Buscar

Relatório final estágio básico em psicanálise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO EM PSICANÁLISE
Relatório final de Estágio Básico em
Psicanálise do Curso de Psicologia, sob
supervisão do Prof.
UNINOVE
São Paulo
2022
RESUMO
O abuso sexual de crianças é um dos tipos mais frequentes de maus-tratos com
implicações médicas, legais e psicossociais, sendo assim um desafio em diversas
áreas do conhecimento, inclusive da psicologia. Assim, tomando como foco a
psicanálise, percebe-se que, por muitas décadas, houve contribuições teóricas e
clínicas que colaboraram para o desenvolvimento de habilidades e competências
quanto ao manejo dessa demanda no processo terapêutico. Neste trabalho
realizaremos uma revisão bibliográfica sobre os principais conceitos da psicanálise
e a clínica psicanalítica, formulado por Freud enquanto constructo norteador para a
prática clínica.
PALAVRAS-CHAVE: Psicanálise; entrevistas; transferência; abuso sexual; prática
psicanalítica.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
OBJETIVO...................................................................................................................4
DISCUSSÃO................................................................................................................4
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................8
INTRODUÇÃO
O presente relatório discute os principais processos de um acompanhamento
psicanalítico, adotando principalmente uma concepção freudiana para demarcar os
principais conceitos na clínica psicanalítica, perpassando a entrevista inicial e o
contrato psicanalítico, as principais concepções de transferência e
contratransferência e método de associação livre.
Para tanto a conferência deste relatório foi usado como embasamento os estudos
de Freud de A Dinâmica da Transferência, de 1912, Conferências Introdutórias
Sobre Psicanálise, de 1916-1917 e Observações sobre o amor transferencial, de
1915 e sustentando esse pensamento com Zimerman em Fundamentos
psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – Uma abordagem didática, de 1999 e
Etchegoyen com seu livro Fundamentos da técnica psicanalítica, de 1987, além de
usar como base os estudos de Calvi sobre A problemática do abuso sexual infantil
em psicanálise: o silêncio das mulheres, de 1999.
O trabalho de investigação e da consolidação do método psicanalítico se dará a
partir de uma problemática escolhida, nesse caso o abuso sexual articulando as
suas formas de manifestação na clínica contemporânea e como o trabalho analítico
pode diminuir o sofrimento concomitante. Devemos considerar ainda que os efeitos
podem tomar diferentes formas, pois depende da história de vida da pessoa e sua
constituição de subjetividade.
OBJETIVO
Desenvolver as habilidades e competências do aluno que envolvam o
reconhecimento dos aspectos fundamentais da clínica psicanalítica. Introduzir a
reflexão sobre a elasticidade da técnica clássica na clínica contemporânea para
determinadas manifestações do sofrimento humano.
DISCUSSÃO
O que ocorre em primazia é a motivação pela ideia de análise, que pode ocorrer por
indicação médica ou sugestão de um amigo e/ou familiar e os motivos são variados;
tem alguma queixa específica de algo que o incomoda, busca autoconhecimento ou
passou por algum trauma recentemente ou no passado e que causa grande
sofrimento psíquico. A problemática que abordarem neste trabalho é o abuso sexual
e portanto o conceito de trauma aqui envolvido refere-se a vida de um sujeito que
chega na clínica com a queixa de sofrimento causado por este acontecimento com
grande intensidade e pela incapacidade do sujeito de lidar adequadamente a essa
situação, o transtorno e os efeitos patogênicos duradouros que provocam
desorganização psíquica.
A demanda para análise, inclusive, surge com a expectativa de que haja retorno
imediato e que exista uma receita para todos os problemas que o sujeito está
enfrentando (ZIMERMAN, 1999).
