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A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DA MADEIRA DO CEDRO PARA UTILIZAÇÃO EM AERONAVES DE ALTO DESEMPENHO Paula A. F. Oliveira (1) (paulinhaa_zaz@hotmail.com), Barcelos .S. M (1) (samuelm2000@gmail.com), André L. C. de Carvalho (1) (andreceravolo@yahoo.com.br), Rocco Lahr, F. A. (2) (1) UFSJ; DEMEC (2) USP RESUMO: A Equipe Trem Ki Voa participa da Competição SAE BRASIL AERODESIGN desde o ano de 2001 e está sempre em busca de melhores resultados. A competição divide-se em duas etapas, avaliação do projeto e competição de voo, com o objetivo de projetar uma aeronave capaz de cumprir com segurança a missão de voo conquistando elevada pontuação de eficiência estrutural, maior carga útil carregada com menor peso de aeronave, entre outras bonificações. Para isso é necessário constante estudo das técnicas aeronáuticas e dos materiais usados na construção das aeronaves. A caracterização do Cedro para essa finalidade é uma alternativa para a redução do peso estrutural, visto que sua densidade é inferior a da madeira de Freijó atualmente usada pela Equipe. De acordo com os esforços solicitados na aeronave foram feitos os ensaios de compressão e tração paralela às fibras, determinação da umidade do lote para correção dos valores de resistência e rigidez, cálculo da densidade básica e aparente. A caracterização físico-mecânica do Cedro foi realizada seguindo a norma NBR 7190/1997, os resultados obtidos foram satisfatórios e aceitáveis para o uso da madeira do Cedro em aeronaves de alto desempenho. PALAVRAS-CHAVE: NBR 7190/1997, Cedro, caracterização físico-mecânica, madeira, aerodesign.. CHATERIZATION OF PHYSICAL AND MECHANICAL PROPERTIES OF THE CEDAR WOOD FOR USE IN HIGH PERFORMANCE AIRCRAFT ABSTRACT: The team Trem Ki Voa participates in the competition SAE BRAZIL AeroDesign since 2001 and is always looking for better results. The competition is divided into two stages, project evaluation and flight competition, with the goal of designing an aircraft capable of fulfilling the mission flight safety winning score high structural efficiency, greater payload loaded with lighter weight aircraft, among other bonuses. This requires constant study of aeronautical techniques and materials used in the construction of aircraft. The characterization of cedar for this purpose is an alternative to reducing the structural weight, since its density is less than wood Freijó currently used by staff. According efforts have been made to the aircraft ordered testing of compression and tension parallel to grain, moisture determination to fix the lot of strength and stiffness values, calculation of the density and apparent. The physical-mechanical Cedro was performed according to NBR 7190/1997, the results were satisfactory and acceptable for use in the Cedar wood high-performance aircraft. KEYWORDS: NBR 7190/1997, Ceder, chaterization of physical and mechanical properties, wood, aerodesign. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 2 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 3 1. INTRODUÇÃO O Projeto Aerodesign é um programa educacional, promovido pela SAE BRASIL, cujo principal objetivo é proporcionar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de Engenharia Aeronáutica entre estudantes de diversas Engenharias, Física e Ciências Aeronáuticas. Os alunos são desafiados a desenvolver um projeto de aeronave não tripulada radiocontrolada de alto desempenho, partindo de sua concepção e simulações computacionais, passando pelo detalhamento, justificativas até a construção da mesma. Pesquisando sempre em busca de novos conhecimentos, a equipe Trem Ki Voa procura vencer os desafios propostos pela organização do evento, projetando e construindo uma aeronave de mínimo peso com capacidade para transporte de máxima carga. A construção e o projeto de aeronaves requer o emprego de materiais que possuam boa relação entre resistência e densidade. Para isso é necessária intensa pesquisa e estudo de novos materiais a fim de tornar possível a construção de uma aeronave mais leve, resistente e competitiva. Os materiais utilizados no projeto são definidos levando em consideração os objetivos a serem alcançados e os cálculos estruturais, onde é possível calcular as cargas e as solicitações de esforços que devem ser absorvidos com segurança pela estrutura da aeronave. Esta definição deve ocorrer na fase de anteprojeto, pois é necessária para o dimensionamento estrutural da aeronave. As madeiras empregadas atualmente são a Balsa e o Freijó. Sendo a última amplamente usada na