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Química & Processamento de Petróleo

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1 
DISCIPLINA: PROCESSAMENTO DE PETRÓLEO II. 
 
CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 
Prof. Ronaldo Castro Silva 
 
 
Petróleo: 
 
1- Origem e Definição do Petróleo 
2- Refino do Petróleo 
3- Produtos: Combustíveis Energéticos e não 
Energéticos 
 2 
1- PETRÓLEO 
 
1.1 Definição e Origem 
 
O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com 
cheiro característico e de cor variando entre o negro e o castanho escuro. 
Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se como certa a 
sua origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e 
hidrogênio. Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos 
seres que compõem o plâncton - organismos 
em suspensão nas águas doces ou salgadas tais como protozoários, 
celenterados e outros - causada pela pouca oxigenação e pela ação de 
bactérias. 
Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando 
no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos 
da crosta terrestre e transformaram-se na substância oleosa que é o petróleo. 
Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi 
gerado - a rocha matriz - mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado 
para se concentrar. 
Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas 
ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se 
ali, ocupando os poros rochosos como forma "lagos". Ele acumula-se, 
formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta, e 
petróleo e água nas mais baixas. 
“ O petróleo é concentrado debaixo da terra ou no fundo dos mares, 
geralmente em grandes profundidades. E segundo os geólogos, sua formação 
é o resultado da ação da própria natureza, que transformou em óleo e gás 
restos de animais e vegetais depositados há milhares de anos no fundo de 
antigos mares e lagos. Com o correr dos anos outras camadas foram se 
depositando sobre esses restos de animais e vegetais, e a ação do tempo, do 
calor e da pressão transformou aquela matéria orgânica em petróleo. Por isso o 
petróleo não é encontrado em qualquer lugar, mas apenas onde ocorreu esta 
acumulação de materiais diversos levados pelo vento e por outras forças da 
própria natureza. São as chamadas bacias sedimentares. Mas mesmo nestas 
regiões sedimentárias, o petróleo só pode aparecer onde existirem rochas 
impermeáveis, que permitem a sua acumulação em maiores quantidades nos 
poros das pedras, e assim constituem as jazidas. Por isso, para se perfurar um 
local na procura de petróleo, é preciso antes estudar as camadas do solo e a 
constituição das rochas.” 
 
 
 3 
1. 2 PETRÓLEO. 
 
O petróleo pode ser definido quanto à sua composição química como 
uma mistura complexa de ocorrência natural, consistindo predominantemente 
de hidrocarbonetos (podendo chegar a mais de 90 % de sua composição) e 
não-hidrocarbonetos compostos por derivados orgânicos sulfurados (presentes 
como mercaptans, sulfetos, ácido sulfídrico, etc.) nitrogenados (presentes 
como piridina, pirrol, quinolina, porfirinas, etc.), oxigenados (presentes como 
ácidos carboxílicos e naftênicos, fenol, cresol) e organo-metálicos. Em geral o 
petróleo é inflamável à temperatura ambiente, e suas propriedades físicas 
apresentam grandes variações como, densidades relativas entre 0,80 a 1,0, 
pode-se ter petróleos muito fluidos e claros, com grandes quantidades de 
destilados leves, até petróleos muito viscosos e escuros com grandes 
quantidade de destilados pesados (Thomas, 2001; Speight, 2001; Murgich e 
colaboradores, 1996, Farah, 2002; Barker, 1985). Normalmente o petróleo 
apresenta-se como um líquido escuro, oleoso, onde micelas e ou outros 
agregados moleculares de diferentes tamanhos e composição são encontrados 
(Murgich e colaboradores, 1996, Farah, 2002; Barker, 1985). 
 
O petróleo varia muito quanto a sua cor, odor e propriedades de 
escoamento o que reflete a diversidade de sua origem. O petróleo pode ser 
denominado leve ou pesado em relação à quantidade de constituintes com 
baixo ponto de ebulição e densidade relativa. Igualmente o odor é usado para 
distinguir petróleo doce (baixo teor de enxofre) e ácido (alto teor de enxofre) 
(Speight, 2001). 
 
O petróleo não é uma substância uniforme podendo estar dissolvido em 
sua massa líquida, gases, sólidos e suspensões coloidais. A faixa de variação 
da composição elementar do petróleo é bem estreita (Calemma e 
colaboradores, 1995; Farah, 2002; Barker, 1985), como pode ser vista na 
Tabela 1. 
 
 4 
Tabela 1- Composição Elementar Média do Petróleo (Thomas, 2001; 
Speight, 2001). 
ELEMENTO % (m/m) 
Carbono 83,0 a 87,0 
Hidrogênio 11,0 a 14,0 
Enxofre 0,06 a 8,0 
Nitrogênio 0,11 a 1,70 
Oxigênio 0,10 a 2 
Metais (Fe, Ni, V, etc) até 0,30 
 
O Petróleo é constituído em grande parte por Hidrocarbonetos. Sob o 
nome hidrocarbonetos existe uma grande variedade de compostos de carbono 
e hidrogênio que quimicamente, de acordo com certas características, são 
agrupados em séries. Mais de 15 séries de hidrocarbonetos já foram 
identificadas, sendo que umas são encontradas com maior freqüência que 
outras. As mais comumente encontradas são as parafinas, as olefinas e os 
hidrocarbonetos aromáticos. Dentro de uma mesma série podem ser 
encontrados desde compostos muito leves e quimicamente simples, como, por 
exemplo, o metano da série das parafinas, a compostos bem mais pesados e 
quimicamente complexos. 
 
Na série das parafinas encontram-se os hidrocarbonetos parafinicos 
normais ou alcanos, que possuem a fórmula geral CnHn+2. Os nomes dos 
alcanos são formados por um prefixo, que especifica o número de átomos de 
carbono, e o sufixo ano. Assim, a série dos alcanos é constituída do metano 
(CH4), etano (C2H6), propano (C3H5), butano (C4H10) etc. 
 
Os hidrocarbonetos parafinicos podem apresentar ramificações em um 
ou mais átomos de carbono, sendo nesses casos denominados isoparafinas ou 
isoalcanos, mas possuem a mesma fórmula geral dos alcanos. Alguns 
hidrocarbonetos da série dos isoalcanos são o isobutano, o isopentano e o 3-
metil-pentano, por exemplo. 
 
