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CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aula 07: O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
Nomenclatura:
Freud – “tratamento de ensaio”
Lacan – “entrevistas preliminares”
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
Tratamento psicanalítico de uma ou duas semanas antes do começo da análise propriamente dita.
As funções das entrevistas preliminares
“O inicio do tratamento” (texto de Freud)
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
Nesse mesmo texto...
Freud anuncia que a primeira meta da análise é a de ligar o paciente ao seu tratamento e à pessoa do analista.
Sendo mais explícito em relação a pelo menos uma função desse tratamento de ensaio: a do estabelecimento do diagnóstico e, em particular, a do diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
O primeiro contato - entrevistas preliminares/ensaio preliminar
Um tempo de trabalho prévio - à análise propriamente dita, cuja entrada é concebida não como continuidade, e sim como uma descontinuidade, um corte em relação ao que era anterior e preliminar.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
Condição absoluta - “não há entrada em análise sem as entrevistas preliminares”.
Na prática, nem sempre é possível demarcar nitidamente esse umbral da análise. Isto ocorre por quê?
Tanto nas entrevistas preliminares quanto na própria análise o que está em jogo é a associação livre.
Diz Freud - O “ensaio preliminar”, é o início da análise e deve conformar-se às suas regras... “deixa-se o paciente falar quase o tempo todo e não se explica mais que absolutamente o necessário para fazê-lo prosseguir no que está dizendo.”
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
PARADOXO EP = A EP # A
Nesse momento, a tarefa do analista é apenas relançar o discurso do analisante.
As entrevistas preliminares têm a mesma estrutura da análise, mas são distintas desta. 
e que se lê: entrevistas preliminares são iguais à análise, implicando que entrevistas preliminares são diferentes da análise. 
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
Disso se conclui que:
1º— A associação livre mantém a identificação das entrevistas preliminares com a análise (EP=A).
2º — Esse tempo de diagnóstico faz com que se distinga entrevistas preliminares da análise (EP# A).
Paradoxo do analista – aceitar ou não aceitar aquela demanda de análise.
Com isso, para tomar essa decisão as E.P. podem ser divididas em dois tempos :
Um tempo de compreender;
Momento de concluir - no qual o analista toma sua decisão.
É nesse momento de concluir que se coloca o ato psicanalítico, assumido pelo analista, de transformar o tratamento de ensaio em análise propriamente dita.
O ato psicanalítico - o divã
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
Clínica psicanalítica
Importante!
Para a análise se desencadear é necessário, além da escolha do candidato, a escolha por parte do analista.
Na constituição dessa dupla escolha, o sujeito será impelido a elaborar sua demanda de análise - o que é um fator de histerização ($	 S1) na produção do sintoma analítico.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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Funções das entrevistas preliminares:
Segue uma distribuição mais lógica do que cronológica:
Função Sintomal (Sinto-mal)
Função Diagnóstica
Função Transferêncial 
1º — Função Sintomal (Sinto-mal) - compreende questões sobre a demanda e analisabilidade.
A demanda de análise pode ser considerada em termos de sua produção, sendo um produto da oferta do psicanalista.
Para Lacan, só há uma demanda verdadeira para se dar início a uma análise — a de se desvencilhar de um sintoma.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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A alguém que vem pedir uma análise para se conhecer melhor, a resposta de Lacan é clara — “eu o despacho”.
Lacan não considera esse “querer se conhecer melhor” como algo que tenha o status de uma demanda que mereça resposta.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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A demanda de análise é correlata à elaboração do sintoma enquanto “sintoma analítico”. O que está em questão, nessas entrevistas preliminares, não é se o sujeito é analisável, se tem um eu forte ou fraco para suportar as agruras do processo analítico. 
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
Para Lacan, a analisabilidade é função do sintoma e não do sujeito e deve ser buscada, a partir da transformação do sintoma do qual o sujeito se queixa em sintoma analítico. Isso significa que é preciso que “a queixa se transforme em uma demanda endereçada àquele analista e que o sintoma passe de estatuto de resposta ao estatuto de questão para o sujeito, para que este seja instigado a decifrá-lo” (QUINET, 2000, p. 16).
AULA 07: O INÍCIO DO TRATAMENTO PSICANALÍTICO E OS FENÔMENOS DA RESISTÊNCIA
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O sintoma será questionado pelo analista, que procurará saber a que esse sintoma está respondendo, que gozo esse sintoma vem delimitar. 
Essa problemática pode ser formulada em termos freudianos da seguinte forma: o que fez fracassar o recalque e surgir o retorno do recalcado para que fosse constituído o sintoma?