fuselagem da aeronave devido a suas boas propriedades mecânicas e ao baixo valor da densidade aparente de 0,54g/cm³, Assumpção (2011). Para a escolha de uma nova madeira a ser caracterizada para o uso em aeronaves foi feita uma pesquisa em fichas técnicas de diversas madeiras tendo em vista baixos valores de densidade, características mecânicas médio-altas e facilidade de aquisição. A madeira do cedro foi escolhida por ser uma madeira leve, fácil de trabalhar, aceita prego, grande estabilidade – o cedro tornou – pau para toda obra, sendo requerido para todos os usos onde se recomendava madeira estável e durável, até sua quase exaustão, (GONZAGA, 2006). Material lenhoso para estudos tecnológicos foi obtido no estado de São Paulo, com nome científico da madeira de Cedrela Odorata. O gênero Cedrela, no Brasil, é representado por outras duas espécies: Cedrela Angustifotia e Cedrela Fissilis. As suas madeiras são conhecidas indistintamente por Cedro, devido à semelhança quanto ao aspecto e estrutura anatômica, sendo conhecidas popularmente por Cedro-rosa ou Cedro-vermelho pela intensidade da cor do cerne. A utilização da madeira para uso em aeronaves de alto desempenho fica subordinada a conformidade de suas propriedades de resistência às cargas solicitadas para garantir a integridade da estrutura durante o voo e pouso. Para o projeto em questão foram escolhidos os 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 4 ensaios de compressão e tração paralela às fibras, assim como análise da umidade do lote adquirido para os testes e caracterização da densidade básica e aparente. O dimensionamento dos corpos-de-prova, direção das fibras, ensaios e cálculos foram feitos com o auxílio da norma NBR 7190/1997. Neste contexto, o objetivo do trabalho é realizar a caracterização físico-mecânica da madeira do cedro, obtida em mercado regional, para uso em estruturas de aeronaves fabricadas pela Equipe Trem Ki Voa com a finalidade de alcançar a maior pontuação de eficiência estrutural,menor peso com maior carregamento útil, na Competição SAE BRASIL AERODESIGN. 2. MATERIAIS E MÉTODOS A sequência adotada para realização dos testes segue a ordem apresentada no anexo B da norma brasileira 7190/1997, determinação das propriedades da madeira para projeto de estruturas: - Umidade; - Densidade básica e densidade aparente; - Compressão paralela às fibras; - Tração paralela às fibras. Segundo a norma brasileira, a caracterização das propriedades de resistência de um lote de madeiras destinadas ao emprego em estruturas pode ser classificada como completa, mínima e simplificada. Adotamos a caracterização simplificada por ser indicada para espécies de madeiras usuais, como é o caso do Cedro, e para cada situação foi ensaiada uma amostra de 6 corpos-de-prova. A determinação da umidade e das densidades foi realizada nas dependências do Laboratório de Metalógrafia e da Equipe Trem Ki Voa na Universidade Federal de São João del Rei. Para a realização dos ensaios de compressão e tração paralela às fibras contamos com a colaboração do Prof. Francisco Rocco do Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeiras da Escola de Engenharia de São Carlos, USP. 2.1.Umidade A determinação da variação do teor de umidade de cada lote de madeira faz-se necessário para ajustes das propriedades mecânicas de resistência e de rigidez da madeira. Foram utilizados corpos-de-prova de seção retangular de dimensões 2cm x 3cm e comprimento de 5cm, conforme a figura 1. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 5 O procedimento do teste inicia-se com a pesagem dos corpos-de-prova e posterior secagem em uma estufa com exaustão a uma temperatura de 103ºC. O peso dos corpos-de- prova foi medido a cada intervalo de 6 horas até atingirem o equilíbrio, dado quando a variação entre duas medidas consecutivas é menor ou igual a 0,5% da última massa medida. O teor da umidade em porcentagem é dado por: (1) Onde: U% é porcentagem de umidade do lote; é a massa inicial da madeira [g]; é a massa seca da madeira [g]. FIGURA 1. Corpo-de-prova para ensaio de umidade 2.2. Densidade A densidade é uma das características mais importante entre as diversas propriedades físicas, pois afeta todas as demais propriedades da madeira. Ela pode ser calculada de duas formas com diferenças no teor de umidade da madeira no ensaio: densidade básica e densidade aparente. Para ambos os testes foram usados corpos-de-prova idênticos aos usados na determinação da umidade. A determinação da densidade aparente é dada pela divisão da massa pelo volume, ambos com o teor de umidade de 12%, sendo esse