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LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br AULA – 00 Primeiramente gostaria de compartilhar minha alegria e privilégio em tê- los como meus alunos nessa jornada preparatória para o já publicado concurso PC/DF 2013 (cargo de Escrivão de Polícia)! Falando um pouco sobre mim, sou, com muito orgulho, Técnico do Departamento de Segurança do Banco e trabalho na sede, em Brasília. Atualmente, exerço a função de Coordenador Substituto da área de Gestão de Riscos Operacionais e Continuidade de Negócios. Dentre as mais diversas atividades já exercidas, tive a alegria de participar de um importante Grupo de Trabalho que desenvolveu a Política de Segurança do Banco Central e o Plano Diretor de Segurança do Banco para o biênio 2012-2014. Além disso, fui convidado pela Cesgranrio para ministrar disciplinas de Segurança Institucional no Procap (Programa de Capacitação) do grupo de técnicos nomeados em junho de 2012. E mais: sou o representante do Departamento de Segurança para a ministração das palestras “Cultura de Segurança” e “Proteção do Conhecimento” para os novos servidores, terceirizados e menores aprendizes. Minha formação acadêmica é em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba, e sou pós-graduando em Segurança Pública pela Faculdade Darcy Ribeiro. Minha experiência no ensino para concursos públicos começou em 2009, ministrando aulas presenciais de Legislação de Trânsito, fruto de experiência como estudante dessa disciplina durante os dois anos anteriores. Ainda no ano de 2010, concorrendo a um dos concursos mais disputados do país, logrei aprovação para o cargo de Técnico do Banco Central do Brasil (área de segurança). Aí, amigos, não perdi tempo!!! A partir também das muitas horas dedicadas de estudo nas disciplinas relativas à Segurança Corporativa, dos variados cursos oferecidos pelo Banco nos quais participei, iniciei o desenvolvimento de mais um projeto de ensino: Segurança Corporativa para Concursos. Nos últimos dois anos, mesclando as áreas de TRÂNSITO e SEGURANÇA, ministrei, modéstia a parte, com enorme sucesso, cursos presenciais e cursos on-line em Fortaleza-CE e em Brasília-DF voltados para os concursos: LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br � TRF 1ª Região, TRT-RJ, TRT-RS: Técnico Judiciário Espec. Segurança � Bombeiros/DF – Bombeiro militar Operador e Condutor de Viatura � Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul - Guarda de Segurança � – DETRAN/DF - Agente de Policiamento e Fiscalização de Trânsito � Polícia Rodoviária Federal – Agente de Polícia (2011) � Senado Federal: Policial Legislativo � Polícia Federal – Agente , Papiloscopista e Escrivão (2012) � TRF 2ª Região: Técnico de Segurança e Transportes � TRT 6ª Região: Técnico de Segurança e Transportes � TST: Técnico de Segurança e Transportes � TST: Técnico de Segurança e Transportes � STJ e CNJ - Analista Judiciário - Área Judiciária � Polícia Civil de Goiás: Agente e Escrivão � Polícia Militar do DF: Soldado Combatente � Polícia Federal – Agente , Papiloscopista e Escrivão (2013) � Polícia Civil do DF: Agente e Escrivão � Polícia Rodoviária Federal – Agente de Polícia (2013) Nestes certames, tive e estou tendo a honra de compartilhar inúmeras aprovações de vários de meus alunos! Nos últimos concurso para carreiras policiais, tive a alegria de receber vários e-mails de agradecimentos pelo nosso material, o que muito me orgulhou e me encheu de maior responsabilidade em continuar dando o meu melhor! Então vem a sua pergunta: mas qual mesmo é sua experiência em concursos públicos, professor? Bom, vamos a elas: LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br • Secretaria do Tesouro Nacional 2013 – Analista de Finanças e Controle • Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região 2013 – Analista Judiciário • Banco Central do Brasil 2010 – Técnico Área Segurança • Ministério do Trabalho e Emprego 2008 – Agente Administrativo • Ministério de Desenvolvimento Agrário 2009 – Agente Administrativo • Autarquia Municipal de Transito e Cidadania de Fortaleza – 2008 – Agente De Transito E Cidadania • Ministério da Justiça 2009 – Agente Administrativo • Fundação Nacional do Índio 2010 – Agente De Indigenismo Como vocês podem ver, já faz um tempinho que estamos na luta!!!! Mas é isso mesmo. Depois de muito estudar, as várias nomeações começaram a brotar até chegar naquela que considero até hoje a minha maior vitória: � A do BANCO CENTRAL DO BRASIL: 75 VAGAS PARA QUASE 68.000 INSCRITOS NA MINHA ÁREA! � Por isso que sempre digo: VALE MUITO A PENA ESTAR NA FILA E SONHAR ALTO, POIS UMA HORA CHEGA NOSSA VITÓRIA! Bom, voltando ao assunto, nosso presente curso une, em um formato simples, sistemático e analítico, o estudo da chamada Legislação Penal Extravagante, uma coletânea de importantes leis presentes na parte de Conhecimentos Específicos do Edital PC/DF 2013 (Escrivão). Atenção: nesse concurso, terão suas provas discursivas corrigidas mais do que os 900 primeiros colocados da listagem geral e os 45 primeiros para os candidatos que se declararem com deficiência! Confira o que nos diz o item 9.7.1. do referido Edital: LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Então, meus caros, na primeira fase (prova objetiva), vocês concorrerão na verdade a 900 vagas (ou a 45), não é mesmo? Vejam só quantas chances!! É preciso então se garantir na primeira fase desse certame e eis aqui mais uma ferramenta para a sua caminhada! Cada ponto será precioso! A ideia é trazer em nossas aulas uma visão prática de um concurseiro, alguém acostumado à vivência de inúmeras provas e que possa, dentro da dinâmica do curso, trazer dicas, macetes e bizus de como obter sucesso com o “jeito de ser” da nossa estimada banca Cespe. No que diz respeito ao Cespe, a banca organizadora, todos estamos cansados de saber que ela utilizará nesse certame a metodologia de questões cujas únicas respostas possíveis são CERTO ou ERRADO. Pois bem, trabalharemos neste curso com um mix de cerca de 500 questões a maioria delas nesse estilo, fornecendo a você, caro aluno, um grande quantitativo de questões de concursos recentes que proporcionarão uma excelente preparação para este certame. A quase totalidade dessas questões será do próprio Cespe. As que são de outras bancas serão adaptadas para o “jeito Cespe de ser” na medida do possível! No entanto, quando for necessário ou o número de questões sobre o tema não for tão vasto, contrataremos os serviços da mais nova organizadora do pedaço: a banca “Ponto e Marcos Girão”. De um jeito ou de outro, todas serão comentadas no decorrer das explanações e estarão, ao final, disponibilizadas em forma de lista. A finalidade é que no fim do curso vocês estejam treinados em alto nível e com isso aptos a lhe dar com qualquer questão sobre os assuntos aqui estudados. É permitir-lhes a possibilidade real de gabaritar essa parte da prova que, diga-se de passagem, terá grande peso na sua nota final! LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br O CURSO O nosso curso é composto de 14 aulas teóricas quinzenais com todos os seus exercícios comentados, sendo 01 (uma) delas esta de apresentação. O conteúdo programático será, portanto, o seguinte: AULA 00 - Introdução ao estudo da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas)AULA 01 - Tráfico Ilícito de Drogas e Entorpecentes - Lei nº 11.343/2006 (continuação) AULA 02 - Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) AULA 03 - Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) AULA 04 - Crimes de tortura (Lei nº 9.455/1997). - Crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990). - Crimes de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965). - Apresentação e uso de documento de identificação pessoal (Lei nº 5.553/68). AULA 05 - Crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/1998 e alterações). AULA 06 - Estudo da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06). AULA 07 - Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – Parte I LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br AULA 08 - Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – Parte II AULA 09 - Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89). - Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03): dos crimes em espécies. AULA 10 - Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001). AULA 11 - Crimes contra as Relações de Consumo (Título II da Lei nº 8.078/1990). - Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.688/41). AULA 12 - Crime Organizado (Lei nº 9.034/1995 e alterações). - Escuta telefônica (Lei nº 9.296/96). - Crimes contra a dignidade sexual (Lei 12.015/2009) AULA 13 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/86). - Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e outras relações de consumo (Lei nº 8.137/90). AULA 13 - Bônus - Declaração Universal dos Direitos Humanos. . O único item que não será contemplado em nosso curso é o referente ao Código Eleitoral (item 13), que deve ser ministrado por professor especialista na área de Direito Eleitoral. Ah, e esse mesmo curso é perfeitamente aplicável para o iminente concurso para Agente de Polícia PC/DF, ok? LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Nesta aula, iniciaremos o nosso estudo sobre a primeira Lei Especial: a Lei nº 11.343/06, a nossa famosa Lei de Drogas. É importante que a partir de já vocês tenham em mãos uma versão atualizada desta Lei. Caso ainda não tenham, vocês podem baixar a versão mais recente (dessa e das demais leis) no seguinte link: http://www2.planalto.gov.br/presidencia/legislacao É de suma importância, nesta primeira semana, que vocês deem uma lida completa neste dispositivo legal (somente nele, sem se preocupar neste momento inicial com as demais) para que possam familiarizar-se e ter uma visão geral sobre o regramento. O propósito é que façam um voo rasante pela Lei e comecem a esquentar as turbinas para o estudo de nossas aulas. Em nossas aulas, essas normas serão explicadas em forma de uma conversa bem sistematizada, didática, mnemônica e interessante sobre os seus principais aspectos. Faremos uma viagem em forma de bate-papo!! Será esse o nosso desafio como professor da Legislação Extravagante: disponibilizar a você, aluno, um material de qualidade, com abordagens completas e objetivas sobre o conteúdo das matérias, aprofundamento adequado, linguagem acessível e enfoque prático e bizurado do conteúdo abordado. Vamos então ao que interessa e repetir com vocês o sucesso de aprovações dos nossos últimos concursos! Bons estudos! LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br I – LEI 11.343/06 – CONCEITOS INICIAIS Caracterizada por ser um diploma legal inovador, a nova Lei de Drogas apresenta características distintas das que a antecederam. Tal diploma inova em vários dispositivos que têm sido objeto de calorosas discussões no campo jurídico-penal. Quanto a seus objetivos há que se destacar que são em determinados aspectos inovadores, mormente no tocante ao usuário de drogas conforme se pretende demonstrar. Introduziremos o estudo dessa norma com três conceitos importantíssimos. 