O sintoma psicanalítico é um arranjo que o sujeito faz para responder ao desejo do outro e é sempre endereçado ao outro e, por isso, se repete nas diversas situações de sua vida. Segundo Quinet (2000), o analista, em um processo de análise, está no lugar do outro e cabe a ele transformar esse sintoma na questão que Lacan denomina “Que queres?”, questão chamada desejo.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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O iníciodo tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
A constituição do sintoma analítico é correlata ao estabelecimento da transferência que faz emergir o sujeito suposto saber, pivô da transferência. Esse momento, em que o sintoma é transformado em enigma, é um momento de histerização, já que o sintoma representa aí a divisão do sujeito ($). 
Enquanto o sintoma faz parte da vida do sujeito pode ser considerado como um signo (ou sinal): aquilo que representa alguma coisa para alguém. Quando esse sintoma é transformado em questão, ele aparece como a própria expressão da divisão do sujeito. É nesse momento que o sintoma, encontrando o endereço certo que é o analista, se torna sintoma propriamente analítico. É isso que Lacan quer dizer com a formulação “o analista completa o sintoma”.
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Clínica psicanalítica
2º — A função diagnóstica
É necessária a realização de um diagnóstico diferencial, em particular o diagnóstico diferencial entre neurose e psicose, na medida em que a forma de conduta frente ao caso se torna diferente para cada uma destas estruturas clínicas.
A questão do diagnóstico diferencial só se coloca em Psicanálise como função da direção da análise: diagnóstico e análise (no sentido de processo analítico) se encontram em uma relação lógica, chamada de implicação:
Sabe-se que o estabelecimento do diagnóstico só faz sentido se servir de orientação para condução da análise
D A (se D então A).
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2º — A função diagnóstica
Só pode ser buscado (o diagnóstico) no registro simbólico, onde são articuladas questões fundamentais do sujeito: sexo, morte, procriação e paternidade. (QUINET, 2000)
É a partir do simbólico que se pode fazer o diagnóstico diferencial estrutural por meio dos três modos de negação do Édipo correspondentes às três estruturas clínicas. 
recalque (Verdrängung) do neurótico, nega conservando o elemento no inconsciente e
desmentido (Verleugnung) do perverso, o nega conservando-o no fetiche
foraclusão (Verwerfung) do psicótico é um modo de negação que não deixa traço ou vestígio algum: ela não conserva, arrasa. 
Os dois modos de negação que conservam implicam a admissão do Édipo no simbólico, o que não acontece na foraclusão.
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
2º — A função diagnóstica
Cada modo de negação é concomitante a um tipo de retorno do que é negado segundo Quinet (2000, p. 19).
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
2º — A função diagnóstica
No recalque, o que é negado no simbólico retorna no próprio simbólico sob a forma de sintoma: o sintoma neurótico. 
No desmentido, o que é negado é concomitantemente afirmado retornando no simbólico sob a forma de fetiche do perverso. 
Na psicose, o que é negado no simbólico retorna no real sob a forma de automatismo mental, cuja expressão mais evidente é a alucinação. 
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2º — A função diagnóstica
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
estrutura clínica
forma de negação
local de retorno
fenômeno
Neurose
recalque
(Verdrängung)
simbólico
sintoma
Perversão
desmentido
(Verleugnung)
simbólico
fetiche
Psicose
foraclusão
(Verwerfung)
real
alucinação
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2º — A função diagnóstica
A partir da escuta, sob transferência, deve-se fazer o diagnóstico da estrutura clínica do sujeito (neurose, psicose ou perversão) e a queixa inicial, presente no pedido urgente, deve dar lugar à demanda, que será modificada a partir da reorganização do sintoma.
3º — A função transferencial
Para Lacan, o começo da analise é a transferência, mas seu pivô é o sujeito suposto saber.
O surgimento do sujeito sob transferência é o que dá o sinal de entrada em análise, e esse sujeito é vinculado ao saber. É o que depreendemos na própria formulação da regra da associação livre por Frau Emmy von N., quando pede para Freud calar-se: há para ela um saber, presente em seus próprios ditos.
A resolução de se buscar um analista está vinculada à hipótese de que há um saber em jogo no sintoma ou naquilo de que a pessoa quer se desvencilhar.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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O estabelecimento da transferência é necessário para que uma análise se inicie: é o que denominamos a função transferencial das entrevistas preliminares. 
A transferência não é condicionada ou motivada pelo analista. Como diz Lacan - Ela está aí por graça do analisante. 
A transferência não é uma função do analista, mas do analisante. A função do analista é saber utilizá-la.
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Quinet (2000) diz que, a “transferência é o amor que se dirige ao saber” e “ao surgimento do desejo sob a forma de questão, o analisante responde com amor; cabe ao analista fazer surgir nessa demanda a dimensão do desejo, que é também conectado ao estabelecimento do sujeito suposto saber”. 
