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Aula 05 – O Ensinar e Aprender as Artes Visuais Renascimento Italiano No período do Renascimento Italiano constatamos o início da investigação e produção de imagens técnicas, ou seja, imagens “cujo modo de enunciação pressupõe algum tipo de mediação técnica” (Machado, 1994, p.9). Artistas deste período construíram várias máquinas e procedimentos de representação destinados a garantir a objetividade da coisa representada. Almejavam dar uma maior credibilidade e coerência ao trabalho de produção de imagens, até então existente. Buscando atingir o ideal da verossimilhança na imagem, acreditavam garantir maior confiança no conhecimento advindo desta produção. Para atingir este objetivo, utilizavam artifícios que o levavam a criar imagens cada vez mais calculadas, arquitetadas, construídas. Segundo Machado (idem, p.10), os artistas estavam empenhados em garantir o conhecimento, “o primado do intelecto sobre a mão, a construção de uma imagem cientificamente verossímil”, ou seja, a própria essência do que hoje chamamos de imagem técnica e que nos remete ao campo atual de fenômenos audiovisuais, onde a intervenção de tecnologias pesadas afeta substancialmente a natureza mesma da imagem. Outras criações do homem que merecem destaque, neste contexto de análise, são a técnica de representação da perspectiva e a câmara obscura. Ambas invenções almejavam a reprodução da imagem objetiva, que poderia ser apreendida com recursos e instrumentos derivados da investigação científica. Desta forma, segundo a concepção renascentista, esta representação estaria imune à subjetividade humana que deforma e adultera a realidade visível. A pintura com a influência do fenômeno da câmara obscura e das técnicas da perspectiva já apresentava as características óticas da fotografia. Porém, o grande salto responsável por mudanças bruscas de comportamento, nos modos de ver e compreender o mundo, somente aconteceu quando o homem juntou ao meio mecânico da câmara obscura à descoberta do processo de fixação da luz sobre uma superfície sensibilizada com sais de prata. Segundo Lopes (1996), “esses avanços tecnológicos desencadearam um movimento de democratização da imagem que permitiu a um maior número de pessoas a concretização do desejo antigo de fixar e guardar imagens. A descoberta da fotografia inaugura uma nova era onde o processo manual de fixação da imagem passa a ser substituído pelo mecânico “.
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