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BALANÇO DE PAGAMENTOS AULA 8 – CONTABILIDADE SOCIAL DEFINIÇÃO Registro de todas as transações entre residentes e não-residentes em um determinado período Residentes: pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham esse país como seu principal centro de interesse, que têm nele sua residência fixa, empresas sediadas no país, governo. Fluxos de bens, serviços, doações e ativos entre residentes e não-residentes em um determinado período (reais e financeiros). Transações de crédito (receita, entrada) + Transações de débito (despesa, saída) – Conta Corrente 1 – Balança Comercial (transações envolvendo mercadorias tangíveis) 1.1 Exportações 1.2 Importações 2 – Balança de Serviços (transações envolvendo mercadorias intangíveis) 2.1 Turismo 2.2 Fretes e Transportes 2.3 Seguros 2.4 Royalties 2.5 Outros 3 – Balança de Rendas (transações envolvendo fatores de produção) 3.1 Lucros 3.2 Juros 3.3 Salários 4 – Transferências Unilaterais Correntes 5 – Saldo do BP em transações correntes (ou simplesmente saldo da conta corrente do BP) - (5 = 1 + 2 + 3 + 4) Conta Capital e Financeira 6 – Conta Capital 7 – Conta Financeira 7.1 Investimentos Diretos (inclui reinvestimentos e empréstimos inter-companhia) 7.2 Investimentos em Carteira 7.3 Investimentos em Derivativos 7.4 Outros 7.4.1 Empréstimos e Financiamentos (inclui empréstimos de regularização e amortizações) 7.4.2 Crédito Comercial 7.4.3 Moeda e Depósitos 7.4.4 Outros 8 – Erros e Omissões 9 – Saldo do Balanço de Pagamentos (9 = 5 + 6 + 7 + 8) 10 – Haveres da Autoridade Monetária - variação (haveres estrangeiros líquidos e sob o controle da autoridade monetária) 10.1 Reservas em Moeda Estrangeira (inclui títulos de alta liquidez) 10.2 Reservas no FMI 10.3 Direitos Especiais de Saque (DES); 10.4 Ouro 10.5 Outros Haveres (qualquer outro ativo líquido em moeda estrangeira) BALANÇO DE PAGAMEN TOS CONTA CORRENTE DO BP Balança Comercial: registra a movimentação de mercadorias, ou seja, de bens tangíveis. Vendas ao exterior: X* Compras do exterior: M* *ambas registradas a preços Fob Duas maneiras de contabilizar: Fob (valor de embarque da mercadoria – free on board) e Cif (valor que inclui além do custo das mercadorias, os fretes e seguros relacionados ao seu transporte). CONTA CORRENTE DO BP Balança de Serviços (serviços não fatores): empresa brasileira compra um serviço de transporte de uma empresa estrangeira mercadoria intangível (não é possível percebê-la com nossos cinco sentidos). transportes e fretes, turismo, viagens internacionais em geral, serviços financeiros e de comunicação, Balança de Rendas (serviços fatores): pagamentos ou recebimentos que se dão em função da utilização desses fatores: lucros, dividendos ou o recebimento de juros (ex: fator capital). empresa brasileira pode utilizar força de trabalho de não residentes, de modo que terá de remeter recursos ao exterior para o pagamento de salários. CONTA CORRENTE DO BP Transferências unilaterais correntes: envolvem pagamentos ou recebimentos, tanto em moeda quanto em bens, sem contrapartida, tais como as remessas de recursos realizadas por pessoas que trabalham em outro país aos seus familiares no país de origem ou as doações de um país a outro a título de ajuda humanitária ou reparação de guerra Balança comercial + Balança Serviços + Balança de Rendas + Transferências Unilaterais = Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes do BP. Déficit TC: o Brasil “produziu” quantidade de divisas (*moeda internacional) insuficiente para pagar as despesas em divisas contraídas no mesmo período. (analogamente em relação ao superávit) QUESTÃO Como o país financia o déficit em TC? Empresa empréstimo Família cheque especial País conta financeira e haveres da autoridade monetária. Ou seja, país pode ter recebido moeda em função de investimentos externos diretos (IDE) que tenham sido feitos no país (não residentes compraram ativos de residentes), ou ainda de empréstimos que residentes tenham obtido junto a não residentes. Porém esse tipo de moeda não é corrente e sim é um ativo que lida