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Moeda, Bancos e Política Monetária POLÍTICA MACROECONÔMICA • Objetivos – questões de CP (conjunturais) – Crescimento (baixo desemprego) – Baixa inflação (estabilidade de preço) • Objetivos – questões de LP (estruturais) – Teoria do desenvolvimento e crescimento econômico (políticas que demandam um maior período de tempo para apresentar resultado – qualificação da mão de obra, qualidade de vida da população e distribuição de renda ) Política Fiscal • Política fiscal: – Impostos (receitas) T – Gastos (despesas) G – Reduzir inflação reduz G e aumenta T (inibe o consumo) – Elevar Crescimento e Emprego reduz T e aumenta G (estimula o consumo) POLÍTICA MONETÁRIA • Refere-se a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. • Afeta o produto de forma indireta – Investimentos – Consumo de bens duráveis • Através da política monetária o Banco Central define as condições de liquidez da economia – quantidade ofertada de moeda • Base monetária • Compulsório – nível de taxa de juros FUNÇÕES E TIPOS DE MOEDA • Moeda é o ativo utilizado para realizar as transações porque é o que possui maior liquidez – Liquidez é a capacidade de converter-se rapidamente em poder de compra – Moeda pode comprar qualquer mercadoria disponível para venda Evolução monetária • Mundo feudal trocas eram determinadas por relações hierárquicas • Economia do escambo especialização produtiva dos agentes e coincidência dos desejos. • Situação piora quanto maior o número de agentes – surgimento da moeda. Evolução monetária • Ao longo do tempo várias mercadorias foram utilizadas como moeda: – Animais – Alimentos (sal) – Pedras • As mercadorias utilizadas por mais tempo foram os metais – Ouro e prata Evolução monetária • São atributos desejados na moeda – Durabilidade – Aceitabilidade – Disponibilidade • Os metais preciosos atenderam, durante muito tempo, a esses atributos (quando foram cunhados surgiram as moedas metálicas) • Grande valor em pouco peso, fácil de transportar, não se deterioravam com o tempo e era possível que fossem fracionados (divisíveis). • Moeda-mercadoria: quando a fração de peso de um determinado bem representava valor. Com o passar do tempo houve a dissociação entre valor e matéria-prima contida nas moedas. Moeda na Ilha de Yap • Yap é uma pequena ilha no Pacífico que durante algum tempo teve um tipo de moeda bastante curiosa. Para realizar suas trocas eles utilizavam o rahi (ou fei), pedras cujo tamanho podia chegar a 3 metros de diâmetro ou mais. Quanto maior a pedra, mais rico e importante o seu proprietário. • Transportar essas pedras não era algo muito fácil e os habitantes da Ilha aceitavam que a sua propriedade fosse transferida, em transações comerciais, sem que as pedras tivessem que necessariamente sair dos lugares em que se encontravam. • Certa vez um incidente (uma tempestade) atirou um valioso rahi ao mar. Todos concor- daram que o dono o perdera por acidente e não por negligência, de modo que a propriedade sobre a pedra ainda era válida. • Após muitos anos, quando não havia mais nenhuma pessoa viva que tivesse visto a pedra, o direito sobre a mesma ainda era aceito nas transações. Adaptado de N. Gregory Mankiw, Macroeconomia. Evolução monetária • A complexidade das transações motivou, ao longo do tempo, o surgimento de bancas de depósitos – Locais em que os recursos eram depositados para se evitar perda, roubo e para facilitar o comércio. – Em troca eram emitidos certificados de depósitos. • Esses certificados eram lastreados nos recursos depositados nessas bancas (moeda-papel) Evolução monetária • Com o passar do tempo, os donos das bancas perceberam que parte dos recursos não eram sacados e que os certificados de depósitos eram amplamente utilizados no lugar desses metais. • Passaram então a emitir mais certificados do que tinham de lastro efetivamente depositados – Moeda fiduciária (papel-moeda): De fidúcia, confiança social para a qual não existe qualquer tipo de lastro e sua aceitação se dá por imposição legal e pela credibilidade conferida pelo governo a esta nota. FUNÇÕES DA