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3/20/2018 1 Riscos Biológicos e Controle Biológico Fernando R. Pavan Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Graduação FBI/FBN - Biossegurança Risco Físico Risco Químico Risco Biológico Risco Ergonômico Risco Acidentes Calor, frio, ruído, vibração, radiação Afastamento temporário ou definitivo e até a morte Contaminantes do ar, subst. tóxicas e inflamáveis, irritantes e carcinogênicos Intoxicação aguda ou crônica, afastamento temporário ou definitivo, incapacidade, morte Contaminação: Bactérias, fungos, vírus ou protozoários Afastamento temporário ou definitivo e até a morte Fadiga física ou mental, instabilidade emocional, depressão, dores gerais Dispersão da atenção e da capacidade de observação, menor rendimento intelectual Vidrarias, instrumentos perfuro-cortantes Lesão temporária ou definitiva e até a morte Classificação dos riscos ambientais/ocupacionais Riscos Biológicos Refere-se a riscos provocados por algum tipo contaminação BACTÉRIAS, VÍRUS, FUNGOS, PROTOZOÁRIOS e Príon *Príon ou Prião é um agente infeccioso composto por proteínas com forma aberrante. Tais agentes não possuem ácidos nucleicos (DNA e/ou RNA) ao contrário dos demais agentes infecciosos conhecidos (vírus, bactérias, fungos e protozoários). Riscos biológicos Critérios – Patogenicidade; – Virulência; – Modo de transmissão; – Existência ou não de profilaxia e/ou de terapêutica eficazes; – Disseminação do meio ambiente. Para melhor entendimento e manipulação adequada os agentes infecciosos foram classificados em GRUPOS DE RISCO. Riscos Biológicos Riscos biológicos Grupo de Risco 1 Nenhum ou baixo risco individual e coletivo Um microrganismo que provavelmente não pode causar doença no homem ou em animal Bactérias: Lactobacillus sp, Bacillus subtillis, Escherichia coli, Stretomyces griseus não patogênica, Bacillus cereus, Fungos: Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii, Penicillium notatum, Pichia pastoris Vírus: bacteriófagos Protozoários: Naegleria gruberi, Entamoeba coli, Endolimax nana, Hyimenolepis diminuta, Meloidogyne sp. Grupo de Risco 2 risco individual moderado, risco coletivo baixo Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes Bactérias: Actinobacillus actinomycetemcomitans, Helicobacter pylori, Salmonella spp, Treponema pallidum Fungos: Aspergillus flavus, Bastomyces dermatidis, Candida albicans, C. glabrata Vírus: HIV Protozoários: Leishmania amazonenses, Trypanossoma cruzi, Toxoplasma gondii, Ascaris lumbricoides, Toxocara canis, Fasciola hepática 3/20/2018 2 Grupo de Risco 3 Alto risco individual, risco coletivo moderado Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa Bactérias: Mycobacterium tuberculosis, Bacillus anthracis Fungos: Histoplasma capsulatum Tuberculose - Vacina BCG (eficaz em crianças) - Terapia eficaz Grupo de Risco 4 Alto risco individual e para a comunidade Inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções causadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus Vírus: Vírus do Ebola Como é a propagação Por produtos sanguíneos (agulhas sujas ou sangue não testado). De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. Por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção. Por contato com a pele (apertos de mão ou abraços). Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas). Por toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta). Sem tratamento Sem profilaxia Taxa de morte acima de 90% Uma vez classificados em grupos de risco, quais estruturas básicas são necessárias para o manuseio desses agentes infecciosos???? NB-1 NB-2 NB-3 NB-4 Riscos Biológicos Riscos biológicos Baixo Risco Alto Risco A designação dos níveis de biossegurança é baseada nas características de desenho laboratorial, construção, disposições laboratoriais, equipamentos, práticas e procedimentos operacionais necessários para o trabalho com os agentes de diferentes grupos de risco. Níveis de biossegurança laboratorialNB Representa um nível básico de contenção que se baseia nas práticas padrão de microbiologia utilizados para grupos de risco biológico 1 Não é requerida nenhuma característica de desenho estrutural, além de um bom planejamento espacial e funcional e adoção de BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS Como exemplo estão os laboratórios didáticos em instituições de ensino e laboratórios de pesquisa Riscos Biológicos Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-1 • Estrutura laboratorial e Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) – Laboratório não precisa ser separado das demais dependências; – Trabalho pode ser realizado em bancada; • Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – Uso de Jalecos; – Recomendado o uso de luvas; – Recomendado o uso