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A Cultura é Dinâmica CULTURA UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO Roque de Barros Laraia Capítulo 5 Qualquer sociedade está num contínuo processo de modificação Os homens tem a capacidade de questionar seus próprios hábitos e modificá-los; Perfectibilidade. Não é o poder de se tornar perfeito, mas de se aperfeiçoar. Portanto, somente o imperfeito é perfectível. Rousseau via nela o próprio da humanidade: além da liberdade, explica ele, “há outra qualidade muito específica que distingue o homem do animal, e acerca da qual não pode haver contestação: é a faculdade de se aperfeiçoar, faculdade que, com a ajuda das circunstâncias, desenvolveu sucessivamente todas as outras e reside entre nós, tanto na espécie como no indivíduo; ao passo que um animal, ao cabo de alguns meses, é o que será o resto da vida, e sua espécie, ao cabo de mil anos, o que era no primeiro ano desses mil anos” (Discurso sobre a Origem da Desigualdade, I: mesma ideia em Pascal, mas sem a palavra perfectibilidade, em seu Préface au Traité du Vide [Prefácio ao Tratado do Vazio]. (1) Nenhuma sociedade é estática! Mudanças menos aceleradas ... Mais aceleradas Mais aceleradas (ambas dizem respeito ao carater dinâmico da cultura) Mudanças internas x mudanças externas Ex: inovação, catástrofe, contato; Sociedades satisfeitas com suas respostas ao meio e que são resolvidas por suas soluções tradicionais... Conservadores x Inovadores Manter hábitos inalterados x Substituição de hábitos por novos procedimentos Tipo ideal X Tipo real Ex: relações pré-matrimoniais e número de relações extraconjugais. A revista que trouxe a reportagem na década de 70 teve a edição apreendida. Na década de 80 a mesma reportagem teve livre circulação. Padrão de Comportamento O ser humano faz parte de uma espécie animal que produz cultura e pode transmiti-la, por meio da linguagem, ao logo do tempo. Ele, é, portanto um organismo biológico e sociocultural." Santos, Maria de Fátima de Souza. Gênero e Orientação Sexual: diferença não significa desigualdade, in Por uma cultura dos direitos humanos na Escola: Principio, meios e fins , ORG: Keila Deslandes e Erika Lourenço, Belo Horizonte, Editora Fino Traço, 2011, pg. 81. sexo x GÊNERO Geralmente não fazemos essa distinção, pois explicamos grande parte das características consideradas masculinas ou femininas como se fossem naturais, ou seja, como se a causa da diferenciação estivesse no aparelho reprodutor. Para o senso comum a conduta de mulheres e homens se origina de uma dimensão inscrita nos corpos. Contudo, os seres humanos estão inscritos em ambientes culturais não estáticos. Os modos como os homens e as mulheres se comportam em sociedade correspondem a um intenso aprendizado sociocultural que nos ensina a agir Conforme as prescrições de cada gênero e segundo cada contexto social Código Civil 1916 Art. 6º. São incapazes, relativamente a certos atos (art. 147, I), ou à maneira de os exercer: I - os maiores de 16 (dezesseis) e os menores de 21 (vinte e um) anos. II - As mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal. III - os pródigos. IV - os silvícolas. CAPÍTULO II DOS DIREITOS E DEVERES DO MARIDO Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal. Compete-lhe: I - a representação legal da família; II - a administração dos bens comuns e dos particulares da mulher, que ao marido competir administrar em virtude do regime matrimonial; III - o direito de fixar e mudar o domicílio da família; IV - O direito de autorizar a profissão da mulher e a sua residência fora do teto conjugal; V - prover a mantença da família; O que é feminismo? Feminismo é um movimento social e político que tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres. Feminismo não é o contrário de machismo? Não. Enquanto o feminismo busca construir condições de igualdade entre os gêneros, o machismo é o comportamento que coloca o homem em posição de superioridade com relação à mulher. Mas se as mulheres já podem votar, já podem ir para o mercado de trabalho, os direitos já não são iguais? O que mais as feministas querem? As feministas querem, por exemplo, o fim da violência de gênero – no Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é violentada, de acordo com uma pesquisa da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, a cada 10 minutos, uma mulher é estuprada, de acordo com o Mapa da Violência, e a cada 90 minutos uma mulher é assassinada, de acordo com o IPEA. Todas essas violências estão relacionadas à questão de gênero – são casos que durante muito tempo foram chamados de “passionais”, são casos que acontecem dentro de casa, no seio familiar, e que se diferem da violência que atingem os homens, que morrem por diversos motivos, mas nunca por serem homens. Mais: no Brasil as mulheres ainda ganham em média 30% a menos do que os homens para exercer a mesma função, de acordo com uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mulheres também são maioria no trabalho doméstico, acumulando funções dentro e fora de casa. São as maiores vítimas de assédio sexual no trabalho, normalmente cometido por homens em situação de hierarquia superior. Enfim, por vários motivos, ainda há muito o que conquistar em termos de direitos. 1973 namoro com colombiano / naturalização 1983 tiro que a deixa paraplégica 1991 1ª condenação 1994 lançamento livro 1996 2ª condenação 1998 caso é levado para a OEA 2001 Brasil é condenado por negligência, omissão e tolerância à violência doméstica contra mulheres. 2006 é aprovada a lei Maria da Penha, 11.340. Lei 13.104/2015 alterou o artigo 121 do CP “É o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino”, isto é, quando o crime envolve “violência doméstica e familiar e/ou desprezo ou discriminação à condição de mulher”.