 5 
Para distinguir os alcanos dos isoalcanos normalmente se usa o prefixo 
normal (ou simplesmente n) no caso dos alcanos e o prefixo iso normal (ou 
simplesmente i) no caso dos isoalcanos. Por exemplo, usam-se as 
denominações n-butano para indicar que se trata de um alcano e i-butano para 
indicar que se trata de um isoalcano. Na série das olefinas, os hidrocarbonetos 
mais comuns são os alcenos, que apresentam a fórmula geral CnH2n. 
 
Dentre eles podem ser citados o eteno (C2H4) e o propeno (C3H6), por 
exemplo. 
 
Dentre os hidrocarbonetos aromáticos podem ser mencionados o 
benzeno (C6H6), o tolueno (C7H8) e o naftaleno (C10H8) 
 
Agregada à mistura de hidrocarbonetos vem sempre uma certa 
quantidade de impurezas, sendo as mais comuns o dióxido de carbono, o 
oxigênio, o nitrogênio, o gás sulfidrico, o hélio e alguns outros compostos de 
carbono. 
 
A infinita variedade de composições das misturas de hidrocarbonetos, 
aliada à variação de tipos e teores de impureza, faz com que praticamente 
todas as misturas tenham características diferentes. Cor, viscosidade, massa 
específica etc., podem diferir bastante de uma jazida para outra. O Petróleo, 
apesar de se assemelhar a um produto líquido, é na verdade uma emulsão 
coloidal constituída por componentes gasosos e sólidos dispersos na fase 
líquida. Esta emulsão pode ser desestabilizada por aquecimento, separando-se 
as frações em função da diferença dos seus pontos de ebulição. 
 
 
As características do petróleo bruto se alteram de acordo com o campo 
produtor, podendo de acordo com as características geológicas do localde 
onde é extraído, variar quanto à sua composição química e ao seu aspecto, 
podendo esta variação ocorrer até em um mesmo campo (Bestougeff e 
Byramjee, 1994; Thomas, 2001). Portanto, a composição do óleo é muito 
 6 
influenciada pelo reservatório e um exemplo prático é o que ocorre no campo 
de Bell Creek, Wyoming, onde a densidade em 0API varia de 450 no sudeste a 
320 API no centro do campo produtor (Speight e Long, 1995). 
 
Os componentes presentes no petróleo também podem ser agrupados 
em quatro classes principais, sendo este critério baseado em solubilidades, 
conhecido como análise SARA, que é um método de fracionamento no qual o 
petróleo é separado em saturados (alcanos e cicloparafinas), aromáticos 
(hidrocarbonetos mono, di e poliaromáticos), resinas (fração constituídas de 
moléculas polares contendo heteroatomos N, O ou S) e asfaltenos (são 
moléculas similares às resinas, porém possuindo maior massa molecular e 
núcleo poliaromático) (Speight, 2001; Wang e colaboradores, 2002; Sjöblom e 
colaboradores). As resinas e os asfaltenos possuem espécies não voláteis, de 
difícil quantificação (Leon e colaboradores, 2000, Yarranton, 2002; Khadim e 
Sarbar, 1999; Farah, 2002; Barker, 1985; Danesh, 1998). 
 
Quanto à sua classificação, o petróleo é geralmente dividido em tipos ou 
bases, conforme a Tabela 2. 
 7 
Tabela 2: Características das Principais Classes de Petróleos (Thomas, 
2001; Farah, 2002). 
CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CLASSES DE PETRÓLEOS 
CLASSE CARACTERÍSTICAS ORIGEM 
Parafínica Quando predominam até 90% 
de alcanos, são os óleos crus 
leves, com densidade inferior a 
0,85. Teor de resinas e 
asfaltenos abaixo de 10%. 
Paleozóicos da África do 
Norte, Estados Unidos e 
América do Sul. Cretáceo 
inferior da plataforma 
continental Atlântico Sul, e 
alguns óleos Terciários da 
Líbia e Europa Central. 
Parafínica-Naftênica Os óleos dessa classe 
apresentam um teor de resinas 
e asfaltenos entre 5 a 15%, 
baixo teor de enxofre (0 a 1%). 
Valores de densidade e 
viscosidade mais elevados do 
que a classe parafínica 
Cretáceos de Alberta, 
Paleozóico da África do Norte 
e Estados Unidos, Terciários 
da Indonésia e da Africa 
Ocidental e no Brasil a 
maioria dos petróleos da 
bacia de Campos. 
Naftênica Apresentam baixo teor de 
enxofre, e se originam de 
alteração bioquímica de óleos 
parafínicos e parafínicos-
naftênicos. 
Cretáceos da América do Sul, 
alguns da Rússia e Mar do 
Norte. 
Aromática Intermediária Compreende óleos pesados, 
contendo de 10 a 30% de 
asfaltenos mais resinas, e teor 
de enxofre acima de 1%. 
Densidade maior que 0,85. 
Teor de hidrocarbonetos 
monoaromáticos é baixo. 
Óleos Cretáceos do Médio 
Oriente, Cretáceo da África 
Ocidental, e alguns óleos 
originados da Venezuela, 
California e Mediterrâneo. 
Aromática-Naftênica São derivados dos óleos 
parafínicos e parafínicos-
naftênicos por processo de 
biodegradação. Contém teor de 
enxofre 0,4 a 1%, e até mais de 
25% de resinas e asfaltenos. 
Cretáceo Inferior da África 
Ocidental. 
Aromática-Asfaltica Compeende óleos pesados, Óleos do Canadá Ocidental, 
 8 
viscosos, teor de asfaltenos e 
resinas de 30 a 60%, teor de 
enxofre de 1 a 9%. 
óleos asfálticos da Venezuela 
e do Sul da França. 
 