O analista é convocado a ocupar na transferência o lugar do outro do sujeito a quem são dirigidas as demandas.
Não basta a demanda de se desvencilhar de um sintoma; é preciso que este apareça ao sujeito como um ciframento — portanto, algo a ser decifrado — na dinâmica da transferência, pelo intermédio do sujeito suposto saber.
O que quer esse amor de transferência? Ele quer saber. 
Ora, a própria transferência é definida por Lacan como o “amor que se dirige ao saber”. Porém, sua finalidade, como a de todo amor, não é o saber, e sim o objeto causa do desejo
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As entrevistas preliminares também podem ser divididas em três tempos: 
instante de olhar - o sujeito em questão é o sujeito noético (racional), impessoal. Há um agente impessoal (sabe-se) nesse instante do olhar;
tempo para compreender - o que está em questão é o sujeito indefinido que é muito mais da ordem do eu imaginário, que se espelha no outro (implica na questão diagnóstica); 
momento de concluir - o sujeito do enunciado — (eu sou branco) — coincide com o sujeito da enunciação. É aquele que se declara o que é (o analista toma a sua decisão de acatar tal demandade análise ou não).
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
É importante detectar, neste período preliminar, qual a maneira com que o sujeito se relaciona com esse outro, qual a sua posição subjetiva.
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De acordo com Quinet (2000) é no momento da descontinuidade destes dois tempos (compreender e concluir) que se coloca o ato psicanalítico, pelo analista, de transformar as entrevistas preliminares em análise. 
O ATO ANALÍTICO
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
Há um corte que é concretizado pela passagem para o divã, o qual implica um ato que pode ser significado ao sujeito pela indicação do analista para que o analisante se deite. Este ato também pode ser interpretado como a manifestação do analista ao candidato à análise, de que ele o aceita em análise.
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Os fenômenos da resistência
É sempre em torno de alguma forma de mudança e transformação subjetiva que gira a experiência psicanalítica.
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O conceito de resistência foi caracterizado ao longo de toda a obra freudiana como uma força que se manifesta como obstáculo à análise e, principalmente, contra toda e qualquer mudança ou transformação subjetiva decorrente do tratamento analítico.
O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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Sempre que o trabalho de análise se aproxima de uma representação recalcada, a resistência se manifesta, tentando impedir esse trabalho, como obstáculo à rememoração.
Observa-se, na obra freudiana, a relação direta do conceito de resistência com outros importantes elementos do edifício teórico da Psicanálise, tais como: o recalque, a interpretação dos sonhos e, principalmente, a transferência.
Com relação ao recalque - a resistência pode ser considerada a manifestação exterior desse mecanismo de defesa, cuja função é manter fora da consciência uma representação ameaçadora. 
Quanto mais o trabalho analítico se aproxima de uma representação recalcada, maior e mais intensa é a resistência contra esse trabalho. 
Com relação aos sonhos - a resistência atua tanto no processo de formação do sonho, impondo a censura como agente deformador dele, como também dificultando, seja pelas dúvidas ou esquecimentos, o trabalho de interpretação deste sonho. 
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Com relação à transferência - é precisamente o silêncio que acomete o paciente, interrompendo o processo de associação livre, que faz Freud considerar a transferência como o pior obstáculo à análise, servindo inteiramente aos propósitos da resistência.
Freud afirmava que tudo o que interrompe, atrapalha ou impede o trabalho analítico deveria ser considerado uma forma de resistência. Portanto, a resistência surge como obstáculo e força contrária diante de qualquer tentativa de tornar consciente algum conteúdo inconsciente e recalcado do paciente.
No texto Inibição, sintoma e angústia (1926), Freud postula a existência de cinco formas de resistência espalhadas por todo aparelho psíquico, a saber:
três formas de resistência ligadas ao ego (a resistência do recalque, a resistência de transferência e o ganho secundário da doença);
a resistência do id (compulsão à repetição); 
a resistência do superego (reação terapêutica negativa).
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No texto Análise terminável e interminável (1937), Freud descreve que a tarefa de superação das resistências é muito mais árdua e complexa do que ele próprio imaginava.
A superação dessas resistências constitui função essencial da análise. [...] A luta contra esta resistência faz parte de toda análise” (FREUD, 1916-1917, p. 298).
Característica paradoxal da noção de resistência
Ao mesmo tempo em que é obstáculo contra qualquer tipo de mudança psíquica, a resistência, desde que interpretada e elaborada, também é meio através do qual uma transformação subjetiva poderia acontecer. A resistência como meio de mudança, mas não como mudança em si.
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
O manejo da transferência
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