Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ensino Clínico Teórico em Saúde Mental Prof. José Luiz 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A disciplina trabalha seu conteúdo a partir da discussão do atendimento psiquiátrico dentro da proposta da Reforma Psiquiátrica, pautada da Lei Federal da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216). Discutem-se as atuais formas alternativas de cuidar em psiquiatria, a desconstrução do aparato manicomial no Brasil e a inserção do enfermeiro, enquanto membro da equipe de saúde mental, na assistência psiquiátrica. 2 Há ainda a preocupação de preparar o aluno para o entendimento de medidas de prevenção dos transtornos mentais e para o atendimento do cliente com transtorno mental em hospitais gerais. A disciplina busca preparar o enfermeiro para a utilização do relacionamento terapêutico, como instrumento de trabalho, especialmente nas situações de crise dos transtornos mentais. 3 OBJETIVO GERAL - Preparar o aluno para lidar com o portador de transtorno mental em qualquer área de atendimento em enfermagem. - Sensibilizar e capacitar o aluno de enfermagem a desenvolver comunicação efetiva com o cliente portador de transtorno mental e seus familiares, desvinculando-se de preconceitos em relação à doença mental. 4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Instrumentalizar o aluno de enfermagem, a partir de uma concepção interdisciplinar, para atuar junto ao portador de transtorno mental e seus familiares. - Instrumentalizar e capacitar o aluno para o desenvolvimento de habilidades relacionais interpessoais no atendimento ao cliente com transtorno mental em qualquer área da assistência de enfermagem. - Proporcionar fundamentação teórica no estudo dos processos do adoecimento mental. 5 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE I 1) O louco, a loucura e a sociedade 1.1) Perspectiva histórica da loucura no mundo e no Brasil 1.2) A atual Política de Saúde Mental / A Reforma Psiquiátrica Brasileira 1.3) As formas alternativas do cuidado em saúde mental: CAPS I,II,III, CAPSad, CAPSi 1.4) O papel do enfermeiro na atual política de saúde mental. 6 UNIDADE II 2) O campo da Saúde Mental 2.1) Definição e critérios de saúde mental 2.2) A família, o doente e a doença mental 2.3) Prevenção primária, secundária e terciária em saúde mental 2.4) Implantação do plano de cuidados de enfermagem em saúde mental 7 UNIDADE III 3) 3) Classificação dos transtornos mentais e assistência de enfermagem. 3.1) Semiologia psiquiátrica: anamnese realizada pelo enfermeiro 3.2) Transtornos do humor 3.3) Transtornos de ansiedade 3.4) Transtornos psicóticos 3.5) Transtornos de personalidade 3.6) Transtornos dismórficos 3.7) Dependência química e co-morbidade psiquiátrica 3.8) Psicofarmacologia 3.9) Crise e emergência psiquiátrica 8 10 de Outubro, dia Mundial da Saúde Mental Lei Federal da Reforma Psiquiátrica 10.216 A lei 10.216, de 06 de abril de 2001, redireciona e regulamenta o atendimento em saúde mental ABRASME: Associação Brasileira de Saúde Mental 6° Congresso Brasileiro de Saúde Mental Agir e Transformar: Pessoas, Afetos e Conexões 30 de maio a 02 de junho de 2018 Brasilia - DF 9 É difícil definir com precisão saúde e doenças mentais. As pessoas que conseguem desempenhar seu papel na sociedade e manter um comportamento apropriado e adaptativo são consideradas saudáveis. Por sua vez as pessoas que não conseguem desempenhar seu papel ou assumir responsabilidades e, ainda, apresentam um comportamento inapropriado são consideradas doentes. SAÚDE E DOENÇAS MENTAIS 10 A cultura de qualquer sociedade influencia sobremaneira seus próprios valores e crenças, o que, sem dúvida, afeta o modo como a sociedade define saúde e doença. O que determinada sociedade pode considerar aceitável e apropriado, outra pode ver como maladaptativo e inapropriado. Videbeck ( 2012) 11 A saúde mental tem vários componentes, e uma ampla variedade de fatores que a influencia. Esses fatores interagem, assim a saúde mental de um pessoa é um estado dinâmico, sempre em mutação. Os fatores que a afetam podem ser categorizados em individuais, interpessoais e socioculturais. 12 Individuais Constituição biológica Autonomia Independência Autoestima Capacidade de crescimento Habilidade de ver sentido na vida Resiliência Interpessoais comunicação eficaz Capacidade de ajudar os outros Equilíbrio entre separação e união Socioculturais ou Ambientais Senso de comunidade Acesso a recursos adequados Intolerância a violência Apoio á diversidade entre as pessoas Domínio do ambiente e uma visão positiva, porém realista do próprio mundo. 13 Doença Mental É uma síndrome ou um padrão ou um padrão psicológico ou comportamental clinicamente significativo que ocorre em um indivíduo e que está associado a angústia ou a incapacidade, ou ao aumento significativo do risco de morte, de dor, de incapacidade, ou ainda a uma importante perda de liberdade. Videbeck ( 2012) 14 Os critérios gerais de diagnóstico de transtornos mentais incluem: - Insatisfação com as próprias características; - Habilidades e realizações; - Relações ineficazes e insatisfatórias; - Descontentamento com o próprio lugar no mundo; - Ineficácia ao enfrentar eventos da vida. - Ausência de crescimento pessoal. 15 Fatores individuais: - Constituição biológica. - Preocupações ou medos intoleráveis ou irreais. - Incapacidade de distinguir realidade de fantasia. - Intolerância às incertezas da vida. - Senso de desarmonia e perda de sentido da própria vida. Fatores interpessoais: - Comunicação ineficaz. - Excessiva dependência ou afastamento dos relacionamentos; - Apoio social inadequado; - Perda do controle emocional. Fatores socioculturais: - Falta de recursos. - Violência; - Falta de moradia; - Pobreza; - Visão negativa injustificada do mundo; - Discriminação em caso de estigmas: raça, classe, idade ou sexo. 16 O que são as redes de Saúde Mental ? A rede de atenção à saúde mental brasileira, foi instituída no Brasil na década de 90, como parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS). Compartilhando dos mesmos princípios do SUS, é uma rede pública, com base municipal, comunitária e articulada, voltadas para os cuidados da saúde mental. Essas redes são compostas por Centros de atenção Psicossocial (CAPS); Centros de Convivência; Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Gerais. 17 CAPS I: Atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e também com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias; indicado para Municípios com população acima de vinte mil habitantes. CAPS II: Atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, podendo também atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme a organização da rede de saúde local, indicado para Municípios com população acima de setenta mil habitantes; 18 CAPS III: Atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS Ad, indicado para Municípios ou regiões com população acima de duzentos mil habitantes; CAPS i: Atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes e os que fazem uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço aberto e de caráter comunitário indicado para municípios ou regiões com população acima de cento e cinquenta mil habitantes. 19CAPS ad: Atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço de saúde mental aberto e de caráter comunitário, indicado para Municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes; 20 21
Compartilhar