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A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes
Anais do 2° COEN- Congresso de Engenharias - Universidade Federal de São João del-Rei - MG
Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial
Detecção de falhas no estator da máquina de indução trifásica através da
análise de vibração e fluxo magnético
Lamim, P. C. M. (plamim@yahoo.com), Brito, J. N. (antoniofpg@gmail.com), Souza, G. R.
(geraldor@ufsj.edu.br), Christoforo, A. L. (alchristoforo@yahoo.com.br)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ); Departamento de Engenharia Mecânica (DEMEC)
RESUMO: Neste trabalho será apresentado o estudo da detecção e diagnóstico de falhas nos
enrolamentos dos motores de indução trifásico através da técnica de análise de vibração e fluxo
magnético. Foi obtida uma relação entre as principais falhas de origem elétrica (curto circuito entre
espiras e desequilíbrio de fase) com os sinais de fluxo magnético, sendo estabelecidas as freqüências
características de falhas. Os resultados experimentais comprovaram a eficiência da junção das
técnicas de detecção, diagnóstico e monitoramento. Podendo ser futuramente incluídos em
Programas de Manutenção Preditiva.
PALAVRAS-CHAVE: motor de indução trifásico, fluxo magnético, análise de vibração.
Detection of low insulation and unbalance voltage in three phase induction motors using
vibration and magnetic flux analysis
ABSTRACT: This work proposes the application of the vibration and magnetic flux analysis for the
detection and diagnosis of the low insulation between turns and unbalance voltage of induction
motors. The results showed the efficiency of the technique and their relevance to detect and diagnose
faults in induction motors. In this way it is possible to include it in a maintenance programs.
KEYWORDS: three-phase induction motors, vibration analysis and magnetic flux.
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XII CONEMI
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1. INTRODUÇÃO
Os motores de indução são usados no mundo inteiro em aplicações industriais. Tais
motores são máquinas robustas e usadas não somente em serviços gerais, mas também em
locais perigosos e nos ambientes severos. As aplicações de uso geral dos motores de indução
incluem acionamentos de bombas, compressores, ventiladores, equipamentos para
processamento e manuseio de cargas. Por outro lado, as aplicações em ambientes perigosos
incluem plantas de gás natural e petroquímica, quanto aos ambientes severos, têm-se
aplicações em elevadores de grão, retalhadoras e equipamentos para plantas de carvão.
Um programa de manutenção preditiva deve englobar várias técnicas de monitoramento
da condição do motor elétrico. Dentre elas, pode-se citar como clássicas, a análise de corrente
elétrica e análise de vibrações Brito (2002), Henao et al. (2003), Lamim Filho (2007).
Entretanto, existe um grande número de dificuldades associadas com estas técnicas e,
consequentemente, com suas aplicações práticas. Segundo Baccarini (2005), as falhas em
motores elétricos estão relacionadas a problemas nos rolamentos, curto circuito entre espiras
do estator e barras quebradas. Sendo que as falhas nos rolamentos estão relacionadas a
aproximadamente dois quintos de todas as falhas. O curto-circuito entre espiras estão
relacionados a um terço de todas as falhas. Barras quebradas e falhas no anel correspondem a
aproximadamente 10% das falhas nos motores de indução, Lamim Filho (2011).
O processo de degradação da isolação dos motores de indução trifásicos podem ser
acelerados se o motor operar em ambientes agressivos, tornando o motor ainda mais
susceptível a falhas incipientes Boothman et al. (1974), Cambrias (1988), LaForte e McCoy
(1988), Schump (1989), Maier (1989), Tavner e Penman (1989), Mitchell (1993), Gupta et al.
(1993), Mishra (1999), Riley et al.(1999), Benbouzid et al. (2003).
Se os defeitos incipientes ou a deterioração gradual não forem detectados, poderão
provocar a quebra do motor causando prejuízos e transtornos.
Várias falhas podem ser evitadas se a aplicação, condição de trabalho e origem das falhas
forem compreendidos, Lamim Filho (2011).
Este trabalho propõe a detecção e diagnóstico das falhas de curto circuito entre espiras e
desequilíbrio de fase através das técnicas de fluxo magnético e análise de vibração, sendo que
estas falhas representam grande parte das falhas elétricas que ocorrem nos motores Lamim
Filho (2007).