com estoques de riqueza (ex, economia doméstica). Se o valor das contas em transações de capital for suficiente para compensar o déficit em transações correntes Superávit no BP. Se isso não ocorrer o país tem que abrir mão de parte de suas reservas (haveres). CONTA DE CAPITAL DO BP Conta Capital: patrimônio de imigrantes e aquisições ou alienações de bens não financeiros, tais como a cessão de patentes e marcas Conta Financeira: registra as transações envolvendo investimentos de qualquer tipo, empréstimos e financiamentos entre países. Investimentos externos diretos (IED), como é mais conhecida (item 7.1), contabilizam-se todas as aquisições e vendas de capital produtivo entre residentes e não residentes num determinado período. Incluem-se aí, portanto, as compras e vendas de empresas nacionais, privadas ou estatais, as aquisições ou vendas de participações societárias e a ampliação e/ou criação de capacidade produtiva nova no país por iniciativa de empresas ou grupos estrangeiros. Geralmente + para países importadores líquidos de capital (processo de privatização – década de 90). Reinvestimentos (rendimentos proporcionados pelas empresas de capital estrangeiro que, ao invés de serem remetidos para fora, permanecem no país, sendo reinvestidos nas empresas) e empréstimos inter-companhias (uma empresa de propriedade de não residentes operando no país recebe recursos de sua matriz no exterior). CONTA DE CAPITAL DO BP Conta Financeira: Investimentos em carteira: transações que envolvem ativos financeiros propriamente ditos: títulos públicos, títulos de dívida privados e ações. Constituem obrigações e direitos (capitais) a curto prazo, porque existem para esses ativos mercados secundários onde eles podem ser comprados e vendidos a qualquer momento (xIDE – prazo mais longo). Investimentos em derivativos: aplicações financeiras (futuros, opções e swaps) que têm por base ativos derivados de outros ativos. Empréstimos e financiamentos: todos os empréstimos contraídos no exterior e todos os financiamentos externos obtidos por residentes, com exceção do crédito comercial. CONTA DE CAPITAL DO BP Empréstimos e financiamentos Empréstimos de regularização: divisas que entram no país em função de acordos efetuados entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou outras instituições financeiras multilaterais. Amortizações: pagamentos de parcelas referentes ao principal dos empréstimos e financiamentos externos contraídos ou concedidos. Atrasados, ou seja, o não pagamento de qualquer obrigação em moeda estrangeira (o país não dispõe das reservas necessárias para honrar tal obrigação, nem da ajuda dos organismos internacionais moratória). Créditos comerciais importações ou exportações de bens ou serviços que não são integralmente pagas à vista, sendo ao menos uma parte de seu valor parcelada (financiamento de operações correntes). Moedas e depósitos possibilidade de que residentes mantenham legalmente recursos em divisas fora do país e/ou que não internalizem recursos provenientes de vendas realizadas a não residentes. Erros e omissões calculado para tornar nula, no balanço de pagamentos, a somatória de débitos e créditos (diversas fontes de informação e diversas origens dos dados utilizados). EM SÍNTESE, A conta capital e financeira registra os investimentos, empréstimos, financiamentos e demais capitais financeiros entre países. Somandoo seu saldo ao saldo do balanço de pagamentos em transações correntes e considerando eventuais erros e omissões, chega-se ao saldo total do balanço de pagamentos. A variação apresentada pela conta haveres das autoridades monetárias demonstra esse resultado, ou seja, mostra seu impacto sobre o nível de reservas. SALDO BP O saldo do balanço de pagamentos (BP) deve ser idêntico à variação da conta haveres da autoridade monetária*. Se chamarmos o saldo do balanço de pagamentos de BP e o valor resultante das variações de haveres de R (de reservas), diremos que: BP = -R BP + R =0 Saldo -R elevação das reservas do país e saldo superavitário do BP. TC+TK+R=0 TC = - (TK+R) Explica como o país resolveu seu problema