No Brasil, à maioria dos petróleos da Bacia de Campos são classificados 
como do tipo base parafínica-naftênica. Estes óleos apresentam teor de resinas 
e asfaltenos entre 5-15%, teor de aromáticos entre 25 a 40% e baixo teor de 
enxofre (0 a 1%) (Thomas, 2001). Estas características físicas conferem a este 
óleo a classificação de médio para pesado. 
As moléculas de asfaltenos são constituídas principalmente por núcleos 
poliaromáticos ligados por cadeias laterais naftênicas e alifáticas e geralmente 
apresentam grupos funcionais variados contendo ácidos carboxilícos, amidas, 
aminas, álcoois e heterocíclicos contendo oxigênio, enxofre e/ou nitrogênio e 
certos metais como vanádio e níquel. 
 9 
 
 
 10 
 
 
 
 
 
Gás Natural 
Gás Natural é o gás existente nas jazidas. Algumas vezes, é produzido 
juntamente com o petróleo - é o chamado gás associado, comum nos poços da 
bacia de Campos. Há também o gás natural não-associado, existente em 
jazidas sem petróleo, como nos poços do campo de Juruá, na Amazônia. 
Ao sair do poço, o petróleo não vem só. Embora existam poços que só 
produzem gás, grande parte deles produz, ao mesmo tempo, gás, petróleo e 
água salgada. Isto prova que o óleo se concentra no subsolo, entre uma capa 
de gás e camadas de água na parte inferior. Depois de eliminada a água, em 
separadores, o petróleo é armazenado e segue para as refinarias ou terminais. 
O gás natural é submetido a um processo onde são retiradas partículas 
líquidas, que vão gerar o gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha. 
Após processado, o gás é entregue para consumo industrial, inclusive na 
petroquímica. Parte deste gás é reinjetado nos poços, para estimular a 
produção de petróleo. 
 
 
Atualmente a definição mais completa é que os asfaltenos são solúveis 
em hidrocarbonetos aromáticos, tais como, tolueno e benzeno e insolúveis em 
hidrocarbonetos alifáticos, como n-pentano, n-hexano e n-heptano, nos quais 
as resinas são solúveis (Deo e colaboradores, 2004; Mullins e colaboradores, 
2003; Jamaluddin e colaboradores, 2003; Kilpatrick e colaboradores, 2003a e 
b; Al-Sahhaf, 2002; León e colaboradores, 2000 e 2001; Bauget e 
colaboradores, 2001; Lenormand e colaboradores, 2001; Yarranton e 
Gafanova, 2001; Yarranton e colaboradores, 2000a e b; Rogel, 2000; Khadim e 
Sarbar, 1999; Nomura e colaboradores, 1999; Speight e Andersen, 1999; 
Murgich e colaboradores, 1999; Barker, 1985; Speight, 1991, 1994, 1999 e 
2001). 
Resíduo 
de Vácuo 
Asfaltenos + Resinas + 
Parafinas Pesadas 
Evaporação 
do Heptano 
 
Precipitaç
ão com 
heptano 
30:1 
MALTENOS 
Extrator 
(Heptano) 
Parafinas + 
Resinas 
Extrator 
(Tolueno) 
Sais 
Inorgânicos 
Evaporação 
do Tolueno 
 
ASFALTENOS 
Solúvel 
Solúvel 
Solúvel 
Insolúvel 
Insolúvel 
Insolúvel 
 11 
Os asfaltenos podem ser definidos também como compostos de alta massa 
molecular na faixa de 5x102 a 103 kg/kmol, podendo, entretanto chegar a 104 
kg/kmol (Speight, 1999 e 2001). Os asfaltenos são considerados a fração do 
petróleo com mais núcleos aromáticos e a de maior massa molecular (León e 
colaboradores, 2001). Os asfaltenos não possuem uma estrutura química 
definida, principalmente devido aos diferentes tipos de petróleos existentes. 
Estruturalmente é aceito que os asfaltenos apresentam predominante natureza 
aromática, possuindo núcleos policondensados, ligados a cadeias acíclicas e 
cíclicas (naftênicas), geralmente apresentando grupos funcionais ácidos e 
básicos, possuindo também elementos como oxigênio, enxofre e nitrogênio, 
sendo que este último aparece em pequenas quantidades, e metais como 
vanádio e níquel (Speight, 2001; Calema e colaboradores, 1995; Yarranton e 
colaboradores, 2000b; León e colaboradores, 2000; Rogel, 2000; Rogel e 
Carbonari, 2003; Mullins, 2003 e 1999; Siddiqui, 2003; Murgich e 
colaboradores, 1999; Geng e Liao, 2002; Marczewski e Szymula, 2002; 
Kilpatrick e colaboradores, 2003 a; Ancheyta e colaboradores, 2004). 
 12 
 
• PROPRIEDADES UTILIZADAS PARA 
CARACTERIZAR E VALORIZAR OS PETRÓLEOS 
 
o Curva PEV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Permite a separação do óleo cru em cortes ou frações de acordo com suas 
temperaturas de ebulição. O Procedimento PEV é normalizado pela ASTM, 
pelas normas D-2892 e D-5236. 
 
Chegando às refinarias, o petróleo cru é analisado para que possamosconhecer suas características e então definir os processos a que será 
submetido para a obtenção de determinados produtos. 
 
Evidentemente, as refinarias, conhecendo suas limitações, já adquirem 
petróleos dentro de determinadas especificações. A separação das frações é 
baseada no Ponto de ebulição dos hidrocarbonetos. 
Curva de Curva de Curva de Curva de PPPPontos de ontos de ontos de ontos de EEEEbulibulibulibuliçãçãçãção o o o VVVVerdadeiroserdadeiroserdadeiroserdadeiros ---- PEVPEVPEVPEV 
 ( ( ( ( TTTTrue rue rue rue BBBBoiling oiling oiling oiling PPPPoints oints oints oints –––– TBPTBPTBPTBP ) ) ) ) 
T (°°°°C ) 
 
% vaporizado (%destilada em 
volume) 
 13 
De acordo com a predominância dos hidrocarbonetos encontrados no óleo cru, 
o petróleo é classificado em: 
 
 
Parafínicos 
 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos parafínicos. Este tipo de 
petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades: 
 
- Gasolina de baixo índice de octanagem. 
- Querosene de alta qualidade. 
- Óleo diesel com boas características de combustão. 
- Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade química 
e alto Ponto de fluidez. 
- Resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina. 
- Possuem cadeias retilíneas. 
 
 
Naftênicos 
 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos naftênicos. O petróleo do 
tipo naftênico produz subprodutos com as seguintes propriedades principais: 
 
- Gasolina de alto índice de octanagem. 
- Óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono. 
- Resíduos asfálticos na refinação. 
- Possuem cadeias em forma de anel. 
 
 
Aromáticos 
 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos aromáticos. Este tipo de 
produz solventes de excelente qualidade e gasolina de alto índice de 
octanagem. Não se utiliza este tipo de petróleo para a fabricação de 
lubrificantes. 
 
Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, os mesmos são refinados através 
de processos que permitem a obtenção de óleos básicos de alta qualidade, 
livres de impurezas e componentes indesejáveis. 
 
 14 
 
 
• grau APIgrau APIgrau APIgrau API: expressa : expressa : expressa : expressa como medida d como medida d como medida d como medida da a a a densidade relativa.densidade relativa.densidade relativa.densidade relativa. 
O Grau API é uma escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum Institute 
- API, juntamente com a National Bureau of Standards e utilizada para medir a 
densidade relativa de líquidos. 
Densidade relativa de um produto é definida como a relação entre a massa 
específica desse produto a uma dada temperatura e a massa específica de um 
padrão a mesma ou diferente temperatura. A densidade do petróleo é 
importante porque ela reflete, por si só, o conteúdo de frações leves e pesadas do 
cru, pois se trata de uma propriedade aditiva em base volumétrica. 
 
Menor API = Maior densidade, significa composição mais rica em 
hidrocarbonetos pesados com potencial de geração de derivados mais pesados ( 
de menor valor de mercado ) 
Formulação 
É obtido pela fórmula: 
ºAPI = (141,5 ÷ densidade da amostra à temperatura de 60°F) - 131,5 
em que a densidade é medida relativamente à densidade da água 
A densidade, portanto, pode ser obtida por: 
Obs: 60°F (Temperatura padrão EUA), correspondem a 15,55...°C No Brasil é 20ºC. 
Exemplo: Um derivado de petróleo tem o ºAPI igual a 34,31. Calcule a sua densidade 
d60/60ºF (d=0,8534). 
Classificação do petróleo segundo o Grau API 
O grau de API permite classificar o petróleo em 
Petróleo leve ou de base Parafínica: Possui ºAPI maior que 31,1. Contém, 
além de alcanos, uma porcentagem de 15 a 25% de cicloalcanos. 
Petróleo médio ou de base Naftênica: Possui ºAPI entre 22,3 e 31,1. Além 
de alcanos, contém também de 25 a 30% de hidrocarbonetos aromáticos. 
Petróleo pesado ou de base Aromática: Possui ºAPI menor que 22,3 e é 
constituído, praticamente, só de hidrocarbonetos aromáticos. 
Petróleo extra-pesado: Possui ºAPI menor que 10. 
Quanto maior o grau API, maior o valor do produto no mercado. 
DENSIDADE (ºAPI) CLASSIFICAÇÃO 
API > 40 EXTRA-LEVE 
40>API>33 LEVE 
33>API>27 MÉDIO 
27>API>19 PESADO 
19>API>15 EXTRA-PESADO 
API<15 ASFÁLTICO 
 
 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GLP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 NAFTA PETROQUÍMICA 
 
 
GASOLINA 
QUEROSENE 
 DIESEL 
 
 
LUBRIFICANTES/PARAFINAS 
ÓLEO COMBUSTÍVEL 
 
ASFALTOS 
 
 
• AcidezAcidezAcidezAcidez 
Petróleos mais ácidos necessitam de refinarias com 
metalurgia apropriada ���� menor valor de mercado. 
ACIDEZ Naftênica é definida como a quantidade de KOH 
necessária para neutralizar 1 grama de amostra. Normalmente, 
a acidez naftência é provocada pela presença de compostos 
oxigenados de origem ácida, que costuma ocorrer em petróleo 
biodegradados. O Material que suporta o ataque desses ácidos 
naftênicos é o aço AISI 316. 
• ViscosidadeViscosidadeViscosidadeViscosidade 
Elevada viscosidade causa problemas de escoamento. 
Petróleos com elevada viscosidade são escoados em mistura 
para reduzir o custo de bombeamento 
....Ponto de fluidezPonto de fluidezPonto de fluidezPonto de fluidez 
O ponto de fluidez é definido como a menor temperatura na 
qual uma substância ainda flui. Ele se constitui em um 
indicativo da parafinicidade da substância, pois maiores 
teores de parafínicos conduzem a maiores pontos defluidez. O 
conhecimento do ponto de fluidez é importante no caso de 
petróleos, porque a partir dele são definidas suas condições 
de transferência em oleodutos. 
APF= petróleos com ponto de fluidez superior a temperatura 
ambiente 
BPF= petróleos com ponto de fluidez inferior a temperatura 
ambiente 
 
 
 
 16 
2. Refino do Petróleo 
O refino é constituído por uma série de operações de beneficiamento às quais 
o petróleo bruto é submetido para a obtenção de produtos específicos. Refinar 
petróleo, portanto, é separar as frações desejadas, processá-las e transformá-
las em produtos vendáveis. 
 
A primeira etapa do processo de refino é a destilação primária. Nela, são 
extraídas do petróleo as principais frações, que dão origem à gasolina, óleo 
diesel, nafta, solventes e querosenes (de iluminação e de aviação), além de 
parte do GLP (gás de cozinha). Em seguida, o resíduo da destilação primária é 
processado na destilação a vácuo, na qual é extraída do petróleo mais uma 
parcela de diesel, além de frações de um produto pesado chamado gasóleo, 
destinado à produção de lubrificantes ou a processos mais sofisticados, como o 
craqueamento catalítico, onde o gasóleo é transformado em GLP, gasolina e 
óleo diesel. O resíduo da destilação a vácuo pode ser usado como asfalto ou 
na produção de óleo combustível. Uma série de outras unidades de processo 
transformam frações pesadas do petróleo em produtos mais leves e colocam 
as frações destiladas nas especificações para consumo. 
O petróleo, em estado natural, é uma mistura de hidrocarbonetos – compostos 
formados por átomos de carbono e hidrogênio. Além desses hidrocarbonetos, o 
petróleo contém, em proporções bem menores, compostos oxigenados, 
nitrogenados, sulfurados e metais pesados. Todos esses elementos combinam-
se de forma infinitamente variável. Conhecer a qualidade do petróleo a destilar 
é fundamental para as operações de refinação, pois sua composição e aspecto 
variam segundo a formação geológica do terreno de onde o petróleo foi 
extraído e a natureza da matéria orgânica que lhe deu origem. Assim,há 
petróleos leves, que dão elevado rendimento em nafta e óleo diesel; petróleos 
pesados, que têm alto rendimento em óleo combustível; petróleos com alto ou 
baixo teor de enxofre, etc. O conhecimento prévio dessas características facilita 
a operação de refino. 
 