Para um melhor entendimento da relação falha/sinal, vários testes experimentais foram
realizados no Laboratório de Controle e Vibrações da UNICAMP (Universidade Estadual de
Campinas). Uma bancada de testes foi montada, onde sua robustez garantiu a repetibilidade
dos testes (curto-circuito entre espiras do estator e desequilíbrio de fase) sob as mesmas
condições.
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Os resultados experimentais comprovaram a eficiência da junção das técnicas de detecção
e possibilitou a distinção entre as análises de curto circuito e desbalanceamento de tensão.
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
2.1 Considerações Gerais Sobre Falhas no Estator da Máquina
Os fatores que afetam o comportamento do motor podem ser agrupados em problemas de
origem magnética ou elétrica e problemas de origem mecânica. Devido à importância do
entendimento das fontes de perturbações para o diagnóstico de falhas, vários trabalhos têm
sido realizados no intuito de identificar as possíveis freqüências características, Baccarini
(2005), Lamim Filho (2007), Lamim Filho (2011).
Na presença de anomalias no estator da máquina elétrica, irão existir ondas de FMMs e
densidades de fluxo magnético em todos os números de pares de polos e em ambas as
direções de rotação do campo girante, sendo que uma destas ondas terá o mesmo número de
pares de polos da densidade de fluxo principal do motor, porém em direção contrária a
rotação Gupta e Culbert (1993).
Como estas ondas possuem as mesmas frequências relacionadas com as ranhuras do rotor,
Equação 1, não farão com que novas frequências surjam nos espectros de vibração e fluxo
magnético. Porém é esperado, apenas, variações nas amplitudes das frequências relacionadas
com as ranhuras do rotor, quando da ocorrência de um defeito elétrico Gupta e Culbert (1993).
(1 ± n(1 - s)/p)f1 (1)
Sendo: = 1, 2, 3. . .. ; n é o número de ranhuras no estator ou barras do rotor; s é o
escorregamento, p é o número de pares de polos e f1 é a frequência da rede de alimentação.
Estas componentes de freqüências em (1 ± n(1 - s)/p)f1, podem, também, ser excitadas
pelo desequilíbrio de fase, tendo-se que identificar quais freqüências serão mais sensíveis a
um ou outro defeito para que se possa chegar a um diagnóstico correto em relação à falha que
compromete o funcionamento do motor.
2.2 Bancada Experimental
Na Fig. 1 tem-se uma vista geral da bancada experimental.
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Figura 1. Bancada Experimental.
A bancada experimental foi montada no Laboratório de Vibrações e Projetos Mecânicos
do Departamento de Projeto Mecânico da FEM-UNICAMP.
Os defeitos foram introduzidos num motor de indução trifásico {1}, WEG (FH 88747),
rotor gaiola, 5 CV, 1730 rpm, 220 V, 60 Hz, 4 pólos, categoria N, 44 barras, 36 ranhuras,
rolamento SKF 6205-2Z, ID–1, carcaça 100L, classe de isolamento B, FS 1,15, Ip/In 7,5, IP
55, 13,8 A, gentilmente cedido pela WEG Motores.
Um gerador CC {4} alimentando um banco de resistência é utilizado como sistema de
carga. Variando-se a corrente de excitação do campo do gerador CC, consegue-se,
consequentemente, variação da carga do motor.
O gerador está acoplado ao motor elétrico através de acoplamentos flexíveis {2} e um
torquímetro da S. Himmelstein and Company, modelo MCRT 9-02T, 0-7500 rpm, bi
direcional e torque máximo de 1000 LB-IN {3} que serviu para garantir a mesma condição de
funcionamento em todos os testes realizados.
Para simular uma baixa isolação, entre espiras de uma mesma fase, foram extraídas quatro
derivações em uma bobina. Essas derivações foram dispostas externamente e ligadas em série
(duas de cada vez) com um banco de resistência, de 1 , 100 Watts (cada uma) conectadas
em paralelo e que são adicionadas ao circuito por meio de um grupo de disjuntores para que
se controle a intensidade da corrente de curto em aproximadamente 10 A, mantendo-se
sempre a carga nominal do motor.
Cada bobina é constituída por 26 espiras com bitola do fio igual a 16 AWG. Como cada
fase é formada por 6 bobinas, tem-se o total de 156 espiras por fase.
Portanto, a configuração permite analisar baixa isolação (curto-circuito) entre, no mínimo,
duas espiras e, no máximo, 10 espiras para a fase A, correspondendo aos percentuais de 1,2%
(2/156) e 6, 4% (10/156) de baixa isolação.
