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SISTEMATIZAÇÃO - TEXT DAMATA (INDIVÍDUO E SOCIEDADE)

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SISTEMATIZAÇÃO
CONCEITOS SOCIOANTROPOLÓGICOS DE INDIVÍDUO E SOCIEDADE
O que são Ciências Sociais?
Conjunto de saberes relativos à Sociologia, Antropologia e Ciência Política.
OBJETO DE ESTUDOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
A sociedade em suas dimensões sociológicas, antropológicas e política.
SOCIOLOGIA: estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais. 
ANTROPOLOGIA: privilegia os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades.
 CIÊNCIA POLÍTICA: analisa as questões ligadas às instituições do poder. 
 Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade.
 O conhecimento científico da vida social não se baseia apenas no fato, mas na concepção do fato e na relação entre a concepção e o fato. É o estudo da ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem.
 As ciências históricas e humanas (ciências sociais) não são, portanto, como as ciências naturais.
 A diferença entre as condições de trabalho dos sociólogos e dos físicos e quìmicos não é de grau, mas de natureza:
SOCIÓLOGOS: enfrentam divergências de todo tipo.
FÍSICOS E QUÍMICOS: trabalham em um ambiente em que há unanimidade nos juízos de valor sobre a pesquisa e o conhecimento.
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS:
Ciências Naturais: 
Estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis. 
São fenômenos recorrentes e sincrônicos.
Os fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório.
Nesta área, encontramos a possibilidade de OBJETIVIDADE. Uma mesma experiência poderá ser repetida e observada por dois cientistas, em locais distintos.
Ciências Sociais:
 Estudam fenômenos complexos.
 Não é fácil investigar sua matéria-prima por ser difícil isolar causas e motivações. O objeto de investigação ou matéria-prima é o homem nas relações intersubjetivas - os fenômenos sociais - ou seja, eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados.
No âmbito das Ciências Sociais, torna-se difícil desenvolver uma teoria capaz de transmitir com precisão uma causa única ou motivação exclusiva.
Muitas vezes atitudes semelhantes têm significados diferentes. Cada cultura constrói seu significado social. Os fatos estudados pelo cientista social podem ser pretéritos ou serem reproduzidos em situações muito distintas. Não podem ser reproduzidos em condições controladas.
Concluindo...
Ciências naturais:
# Os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados 
 dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório.
# Alcança-se a objetividade científica.
# As descobertas possibilitam o desenvolvimento de novas tecnologias.
# Reproduzível. Os fatos naturais são reproduzíveis em condições controladas.
Ciências sociais:
# Os fenômenos são complexos.
# As percepções são variadas, porquanto históricas.
# Corre-se o risco de simplificar demais as situações.
# O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais idéias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores.
# Irreproduzível. Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado. São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência.
# As reproduções são sempre parciais.
A REALIDADE E OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO
 A sociologia como ciência se deu no século XIX.
Os filósofos – e os cientistas depois – procuraram desvendar as relações entre homem e meio social. 
# Conceber o comportamento social como decorrente de leis próprias à vida em sociedade e não da vontade divina ou das características pessoais dos agentes em questão, como até então se fazia, representou uma profunda ruptura nas formas de interpretação da sociedade.
Até o surgimento da sociologia, tinham pleno sucesso as interpretações míticas e transcendentais que viam nos fenômenos sociais e nas calamidades públicas formas de castigo divino. Mesmo os gregos – que já buscavam analisar as possíveis causas e relações entre as coisas – tendiam a interpretar questões sociais, ao menos em suas tragédias , como resultantes dos desígnios dos deuses. Quem não lembra de Édipo Rei, de Sófocles. O autor da tragédia atribui a peste de Tebas ao desonroso casamento de Jocasta com seu próprio filho, Édipo. Na idade Média, as pestes também eram atribuídas ao pecado humano.
 A emergência e a sistematização do pensamento sociológico – a separação entre senso comum e ciência – constituíram, assim um processo de lenta gestação. 
À medida que as teorias foram se desenvolvendo e cada vez mais se desvendava a base social do comportamento humano, mais fidedignos se tornavam os procedimentos de pesquisa e análise. Mais se compreendia que a vida social tem características próprias, existindo uma regularidade nos fatos sociais. E ainda, que essa regularidade, empiricamente constatável, e até mensurável, pode ser expressa sob forma de uma tendência que se manifesta no tempo e no espaço.