O mesmo autor ainda fala que na primeira entrevista o analista deve observar a
motivação do paciente e se está alinhado ao projeto terapêutico do analista. Ou
seja, se o paciente deseja de uma cura rápida para todas suas mazelas e alívio de
sintomas sem que ele próprio tenha que se esforçar muito, ou se o paciente
reconhece que necessita iniciar uma análise e dá a impressão de que enfrentará
seus processos conscientes e, principalmente, inconscientes e estará dispostos a
fazer mudanças em sua vida.
Na entrevista inicial o analista também pode se dispor a fazer algumas observações,
sem obrigatoriedade e que devem ocorrer de forma espontânea, mas que ajudam a
marcar como se dará o trabalho terapêutico ao longo do curso, neste caso o analista
levará em conta: o tipo de encaminhamento, a aparência exterior, contexto de vida,
histórico familiar, o grau de motivação, escolha e estilo das suas relações objetais
reais e a forma como o sujeito se comunica. (ZIMERMAN, 1999).
Freud (1912) elencou algumas regras técnicas e recomendações aos médicos que
praticam a psicanálise, dentre elas: a regra da abstinência, do amor a verdade, da
neutralidade, de atenção flutuante e a regra fundamental que se trata da associação
livre, cujo qual iremos nos deter mais detalhadamente aqui. Inicialmente as
tentativas de tratamento psicanalítico eram pelo método da hipnoterapia, mas a
hipnose não trata as resistências e por isso Freud adota o método de associação
livre, no qual o analisando permanece no seu estado consciente, onde exprime
todas as ideias e pensamentos que lhe ocorrem, podendo ser de forma espontânea
ou a partir de um elemento indutor como palavra, imagem, sonho ou afins.
Para Zimerman (1999) a regra fundamental do método psicanalítico é a associação
livre e cujo qual consiste no compromisso do analisando em associar livremente as
ideias que lhe surgem na mente e verbalizá-las ao analista, evitando inibir quaisquer
pensamentos, mesmo que estes lhe pareçam sem importância. A aplicação dessa
técnica permite o analisando reviver emoções passadas, num momento em que ele
está livre para pensar, sentir e até mesmo atuar sem silenciar o que lhe vem à
cabeça, seguindo seu ritmo. Laplanche em seu artigo “De la teoría de la seducción
restringida a la seducción generalizada” designa como sedução infantil as cenas
que podem ser reconstruídas na análise através da fala consciente ou formas
inconscientes e dos lapsos de memórias, podendo ser confusas e geralmente serem
carregadas de culpa em diferentes momentos da análise. Dessa forma, somando
essa regra e as outras o analista pode fazer um levantamento das repressões
acumuladas no inconsciente do analisando e assim ter avanço ao longo da análise e
tratar os sintomas neuróticos desde a origem.
Para o analista, o impacto que a violência tem sobre a pessoa - a violação do corpo
para satisfação de outrem - provoca sobre sua subjetividade representações
disruptivas sobre si mesma e sobre todas as mulheres e sobre a sexualidade. Essas
representações, portanto, determinam a imagem que a pessoa terá de si, de seu
corpo, de como essas recordações serão manifestadas, que associações fará e
como enxergará os outros (CALVI, 1999). Sobre as representações, é importante
esclarecer o conceito de transferência, pois Trata-se de atos constantemente
repetidos que indicam de modo inconsciente o curso da “vida erótica” do sujeito.
No seu texto Transferência (1912/1963) Freud diz que a transferência é a
atualização da realidade do inconsciente. No mesmo texto, entendemos então que a
transferência é a repetição da história dos nossos vivências com nossos novos
encontros, porém temos a tendência a resistir às contingências inéditas do que é
novo. O mecanismo para lidar com isso é através da resistência; infiltrando padrões
antigos de afetos, identificações, demandase de modalidades que se formaram a
partir da nossa experiência e se apresenta para esse novo alguém e assinala a
repetição da neurose. Na clínica a transferência é um punhado de todas as
neuroses investidas nessa nova relação do analisando com seu analista.