1.1. O SISNAD A Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad. O Sisnad é composto por órgãos e entidades da Administração Pública que, em atuação conjunta, têm a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, bem como as atividades de repressão ao uso, ao tráfico e à produção ilegal de drogas. Para a realização dessas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma série de princípios elencados no art. 4º dessa lei. Esses princípios constituem importantes instrumentos de efetivação das políticas públicas. Sugiro a você, caro aluno, que dê uma lida no supracitado artigo e veja quais são esses princípios. O estudo deles não será nosso foco, mas é importante que você os conheça. A Lei de Drogas, em seu art. 5º, dá continuidade à disposição sobre as diretrizes norteadoras das atividades do Sisnad, dispondo sobre os objetivos básicos desse Sistema, todos eles referentes à prevenção e à repressão das drogas. São estes os objetivos do Sisnad: LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br � contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados; � promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país; � promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; � assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de sua competência. Sobre o Sisnad é isso que você precisa saber, caro aluno. As provas para policiais não costumam trazer questões específicas sobre esse sistema de órgãos, mas, pela sua importância no contexto do estudo da Lei de Drogas, eu não poderia deixar de falar sobre ele. Comecemos então nossa maratona de questões da aula de hoje!! 01. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para prevenção do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD. Comentário: Exatamente! A Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad. Trata-se de um sistema composto por órgãos e entidades da Administração Pública que, em atuação conjunta, têm a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, bem como as atividades de repressão ao uso, ao tráfico e à produção ilegal de drogas. Gabarito: Certo 02. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] As ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br nacional, razão pela qual esse sistema não comporta a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas. Comentário: Para a realização de suas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma série de princípios elencados no art. 4º da Lei 11.343/06. Esses princípios constituem importantesinstrumentos de efetivação das políticas públicas. Bom, se você deu uma lida nesses princípios, constatará que um deles vem elencado no inciso VII do mencionado art. 4º e que assim dispõe: Art. 4º. São princípios do SISNAD (...) VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; A assertiva afirma que as ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional. Até aí podemos considerar, mas isso não significa que o SISNAD não possa ser adotar a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas. Afirmar isso é ir contra o disposto no inciso acima citado. Gabarito: Errado 1.2. O CONCEITO DE DROGAS A Lei nº 11.343/06 (a nossa Lei de Drogas) traz o seguinte conceito de DROGAS: DROGAS � SUBSTÂNCIAS (ou PRODUTOS) entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial capazes de causar DEPENDÊNCIA, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Guarde esse conceito!! 1.3. LEI DE DROGAS - REGRA DE OURO Todas as condutas ilícitas e crimes tipificados na Lei de Drogas têm como premissa uma regra fundamental que aqui chamamos de REGRA DE OURO e é a seguinte: Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o PLANTIO, a CULTURA, a COLHEITA e a EXPLORAÇÃO de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. Apesar de ser uma regra basilar, não é absoluta!! A Lei de Drogas estabelece, no entanto, que a União pode autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais acima mencionados, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. Pois bem, a partir desses conceitos introdutórios podemos destacar os eixos centrais da Lei de Drogas que são: � pretensão de se introduzir no Brasil uma sólida política de prevenção ao uso de drogas, de assistência e de reinserção social do USUÁRIO; � eliminação da pena de prisão ao USUÁRIO; � rigor punitivo contra o TRAFICANTE e o FINANCIADOR do tráfico; � louvável clareza na configuração do rito procedimental e; � inequívoco intuito de que sejam apreendidos, arrecadados e, quando o caso, leiloado os bens e vantagens obtidos com os delitos de drogas. Ao citar os eixos centrais da Lei de Drogas, destaquei as palavras usuário, traficante e financiador. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Mas por que professor? Porque é exatamente nessas palavras que residem as inovações (e também as polêmicas) em torno da regulamentação trazida pela Lei nº 11.343/06 a qual passaremos a estudar a partir de agora. Quem é considerado usuário? A quem posso chamar de traficante? A figura de traficante se confunde com a de financiador? Qual o tratamento que a lei dá a esses personagens? Bom, são respostas que tentaremos dar nesta aula tomando como base, repito, aquilo que for de fato relevante para a sua prova. Caro aluno, para começar, saiba que um dos objetivos da Lei 11.343/06 é, justamente, o de estabelecer a distinção entre o usuário de drogas e o traficante. Para atingir esse fim, a Lei 11.343/06 estabelece tratamento diferenciado para cada um, dispondo sobre o usuário e sobre o traficante em capítulos distintos. No próximo tópico, abordaremos o tratamento que a Lei dá ao usuário de drogas. Peço sua especial atenção para este tópico, pois é sempre GRANDE alvo de questões em provas de concursos! II – CRIME DE POSSE DE DROGA PARA O USO PESSOAL 2.1. O USUÁRIO DE DROGAS Ao adotar uma postura preventiva em relação ao uso de drogas, a Lei de Drogas trouxe profundas e importantes inovações acerca do tratamento dispensado ao USUÁRIO. Primeiramente, é de fundamental importância definir quem é o usuário, em que consiste ser usuário. USUÁRIO DE DROGAS – IMPORTANTÍSSIMO!! � Quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, PARA CONSUMO PESSOAL, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Quem pratica, portanto, qualquer uma das condutas acima citadas, comete o crime de posse de drogas para COMSUMO PESSOAL tipificado no art. 28 da Lei de Drogas. Antes de ver as penas previstas para esse crime, vamos entender um pouco mais sobre as condutas acima descritas: ADQUIRIR significa obter para si, seja mediante compra, troca, a título gratuito, ou ainda por qualquer outro meio. Adquirir é alcançar a posse de determinada coisa. GUARDAR significa a ocultação pura e simples da droga, de modo permanente ou precário. Exprime a conduta de ocultar, de não revelar a posse da droga publicamente. TER EM DEPÓSITO é reter a coisa à sua disposição, sob seu domínio, em condições de pronto alcance e disponibilidade. Professor, qual a diferença entre guardar e ter em depósito? Confesso que essa diferenciação é um tanto quanto confusa e que traz uma série de controvérsias doutrinárias. Não é objeto de nosso estudo adentrar a fundo em tais controvérsias. Em termos doutrinários, podemos considerar a lição do professor Vicente Greco de que “ter em depósito” significa a retenção provisória e possibilidade de deslocamento rápido da droga de um lugar para outro, enquanto “guardar” se conceitua como a mera ocultação da droga. Para que se enquadrem na cominação do crime em estudo, tanto a conduta de guardar, como a de ter em depósito, devem configurar a retenção da droga para consumo próprio. TRANSPORTAR evidencia a idéia de deslocamento, ou seja, significa levar a droga de um local para outro mediante a utilização de algum meio de transporte que não a própria pessoa, pois, nesse último caso estaria sendo caracterizada a conduta de trazer consigo. TRAZER CONSIGO é transportar a droga junto ao corpo, sem auxílio de outro meio de locomoção, ou ainda, portar a droga consigo, acondicionada em qualquer compartimento que esteja ao alcance imediato do agente. A idéia principal aqui é a disponibilidade de acesso, de uso da droga. No caso do crime em estudo, o delito se consuma com a prática de qualquer uma das condutas descritas no tipo sem que seja necessária a ocorrência de nenhum resultado. Observe, no entanto, que as condutas que consistem em guardar, ter em depósito e trazer consigo são permanentes e, desta forma, retratam um delito permanente, que se protrai no tempo. Já as LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br condutas de adquirir e transportar são instantâneos, ou seja, traduzem delitos instantâneos, cuja consumação ocorre em momento específico, sem se prolongar pelo tempo. Visto isso, temos que a Lei de Drogas prevê as seguintes penas (ou medidas educativas) para o usuário de drogas, ou seja, para quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:ADVERTÊNCIA SOBRE OS EFEITOS DAS DROGAS; PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE; MEDIDA EDUCATIVA DE COMPARECIMENTO A PROGRAMA OU CURSO EDUCATIVO. IMPORTANTE � Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, SEMEIA, CULTIVA ou COLHE plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. SEMEAR é espalhar sementes, lançar sementes ao solo para que germinem. CULTIVAR significa propiciar condições para que a planta se desenvolva, cultivando o solo e cuidando da plantação. COLHER é recolher o que a planta produz, recolher o que foi produzido pela terra, pelo solo. Assim, estas outras três condutas típicas, quando destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica, caracterizam o plantio para consumo pessoal. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br IMPORTANTE � Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, O JUIZ atenderá: • à natureza e à quantidade da substância apreendida; • ao local e às condições em que se desenvolveu a ação; • às circunstâncias sociais e pessoais e; • à conduta e aos antecedentes do agente. Pois bem, voltando às penas previstas para essas condutas típicas, perceba que não mais existe a previsão da pena privativa de liberdade para o usuário. De acordo com a nova lei, não há qualquer possibilidade de imposição de pena privativa de liberdade para aquele que adquire, guarda, traz consigo, transporta ou tem em depósito droga para consumo pessoal ou para aquele que pratica a conduta equiparada (§ 1.º do art. 28). Preste bem atenção: mesmo que não seja mais prevista pena restritiva de liberdade para o crime em tela, não se pode dizer que houve a descriminalização da conduta. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a própria lei o inseriu no capítulo relativo aos crimes e às penas (Capítulo III); além do que as sanções só podem ser aplicadas por Juiz criminal, e não por autoridade administrativa, e mediante o devido processo legal (veremos mais adiante o procedimento criminal específico para este caso). A advertência não é uma repressão moral ou religiosa, mas sim jurídica, ou seja, preza-se uma sanção legal. Em contrapartida, abordam-se os efeitos prejudiciais da droga, para o próprio usuário, família, etc. Essa medida pode ocorrer no próprio Juizado Criminal. Ainda, pode ser aplicada isolada ou cumulativamente com as outras medidas, como também, ser substituída a qualquer tempo, sendo vedada a conversão em pena privativa de liberdade. O magistrado pode ainda valer-se de diferentes profissionais, tais como, psicólogos, médicos, assistentes sociais, etc, para eventual auxílio. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br ATENÇÃO � As penas de prestação de serviços à comunidade e de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo serão aplicadas pelo prazo máximo de 05 meses. � Em caso de reincidência nessas penas o prazo máximo a elas aplicado será de 10 meses. Estabelece a Lei de Drogas que a prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. Atenção: a Lei prevê ainda que o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Essa medida também poderá ser fixada isolada ou cumulativamente com as demais medidas alternativas. Cabe ao julgador fazer a diferenciação do mero usuário, ou dependente de drogas, distinção esta que será fundamental na escolha da medida educativa mais adequada ao caso concreto. Quanto às medidas educativas de comparecimento a programas ou cursos educativos, caberá ao juiz fixá-las, bem como as freqüências a serem feitas. Desta forma, se não constar na sentença, caberá ao juiz de execuções delimitá-las. E aí você me pergunta: professor, já que não há penas restritivas de liberdade, o que acontece se a pessoa que cometeu esse crime recusar-se a cumprir qualquer uma dessas penas previstas? Bom, caso haja a recusa INJUSTIFICADA do agente em cumprir tais penas, também chamadas de medidas educativas, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: � admoestação verbal e � multa LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Entenda que essas providências serão sucessivas, ou seja, primeiramente o juiz irá admoestar verbalmente o agente e, caso essa admoestação não traga o resultado esperado, ele aplicará a multa. A admoestação é uma repreensão, o juiz advertirá o agente sobre as conseqüências de sua desídia delituosa. Assim, haverá intimação do magistrado para que o agente compareça à audiência admonitória designada, onde será feita a advertência oral. Na imposição da multa, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Os valores decorrentes da imposição da multa serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. IMPORTANTE � Prescrevem em 02 ANOS a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Bom, antes de finalizamos, é preciso destacar que a Lei de Drogas reserva capítulo especial para garantir que o Poder Público possibilite ao USUÁRIO e ao DEPENDENTE DE DROGAS o direito de serem atendidos por meio de atividades de atenção e reinserção social. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar uma série de princípios e diretrizes, todos elencados no art. 22 da lei em comento. Apesar de achar pouco provável de serem cobrado, dê uma olhadinha nesse artigo! LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br IMPORTANTE � O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, TÊM GARANTIDOS OS SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SUA SAÚDE, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. É mais ou menos o seguinte: uma pessoa, condenado por crime de posse ilegal de drogas para consumo próprio, já vinha em pleno cumprimento de uma das medidas de segurança previstas pelo art. 28 da Lei de Drogas recebendo, inclusive, o benefício do direito a serviços de atenção a saúde. Suponhamos que nesse ínterim ela comete outra infração penal que prevê pena restritiva de liberdade. Ao ser condenada pelo novo crime continuará, portanto, gozando ainda do direito de atençãoà saúde que antes já tinha. Vamos ver então como foi cobrado: 03. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material. Comentário: Acabamos de estudar que, mesmo que não seja mais prevista pena restritiva de liberdade para o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal, este não foi descriminalizado. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a própria lei o inseriu no capítulo relativo aos crimes e às penas além de suas sanções só poderem ser aplicadas por Juiz criminal e não por autoridade administrativa. Não podemos esquecer também que deve ser respeitado o devido processo legal. A questão afirma equivocadamente que essa conduta é uma infração sui generis. De jeito nenhum!! Gabarito: Errado 04. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso próprio, substância tida como entorpecente é fato tipificado como crime. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Foi o que acabamos de comentar na questão anterior!! Caro aluno, você perceberá que são muito comuns em provas questões que cobram do candidato o conhecimento sobre se é ou não crime a conduta de posse ou porte de drogas para consumo pessoal. Vamos repetir e não esqueça nunca mais: tal conduta é sim crime tipificado pela Lei de Drogas. Gabarito: Certo 05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Em decorrência da nova política criminal adotada pela legislação de tóxicos, a conduta do usuário foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Código Penal, não se considera crime a conduta à qual a lei não comina pena de reclusão ou detenção. Comentário: Agora fica fácil, não é mesmo? Perceba que a banca faz um floreado para mostrar o porquê que a conduta do usuário foi descriminalizada, tentando induzi-lo ao erro. Ora, você já sabe que essa conduta não foi descriminalizada. Essa, já disse, é uma afirmação equivocada, recorrente e séria candidata a estar em sua prova! Ademais, quanto ao conceito de crime, o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal nos trouxe somente um critério para que, analisando o tipo penal incriminador, possamos fazer a distinção entre crime e contravenção. Hoje, o conceito atribuído ao crime é eminentemente jurídico, pois não existe um conceito de crime propriamente dito fornecido pelo legislador. Segundo o ilustre promotor Fernando Capez, o conceito formal de crime resulta da mera subsunção da conduta ao tipo legal e, portanto, considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando seu conteúdo. O crime, sob este aspecto é, portanto, toda ação ou omissão que se adapta à conduta descrita por uma norma penal incriminadora emanada do Estado. Gabarito: Errado 06. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] Quem tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar poderá ser submetido a prestação de serviços à comunidade, a qual, em prol da dignidade da pessoa humana, a fim de não causar situação vexatória ao autor do fato, não poderá LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br ser cumprida em entidades que se destinem à recuperação de usuários e dependentes de drogas. Comentário: Questãozinha bem simples. Ela erra ao afirmar que a pena de prestação de serviços à comunidade não poderá ser cumprida em entidades que se destinem à recuperação de usuários e dependentes de drogas. Muito pelo contrário! Deve ser realizada preferencialmente nesses lugares (art. 28, § 5º). Gabarito: Errado 07. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde. Comentário: Mas uma que erra ao afirmar que o crime de posse ou porte de drogas para o consumo pessoal foi extinto pela Lei 11.343/06, a nossa Lei de Drogas (ou Lei de Tóxicos, como queira). Outro erro é afirmar que recomenda-se nesse caso apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde. De forma alguma! Você estudou que as penas previstas para quem comete esse crime são: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. É preciso lembrar também que, segundo a Lei, o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde preferencialmente ambulatorial para tratamento especializado. Isso não é uma recomendação e sim uma determinação legal. Gabarito: Errado 08. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A legislação descriminalizou a conduta de quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Atualmente, o usuário de drogas será isento da aplicação de pena e submetido a tratamento para recuperação e reinserção social. Comentário: Estou sendo repetitivo nas questões, porque isso costuma ser muito cobrado mesmo! Tenho certeza que você a resolveu num piscar de olhos, não LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br é verdade?? você não cai mais nessa afirmação de que a conduta de uso de drogas para consumo pessoal está descriminalizada pela Lei 11.343/06. Você já está cansado de saber que não! Gabarito: Errado 09. [FUNCAB – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/RO – 2010] Considerando que um usuário com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida Lei, este poderá ser submetido à pena de prisão simples, de seis meses a um, dois anos. Comentário: Se o usuário tem 20 anos, é penalmente imputável. Se é penalmente imputável e estava trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de drogas, certamente ele comete o crime de posse (ou porte) de drogas para consumo pessoal. Se comete esse crime, incorrerá em uma das seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Gabarito: Errado 10. [FGV – ADVOGADO – SENADO FEDERAL – 2008] Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar só poderá ser submetido às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Comentário: Perfeito! Veja que muda a organizadora, mas a abordagem é exatamente a mesma!! Essas são de fato as penas previstas para quem comete o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal. Gabarito: Certo 11. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem submetidos a medida de segurança terão garantidos os mesmos serviços de atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posição do respectivo sistema penitenciário. LEGISLAÇÃOPENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Veja como essa questão bem recente baseou-se quase que completamente na literalidade da lei! Aqui temos praticamente copiadas as disposições do art. 26 da Lei de Drogas. Veja: Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema previdenciário. Gabarito: CERTO 12. [FUNIVERSA – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF – 2012 – Adapt.] O entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal não implicou abolitio criminis; houve uma despenalização, entendida como exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade. Comentário: Mesmo sem ter visto a decisão do STF, você já está cansado de saber que não houve abolitio criminis (conduta tornada atípica) para a posse de drogas para consumo pessoal. Ela é crime sim! Você também já pode concluir que houve de fato uma despenalização, entendida como exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade. Mas, para você ter mais certeza ainda, a questão trouxe a cópia fiel da decisão do STF. Confira: Plenário do STF, por ocasião do julgamento de Questão de Ordem suscitada nos autos do RE 430105 QO/RJ: (...) 6. Ocorrência, pois, de "despenalização", entendida como exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade. 7. Questão de ordem resolvida no sentido de que a L. 11.343/06 não implicou abolitio criminis (C.Penal, art. 107). (...) III. Recurso extraordinário julgado prejudicado. Não se espante se na sua prova cair uma questão muito semelhante! Gabarito: Certo LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 2.2. O PROCEDIMENTO PENAL O crime de posse de drogas para o consumo pessoal, por não ser a ele previsto pena restritiva de liberdade, é considerado um crime de menor potencial ofensivo. Se é um crime de menor potencial ofensivo e não fora cometido em concursos com os demais crimes previstos na Lei de Drogas (os quais estudaremos mais adiante), quem o comete estará sujeito ao procedimento da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais – Lei n. 9.099/95 (arts. 60 e ss.). Para refrescar um pouco sua memória, vamos relembrar o conteúdo desse artigo: Lei nº 9.099/95 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. Fiz um destaque especial para esses dois institutos da Lei de Juizados Especiais: a transação penal e a composição de danos civis. A transação penal trata-se da possibilidade do Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem bolado” entre a acusação e a defesa pra evitar que o processo corra, poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes (sociais, psicológicas, financeiras etc.). As propostas podem abranger só duas espécies de pena: a multa e a restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica). LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br Lembro-lhe que o autor da proposta de transação é o Ministério Público, isto porque, a ação para o crime de posse de drogas é pública e incondicionada. Já a composição de danos civis consiste se da possibilidade de acordo homologado por juiz entre vítima e réu, tendo esse acordo eficácia de título a ser executado e também acarretando, portanto, a renúncia ao direito de queixa ou representação. Pois bem, voltando ao crime de posse (pode vir na questão também “porte”) de drogas para consumo pessoal, o agente que for enquadrado nesse crime terá o direito, dentre outros, às prerrogativas acima revisadas. IMPORTANTÍSSIMO! � Tratando-se do crime de posse de drogas para o consumo pessoal, NÃO SE IMPORÁ PRISÃO EM FLAGRANTE, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, NA FALTA DESTE, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. � Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas acima serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, VEDADA A DETENÇÃO DO AGENTE. Para que fique bem claro, tal determinação funciona da seguinte forma: A autoridade policial que encontrar um usuário em situação de flagrância deverá tomar as seguintes atitudes: a) se houver Juízo, conduzi-lo coercitivamente para que a Secretaria do Juizado elabore o Termo Circunstanciado; b) na falta do Juízo, abrem-se-lhe duas possibilidades: � elaborar o termo circunstanciado no local dos fatos ou; � encaminhar o agente para a Delegacia de Polícia, na qual será lavrado termo circunstanciado ou auto de prisão em flagrante, caso o Delegado entenda tratar-se ou não de usuário. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br A legislação afastou a atuação policial nos casos de usuários e dependentes de drogas, ou seja, ele deve ser levado, preferencialmente, ao juiz. Portanto, somente na falta deste é que deve ser encaminhado à Delegacia de Polícia para elaboração do termo circunstanciado. IMPORTANTE � A vedação da prisão em flagrante para esse crime (se cometido sem o concurso de outros) é ABSOLUTA, não estando condicionada à aceitação do agente em cooperar com a Justiça. Não será possível a prisão em flagrante, nem mesmo se houver recusa do agente em comparecer em juízo. Concluídos os procedimentos acima, o agente será submetido a exame de corpo de delito - se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente -, e em seguida LIBERADO. IMPORTANTE � Todo o procedimento acima também se aplica ao semeador ou cultivador de planta tóxica com o fito de consumo próprio. Veja como o CESPE cobrou: 13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer. Comentário: A questão nos pede o conhecimento do processo penal para quem comete o crime de posse de drogas para o consumo pessoal. Vimos que, em se tratando desse tipo de crime, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente. Repetindo para não esquecer: a vedação da prisão em flagrante para esse crime (se cometido sem o concurso de outros, é claro) é absoluta, não LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br estando condicionada à aceitação do agente em cooperar com a Justiça. Não será possível a prisão em flagrante, nem mesmo sehouver recusa do agente em comparecer em juízo. Gabarito: Certo *** Bom, chegamos ao fim de nossa primeira aula. Espero que tenham gostado da metodologia! Vimos o estudo basilar e conceitual da Lei de Drogas. Um aperitivo do que vem por aí! Na próxima aula, continuaremos a análise dessa norma, conhecendo os aspectos sobre os demais crimes e os procedimentos penais nela previstos. Use o fórum de nosso curso como mais uma ferramenta de auxílio para a consolidação de seus conhecimentos. Estarei sempre à disposição procurando dirimir suas dúvidas o mais rápido possível. Conte sempre comigo! Espero por você nas nossas próximas aulas!! LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES DE SUA AULA 01. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para prevenção do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD. 02. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] As ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional, razão pela qual esse sistema não comporta a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas. 03. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material. 04. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso próprio, substância tida como entorpecente é fato tipificado como crime. 05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Em decorrência da nova política criminal adotada pela legislação de tóxicos, a conduta do usuário foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Código Penal, não se considera crime a conduta à qual a lei não comina pena de reclusão ou detenção. 06. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] Quem tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar poderá ser submetido a prestação de serviços à comunidade, a qual, em prol da dignidade da pessoa humana, a fim de não causar situação vexatória ao autor do fato, não poderá ser cumprida em entidades que se destinem à recuperação de usuários e dependentes de drogas. 07. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 08. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A legislação descriminalizou a conduta de quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Atualmente, o usuário de drogas será isento da aplicação de pena e submetido a tratamento para recuperação e reinserção social. 09. [FUNCAB – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/RO – 2010] Considerando que um usuário com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida Lei, este poderá ser submetido à pena de prisão simples, de seis meses a um, dois anos. 10. [FGV – ADVOGADO – SENADO FEDERAL – 2008] Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar só poderá ser submetido às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 11. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem submetidos a medida de segurança terão garantidos os mesmos serviços de atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posição do respectivo sistema penitenciário. 12. [FUNIVERSA – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF – 2012 – Adapt.] O entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal não implicou abolitio criminis; houve uma despenalização, entendida como exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade. 13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer. LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE P/ ESCRIVÃO PC/DF - PACOTE PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br GABARITO 1 2 3 4 5 C E E C E 6 7 8 9 10 E E E E C 11 12 13 C C C
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