Buscar

Lúsiadas Finalizado

Prévia do material em texto

Os Lusíadas
Luís de Camões
Sobre a estrutura da obra:
A narrativa é dividida em dez cantos que organizados em 1.102 estrofes, cada uma com oito versos, todos decassílabos, e com rima ABABABCC.
Ex: Canto Sétimo, Estrofe 14
 A - Mas, entanto que cegos e sedentos
 B - Andais de vosso sangue, ó gente insana,
 A - Não faltaram Cristãos atrevimentos
 B - Nesta pequena casa Lusitana.
 A - De África tem marítimos assentos;
 B - É na Ásia, mais que todas soberana;
 C - Na quarta parte nova os campos ara;
 C - E, se mais mundo houvera, lá chegara.
Enredo: 
É dividido em cinco partes:
Proposição - Apresentação da obra e síntese do assunto, ressaltando o heroísmo, o antropocentrismo, dentre outras características do homem;
Invocação das Tágides - É um pedido do autor às musas Tágides, ninfas do Rei Tejo, para virem lhe dar inspiração;
Dedicatória ao Rei D. Sebastião - O rei é apresentado como um menino, aos 14 anos assumindo o trono, exaltando-o como jovem e esperança da pátria;
Narração - Parte mais consistente da história, como já dito, foca-se em três pontos principais: 
A viagem de Vasco da Gama às Índias;
A narrativa da história de Portugal;
As lutas e intervenções dos deuses do Olimpo.
O autor faz também descrições de fenômenos como a tromba marítima, e disserta sobre a moral, o ouro, as riquezas, entre outros interesses do homem renascentista.
Epílogo - última parte, contém críticas do poeta, lamentações sobre a realidade, exortações ao rei, etc. 
O tom destas últimas 12 estrofes é pessimista, criticando a decadência do país e reforçando a exaltação ao Rei D. Sebastião.
Canto Sétimo
A chegada a Calecut, primeiros contatos de Portugueses e Indianos;
É possível notar uma crítica as outras nações que não seguem o exemplo dos Portugueses;
Descrição das terras Indianas;
Vasco da Gama envia um mensageiro ou alguém responsável por anunciar a sua chegada;
Monçaide faz uma visita à frota e descreve o Malabar;
Vasco da Gama desembarca e é recebido por catual, governador. Os dois seguem para o Palácio de Samorim;
O catual recolhe informações a respeito dos Portugueses com o Monçaide;
Paulo da Gama recebe o Catual a bordo da capitaina, que indaga a respeito dos símbolos da bandeira;
O canto se encerra com uma invocação às Ninfas do Tejo e também do Mondego.
VII.1
Já se viam chegados junto à terra,
Que desejada já de tantos fora,
Que entre as correntes Indicas se encerra,
E o Ganges, que no céu terreno mora.
Ora, sus, gente forte, que na guerra
Quereis levar a palma vencedora,
Já sois chegados, já tendes diante
A terra de riquezas abundante.
** O trecho refere-se a chegada a Calecut.
VII.78
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego!
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
** O trecho faz referência a invocação feita ás Ninfas do Tejo e do Mondego.
Canto Oitavo
Paulo da Gama após receber o Catual, lhe explica a simbologia das figuras das bandeiras;
O Catual volta à terra;
Ocorre uma intervenção de Baco contra os Portugueses com o auxílio de um sacerdote muçulmano;
A influência de Baco gera revolta contra os Portugueses;
Vasco da Gama busca se entender com o Samorim, mas o que era para terminar bem, acaba em uma discussão;
Samorim ordena a Vasco da Gama que regresse à frota;
Subornado pelos muçulmanos, Catual impede o cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir;
Vasco da Gama desconfia da proposta e acaba recusando;
Catual prende Vasco da Gama e lhe oferece outra proposta;
Com a nova proposta aceita Vasco da Gama é libertado em troca de terras;
O conto termina com reflexões do poeta sobre o poder, o ouro.
VIII.4
O ramo que lhe vês para divisa,
O verde tirso foi de Baco usado;
O qual à nossa idade amostra e avisa
Que foi seu companheiro e filho amido.
Vês outro, que do Tejo a terra pisa,
Depois de ter tão longo mar arado,
Onde muros perpétuos edifica,
E templo a Palas, que em memória fica?
