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Perguntas e respostas para Antropologia IV

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Perguntas para Antropologia IV: 
foram realizadas 8 entrevistas em profundidade com usuários dos transportes da Grande Vitória, seguindo-se um roteiro de questões abertas (Transcritas abaixo). Esse tipo de entrevista caracteriza-se pela interação direta entre pesquisador e respondente, com vantagens como a flexibilidade e a versatilidade na condução das perguntas e, principalmente, com relação à possibilidade de aprofundamento dos temas abordados..
Foco na Vida do Usuario: 
Perguntas: Idade, Sexo, 
1- De dentro do ônibus , levando em conta outros usuários e paisagens , como vc. Vê a sua cidade? 
 2- Como você se vê dentra desta cidade que vc. Vê? 
3 -Conte um fato que acontece com frequência no ônibus e chama a sua atenção
Maria da Penha –22 anos – Casada- 2 filhos
Faz percurso diario para trabalho. Pega ônibus Serra, vai ao Terminal de Carapina, Praia do Canto. 
Por volta das sete chega ao Terminal Carapina e aguarda seu Onibus passar , entre 7 às 7:05 h.
Onibus Cheio, na maior parte das vezes vem em pé. Até chegar na UFES. Todos os dias tem uma maioria de pessoas que pegam o Onibus e acabou fazendo amigos. Sente medo de assaltos, pois de seu bairro ao terminal, o onibus em que estava já foi assaltado umas 3 vezes . Da janea vê uma cidade grande, movimentada . Reclamou que o Onibus demora e que no final de semana para ir a praia o ônibus demora muito. 
Me vejo como uma pessoa, que tem amigos, familia . Trabalho de manha e de tarde, meus filhos ficam na creche. Quando saio do serviço vou buscar as crianças, fazer janta, brincar um pouco e depois dormir.
Alem de ter visto o onibus ser assaltado 3 vezes, vejo todo dia a amizade feita pelos usuarios e tambem o motorista e trocadora.
Fabricio Pinto - 17anos – Estudante Solteiro – Centro - Goiabeiras
1 – uma cidade limpa, em crescimento
2 - como uma pessoa em crescimento, com alguns medos e muita vontade de crescer mais rapidamente
3 – os caras pulando a roleta. As vezes sinto medo.
Monica Simôes - 49 anos –Enfermeira Centro de Vitória a Terminal Campo Grande
1 - como uma máquina cheia de engrenagens que funciona para alimentar o capital financeiro. 
2 - como refém de uma esquizofrenica dependência do algoz.
 3 - Fundamentalismo religioso evangélico. Não há representantes de outras religiões vendendo sua fé. A ousadia, rompante e agressividade com que pregam nos ônibus com suas bíblias, só é mantida pela certeza que todos naquele espaço ambulante também o são evangélicos. E, os poucos que não o são, serão convencidos.
Juliana Binda – 27 anos – Bibliotecaria – Santo Antonio – Darwin
1 Vejo a cidade como uma cidade muito bonita, porém falta que os seus governantes invistam em melhorias na limpeza da cidade e do paisagismo da mesma, para que está possa ser ainda mais bonita atraindo assim mais turistas para desfrutarem dos seus atrativos e pontos lindo que possui.
2- Me vejo como apenas mais uma na multidão correndo sempre para fazer realizar as tarefas cotidianas
3- Sempre me chama atenção o fato de ser corriqueiro os assaltos, pessoas pulando a roleta, falta de respeito e empatia pelo proximo
José Carlos Bandeira – 50 anos – Porteiro
Uso , as vezes transporte coletivo para vir trabalhar. Lazer sempre faço com carro . O onibus demora muito, e atrapalha. Tenho horario pra chegar .Quando chove , molha tudo e todos
Vejo uma cidade bonita, agradavel.
2 Me vejo útil, opino e me coloco ao dispor
3- Onibus lotado. Isto não é nem frequente , isto é diario
Jacira 40 anos – Secretaria
Mora na Serra e trabalha em Vitória
Anda diariamente de ônibus, usa para trabalhar. 
1 – Fiquei noiva de quem conheci no ônibus. Pego o Onibus todos os dias na mesma hora, entao faço amizades, converso sobre familia, problemas de saude... No dia que falta um dos que usam diariamente o onibus, logo procuraos saber se está tudo bem. 
2 - Moro na Serra , cidade violenta que está crescendo muito, mas por causa da violencia, lá só vou a igreja. Nao me vejo parte da cidade.
3- Fura filas, brigas e dentro do ônibus os vendedores ambulantes e religiosos pregando . Tambem chama atenção as pessoas que usam diariamente e no dia que falta um, todos se preocupam
Simone – 55 anos Porteira Mora em Viana e trabalha em Vitória
Usa diariamente o onibus para trabalhar, passear.