de déficit em transações correntes ou, no caso de um superávit em conta corrente, vai explicar que destino o país deu aos recursos adicionais obtidos no período em questão (*reservas em moeda estrangeira, títulos de alta liquidez, reservas no FMI e DES – Direitos Especiais de Saques, ouro e outros haveres). ECONOMIA INTERNACIONAL - 2012 Desaceleração ao longo de 2012 agravamento da crise fiscal, bancária e política na Europa recessão Área do Euro; redução no ritmo de recuperação econômica nos EUA; aumento da aversão ao risco nos mercados financeiros; apesar de novos incentivos para investimentos na China. Terceiro trimestre – aumentos nos preços dos grãos e das commodities metálicas. 14 BP e tendências mundiais em gráficos 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 19 80 19 81 19 82 19 83 19 84 19 85 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 * 20 11 * 20 12 * 20 13 * 20 14 * 20 15 * Participação % no PIB mundial em US$ de mercado três principais economias do mundo USA Japão China Balanço de pagamentos US$ milhões Discriminação 2012 Balança comercial (FOB) 19.415 Exportação de bens 242.580 Importação de bens - 223.164 Serviços e rendas (líquido) - 76.492 Serviços - 41.044 Receita 39.864 Despesa - 80.908 Rendas - 35.448 Receita 10.888 Despesa - 46.335 Transferências unilaterais correntes 2.846 TRANSAÇÕES CORRENTES - 54.230 CONTA CAPITAL E FINANCEIRA - 2012 70.154 Conta capital - 1.877 Conta financeira 72.030 Investimento direto 68.093 Investimento brasileiro direto 2.821 Participação no capital - 7.555 Empréstimo intercompanhia 10.377 Investimento estrangeiro direto 65.272 Participação no capital 52.838 Empréstimo intercompanhia 12.434 Investimentos em carteira 8.770 Investimento brasileiro em carteira - 7.764 Ações de companhias estrangeiras - 2.275 Títulos de renda fixa - 5.489 Investimento estrangeiro em carteira 16.534 Ações de companhias brasileiras 5.600 Títulos de renda fixa 10.934 Derivativos 185 Ativos 150 Passivos 35 Outros investimentos - 5.018 Outros investimentos brasileiros - 24.547 Outros investimentos estrangeiros 19.529 ERROS E OMISSÕES 2.976 RESULTADO DO BALANÇO 18.900 Balanço de pagamentos US$ milhões Discriminação - RESUMIDO 2012 Balança comercial (FOB) 19.415 Serviços e rendas (líquido) - 76.492 Transferências unilaterais correntes 2.846 TRANSAÇÕES CORRENTES - 54.230 Conta capital - 1.877 Conta financeira 72.030 CONTA CAPITAL E FINANCEIRA 70.154 ERROS E OMISSÕES 2.976 RESULTADO DO BALANÇO 18.900 TC + (TK + Erros/Omissões) = BP -54.230 + (70.154 + 2.976) = 18.900 Déficit em TC < Superávit em TK Superávit BP Houve uma mudança significativa do balanço de pagamentos do Brasil nos últimos anos: de uma situação deficitária para uma superavitária e um retorno ao déficit. O déficit em transações correntes, que era de US$ 33,4 bilhões em 1998, transformou-se em superávit no período 2003:7 e a trajetória é de déficit a partir de 2008. Houve redução da dívida externa líquida e aumento das reservas. O passivo externo líquido cresceu ao longo da última década. O Balanço de Pagamentos do Brasil EVOLUÇÃO BP Desempenho no período 2003:7 está relacionado ao crescimento da economia mundial; Impacto + sobre o preço das commodities; Fraco desempenho da economia brasileira em termos de crescimento do produto (queda M); Elevados superávits comerciais ampliavam o superávit em transações correntes e levavam à redução do passivo externo do país; Além da valorização real da taxa de câmbio (altas taxas de juros - estabilidade dos preços). O Balanço de Pagamentos do Brasil A CONTABILIDADE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS As contas do balanço de pagamentos de um país registram as transações entre residentes e não-residentes de um país. Toda transação internacional entra nas contas do balanço de pagamento duas vezes: como crédito (+) e como débito (-). Este é o princípio das partidas dobradas. Existem dois tipos de contas: a. Operacionais b. Caixa (reservas Internacionais) 36 Contas Operacionais: correspondem aos fatos geradores das transações, como, exportações, importações, seguros, juros, investimentos, etc. Contas