TIPOS DE CONHECIMENTO
 CONHECIMENTO DE SENSO COMUM – tipo de conhecimento subjetivo, empírico, espontâneo, acrítico, assistemático que todo ser humano possui a partir da inserção e aprendizado em uma cultura.
 CONHECIMENTO CIENTÍFICO - saber objetivo, metódico, crítico, que busca conhecer as causas e relações entre as coisas. 
MÉTODOS E TÉCNICAS
 metodologia científica utilizada em determinada pesquisa é aquela que ensina o cientista a “ver” a realidade, isto é, a distinguir nela determinados acontecimentos e as relações existentes entre eles. Isso se torna especialmente verdadeiro se lembrarmos que na pesquisa social o objeto de estudo não é um organismo ou um ser, nem um fenômeno determinado (como nas ciências naturais), mas certo aspecto de toda conduta social. 
As teorias e os conceitos são os elementos que permitem ao cientista discernir o caráter social dos fenômenos humanos observados. 
Em sentido figurado, podemos dizer que os conceitos são as “ferramentas” de trabalho, como o binóculo e a bússola, enquanto as técnicas de pesquisa são as instruções para o uso correto desses instrumentos. Existe, portanto, uma relação direta entre os conceitos e o modo de abordar a realidade. 
Para poder observar os conceitos que quer analisar ou comprovar, o sociólogo deverá se valer de indicadores – elementos observáveis nos quais os conceitos se traduzem. 
 Técnicas para verificar estes indicadores.
 Observação: Dá-se o nome de observação à técnica de pesquisa em que o cientista, guiado por uma metodologia, por conceitos e indicadores correspondentes, coleta, seleciona e ordena dados da realidade a fim de tentar explicar sua gênese (= origem) e suas características.
O que comemos, bebemos, vestimos, acreditamos, a música que escutamos, tudo isso depende em grande parte de nossa cultura. 
Apesar de aceitarmos com muita facilidade nosso modo de vida como o modo de vida mais correto, a diversidade de culturas e comportamentos humanos é admirável. 
# Os americanos comem ostras, mas não comem escargot. Os franceses comem escargot, mas não comem gafanhotos. 
# Os judeus comem peixe, mas não comem porco. 
# Os indianos comem porco, mas não carne de gado. 
# Os russos comem gado, mas não comem cobras. 
 # Os chineses comem cobras, mas não comem seres humanos.
 # E os nativosda nova Guiné acham os humanos deliciosos.
 No momento em que o mundo transformou-se numa aldeia global e o mercado das empresas não mais se limita a um universo local ou nacional, já não é possível ignorar a variável cultural quando estudamos o comportamento do consumidor. Entretanto, por mais óbvio que isso possa parecer, várias empresas tiveram lançamentos de produtos fracassados, justamente por terem esquecido esse princípio tão simples. Foi o caso do líder americano em vendas de bolas de golfe, que, ao lançar-se no mercado japonês, comercializou seu produto em caixas de quatro bolas.
 O erro: no Japão o número 4 é maldito, pois significa morte e desgraça.
A influência da cultura sobre o ato de compra e de consumo é hoje extremamente reconhecida e a maior parte das abordagens avançadas sobre o comportamento do consumidor integra, de uma forma ou de outra, o fator cultural. Em sua forma mais observável, a cultura aparece como um conjunto de comportamentos distintos. O que diferencia imediatamente uma cultura de outra é certa forma de se alimentar, de se vestir, de morar, de falar, de expressar seus sentimentos. 
Por mais essenciais que sejam do ponto de vista comercial, esses comportamentos demonstram apenas um pedaço do iceberg. Eles são a concretização de um conjunto de normas e um sistema de valores que exprime o modo desejado de funcionamento de uma cultura.
 É a partir de um sistema de valores que julgamos que o comportamento de alguém é moral ou “normal”. Os valores influenciam o comportamento de compra, uma vez que eles determinam os objetivos almejados, o nível de envolvimento, os atributos buscados e as atividades praticadas; logo, os produtos e modos de consumo. 
Em uma sociedade, os valores culturais dominantes são veiculados pelas instituições, como a família, a escola e a igreja. Estas instituições assumem importância na compreensão do comportamento de compra e de consumo. Prescrevendo ou reprovando um comportamento, a religião, afeta o destino de certos produtos ou serviços (aborto, por exemplo) ou de certos modos de distribuição (abertura das lojas aos domingos) – o restaurante em Realengo (bolinho de bacalhau) não abre aos domingos.