Percurso demoradoe serviço demorado, ônibus cheio. O percurso em Viana, do meu bairro ao terminal, principalmente, quando chove fica cheio de buracos, 
Participo de Conselhos de pais, de conselho da comunidade, da igreja, me vejo cidada na minha cidade. 
3- Vendedores ambulantes , muitos. Virou marca do transporte publico
“Na Atenas contemporânea, os transportes coletivos se chamam metaphorai. Para ir para o trabalho ou voltar para casa, toma-se uma “metáfora” um ônibus ou um trem.” (CERTEAU, 2001, p. 199). De fato, assim como os transportes coletivos de Atenas, as nossas próprias narrativas e relatos cotidianos, literários e científicos são itinerários capazes de atravessar e organizar lugares, conduzir, deslocar e transportar sentidos, sentimentos e imagens relacionados à nossa maneira de estar e ser no mundo, condensando os signos e apresentando, de forma literal, uma equivalência figurada. (CERTEAU, 2001).
O que é um coletivo afinal? 
Um lugar móvel, meio de transporte, que anda sempre muito cheio, “lotado”, principalmente nos horários de pico (cedo e a tarde/noite) demora muito a passar nos pontos de parada, sem o mínimo de conforto e segurança. É um meio necessário para a vida dos moradores, a maioria trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, que precisam ir e vir todos os dias para conseguir se manter financeiramente e cumprir seus compromissos e responsabilidades. Ao conseguir entrar, já cansado devido a lida do cotidiano, geralmente vai em pé até sua casa, que costuma demorar até horas, devido a tráfego mais intenso e, portanto, lento nestes horários. 
Apesar de ser lotado, demorado e sem condições de segurança e conforto, neste ambiente nada atraente e favorável, é possível “conversar”, “bater um papo legal com alguém”, “fazer novas amizades” e até “conhecer alguém e ficar noiva”, tamanha a intimidade que pode proporcionar um encontro dentro do Coletivo. 
A paisagem é uma produção do espaço praticado, por vivências diversas, por sujeitos encarnados neste mundo, num ambiente que se move, por uma movência de uma polifonia que é resultado de uma coexistência no espaço em um determinado lugar. Este sujeito pedestre, mas na condição de passageiro, lida com os fenômenos que estão ai, tal como se lhes aparece, numa transitoriedade que se mostra e se esconde, permitindo se encontrar nela, se englobar e isso só se torna possível por que se encontra situado e engajado enquanto sujeito que se relaciona e coexiste neste mesmo lugar em que pratica suas formas de viver, perceber e sentir. 
Este ser vivente, enquanto corpo, ou na sua vivência corporal, constrói sua história de vida, suas memórias, experiências, por meio de encontros e acontecimentos e com isso, inscreve a sua impressão, suas marcas, diria suas “ranhuras” em seu lugar de vivências e trocas com outros tantos sujeitos, pois a singularidade é vivida na universalidade de co- habitações. Esta paisagem, que revela um modo de ser, estar e de existir, apesar de ser singular é comum a todos os seres, é uma obra coletiva, portanto, é uma tentativa de organizar e modelar o espaço social por meio de uma teia de significados, construída em nosso fazer cotidiano, que vai dando sentido a tudo isso que podemos chamar de paisagem, este local que vivemos, convivemos e perfazemos com as nossas astúcias e modo de ser e viver nossa identidade sempre permutável e cambiante. 
Esta paisagem a partir de pedestres-passageiros, numa situação de limiaridade e cambiante se revelam enquanto fusão de valores, modos de vida, ideias, praticas cotidianas, modos de fazer e produzir de uma dada sociedade, num determinado momento histórico que esconde e revela, desvela e permite ser analisada e, portanto, interpretadae tem no imaginário a sua faculdade fundamental de interpretação. 
A proposta aqui analisada tem por objetivo também discutir a cidade em sua mobilidade urbana, os deslocamentos a pé e por meio do coletivo, os desafios do estar junto, do ir e vir e o habitar este lugar de limiaridade e exclusão em que o carro de passeio como veículo motorizado tem a supremacia e detém o controle dos espaços de acesso a cidade. Com isso a proposta é ofertar uma produção acadêmica para auxiliar nos debates em torno da produção de politicas públicas para a garantia de uma cidade acessível e que garanta aos usuários do coletivo urbano uma viagem mais segura, tranquila e mais humanizada. 
Apesar da proposta acima, este trabalho ainda está em construção, pois a tentativa de perceber as diversas formas de paisagens a partir do lugar do ônibus enquanto coletivo e do pedestre enquanto passageiro, tomando por base as subjetividades e as narrativas vividas nos diversos percursos do cotidiano, se mostra um pouco difícil, pois se trata de um terreno movediço que estou tentando atravessar com um pouco de criatividade, ousadia e capacidade inventiva, contudo, sinto que preciso avançar mais para elaborar um trabalho mais solido e uma conclusão mais contundente sobre a proposta apresentada.

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