** O trecho se refere ao trecho em que Paulo explica a simbologia da bandeira ao Catual.
VIII.94
Vem a fazenda a terra, aonde logo
A agasalhou o infame Catual;
Com ela ficam Álvaro e Diogo,
Que a pudessem vender pelo que val.
Se mais que obrigação, que mando e rogo
No peito vil o prêmio pode e val,
Bem o mostra o Gentio a quem o entenda,
Pois o Gama soltou pela fazenda
** O trecho faz referência ao momento em que Vasco da Gama é libertado em troca de terras.
Canto Nono
Dois feitores portugueses são encarregados de vender as mercadorias, mas são detidos em terra a fim retardar a partida da armada portuguesa e de dar tempo a que uma armada muçulmana viesse de Meca para a destruir;
Monçaide alerta Vasco da Gama a respeito do plano traiçoeiro;
Gama não consegue reaver os feitores portugueses e decide reter nas naus alguns mercadores locais como garantia, depois disso ele ordena a partida;
Samorim liberta os feitores e acontece a troca de reféns;
Navegam em direção à Portugal;
Vênus decide premiar os navegadores, então prepara a eles uma ilha;
Ela busca seu filho, o cupido e pede que reúna as ninfas na ilha que estava preparando, essa denominada “Ilha dos Amores”;
A armada avista a ilha que é descrita na narrativa;
Os Portugueses desembarcam na ilha, encantados pelas ninfas;
As ninfas que já haviam sido flechadas, são perseguidas pelos navegadores que são seduzidos;
Tétis explica a Vasco da Gama o motivo da ilha e o leva até seu palácio;
Explicação do significado da ilha;
O Canto IX termina com uma exortação dirigida aos que aspiram a imortalizar o seu nome.
IX.12
Manda logo os feitores Lusitanos
Com toda sua fazenda livremente
Apesar dos inimigos Maumetanos,
Por que lhe torne a sua presa gente.
Desculpas manda o Rei de seus enganos;
Recebe o Capitão de melhor mente
Os presos que as desculpas, e tornando
Alguns negros, se parte as velas dando.
** O trecho refere-se ao momento que ocorre a troca dos reféns.
IX.52
De longe a Ilha viram fresca e bela,
Que Vênus pelas ondas lha levava
(Bem como o vento leva branca vela)
Para onde a forte armada se enxergava;
Que, por que não passassem, sem que nela
Tomassem porto, como desejava,
Para onde as naus navegam a movia
A Acidália, que tudo enfim podia.
** O trecho trata-se da descrição da Ilha dos Amores.
Canto Décimo
As Ninfas oferecem um banquete aos portugueses;
Uma ninfa faz profecias a respeito das futuras vitórias dos portugueses;
O poeta interrompe as profecias e invoca Calíope;
Após a invocação, a ninfa retorna a falar dos futuros feitos desse povo;
Tétis guia Vasco da Gama e mostra a ele a Máquina do Mundo;
Profecia de Tétis a respeito do naufrágio de Camões;
Tétis se despede dos portugueses, que embarcam para a viagem de regresso à Portugal;
Chegada à Lisboa;
O canto se encerra com as lamentações do poeta em relação a decadência da pátria e com uma exortação e apelo a D. Sebastião.
X.15
E todos outra vez desbaratando, 
Por terra e mar, o grão Pacheco ousado, 
A grande multidão que irá matando 
A todo o Malabar terá admirado. 
Cometerá outra vez, não dilatando, 
O Gentio os combates, apressado, 
Injuriando os seus, fazendo votos 
Em vão aos Deuses vãos, surdos e imotos. 
** O trecho trata-se de uma das profecias da Ninfa.
X.146
E não sei por que influxo de Destino 
Não tem um ledo orgulho e geral gosto, 
Que os ânimos levanta de contino 
A ter pera trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó Rei, que por divino 
Conselho estais no régio sólio posto, 
Olhai que sois (e vede as outras gentes) 
Senhor só de vassalos excelentes.
** O trecho trata-se das lamentações do poetaem relação a decadência da Pátria.
X.152
Fazei, Senhor, que nunca os admirados 
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses, 
Possam dizer que são pera mandados, 
Mais que pera mandar, os Portugueses. 
Tomai conselho só d’exprimentados 
Que viram largos anos, largos meses, 
Que, posto que em cientes muito cabe. 
Mais em particular o experto sabe..
** O trecho se refere a exortação e apelo feita a D. Sebastião.

Continue navegando