valor considerado como umidade de equilíbrio da madeira. O procedimento de secagem é realizado até que o teor de umidade desejado seja alcançado para possibilitar as corretas medições. A densidade básica é uma massa específica convencional definida pela razão entre a massa seca e o volume saturado. O volume saturado é determinado pelas dimensões finais do (%) 100i s s m m U x m 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 6 corpo-de-prova submerso em água até que atinja massa constante ou com no máximo uma variação de 0,5% em relação à medida anterior. Para determinação da densidade básica podem ser usados diversos métodos: 1) Método de imersão baseado na variação do peso líquido; 2) Método da medição direta por paquímetro; 3) Método de imersão baseado no peso da amostra; 4) Método de medição direta do cilindro por volume graduado-corpo de prova imerso em areia; 5) Método de máximo teor de umidade; 6) Método de medição direta do cilindro por volume graduado-corpo de prova imerso em água; Dentre esses testes, os métodos 1,3 e 5 foram os mais precisos por não sofrerem a influência das dimensões dos corpos de prova, Trugilho et all (1990). Optamos por determinar a densidade básica através do método de medição por paquímetro, por ser indicado na norma brasileira, e o método do máximo teor de umidade devido à boa qualidade dos resultados para comparação. A metodologia do máximo teor de umidade apresentou valores mais preciso na determinação da densidade básica da madeira, (LIMA, 2009). O cálculo da densidade básica a partir do método de medição direta é dado pela divisão da massa seca, medida em gramas, de cada corpo-de-prova pelo volume medido em paquímetro com precisão de 0,001cm. Enquanto o método do máximo teor de umidade segue a equação: (2) Onde: DB é a densidade básica [g/cm³] é a massa seca da madeira [g]; é a massa úmida da madeira [g]. A massa úmida é determinada após imersão do corpo-de-prova na água até que atinja massa constante ou com no máximo uma variação de 0,5% em relação à medida anterior. 2.3.Compressão paralela às fibras Dentre as propriedades mecânicas mensuráveis da madeira, a compressão paralela às fibras é a propriedade de maior importância por ter boa correlação com quase todas as demais propriedades mecânicas. A amostragem deste ensaio foi composta por corpos-de-prova de 1 0,346u s DB m m 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 7 seção transversal quadrada de 5 cm de lado e comprimento de 15 cm. Todos os procedimentos de ensaio, relativos ao tipo de máquina de ensaio, velocidades de carregamento e métodos para determinação da resistência e do módulo de elasticidade, seguiram a normatização. FIGURA 2. Corpo-de-prova para ensaio de compressão paralela às fibras A resistência à compressão paralela às fibras, é dada pela máxima tensão de compressão que pode atuar na seção transversal do corpo-de-prova. A rigidez da madeira na direção paralela às fibras deve ser determinada por seu módulo de elasticidade, obtido do trecho linear do diagrama tensão-deformação, determinado pela inclinação da reta secante à curva tensão-deformação, definida pelos pontos (10%;10%) e (50%;50%), sendo 10% e 50% as tensões de compressão e 10% e 50%, as deformações específicas correspondentes a 10% e 50% da resistência, calculado pela equação: (3) Os valores especificados na NBR 7190/1997 são correspondentes a madeiras com teor de umidade de 12%, valor que constitui a condição-padrão de referência de umidade de equilíbrio da madeira. Depois da avaliação das propriedades pretendidas os resultados foram corrigidos para a umidade de referência a partir das expressões sugeridas pelo código normativo: (4) (5) 50% 10% 50% 10% coE 12 % 3 % 12 1 100 c cu U f f 12 % 2 % 12 1 100 c cu U E E 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, MinasGerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 8 2.4. Tração paralela às fibras Assim como o ensaio de compressão, o ensaio de tração paralela às fibras é denominado destrutivo, levando os corpos-de-prova até o estado de ruptura, com o objetivo de determinar o valor de resistência a tração paralela às fibras da madeira do Cedro. O procedimento de ensaio e os cálculos da resistência e módulo de elasticidade são idênticos ao usado no ensaio de compressão paralela às fibras. No entanto, o corpo-de prova para o ensaio de tração é alongado com trecho de seção transversal com extremidades mais resistentes que o trecho central, assim como ilustrado na figura 3. Figura 3. Dimensões do corpo-de-prova para ensaio de tração paralela às fibras. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O conhecimento da resistência mecânica e propriedades físicas da madeira é essencial no projeto de estruturas de madeira. A aceitação da madeira para execução da estrutura aeronáutica fica subordinada à conformidade de suas propriedades de resistência aos valores especificados no projeto, conforme a norma regulamentadora NBR 7190/1997. A primeira característica a ser analisada foi o teor de umidade do lote devido a grande influência que a mesma tem em relação à resistência e rigidez da madeira. Após controle de secagem, obtivemos o resultado do teor de umidade encontrado no lote com valor médio de 15,77%. Em conformidade com a norma, o cedro ensaiado encontra-se na classificação 2, umidade de equilíbrio de 15%. As classes de umidade tem por finalidade ajustar as 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 9 propriedades de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais onde permanecerão. Tabela 1. Classes de umidade Para a determinação da densidade aparente, medida com os valores para a madeira com o teor de umidade de 12%, foi usado apenas o método disponível na norma brasileira, encontrando um valor médio de 0,51 g/cm³. Com o intuito de determinar o valor mais preciso para a densidade básica, foram testados dois métodos distintos. O método da medição direta por paquímetro, indicado na norma, resultou em uma densidade básica de 0,448 g/cm³. O método de máximo teor de umidade é indicado para volumes inferiores a 3000 mm² devido à dificuldade de saturá-los completamente. Os corpos-de-prova usados foram idênticos para os dois ensaios de determinação de umidade, com dimensões de 2cmx3cmx5cm, e devido a esse parâmetro o segundo método apresentou valores inesperados e foi desconsiderado da análise. O ensaio de caracterização mecânica iniciou-se com os corpos-de-prova de compressão paralela às fibras. A média resultante da resistência do corpo-de-prova na compressão paralela às fibras, , foi de 356 Kgf/cm² e o respectivo módulo de elasticidade, , de 11387 MPa. Para análise da compressão normal às fibras é permitido o cálculo através da Equação 6 sem a necessidade de determinação experimental. Neste caso, temos o valor de 569 MPa para o módulo de elasticidade, , na direção normal às fibras. (6) Na caracterização usual das propriedades de resistência e rigidez da madeira, os valores devem corrigidos para a umidade padrão de 12%. As Equações (4) e (5) descritas na 90 0 1 20 c cE E 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 10 metodologia são usadas para fazer a correção das propriedades quando o teor de umidade da madeira ensaiada está contido no intervalo entre 10% a 20%. Segue a tabela comparativa com os valores corrigidos: TABELA 2. Valores de resistência e rigidez da compressão Teor de umidade [kgf/cm²] [MPa] [MPa] 15,77 % 356 11387 569 12 % 397 12245 612 A análise da caracterização do cedro para uso em aeronaves da Equipe Trem Ki Voa foi finalizada com o ensaio de tração paralela às fibras. Os valores determinados de resistência, , e módulo de elasticidade, , também sofreram correção para o teor de umidade de equilíbrio padrão da madeira. TABELA 3. Valores de resistência e rigidez da tração paralela às fibras Teor de umidade [kgf/cm²] [MPa] 15,77 % 773 11025 12 % 860 11856 Os resultados obtidos na caracterização físico-mecânica da madeira do Cedro para utilização em aeronaves tem valores aproximados aos encontrados na bibliografia consultada. 4. CONCLUSÃO Os ensaios realizados com a finalidade de utilizar a madeira do Cedro em estruturas aeronáuticas foram suficientes para comprovar que a mesma pode substituir a madeira de Freijó agregando maior pontuação na Competição SAE BRASIL AERODESIGN. A densidade determinada pelos ensaios com o Cedro é inferior ao do Freijó, acarretando em estruturas mais leves. Na comparação entre os valores obtidos nos ensaios de compressão e tração paralela às fibras, o Cedro também apresentou valores inferiores, porém aceitáveis para as cargas aplicadas na aeronave devido ao uso de fatores de segurança nos cálculos. Sendo assim, a madeira do Cedro tem um grande potencial para a utilização em aeronaves, apresentando-se como uma importante proposta para futuras construções de estruturas da Equipe Trem Ki Voa. A sua correta utilização depende do conhecimento do material e dos esforços aplicados em cada treliça da aeronave, além de algumas recomendações, como o uso de peças sem defeitos e com procedência confirmada. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 11 REFERÊNCIAS ANGELI, A. 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