A Petrobras, por exemplo, produz em suas refinarias mais de 80 produtos 
diferentes. 
Os rendimentos obtidos, em derivados, em relação ao petróleo processado 
dependem do tipo do petróleo e da complexidade da refinaria. Os principais 
derivados e sua utilização são: 
• Gás ácido - Produção de enxofre 
• Eteno - Petroquímica 
• Dióxido de carbono - Fluido refrigerante 
• Propanos especiais - Fluido refrigerante 
• Propeno - Petroquímica 
• Butanos especiais - Propelentes 
• Gás liquefeito de petróleo – Combustível doméstico 
• Gasolinas - Combustível automotivo 
• Naftas - Solventes 
• Naftas para petroquímica - Petroquímica 
 17 
• Aguarrás mineral - Solventes 
• Solventes de borracha - Solventes 
• Hexano comercial - Petroquímica, extração de óleos 
• Solventes diversos - Solventes 
• Benzeno - Petroquímica 
• Tolueno - Petroquímica, solventes 
• Xilenos - Petroquímica, solventes 
• Querosene de iluminação - Iluminação e combustível doméstico 
• Querosene de aviação - Combustível para aviões 
• Óleo diesel - Combustível para ônibus, caminhões, etc. 
• Lubrificantes básicos - Lubrificantes de máquinas e motores em geral 
• Parafinas - Fabricação de velas, indústria de alimentos 
• Óleos combustíveis - Combustíveis industriais 
• Resíduo aromático - Produção de negro de fumo 
• Extrato aromático - Óleo extensor de borracha e plastificante 
• Óleos especiais - Usos variados 
• Asfaltos - Pavimentação 
• Coque - Indústria de produção de alumínio 
• Enxofre - Produção de ácido sulfúrico 
• n-Parafinas - Produção de detergentes biodegradáveis 
2.1 O PROCESSO DE REFINO 
 
Os processos de refino variam de uma refinaria para outra. Isso significa 
que nem todas as refinarias possuem as mesmas unidades de processamento. 
Existem alguns fatores que são responsáveis por essas diferenças entre as 
refinarias. Um primeiro fator seria o tipo de petróleo a ser processado, já que, 
por exemplo, poderiam ser obtidas frações com qualidade e viabilidade 
econômica, não apropriadas para uma determinada região de consumo. Um 
segundo fator seria o da necessidade do mercado de uma determinada região 
em relação a uma fração obtida, visto que esse mercado se modifica com o 
tempo. Um terceiro fator seria em relação ao meio ambiente, associado à 
evolução tecnológica, o que leva atualmente à criação de processos com maior 
tecnologia e avanços econômicos. 
 
 Nos últimos anos às grandes reservas de petróleos leves tem diminuído 
muito, sendo esperado que os petróleos fiquem cada vez mais pesados e com 
maiores teores de enxofre, metais e asfaltenos, o que torna o seu 
processamento mais complexo. Por outro lado, a legislação ambiental se torna 
cada vez mais severa quanto às emissões de poluentes, gerando, por exemplo, 
uma redução na demanda de óleos com elevado teor de enxofre. 
 18 
 
 Durante o refino do petróleo, compostos orgânicos pesados incluindo 
asfaltenos, compostos heterociclícos, hidrocarbonetos pesados e outros 
produtos não voláteis permanecem como produto de fundo nas várias unidades 
de processamento de petróleo numa refinaria, formando uma mistura 
complexa, denominada de resíduo (Mansoori e colaboradores, 2001b). 
 
 Uma conseqüência direta do processamento de óleos mais pesados é o 
aumento da fração de correntes residuais (óleos pesados, resíduos de 
destilação à pressão atmosférica, a vácuo ou até mesmo betumes), sendo 
então necessária a incorporação ao sistema de refino de processos, que 
aumentem a capacidade de transformação destas frações em produtos com 
maior valor comercial. 
 O processamento de correntes residuais de petróleo pode ter como 
objetivos: 
• Produzir óleos desasfaltados e/ou desparafinados, com baixos teores de 
asfaltenos, resinas e metais; 
• Extrair óleos lubrificantes; 
• Preparo para posterior craqueamento; 
• Produção de frações mais leves economicamente mais rentáveis. 
 
Em um esquema típico de refino são encontradas as seguintes principais 
fases do processamento do petróleo (Farah, 2002; Abadie, 2003): 
 
♦ Processos de Separação: são processos onde ocorre apenas à separação 
física dos componentes da carga. Ocorrem através da ação energética 
(variações de temperatura e/ou pressão) ou de transferência de massa 
(solubilidade em solventes). Fazem parte deste grupo a Destilação 
Atmosférica, a Destilação a Vácuo, a Desparafinação a Solvente, a 
Desasfaltação a Propano, a Desaromatização a Furfural, e outros. 
 
♦ Processos de Conversão: são processos de natureza química, visando 
transformar uma fração em outra de maior interesse econômico, ou com o 
 19 
objetivo de se alterar a constituição molecular de uma determinada fração, 
sem no entanto transformá-la em outra. Isto é possível através de reações 
de craqueamento ou rearranjo molecular. São exemplos, o Craqueamento 
Térmico, o Craqueamento Catalítico, a Reformação Catalítica, o 
Coqueamento Retardado, o Hidrocraqueamento e outros. 
 
♦ Processos de Tratamento: embora sejam processos de natureza química, 
não têm como objetivo principal provocar modificações químicas nas 
frações e sim melhorar a qualidade da fração eliminando ou diminuindo os 
contaminantes ou impurezas presentes. São classificados em Tratamento 
convencional (usados em frações leves) e o Hidrotratamento (HDT) ou 
Hidroacabamento (usados em frações médias e pesadas). São exemplos 
de Processos de Tratamento Convencional: Lavagem Cáustica, Tratamento 
com Etanolaminas, Tratamento Merox, Tratamento Bender e outros. 
Processos de Hidrotratamento são utilizados em frações médias 
(querosene, diesel) e pesadas (gasóleos, lubrificantes e outros). 
 