MOEDA • Três funções que a moeda desempenha no sistema econômico: 1) Meio de troca: universalmente aceita como intermediário entre as mercadorias 2) Unidade de conta: medida de valor monetário, legitimada pela sociedade, das diferentes mercadorias. *Preços relativos Quanto vale um bem em relação a outro: Situação inicial Pão: R$0,10 e Leite: R$ 1,00 • 1 litro de leite = 10 pães Situação final Pão: R$0,10 e Leite: R$1,20 • 1 litro de leite = 12 pães Preços Relativos • Se todos os preços (ou a maioria deles) aumentarem juntos temos um processo inflacionário. Ou seja, cada unidade monetária compra menos bens que anteriormente. • Se só o preço do pão sobe temos uma distorção na estrutura de preços relativos. E todos os outros bens valerão menos em relação a esse bem. FUNÇÕES DA MOEDA • 3) Reserva de valor: poder de compra que se mantém no tempo (não se obriga a adquirir imediatamente um determinado produto). Forma de acumular riqueza para consumo futuro. • Ativo que lhe rende o máximo de liquidez. – Num processo inflacionário a moeda perde valor OFERTA DE MOEDA • Consideraremos que Banco Central controla a oferta de moeda física (base monetária) • Meios de pagamento são os ativos utilizados para liquidar transações MEIOS DE PAGAMENTO • M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista • M2 = M1 + títulos públicos federais, estaduais, municipais em poder do público + fundos de aplicação financeira • M3 = M2 + cadernetas de poupança • M4 = M3 + títulos privados SISTEMA FINANCEIRO • Considerando meios de pagamento = M1 • Oferta de moeda: Banco Central + Instituições Financeiras que captam depósitos à vista e fazem empréstimos ao público (“bancos comerciais”) • BACEN + Bancos comerciais = Sistema Monetário • Sistema Financeiro = Sistema Monetário + Sistema não Monetário BANCOS COMERCIAIS • Captam depósitos à vista do público • Constituem reservas E • Emprestam o excedente para o público • O fato de emprestar não diminui os recursos disponíveis aos depositantes (reserva fracionária → multiplicação/criação de meios de pagamento) – Exemplo. SISTEMA FINANCEIRO • Banco Central: – órgão responsável por controlar a oferta de moeda (zelar pela qualidade da moeda nacional) – Monopólio na emissão de papel-moeda (moeda física) FUNÇÕES DO BACEN • Como o Banco Central injeta moeda na economia? • Funções do BACEN: – banco dos bancos • Os bancos comerciais mantém três tipos de encaixes: em moeda corrente, voluntários e compulsórios perante o Banco Central. Esse é o emprestador de última instância dos bancos comerciais. – banco do governo • Tesouro Nacional deposita os recursos que arrecada sob a forma de impostos, taxas e contribuições no BC • Acompanhamento da execução orçamentária do governo federal. • O BC não pode fazer empréstimos ao governo (constituição de 1988), mas o BC atua em nome do Tesouro Nacional nos leilões de títulos públicos federais. – banco emissor • Responsável pela autorização da emissão de moeda. • depositário de reservas internacionais (que, por vários motivos, entram no país) e agente que deve garantir a demanda por divisas atuação no mercado de câmbio (tanto no fixo quanto no flexível). Balancete dos Bancos Comerciais Ativo Passivo EncaixesCaixa Depósitos no BC Voluntários Compulsórios Empréstimos ao setor privado e público Títulos públicos e privados Imobilizado Outras aplicações Recursos monetários Depósitos a vista Recursos não-monetarios Depósitos a prazo Redesconto e outros recursos do BC Empréstimos externos Outras exigibilidades Recursos próprios (PL) Passivo: fonte de recursos à disposição dos Bancos Ativo: aplicação dos recursos Balancete do Banco Central Ativo Passivo Reservas Internacionais Empréstimos ao TN e a outros órgãos governamentais Redescontos Títulos Públicos Federais Caixa Empréstimos ao Setor Privado Imobilizado Outras Aplicações Passivo Monetário (Base Monetária) Papel Moeda Emitido Depósitos dos Bancos Comerciais: Voluntários Compulsórios Passivo Não-Monetário Depósitos do TN Empréstimos Externos Recursos Especiais Outras exigibilidades Recursos próprios PME = Exigibilidade do BC (variável de