de óculos de proteção. RESPONSÁVEL TÉCNICO NB-1 3/20/2018 3 NB-1 ?? NB-1 é indicado para o treinamento educacional e universitário e profissional onde os microrganismos manipulados PROVAVELMENTE NÃO causam enfermidade ao homem ou animal. Riscos Biológicos Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-1 Adequado para qualquer trabalho que envolva sangue humano, líquidos corporais, tecidos de células humanas onde a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecido ou conhecido – utilizado para grupos de Risco 2. Todas as recomendações do NB-1 devem ser seguidas aqui, com o acréscimo de recomendações de EPIs e EPCs. Em EPCs a maior diferença é a necessidade de uma cabine de segurança biológica classe II. Se aplica aos LABORATÓRIOS CLÍNICOS OU HOSPITALARES de diagnóstico e PESQUISA. Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-2 • Estrutura laboratorial e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) – Uso de cabines de segurança biológica; – Aviso sinalizando risco biológico; – Lixo para descontaminação; – Autoclave disponível para descontaminação dos materiais; • Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – Obrigatório o uso de Jalecos; – Obrigatório o uso de luvas; – Obrigatório o uso de óculos de proteção; – Equipe treinada para manejo de patógenos. RESPONSÁVEL TÉCNICO NB-2 Risco biológico:________________________ Organismo(s): _________________________ Classe de risco: ________________________ Responsável: __________________________ Telefone de contato: ____________________ PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS 3/20/2018 4 Riscos Biológicos Riscos biológicos A.) Equipamento de Proteção Individual (EPI) B.) Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) Níveis de biossegurança laboratorialNB-2 Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-2 Níveis de biossegurança laboratorialNB-2 Essas cabines possuem filtro do tipo HEPA (High-efficiency particulatearrestance) que retém 99,97% das partículas maiores que 0,3 µm ESCALA: 1 MICROMETRO = 1000 NANOMETROS Riscos biológicos = 0,2 µm Artropóde Protozoário (Ameba) Célula humana Mitocôndria/bactéria Microtúbulo/vírus humano Membr. Citoplasmatica/bacteriófago DNA HEPA NB-2 é indicado aos laboratórios de análises clínicas, hospitalares ou pesquisa para o manuseio de sangue humano, líquidos corporais ou tecidos onde pode haver a presença de microrganismos CAPAZES de causar enfermidade ao homem ou animal. Laboratório de Análises Clínicas (NAC) FCFAR Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-2 Indicado para laboratórios que manuseiam microrganismos que CAUSAM doenças GRAVES no homem ou nos animais, possuindo ALTO RISCO de propagação principalmente por via aérea, mas que se conhecem medidas profiláticas e de tratamento. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Riscos biológicos Se aplica a laboratórios especiais de diagnósticos e a centros de pesquisa Níveis de biossegurança laboratorialNB-3 3/20/2018 5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – Obrigatório o uso de roupas descartáveis: – Jalecos; – Toca; – Pró-Pé; – Luvas; – Obrigatório o uso de óculos de proteção e ou máscara facial; – Obrigatório o uso de respirador ou máscara de proteção especial (N95) – 95% de eficiência em partículas de 0,1 µm; – Equipe treinada para manejo de patógenos; – Banho antes e após o período na área de trabalho. Riscos biológicos ESCALA: 1 MICROMETRO = 1000 NANOMETROS Riscos biológicos = 0,2 µm Artropóde Protozoário (Ameba) Célula humana Mitocôndria/bactéria Microtúbulo/vírus humano Membr. Citoplasmatica/bacteriófago DNA N95 Estrutura laboratorial e equipamentos de proteção coletiva (EPC) - Laboratório separado das áreas de trânsito livre; - Janelas fechadas e lacradas; - Autoclave de porta dupla; - Cabines de biossegurança com saída para o exterior (HEPA), classe II B2; - Sala para troca de roupas; - Sala de banho (não obrigatório); - Entradas e saídas de ar com filtro HEPA; - Pressão negativa na área de trabalho; - Pressão positiva nas ante-sala. Riscos biológicos Riscos biológicos NB-3 Riscos biológicos NB-3 Níveis de biossegurança laboratorialNB-3 Riscos biológicos NB-3 Níveis de biossegurança laboratorialNB-3 3/20/2018 6 O nível de Biossegurança 4 é destinado para manipulação de microrganismos das classes de risco 4. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenhos e equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança. Riscos biológicos Níveis de biossegurança laboratorialNB-4 NB-3 NB-4 Riscos biológicos Riscos biológicos NB-4 Riscos biológicos NB-4 Cabine de Segurança Biológica Classe III NB-3 NB-4 Indicado para laboratórios que manuseiam microrganismos que CAUSAM doenças GRAVES no homem ou nos animais, possuindo alto risco de propagação por via aérea, mas ... que se conhecem medidas profiláticas e de tratamento Indicado para laboratórios que manuseiam microrganismos que CAUSAM doenças GRAVES no homem ou nos animais, possuindo alto risco de propagação por via aérea, mas ... que NÃO se conhecem medidas profiláticas e/ou de tratamento Riscos biológicos Limpeza Desinfecção Esterilização Descontaminação Antissepsia Controle de Contaminação por Produtos Biológicos 3/20/2018 7 LIMPEZA Utilizada para remover materiais não desejáveis, como sujeira física e/ou orgânica de superfície de objetos. Normalmente utiliza-se água, detergente e ação mecânica. Controle de Contaminação por Produtos Biológicos Desinfecção Método capaz de eliminar muitos ou todos os microrganismos patogênicos, com exceção dos esporos bacterianos (mecanismo de resistência). Possui graus: alto, médio e baixo de desinfecção. Ex.: Esporo de Bacillus anthracis Parede de ác. Dipicolinico. Resiste a temperaturas > 100ºC Controle de Contaminação por Produtos Biológicos A esporulação, processo pelo qual alguns gêneros de bactérias formam esporos, ocorre quando estas bactérias estão em ambiente que ameaçam a sua sobrevivência, que não tem nutrientes suficientes para que cresçam e se reproduzam. As condições ambientais são adversas para o crescimento bacteriano. De maneira geral, isto ocorre quando há falta de nutrientes. O esporo é uma camada que protege a bactéria e é responsável pela resistência e ao ataque dos agentes físicos e químicos da esterilização e desinfecção Já foram encontrados esporos bacterianos com mais de 3 milhões de anos Descontaminação Antissepsia DESINFECÇÃO Objetos inanimados Tecido vivo Controle de Contaminação por Produtos Biológicos Esterilização É um processo que destrói todas as formas de microrganismos inclusive os esporos bacterianos. Ex.: Esporo de Bacillus anthracis Parede de ác. Dipicolinico. Resiste a temperaturas > 100ºC Controle de Contaminação por Produtos Biológicos Conhecendo a definição dos métodos de controle biológico, como saber qual processo aplicar?? Resposta: Conhecendo o microrganismo ou possíveis microrganismo contidos ali; conhecendo o nível de redução microbiana que se busca (ex. leite e peça cirúrgica) e conhecendo o material que busca-se o processo de controle. Hipoclorito de sódio 2% e formaldeído 4% Álcool 70%, 3/20/2018 8 Agentes Físicos Calor: Úmido Seco Radiação etc. Agentes Químicos Álcoois Hipoclorito de Sódio Formaldeído etc. Métodos para o Controle de Contaminação por Produtos Biológicos Agentes Físicos Calor seco Forno Flambagem de alças 180ºC/2h Calor direto até as cinzas Incineração Elimina todos os microrganismos Calor direto até as cinzas Elimina todos os microrganismos Elimina todos os microrganismos ESTERILIZAÇÃO Agentes Físicos Radiação ionizante – Raios gamma Efeito: Os raios produzem íons que vão se combinar com bases do DNA, resultando em erros na replicação levando a eliminação bacteriana. ESTERILIZAÇÃO Radiação penetrante! Agentes Físicos Radiação não ionizante – Ultra violeta T T TT Efeito: Podem causar graves danos ou morte celular, pois a célula não pode transcrever ou replicar corretamente esse DNA. ESTERILIZAÇÃO Radiação NÃO penetrante! Agentes Físicos Calor úmido Fervura Autoclavação Reduz a quantidade de microrganismos Elimina todos os microrganismos 100ºC/15 min 120ºC/15 min Mecanismo de ação??? =DESNATURAÇÃO PROTEICA ESTERILIZAÇÃO/DESINFECÇÃO?? ETANOL Qual(is) a(s) concentração(ões) descontaminante(s)???? Mecanismo de ação: Álcool 70% possui concentração ótima para atividade bactericida, pois a desnaturação das proteínas do microrganismo (atuam na membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo sua síntese e provocando sua destruição) faz-se mais rapidamente na presença da água, porque a água facilita a entrada do álcool para dentro do microrganismo. Desinfecção: mais utilizados no dia-a-dia 3/20/2018 9 Hipoclorito de Sódio Uso no laboratório*: Para desinfecção de superfícies e materiais biológicos (sangue, urina, etc) utilizado na concentração de 2% descontaminação média e a 0,02% baixa. Mecanismo de Ação: Desnaturação Proteica *Altamente corrosivo Desinfecção: mais utilizados no dia-a-dia Formaldeído Uso no laboratório*: Como gás utilizado na fumigação de ambientes fechados como a cabine de segurança biológica; Para desinfecçãode superfícies utilizado na concentração de 4% Mecanismo de Ação: A atividade germicida do formaldeído se deve à alquilação de radicais amino, carboxil, oxidril e sulfidril de proteínas e ácidos nucléicos microbianos, formando pontes metilênicas ou etilênicas, o que impedem que esses compostos celulares realizem suas funções. *Dependendo do tempo de exposição pode ter ação esterilizante ESTERILIZAÇÃO/DESCONTAMINAÇÃO??
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