A seguir serão comentados alguns processos de refino com o objetivo 
de mostrar as correntes principais formadas, em especial a formação de 
resíduo atmosférico (RAT) e resíduo de vácuo (RV). O RAT é a carga da 
destilação a vácuo e do craquemento catalítico fluidizado (FCC) enquanto que 
o RV, que é mais rico em asfaltenos, é a carga do processo de desasfaltação e 
de coqueamento retardado. 
 
2.1.1 DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA. 
 
O objetivo da destilação é a separação do petróleo em diversas 
correntes, como gás combustível, GLP, naftas, querosene, gasóleos 
(atmosférico e de vácuo), óleo combustível, asfalto, lubrificantes e resíduos. A 
Tabela 4 apresenta alguns desses produtos com a faixa de destilação 
característica. Algumas dessas frações sofrem um processamento posterior 
para conversão em outros produtos. Outras frações passam por um tratamento 
para melhoria de suas características para atender as necessidades do 
 20 
mercado consumidor (Barker, 1985; Thomas, 2001; Farah, 2002; Abadie, 
2003). 
Tabela 3: Produtos Obtidos pelo Processo de Destilação Atmosférica e a 
Vácuo (Thomas, 2001; Farah, 2002). 
PRODUTOS DA UNIDADE DE DESTILAÇÃO DO PETRÓLEO 
FRAÇÃO FAIXA DE 
DESTILAÇÃO(°C) 
PRODUTOS 
COMERCIAIS 
Gás Liquefeito do Petróleo -44 a 0 GLP 
Nafta Leve Atmosférica 32 a 90 Gasolina 
Nafta Pesada Atmosférica 90 a 190 Petroquímica 
Querosene 100 a 270 Querosene de 
Aviação 
Gasóleo Leve Atmosférico 270 a 320 Óleo Diesel 
Gasóleo Pesado Atmosférico 320 a 390 Combustível 
Gasóleo Leve de Vácuo 390 a 440 Lubrificantes 
Gasóleo Pesado de Vácuo 440 a 600 Carga de FCC, 
Lubrificantes e Asfalto 
Resíduo Atmosférico Acima de 370 Gasóleo 
Resíduo de Vácuo Acima de 600 Óleo Combustível e 
Lubrificantes 
 
O processamento do petróleo, chamado refinação, começa pela 
destilação, uma operação unitária, consistindo na vaporização e posterior 
condensação fracionada deseus constituintes pela ação de temperatura e 
pressão, devido à diferença de seus pontos de ebulição. Desta forma com a 
variação das condições de aquecimento de um petróleo, é possível a 
vaporização de compostos leves, médios e pesados, que, podem ser 
separados ao se condensarem. Paralelamente ocorre a formação de um 
resíduo pesado constituído principalmente de hidrocarbonetos de elevados 
pesos moleculares, que nas condições de temperatura e pressão na qual a 
destilação é realizada não se vaporizam. 
 
Na refinaria uma unidade de destilação do petróleo é composta 
basicamente de três seções principais: 1) pré-aquecimento e dessalinização; 2) 
 21 
destilação atmosférica e 3) destilação a vácuo. A Figura 1 mostra a destilação 
atmosférica com as duas baterias de pré-aquecimento e a dessalgadora. 
 
Figura 1: Unidade de Destilação Atmosférica (Abadie, 2003; Brasil, 2003). 
 
No início do processo de destilação, o petróleo frio, é bombeado através 
de vários trocadores de calor, onde é aquecido progressivamente ao mesmo 
tempo em que resfria os produtos que deixam a unidade de destilação. O 
conjunto dos permutadores de calor dessa seção é conhecido como bateria de 
pré-aquecimento. 
 
 22 
O petróleo antes de ser destilado, passa por uma dessalgadora, e sua 
temperatura nessa etapa está na faixa de 120-160ºC. A dessalgadora tem 
como objetivo remover os sais, água e partículas em suspensão. Esses 
contaminantes, em relação ao petróleo, devem ser removidos, pois causam 
sérios danos às unidades de destilação como fator limitante do tempo de 
campanha e provocando operação ineficiente da unidade. Um dos maiores 
problemas são os sais de cloro, que liberam ácido clorídrico, o que pode causar 
corrosão acentuada nos equipamentos e tubulações. O petróleo, após ser 
dessalinizado, passa numa segunda bateria de pré-aquecimento, onde a 
temperatura é elevada ao máximo possível conseguida por troca térmica com 
as correntes quentes que deixam o processo (Brasil, 2003). 
 
O petróleo antes de entrar na torre de destilação atmosférica, deverá ser 
aquecido até um valor estipulado, então passa por fornos tubulares onde 
recebe energia térmica produzida pela queima do óleo ou mesmo do gás 
produzido na unidade atingindo até a temperatura de 371 ºC. Porém não deve 
ser ultrapassada esta temperatura, a partir da qual inicia-se à decomposição 
térmica das frações pesadas presentes no petróleo. O craqueamento térmico é 
uma ocorrência indesejável em unidades de destilação, porque provoca a 
deposição do coque nos tubos dos fornos e nas regiões das torres, causando 
problemas operacionais (Abadie, 2003). 
 
Uma coluna de destilação de petróleo que opera em condições 
atmosféricas tem como produtos de topo o gás combustível, que é a corrente 
mais leve do petróleo e a de menor rendimento, o GLP e a nafta leve, que são 
condensados fora da torre e posteriormente, são separados. Os produtos 
laterais são a nafta pesada, o querosene e os gasóleos. O resíduo de 
destilação atmosférica que deixa o fundo da coluna é chamado de Resíduo 
Atmosférico (RAT) e dele ainda podem ser retiradas frações importantes, 
através da destilação a vácuo (Brasil, 2003). 
 
O RAT é um corte de elevada massa molecular e nele já se concentram 
os asfaltenos presentes no óleo. O RAT tem baixo valor comercial, e sua única 
utilização direta é como óleo combustível, entretanto nele estão contidas 
 23 
frações de elevado potencial econômico que não podem ser separadas na 
destilação atmosférica por causa dos seus altos pontos de ebulição. Assim, 
esse resíduo é encaminhado às torres de destilação que operam a vácuo. 
 
2.1.2 DESTILAÇÃO A VÁCUO. 
 
 A destilação a vácuo é usada para retirar do petróleo às frações mais 
pesadas, conseguindo fracionar o RAT. Ela retira do petróleo uma grande parte 
das frações lubrificantes de baixa e média viscosidade, porém não consegue 
recuperar as frações lubrificantes mais pesadas, de alta viscosidade e alto 
valor comercial. Essas frações permanecem no resíduo, em conjunto com as 
resinas e os asfaltenos. 
 