controle exclusivo) Depósitos do TN = Função do BC Depósitos dos Bcom = encaixes Ativo: aplicação dos recursos Passivo: fonte de recursos à disposição do Banco Reservas = Ex: exportador recebe em dólares e os troca numa casa de câmbio. Essa vende os dólares ao BC em troca de moeda doméstica. O BC tem um “direito” em moeda doméstica. Emprest = BC é emprestador de ultima instancia. Caixa = cBC EXPANSÃO DA BASE MONETÁRIA • Ampliação do ativo ou • Redução do passivo monetário Exemplo: – compra de títulos públicos – compra de divisas –empréstimo ao Sistema Financeiro – “saques do Tesouro Nacional” MULTIPLICADOR MONETÁRIO • Base Monetária (B): dinheiro físico = papel-moeda em poder do público (PMPP) + reservas bancárias (R) • Meios de Pagamento (M): recursos disponíveis para o público realizar pagamentos = papel-moeda em poder do público (PMPP) + Depósitos à Vista (DV) Reservas bancárias = caixa + encaixes voluntários e compulsórios MULTIPLICADOR MONETÁRIO • Comportamento do público: manter uma fração constante (c) dos meios de pagamento na forma de papel-moeda c = PMPP / M d = DV/M MULTIPLICADOR MONETÁRIO • Comportamento dos bancos: manter uma fração constante (R) dos depósitos à vista como reserva R = E / DV MULTIPLICADOR MONETÁRIO )]1(1[ 1 Rd m Quanto maior d maior o multiplicador Quanto maior R menor o multiplicador MULTIPLICADOR MONETÁRIO • Banco só multiplica o “dinheiro” que é depositado (moeda na mão do público não é multiplicado) • Só expande a oferta de meios de pagamento os “recursos emprestados” (reservas diminuem o poder de multiplicação) Instrumentos BC • Instrumentos à disposição do Banco Central para provocar uma expansão dos meios de pagamento em circulação na economia: – Expansão dos empréstimos ao Tesouro, às outras esferas de governo ou ao setor privado*. – Aumento das reservas cambiais*. – Comprar títulos da dívida pública de emissão do governo federal (open market)* – Expandir os redescontos aos bancos comerciais (podem aumentar suas operações de empréstimos) e/ou alterar a taxa de redesconto**. – Diminuir os encaixes compulsórios**. *=Efeito direto de aumento na base monetária. **=Efeito indireto de aumento nos meios de pagamento (altera o nível da moeda escritural). SISTEMA MONETÁRIO E INFLAÇÃO • Quais são os motivos que tornam importante o controle da oferta de moeda? • Visões distintas: a emissão de moeda deve ser controlada para que não traga como consequencia a inflação. Inflação é um processo, persistente no tempo, de elevação do índice geral de preços. • Outros acreditam que essa ação pode ser positiva ser a economia estiver operando abaixo de seu nível potencial. Argumento Monetarista (ou ortodoxo) Equação Quantitativa da Moeda M * V = P * Y onde, • M = meios de pagamento • V = velocidade de circulação da moeda • P = nível geral de preços • Y = produto agregado real Argumento Monetarista (ou ortodoxo) M = $100 e V = 4 (exemplo economia 4 agentes que produzem 4 produtos) P*Y = 400 • Se V e P não variarem a oferta monetária é determinada pelo nível de produto • Para um mesmo nível de produto e V; e um nível elevado de preços maior o nível de moeda M • Para um mesmo nível de preços e V; e um nível elevado de produto maior o nível de moeda M • Dado P e Y, se V cair maior o nível de M. Argumento Monetarista (ou ortodoxo) • No curto prazo, os monetaristas acreditam que V e Y sejam estáveis e, portanto, argumentam que quanto maior M maior P. • Mesmo que a inflação seja um fenômeno monetário há controvérsias em relação a essa conclusão. • M é uma variável exógena (determinada pelo governo) e P é endógena (determinada pela magnitude de M) Argumento heterodoxo • Acreditam que elevações em M (decorrentes de aumentos em G) podem produzir elevações em Y (em vez de elevações em P) se existir capacidade ociosa nas empresas e desemprego da mão de obra. • M é uma variável endógena (determinada pelo comportamento dos preços) e P é exógena (determinada por gargalos estruturais e perpetuação de movimentos passados). • P causa e M efeito (mesmo que seja uma identidade contábil)
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