de Caixa: registram o movimento de meios de pagamentos internacionais – reservas e ouro monetário. Lançamentos: Uma conta operacional é creditada quando a transação dá origem a uma entrada de recursos para o país; uma conta operacional será debitada toda vez que a transação der origem a uma saída de recursos do país. A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 37 Lançamentos:As contas de caixa são lançadas como na contabilidade empresarial. Lança-se a débito o aumento de caixa (reservas) e a crédito a diminuição de caixa. Exemplos: 1. Um país faz uma exportação, recebendo à vista. Débito: Reservas Crédito: Exportações 2. Um país faz uma importação, financiada a longo prazo. Débito: Importações Crédito: Financiamentos A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 38 O exemplo anterior pode ser imaginado como sendo composto de duas transações: Primeiro, o país recebe o financiamento, depois efetua a importação (conta L): Débito: -Reservas (entram reservas) Crédito: +Financiamentos Débito: -Importações Crédito: + Reservas (saem reservas) A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 39 CONTA H DO EXEMPLO Lucros de US$ 20 milhões são reinvestidos no país. País remeteu lucros de US$ 20 milhões Conta creditada: variação de reservas + 20 Conta debitada: rendas de capital -20 País recebeu o mesmo montante, US$ 20 milhões, em forma de investimentos Conta creditada: reinvestimentos + 20 Conta debitada: variação de reservas -20 Outros exemplos: 1. Um país pagou em ouro monetário a amortização de um empréstimo externo Débito: Amortizações Crédito: Ouro monetário 2. Um país recebe donativos em mercadorias (imaginado como sendo duas transações): Débito: Reservas Crédito: Donativos e Débito: Importações Crédito: Reservas A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 41 A Identidade Fundamental do Balanço de Pagamentos Qualquer transação internacional automaticamente ocasionadois lançamentos equivalentes no balanço de pagamentos, resultando na identidade fundamental: transações correntes + conta financeira + conta capital = 0 AS CONTAS DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 42 Transações de Reservas Oficiais Banco Central Instituição responsável pela administração da oferta de moeda. Reservas internacionais oficiais Ativos estrangeiros mantidos pelos bancos centrais como um estabilizador para flutuações econômicas. Intervenção oficial no câmbio Os bancos centrais frequentemente compram e vendem reservas internacionais nos mercados de ativos privados para alterar a condições macroeconômicas de suas economias. As Contas do Balanço de Pagamentos 43 Balanço de reservas oficiais: são os ativos estrangeiros mantidos pelos bancos centrais como uma reserva para instabilidades financeiras. É a soma do saldo em transações correntes, do saldo da conta capital, da parcela da conta financeira exclusive as reservas e da discrepância estatística (erros e omissões). Exemplo: O saldo do balanço de pagamentos do Brasil em 2011 foi $58,6 bilhões, isto é, houve um aumento de reservas de US$ 58,6 bilhões. As Contas do Balanço de Pagamentos 44 EXEMPLO A. residente exporta mercadorias, recebendo à vista US$ 350 milhões; B. residente exporta mercadorias no valor de US$ 50 milhões financiadas a longo prazo C. residente importa mercadorias, pagando à vista US$ 250 milhões, D. residente paga, à vista, fretes no valor de US$ 20 milhões; E. residentes gastam US$ 20 milhões com viagens ao exterior; F. residentes recebem US$ 5 milhões provenientes do turismo; G. residentes remetem ao exterior US$ 50 milhões de lucro; H. lucros de US$ 20 milhões são reinvestidos no país; I. residentes pagam juros a não residentes num total de US$ 50 milhões; J. ingressam no país US$ 20 milhões sob a forma de investimento direto K. residentes pagam amortizações de empréstimos realizados pelos não residentes no valor de US$ 35 milhões; L. o país importa máquinas e equipamentos no valor de US$ 65 milhões financiados a longo prazo; M. o país recebe US$ 5 milhões provenientes de envio de recursos de não residentes a seus