A excitação por desequilíbrio de fase foi obtida inserindo-se uma resistência variável em
série com uma das fases de alimentação do motor elétrico.
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2.3 Resultados Experimentais
Foram coletados 120 espectros de fluxo magnético e vibração numa série de 10 testes para
cada excitação (sem defeito, curto-circuito de 2 espiras, curto-circuito de 4 espiras, curto-
circuito de 6 espiras, curto-circuito de 10 espiras, desequilíbrio de fase) e repetidos
aleatoriamente sobre as mesmas condições de carga.
Para aquisição dos dados, usou-se a placa NI-6251 da National Instruments. Essa possui
16 canais analógicos de entrada que podem amostrar em até 200 kHz e 2 contadores digitais
de 24 bits cada. As entradas analógicas possuem resolução de 16 bits. Os sinais de tensão das
bobinas implementadas foram submetidos a um filtro anti-aliasing com freqüência de corte de
2 kHz.
Para a implementação do algoritmo de aquisição de dados, e diagnóstico de falhas foi
usado o software Matlab.
Segundo Baccarini (2005), pode existir um tempo de operação do motor antes que o curto
entre espiras evolua para curto-circuito entre fase-terra e fase-fase, o que justifica o
desenvolvimento de sistemas de detecção de falhas.
A presença de uma anormalidade no circuito do rotor e ou no circuito do estator irá
proporcionar um distúrbio na densidade de fluxo magnético que atravessa o entre ferro da
máquina, causando uma modificação no espectro de referência e que podem ser identificadas
através da análise das componentes de freqüências em: (1 ± n(1 - s)/p)f1. Na Fig. 2, tem-se o
espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando com 100 % de carga na
condição sem defeito.
(a)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Frequency (Hz)
Am
pli
tud
e (d
B)
420 Hz
660 Hz 900 Hz
1332 Hz
1212 Hz
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(b)
Figura 2. Espectro sem defeito e motor funcionando com velocidade nominal e 100% de
carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de vibração.
Na Fig. 3, tem-se o espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando
com 100 % de carga e dez espiras curto-circuitadas.
(a)
(b)
Figura 3. Espectro com dez espiras curto circuitadas e motor funcionando com velocidade
nominal e 100% de carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de vibração.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Frequency (Hz)
Am
plit
ud
e (g
)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Frequency (Hz)
Am
pli
tud
e (d
B)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Frequency (Hz)
Am
plit
ude
(g)
1260 Hz
120 Hz
1332 Hz
1212 Hz
900 Hz
660 Hz 420 Hz
1260 Hz
120 Hz
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Na Fig. 4, tem-se o espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando
com 100 % de carga e desbalanceamento de tensão (Vab = 210 V, Vbc = 210 V e Vca = 220
V).
(a)
(b)
Figura 4. Espectro com desbalanceamento de tensão, motor funcionando com velocidade
nominal e 100% de carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de vibração.
Nos espectros de fluxo magnético das figuras acima, pode-se observar claramente os
harmônicos dependentes da freqüência de alimentação, f1 = 60Hz, (420, 660, 900, 1140 e
1260 Hz). Pode-se observar também os harmônicos principais da frequência de passagem de
ranhura (1 ± n (1 - s)/p)f1, para = 1, n = 44, s = 0,36, p = 2 e f1 = 60 (1212,48 e 1332,48
Hz).
Diante das frequências características do motor elétrico: frequência de passagem de
ranhuras (1 ± n(1 - s)/p)f1 e harmônicos da frequência de linha 1xf1, 2x f1, 3x f1, .... , foi
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Frequency (Hz)
Am
pli
tud
e (d
B)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Frequency (Hz)
Am
plit
ude
(g)
1332 Hz
1212 Hz
900 Hz
660 Hz
420 Hz
1260 Hz
120 Hz
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que são excitadas pelo curto circuito e desequilíbrio de fase.
Após a comparação de mais de 100 espectros de vibração, pôde-se verificar que os
harmônicos 2º e 21º da rede de alimentação foram os mais excitados pela inserção do curto
circuito e desequilíbrio de fases. Sendo assim, esses harmônicos serão considerados até o final
do texto como sendo frequências características de falha.
Comparando-se os dois espectros das Figuras 2, 3 e 4, torna-se extremamente difícil a
visualização das componentes de frequência de passagem de ranhuras que mais foram
excitadas pelas falhas de curto circuito e desequilíbrio de fase.