Da mesma forma, existem em todas as sociedades, uma série de convenções que fazem parte de cada cultura e que regulamentam os comportamentos que se deve ou não ter com relação a presentes e festas, por exemplo:
# É hábito no Brasil, na noite de Natal, presentear crianças e adultos e reunir-se em uma festa familiar. 
# Em países vizinhos, como o Uruguai e a Argentina, a ceia de Natal existe, porém os presentes são entregues somente em 6 de janeiro, dia em que os Reis Magos e não Papai Noel vêm trazê-los. 
# Nos EUA, no dia de Ação de Graças, a maior parte dos americanos se reúne em família para comer peru recheado, celebrando a união familiar e a abundância material da sociedade em que vivem. Tais rituais são de interesse fundamental para a compreensão do contexto de compra de vários produtos.
 Além das instituições e dos ritos, toda cultura desenvolve um sistema de comunicação e de linguagem particular. 
No meio militar, os temos positivo e negativo são mais utilizados do que sim e não; 
da mesma forma que é comum entre os estudantes falar em bares e restaurantes universitários. 
Assim, podemos dizer que existe uma cultura militar e uma cultura estudantil, da mesma forma que existe uma cultura brasileira e uma britânica. 
Pano de fundo da vida em sociedade, a cultura está necessariamente presente nos diversos aspectos do comportamento do consumidor, bem como nos objetos que são consumidos. Por isso, ela atrai a atenção dos profissionais de marketing. 
Veja alguns exemplos de sua influência (DA INFLUÊNCIA DA CULTURA):
a General Motors teve que modificar o nome de seu modelo “Nova” em Porto Rico, quando percebeu que “no va” em espanhol significa “não anda”;
a Carlsberg colocou um terceiro elefante na etiqueta de sua cerveja para a África, porque dois elefantes juntos é sinal de mau presságio;
o McDonald’s, campeão mundial do marketing global, oferta no Brasil, além da Coca-cola, guaraná e suco de maracujá; na Tailândia há outro tipo de bebida exótica; e na França toma-se cerveja. Na Itália, o McDonald’s teve também de incluir um prato à base de massa para ser aceito pela cultura local;
na Europa, a gravadora CBS utilizou a mesma campanha, que mostra dois jovens surfando na crista da onda, em 15 países, aproveitando a homogeneidade dos modos de expressão inerentes aos jovens do mundo todo. Entretanto, uma campanha publicitária de sabonete francês Camay, que mostrava o marido entrando no banheiro enquanto sua esposa tomava banho, é considerada atraente pelos franceses, mas assumiu conotação indecente no Japão.
 Outro aspecto que confirma a importância dos fatores culturais para as organizações diz respeito à forma de conduzir negócios.
 
 Executivos que ignoram as peculiaridades culturais dos processos de negociação em cada país podem se ver diante de surpresas desagradáveis. Estas peculiaridades incluem desde aspectos simples, como regras de etiqueta, que são sabidamente diferentes de país para país, até aspectos legais, além de condutas e valores que determinarão o “sim” ou o “não”, na hora de se fechar um negócio.
 Muitos acordos promissores podem fracassar quando não se leva em conta as poderosas diferenças culturais deste processo.
 Nem todos os países possuem, por exemplo, estrutura hierárquica de decisões semelhante. 
Nos Estados Unidos a estrutura de poder é corporativa, é baseada nos acionistas.
 Mas na Alemanha, os trabalhadores têm uma representação bastante significativa nos departamentos de supervisão das grandes empresas.
 Na China, os membros locais do partido são parte integrante das equipes de negociação chinesas, mesmo em empresas privadas. 
Portanto, negociadores terão mais sucesso se levarem em conta uma série de aspectos relacionados com essa diferenças, seja consultando a literatura existente, seja conversando com pessoas que conheçam a cultura em questão.
Mito:
Um mito é uma narrativa de caráter simbólico relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Os conhecimentos são transmitidos de geração à geração, sem comprovação.
Ciência:
Em sentido amplo, ciência (do Latim scientia, significando "conhecimento") refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemática. Em sentido mais restrito, ciência refere-se a um sistema de aquisição de conhecimento, baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tal pesquisa. 
DAMATTA, Roberto. Artigo publicado no Suplemento Cultural – Edição especial do Jornal da Embratel e no livro “Explorações: ensaios de Sociologia Interpretativa”, pela Editora Rocco, em 1986.

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