familiares no país; N. o país recebe medicamentos do país vizinho no valor de US$ 5 milhões; O. o país obtém US$ 35 milhões em empréstimos; P. o país recebe capitais de curto prazo no valor de US$ 30 milhões EXEMPLO – LANÇAMENTOS A. residentes exportam mercadorias, recebendo à vista US$ 350 milhões; Conta creditada: exportações + 350 Conta debitada: variação de reservas – 350 (débito nessa conta significa variação positiva – entrada de divisas) B. residentes exportam mercadorias no valor de US$ 50 milhões financiadas a longo prazo Conta creditada: exportações + 50 Conta debitada: empréstimos e financiamentos – 50 (os residentes estão concedendo o financiamento) C. residentes importa mercadorias, pagando à vista US$ 250 milhões, Conta creditada: variação de reservas + 250 (crédito nessa conta significa variação negativa – saída de divisas) Conta debitada: importações - 250 D. residente paga, à vista, fretes no valor de US$ 20 milhões; Conta creditada: variação de reservas + 20 Conta debitada: transportes - 20 E. residentes gastam US$ 20 milhões com viagens ao exterior; Conta creditada: variação de reservas + 20 Conta debitada: turismo - 20 F. residentes recebem US$ 5 milhões provenientes do turismo; Conta creditada: turismo + 5 Conta debitada: variação de reservas - 5 G. residentes remetem ao exterior US$ 50 milhões de lucro; Conta creditada: variação de reservas + 50 Conta debitada: rendas de capital (lucros e juros) - 50 H. lucros de US$ 20 milhões são reinvestidos no país; Conta creditada: reinvestimentos + 20 Conta debitada: rendas de capital (lucros e juros) - 20 Essa operação não gerou saída de divisas logo a conta a ser creditada não pode ser a variação de reservas! EXEMPLO – LANÇAMENTOS I. residentes pagam juros a não residentes num total de US$ 50 milhões; Conta creditada: variação de reservas + 50 Conta debitada: rendas de capital (lucros e juros) - 50 J. ingressam no país US$ 20 milhões sob a forma de investimento direto Conta creditada: investimentos diretos + 20 Conta debitada: variação de reservas - 20 K. residentes pagam amortizações de empréstimos (realizados por não residentes) no valor de US$ 35 milhões; Conta creditada: variação de reservas + 35 Conta debitada: amortizações - 35 L. o país importa máquinas e equipamentos no valor de US$ 65 milhões financiados a longo prazo; Conta creditada: empréstimos e financiamentos + 65 Conta debitada: importações - 65 M. o país recebe US$ 5 milhões provenientes de envio de recursos de não residentes a seus familiares no país; Conta creditada: transferências unilaterias + 5 Conta debitada: variação de reservas - 5 (entram divisas) N. o país recebe medicamentos do país vizinho no valor de US$ 5 milhões; Conta creditada: transferências unilaterias + 5 Conta debitada: importações - 5 (entram divisas) diferenciado O. o país obtém US$ 35 milhões em empréstimos; Conta creditada: empréstimos e financiamento + 35 Conta debitada: variação de reservas - 35 (entram divisas) P. o país recebe capitais de curto prazo no valor de US$ 30 milhões Conta creditada: capitais de curto prazo + 30 Conta debitada: variação de reservas - 30 (entram divisas) B. Pagamentos da Economia do Exemplo *Conta Corrente 1 – Balança Comercial: +80 1.1 Exportações: + 350 (A) + 50 (B) = + 400 1.2 Importações: – 250 (C ) – 65 (L) – 5 (N) = – 320 2 – Balança de Serviços: -15– 20 = - 35 2.1 Turismo: -20 (E) + 5(F) = -15 2.2 Fretes e Transportes: – 20 (D) = –20 2.3 Seguros: 0 2.4 Royalties: 0 2.5 Outros: 0 3 – Balança de Rendas: – 120 3.1 Lucros: – 50 (G) -20 (H) = – 70 3.2 Juros: – 50 (I) 3.3 Salários: 0 4 – Transferências Correntes (Unilaterais): +10 + 5 (M) + 5 (N) 5 – Saldo do BP em transações correntes = +80-35-120+10= -65 Conta Capital e Financeira 6 – Conta Capital: 0 7 – Conta Financeira: + 40 + 30 + 15 = + 85 7.1 - Investimentos Diretos: +40 7.1.1 Investimento Direto no País: + 20 (J) 7.1.2 Reinvestimentos: +20 (H) 7.2 Investimentos em Carteira (capitais CP): + 30(P) 7.3 Empréstimos e Financiamentos: +15 7.3.1 Crédito Comercial: – 50 (B) + 65 (L) = + 15 7.3.2 Amortizações: -35 (K) 7.3.3 Empréstimos: +35 (O) 7.3.4 