possível afirmar que: A) Uma medição de velocidade obtida no ponto médio da superfície livre do rio representa adequadamente a velocidade média na secção transversal. B) Para obtenção coerente da vazão na amostragem em questão, são necessárias diferentes medições de velocidade em diferentes secções transversais e, em cada secção, em várias profundidades. Para n secções, haverá n velocidades médias. C) A velocidade máxima é obtida na superfície livre do rio, no ponto médio da secção transversal, já que é o ponto mais distante da calha em qualquer direção.
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