Diante de tal dificuldade, este trabalho propõe que se aplique a técnica do envelope, que é
muito utilizada na detecção de falhas em rolamentos, para a visualização das componentes das
frequências de passagem de ranhura que mais são excitadas pelas falhas elétricas introduzidas.
Dessa forma, após a aplicação da técnica do envelope na faixa de frequência de 700 a
2000 Hz, para a análise de fluxo magnético e na faixa de frequência de 1000 a 1500 para
análise de vibrações, obteve-se um espectro de fluxo e vibração em baixa frequência em que
as componentes de frequência de passagem de ranhura e o 21 harmônico da frequência de
linha se tornaram extremamente fáceis de serem visualizadas e comparadas umas com as
outras.
Nas Figuras 5 e 6, tem-se o espectro de fluxo magnético e vibração (sem falha e com dez
espiras curto circuitadas), respectivamente, após a aplicação da técnica do envelope, para o
motor funcionando com 100 % de carga.
(a)
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
40
60
80
100
120
140
Frequency (Hz)
Am
plit
ude
(dB
)
120 Hz 240 Hz
360 Hz
480 Hz
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(b)
Figura 5. Espectro de envelope sem defeito e motor funcionando com velocidade nominal e
100% de carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de vibração.
(a)
(b)
Figura 6. Espectro de envelope com dez espiras curto circuitadas e motor funcionando com
velocidade nominal e 100% de carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de vibração.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Frequency (Hz)
Am
plit
ude
(g)
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
40
60
80
100
120
140
Frequency (Hz)
Am
plit
ude
(dB
)
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Frequency (Hz)
Am
pli
tud
e (g
)
120 Hz
240 Hz
360 Hz 480 Hz
120 Hz
120 Hz
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Nos espectros de fluxo magnético das figuras acima, pode-se observar claramente a
demodulação das componentes de frequências de passagem de ranhura (120, 240, 360 e 480
Hz). Após a comparação de mais de 100 espectros de fluxo magnético, pôde-se verificar que
as componentes de frequências demoduladas em 360 e 480 Hz foram as mais excitadas pela
inserção do curto circuito e desequilíbrio de fases. Sendo assim, esses harmônicos serão
considerados como sendo frequências características para identificação do curto circuito e
desequilíbrio de fase e serão referenciados como sendo 6º harmônico demodulado e 8º
harmônico demodulado.
Na Figura 7, têm-se o gráfico de tendência para análise de fluxo magnético e vibração,
respectivamente, da média das amplitudes das frequências características dos dez testes
realizados nas situações sem defeito, curto circuito de 2 espiras, curto circuito de 4 espiras,
curto circuito de 6 espiras, curto circuito de 10 espiras e desequilíbrio de fase para o motor
funcionando com 100% de carga.
(a)
(b)
Figura 7. Gráfico de tendência para as falhas introduzidas: (a) análise de fluxo magnético e
(b) análise de vibração.
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3. CONCLUSÕES
Neste trabalho foi discutido a junção das técnicas de análise de fluxo magnético e vibração
para o diagnóstico de problemas de origem elétrica (curto-circuito entre espiras e
desbalanceamento de tensão) em motores de indução trifásicos, bem como a condição normal
de funcionamento (assinatura do motor).
Pôde-se observar, através dos espectros de fluxo magnético e vibração, que todos os testes
realizados tiveram uma boa repetibilidade e que não observou-se alterações de origem
mecânica que interferisse nos espectros de fluxo magnético e vibração, garantindo uma
perfeita análise dos resultados.
Para a falha de curto circuito, pôde-se observar que a mesma pode ser acompanhada
gradualmente desde níveis mais baixos que representam apenas uma baixa isolação até níveis
mais altos e que podem ser considerados altamente prejudiciais ao bom funcionamento da
máquina.
Uma das contribuições mais significativa deste trabalho é o relacionamento dos sinais de
fluxo magnético e vibração relacionados com dois dos principais defeitos de origem elétrica
(curto circuito e desequilíbrio de fase) e suas respectivas frequências características.
Os resultados experimentais comprovaram a eficiência do diagnóstico através do
cruzamento destas duas técnicas, podendo ser usado, futuramente, em Programas de
Manutenção Preditiva.
4. REFERÊNCIAS
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Belo Horizonte, Faculdade de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica,
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Gupta, B. Y. e Culbert, I. M., 1993, "Assessment of insulation condition inrotating machine
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LaForte, J. T. and McCoy, R. M., 1988, "Impulse voltage withstand capability of rotating
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