Moeda e Depósitos: 0 8 – Saldo do BP em transações de capitais = +85 + 0= +85 9 – Erros e Omissões: 0 10 – Saldo do Balanço de Pagamentos (8+5+9): +85 -65+0 = +20 11 – Haveres da Autoridade Monetária (variação de reservas) = -350 +250 +20 +20 -5 +50 +50 -20 + 35 -5 -35 -30 = -20 *Conta Capital e Financeira pode aparecer como Transações de capitais Autônomos *Haveres da Autoridade Monetária pode aparecer Transações de capitais compensatórios TAXAS DE CÂMBIO E REGIMES CAMBIAIS No Brasil, a taxa de câmbio nominal representa o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira (dólar). Uma elevação da taxa de câmbio representa uma desvalorização. O oposto, uma valorização. Tudo o mais constante, desvalorizações cambiais tendem a estimular as exportações e desestimular as importações, ao passo que valorizações tendem a desestimular as exportações e estimular as importações. Outros fatores: a política tarifária (ou política comercial), a inflação nos países com os quais se realizam as trocas, os ganhos de produtividade nos setores exportadores e as condições de financiamento das operações. Taxa de Câmbio Real(E): 𝐸 = 𝑒 𝑃∗ 𝑃 A inflação interna tende a encarecer os produtos de exportação e tornar mais baratos os produtos importados. A inflação externa tende a encarecer os produtos que importamos e estimular nossas exportações. REGIMES CAMBIAIS O nível da taxa de câmbio pode ser determinado ou pelas forças de mercado (pelo confronto entre oferta de divisas e demanda por elas) ou a partir da interferência do governo no mercado cambial (fixando a taxa). três regimes para o mercado cambial regime de câmbio flutuante, regime de câmbio fixo, regime misto. REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE No regime de câmbio flutuante, a taxa de câmbio oscila livremente para garantir o equilíbrio do mercado, isto é, o equilíbrio entre oferta e demanda por moeda estrangeira. Nesse regime, a oferta é determinada pelos exportadores e pelos demais residentes que recebem renda e outros recursos de não residentes. Já a demanda é exercida pelos importadores e pelos residentes que transferem renda e demais recursos para o resto do mundo. Nesse sistema não há interferência da autoridade econômica (Banco Central) no mercado cambial. REGIME DE CÂMBIO FIXO O mecanismo de intervenção se dá a partir da compra e venda da moeda estrangeira no mercado, pelo Banco Central, por um valor fixo. Nesse caso é necessário que o Banco Central disponha de reservas suficientes para esse objetivo. REGIME MISTO Regime misto: a taxa de câmbio pode variar dentro de um dado intervalo, determinado pelo Banco Central (bandas cambiais). A autoridade monetária fixa, não um determinado preço para a divisa, mas uma faixa de preços, com um limite mínimo e um limite máximo, dentro dos quais ela pode flutuar livremente no mercado. O Banco Central intervém no mercado, ou comprando ao preço dado pela taxa mínima (e impedindo que ela caia além disso), no caso de o câmbio atingir o limite inferior, ou vendendo ao preço dado pela taxa máxima (e impedindo que ela suba além disso), no caso de o câmbio atingir o limite superior. O regime misto é assim um regime de câmbio fixo atenuado, EXERCÍCIO: O PAÍS “A” APRESENTOU OS SEGUINTES VALORES DE SUAS TRANSAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS NO ANO “T” TRANSAÇÕES Milhões de US$ a) Exportações de mercadorias 18 b) Compra de ações de empresa do país “A” por investidores estrangeiros em bolsa de valores 8 c) Donativos líquidos recebidos (em mercadorias) 2 d) Empréstimo a não-residentes por banco do país “A” 4 e) Empresa de outro país implanta subsidiária em “A” 8 f) Os residentes do país “A” receberam renda líquida do exterior sob a forma de dividendos 5 g) Amortização de parcela da dívida externa de “A” pelo Banco Central 26 h) Importações de mercadorias 4 Calcule o saldo da Balança Comercial, Balança de Serviços, Balança de Rendas, Transferências Unilaterais, Saldo das Transações Correntes, Saldo das Transações de Capital, Saldo do Balanço de Pagamentos, Saldo da Conta de Haveres no Exterior (ou Variação de Reservas).