A necessidade de pressões subatmosféricas, na destilação a vácuo se 
deve ao fato de que acima de uma determinada temperatura (370°C), 
começam a ocorrer às reações de craqueamento térmico (Farah, 2002; Abadie, 
2003; Brasil, 2003). 
 
O RAT, que é o produto de fundo da destilação atmosférica, é a carga 
para a destilação a vácuo. Esse resíduo precisa ser processado, pois ainda 
estão presentes componentes de alto valor comercial em sua constituição. A 
destilação a vácuo é útil, pois tem como objetivo recuperar essas frações de 
elevado valor comercial como o gasóleo leve (GOL) e gasóleo pesado (GOP). 
Estas frações deixam a coluna pela parte superior, sob a forma de vapor e o 
produto residual da destilação a vácuo é conhecido como Resíduo de Vácuo 
(RV) (Farah, 2002; Abadie, 2003). 
 
A carga aquecida, após deixar os fornos, vai para a torre de vácuo a 
uma pressão de 100 mmHg o que já provoca a vaporização de boa parte da 
carga. Os hidrocarbonetos vaporizados, como na destilação atmosférica, 
atravessam as bandejas de fracionamento e são coletados em duas retiradas 
laterais: gasóleo leve (GOL) e gasóleo pesado (GOP), que normalmente, 
constituem a carga para a unidade de FCC (Brasil, 2003). O GOL é um produto 
 24 
pouco mais pesado que o óleo diesel e pode ser a ele misturado quanto seu 
ponto inicial de ebulição não é elevado. 
 
As frações mais pesadas do óleo – RAT e RV - obtidas durante o refino, 
apresentam as maiores concentrações em asfaltenos. O RV é constituído de 
hidrocarbonetos de elevada massa molecular, baixa razão H/C, alto teor de 
aromáticos, enxofre e nitrogênio, traços de níquel e vanádio e tem ainda um 
baixo valor comercial (Miller e colaboradores, 1998). Conforme suas 
especificações, o RV pode ser encaminhado para tanque de óleo combustível 
após acerto final da viscosidade, ou para tanque de cimento asfáltico (CAP) 
(Brasil, 2003). Em algumas refinarias o RV é carga da unidade de 
coqueamento e da unidade de desasfaltação a propano. Este resíduo de vácuo 
fornecerá óleo lubrificante ou servirá de carga para a próxima etapa, o 
craqueamento catalítico (Fisher e colaboradores, 1998; Farah, 2002; Abadie, 
2003). 
 
Com o processamento cada vez maior de óleos pesados e com o 
aumento da demanda de produtos nobres (gasolina e diesel), o RAT que é 
utilizado como carga da unidade de destilação a vácuo passou a ser utilizado, 
também, como carga da unidade de craqueamento catalítico. Na Figura 2, está 
representada uma unidade de destilação a vácuo para a produção de 
combustíveis. 
 25 
 
Figura 2: Unidade de Destilação a Vácuo (Abadie, 2003; Brasil, 2003). 
 
 
 26 
3. PRODUTOS: COMBUSTÍVEIS ENERGÉTICOS E NÃO 
ENERGÉTICOS 
O Petróleo 
Principais Combustíveis 
Informações extraídas do Anuário Estatístico da Indústria Brasileira do Petróleo - 1990/1997 
ANP - Agência Nacional do Petróleo -ISSN 0101-3874 
 