Ao falar de transferência, devemos nos atentar também a contratransferência. O
prefixo “contra” da palavra contratransferência pode ser entendido como oposto e/ou
paralelo, ou seja, é a reação do analista em relação a transferência do analisando
(ETCHEGOYEN, 1987). Em outras palavras, a contratransferência é um conjunto de
sentimentos, afetos, associações, fantasias e lapsos que podem ocorrer durante a
sessão e que tem grande influência no conteúdo e na forma que o analista irá
exercer seu manejo. Focando na nossa problemática, o atendimento de pessoas
vítimas de grande trauma psíquico como o abuso sexual, o tratamento pode ser
potencialmente uma fonte de sofrimento psíquico também para o psicólogo que
atende, pois pode existir a possibilidade de evocar reações fortes no profissional
devido a grande carga emocional envolvida e que, portanto, pode influenciar em sua
atividade interpretativa. Para isto, é importante que o analista não permaneça
isolado, mantenha-se tendo supervisões e discussão com pares, além de o próprio
estar em tratamento para autoconhecimento, auto-observação, pois o terapeuta
deve compreender e ter empatia com experiências de agressão, sexualidade, raiva
e tristeza e se manter confortável ao tratar dessas queixas para ter capacidade de
respostas (PEARLMAN, 1995).
É de suma importância o profissional ter o contato empático com as pessoas vítimas
de algum grande trauma psíquico, ao passo que, consiga preservar sua capacidade
de pensar e de sobreviver ao intenso sofrimento despertado. Essas capacidades
são fundamentais para o bom desenvolvimento da relação terapêutica, que, por sua
vez, é uma das principais ferramentas para a restituição da confiança e segurança
interna dos pacientes traumatizados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa revisão integrativa teve como objetivo identificar e analisar as principais
técnicas da clínica psicanalítica. O material estudado é de extrema importância para
a formação e análise do psicólogo, pois perpassa campos fundamentais da
psicanálise e o processo terapêutico como um todo através de um acolhimento
empático com o paciente, elaboração de uma aliança terapêutica com uma relação
transferencial positiva e, por consequência a criação de um vínculo de confiança
que possibilite o analisando desenvolver autodomínio de suas emoções em prol de
sua saúde mental
A principal característica benéfica para construção desse trabalho foi o
conhecimento adquirido e compartilhado perante o período de estágio, onde
podemos explorar teoricamente o tema escolhido e sua importância para o processo
de formação como psicólogos, compreendendo os parâmetros e vivência que
podemos obter ao longo da carreira exercida (EIZIRIK, MARIANA et al, 2006).
REFERÊNCIAS
CALVI, B. (1999). A problemática do abuso sexual infantil em psicanálise: o
silêncio das mulheres. Estilos Da Clínica, 4(6), 64-71.
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v4i6p64-71
Eizirik, Mariana et al. Contratransferência e trauma psíquico. Revista de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul [online]. 2006, v. 28, n. 3 [Acessado 31 Maio 2022],
pp. 314-320. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-81082006000300010>.
Epub 04 Abr 2007. ISSN 0101-8108.
https://doi.org/10.1590/S0101-81082006000300010.
ETCHEGOYEN, R. H. (1987). Fundamentos da técnica psicanalítica. 2. Ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1989.
FREUD, S (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. IN:
Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud.
Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S (1912). Transferência: Conferências introdutórias sobre Psicanálise.
In: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de
Janeiro. Imago, 1963.
LAPLANCHE, J. (1988). De la teoría de la seducción restringida a la
seducción generalizada. Revista Trabajo del Psicoanálisis. Vol. 3, n° 9.
LAPLANCHE, J & PONTALIS, J. B. (1983). Vocabulário de psicanálise. 4. Ed. São
Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 2001.
ZIMERMAN, D. E. (1999). Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica
– Uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 2007
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v4i6p64-71
https://doi.org/10.1590/S0101-81082006000300010

Continue navegando