Combustíveis Energéticos 
Produtos utilizados com a finalidade de produzir energia, seja diretamente, a 
partir de sua queima (combustíveis), 
ou pela sua transformação em outros produtos combustíveis. 
• Álcool 
o Álcool Etílico: Álcool etílico é utilizado como combustível 
automotivo. 
o Álcool Hidratado: Utilizado nos motores dos veículos à álcool. 
o Álcool Anidro: Componente de mistura da Gasolina C. 
• Diesel 
Frações seguintes ao querosene na destilação do petróleo (gasóleo). 
o Diesel Comum: Amplamente empregado como combustível nos 
motores a explosão de máquinas, veículos pesados, et. (ciclo 
diesel); também utilizado como combustível industrial e para 
geração de energia elétrica. 
o Diesel Metropolitano: Combustível automotivo com 
especificações mais rigorosas quanto ao teor de enxofre,para 
uso no transporte urbano, conforme as exigências ambientais. 
o Diesel Marítimo: Combustível para embarcações leves, 
atendendo especificações mais rígidas (ex: ponto de fulgor). 
• Gases 
São hidrocarbonetos leves (C1-C2), usados para fins combustíveis em 
geral. Devido às propriedades físicas de seus componentes, são 
exigidas condições severas para a sua liquefação, o que eleva o custo 
de armazenamento destes produtos 
o Gás Combustível: Gases residuais de refinaria utilizados como 
combustíveis na própria refinaria ou vendidos para alguns 
consumidores. Inclui Gás de Xisto, de características 
semelhantes e Gás Metano. 
o Gás Natural: Mistura de hidrocarbonetos leves gasosos (metano 
e etano, principalmente), obtida da extração de jazidas.É utilizado 
como combustível industrial, automotivo e doméstico. 
o Gases Liquefeitos: Mistura de hidrocarbonetos gasosos mais 
pesados (C3-C4) que, por não exigirem condições severas para 
sua liquefação, podem ser liquefeito por compressão em 
condições de temperatura ambiente, ou por resfriamento, 
mantendo-se a pressão normal. Sua maior aplicação é na cocção 
dos alimentos. Também é utilizado em empilhadeiras, soldagem, 
 27 
esterilização industrial, teste de fogões, maçaricos e outras 
aplicações industriais. 
• Gasolina 
Combustível para motores de combustão interna com ignição por 
centelha (Ciclo Otto). Composto de frações líquidas leves do petróleo, 
variando sua composição, em hidrocarbonetos, desde C5 até C10 ou C12. 
o Gasolina Automotiva: Gasolina para automóveis de 
passageiros, utilitários, veículos leves, lanchas e equipamentos 
agrícolas. À gasolina A mistura-se o Álcool Anidro, para a 
produção da Gasolina C, ou o meyil-tercil-butil-éter – MTBE, para 
a produção da Gasolina B. 
o Gasolina de Aviação: Empregada para aviões com motores de 
pistão. Possui elevado índice de octano (80 a 145) e ponto de 
congelamento igual a –60oC. 
• Nafta Energética 
No caso, a Nafta para Geração de Gás, que é transformada em gás de 
síntese, por um processo industrial (reformação com vapor d´água). Este 
gás é utilizado na produção do gás canalizado doméstico. 
• Óleo Combustível 
São as frações mais pesadas da destilação atmosférica do petróleo. 
Largamente utilizado como combustível industrial em caldeiras; fornos; 
etc. 
o Òleo Combustível ATE: Óleo com alto teor de enxofre (acima de 
1%). 
o Óleo Combustível BTE: Óleo com baixo teor de enxofre (até 
1%). 
o Óleo Combustível Marítimo: Combustível para navios em geral. 
Inclui os MARINE FUELS (misturas com o Diesel em proporções 
variadas e o Óleo Combustível Especial para Marinha – EPM). 
• Querosene 
Frações seguintes à gasolina na destilação do petróleo (ceroseno). 
o Querosene de Iluminação: Utilizado, em geral, como 
combustível de lamparinas. 
o Querosene de Aviação: Combustível para turbina de aviões. 
• Outros Combustíveis Energéticos 
Quaisquer outros produtos energéticos, de aplicação específica, que não 
se enquadram em nenhum dos subgrupos acima. 
Combustíveis Não Energéticos 
• Asfaltos 
o Cimentos Asfálticos de Petróleo: Asfaltos "sólidos" (pasta de 
alta viscosidade) usados em pavimentação 
o Asfaltos Diluídos de Petróleo: Mistura de asfalto em diluente 
(diesel), para aspersão no piso durante a pavimentação. 
• Coque 
Produto sólido, negro e brilhante, obtido por coqueamento de resíduos 
pesados, essencialmente constituído por carbono (90 a 95%) e que 
queima sem deixar cinzas. É utilizado na metalurgia e na indústria de 
 28 
cerâmica. É também utilizado na fabricação de eletrodos de carvão para 
dínamos nos abrasivos de grafite e nos pigmentos para tintas. 
o Coque de Petróleo: Produto das unidades de coqueamento das 
refinarias. 
o Coque Calcinado: Produto da calcinação do Coque Verde de 
Petróleo, que perde umidade e teores de hidrocarbonetos leves. 
• Gases Liquefeitos Não Energéticos 
Hidrocarbonetos (C3–C4) com outras aplicações não energéticas, tais 
como Alcenos (Propenos; Butenos), matérias-primas para petroquímica, 
Dienos (ex: Butadieno –1, 3, na fabricação da borracha sintética); 
Propano Especial e Butano Especial. 
• Gases Não Energéticos 
Hidrocarbonetos leves (até C2), para fins não energéticos. 
o Gases Petroquímicos: Eteno, petroquímico básico. 
o Gás Natural Não Energético: especificado para aplicações em 
fertilizantes (ex: amônia); siderurgia (redutor siderúrgico) ou 
petroquímica (ex: metanol). 
• Gasóleo Petroquímico 
Carga alternativa das unidades de pirólise das centrais petroquímicas. 
• Lubrificantes 
Utilizados para reduzir o atrito e o desgaste de engrenagens, desde o 
delicado mecanismo de relógio até os pesados mancais de navios e 
máquinas industriais. 
o Lubrificantes Básicos Naftênicos: Matéria-prima para a 
fabricação de Óleos Lubrificantes Acabados. Na sua composição 
química, predominam hidrocarbonetos Alicíclicos (cadeia fechada 
não aromática). 
o Lubrificantes Básicos Parafínicos: Matéria-prima para a 
fabricação de Óleos Lubrificantes Acabados. Na sua composição 
química, predominam hidrocarbonetos Alifáticos (cadeia aberta). 
o Lubrificantes Acabados: Processados, aditivados ou 
industrializados de forma geral, tendo como matéria-prima os 
Lubrificantes Básicos. 
o Lubrificantes Pré-Industrializados: São os lubrificantes q eu 
sofrem tratamento fora das unidades da PETROBRAS, dando 
origem a outro lubrificante, o qual é faturado e entregue como 
produto final da PETROBRAS, havendo a emissão de uma nota 
fiscal de devolução pela empresa que executou o tratamento. Há 
também o caso da empresa que executa o tratamento e fatura o 
produto final (venda direta). 
• Nafta Não Energética 
Naftas para Centrais Petroquímicas: Carga das unidades de pirólise e 
reforma da COPENE; PQU e COPESUL. Nafta para aplicações 
petroquímicas diversas. 
o Nafta Especiais: Nafta para fertilizantes; geração de hidrogênio; 
etc. 
o Nafta para Outros Fins: Aplicações diversas em pequena 
escala. 
 29 
• Parafinas 
Têm largo emprego na indústria de velas; papéis; lona; baterias; pilhas; 
laticínios; frigoríficos e alguns produtos químicos. 
• Solventes 
Utilizados na indústria de tintas; plásticos. Borrachas; resinas, etc. 
Subdividem-se em Alifáticos e Aromáticos. 
o Solventes Alifáticos: Hexano, Aguarrás, Solvente para borracha 
e outros. 
o Solventes Aromáticos: Benzeno, Tolueno, Xileno e outros. 
Utilizados para fins mais nobres, como química fina, polimeração, 
etc. 
• Outros Combustíveis Não Energéticos 
Quaisquer outros produtos não energéticos, de aplicação específica, que 
não se enquadram em nenhum dos subgrupos acima. 
o n-Parafina: Normal Parafina (cadeia normal; Matéria-prima na 
fabricação o Alquilbenzeno Linear que, por sua vez, é utilizado na 
fabricação de detergentes biodegradáveis (como por exemplo, 
pela DETEN, Cvamaçari/BA). 
o Demais Não Energéticos: Resíduo Aromático, Extrato 
Aromático, Resíduo de Desasfaltação e demais produtos não 
enquadrados anteriormente. 
• Combustíveis Não Petrolíferos 
o Nitrogenados: Amônia, Uréia e Ácido Nítrico. 
• Subprodutos 
o Gasosos: Dióxido de Carbono. 
o Líquidos: Dissulfetos. 
o Sólidos: Enxofre.

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