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54 - LEI Nº 11 343-06 - Lei de drogas

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(LEI Nº 11.343/06) 
LEI DE DROGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.343-2006?OpenDocument
LEI DE DROGAS 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
Com alterações da Lei nº 13.840/19. 
 
 
A ORIGEM DA LEI DE DROGAS 
 
Antes de adentrarmos na Lei 11.343/2006, gostaria de fazer uma breve introdução a respeito da 
antiga Lei de Drogas, Lei n.º 6.368/1976, a qual, na verdade, tratava sobre entorpecentes, 
apresentando terminologias tais como “tráfico de entorpecentes e drogas afins”. Mas, com o 
advento da Lei 11.343/2006, passou-se a utilizar a terminologia “drogas”, e “tráfico de drogas”, que 
são mais adequadas para os dias atuais. Essa lei aqui de drogas, que começou a vigorar após 
quarenta e cinco da publicação, em 2006, revogou expressamente a Lei n.º 6368/1976. Por esse 
motivo, em tratando se de tráfico de drogas e de qualquer crime envolvendo drogas, será aplicado 
o princípio da especialidade. Se a droga tiver previsão na Portaria 344 da ANVISA, o 
enquadramento correto é na Lei 11.343/2006. 
 
Um segundo detalhe, para fins de conhecimento, é que a previsão constitucional para a criação da 
Lei de drogas pode ser extraída do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, o qual considera crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes, o terrorismo, e os crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e, aquele que puderem evitar, se omitirem. 
Partindo dessa consideração, diz-se do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, tratar-se de mandado 
constitucional de criminalização expresso, que consiste em uma imposição para que o legislador 
infraconstitucional viesse trazer a repressão à prática do tráfico ilícito de drogas. Neste sentido, o 
mandado condicional de criminalização. O Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, e sua organização é uma 
medida convencional de criminalização, expressamente evidenciado na Constituição. Embora 
tenha passado a vigorar em 2006, existia antes disso a previsão do tráfico de entorpecentes com 
base Lei n.º 6.368/1976, em cima do art. nº 16, por meio da qual observava-se, de igual modo, a 
Constituição Federal. 
 
Outro artigo previsto constitucionalmente que chama a atenção é o art. nº 243 da CF/88, o qual 
apresenta uma situação que pode acarretar na expropriação da propriedade do indivíduo que a 
utiliza para fins de cultivo, envolvendo várias substâncias consideradas drogas que possam causar 
dependência. Havendo essa hipótese, o proprietário pode vir a sofrer a expropriação, isto é, o 
confisco. Entenda que não se trata de uma desapropriação, que, no caso, ocorre por meio de 
indenização prévia e justa. A expropriação, em contrapartida, tem natureza confiscatória, isto é, 
não envolvendo qualquer tipo de indenização ao produtor, a propriedade passa a ser da União. 
Nesse sentido, o caso de expropriação é um exemplo de intervenção do Estado na propriedade 
privada. Contudo, tendo em vista o que está disposto no art. nº 243, CF/88 Lei de drogas. Esse 
caso, além de tratar da Lei de Drogas, envolve a situação de trabalho escravo, basta analisar 
expressamente o que está previsto no art. nº 243, CF/88. 
 
Obs.: Mesmo que o produtor conduza o cultivo em apenas uma parte de sua terra, ele perde todo o 
bem quando confiscada a propriedade. 
 
SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD era chamado de Sistema 
Nacional Antidrogas. O atual sistema prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção 
e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à 
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. 
 
ATENÇÃO: Os conteúdos que mais caem na prova referente à Lei de Drogas, sem sombra de 
dúvidas, são, respectivamente: Art. nº 33; Art. nº 41 e Art. nº 28. Se seu tempo de estudo for 
curto, ou se pretende fazer uma revisão para o dia da prova, centre fogo nesses artigos, em 
especial no art. nº 33, que representa a maior incidência de questões nas provas. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.343-2006?OpenDocument
 
Isso posto, vamos ao título das disposições preliminares. A referida Lei institui o Sistema Nacional 
de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD e prescreve medidas para prevenção do uso 
indevido, atenção em recessão social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas 
para a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, consideradas drogas as 
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência assim especificados em lei ou 
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União, e define crimes. 
(Art. nº 1). 
 
Em termos de incidência, como eu disse, deve-se fazer uma relação do artigo nº 1 ao art. nº 66 e à 
Portaria 344 da Anvisa/1998. Em seguida, se tiver tempo hábil até a data da prova, deverá ler todos 
aqueles artigos mencionados, principalmente os que sofreram alterações recentes para se ter uma 
noção básica do conteúdo. Do contrário, siga direto para o capítulo XV, que é o capítulo das penas. 
Este, aconselho que leia até o final. Mas a parte procedimental envolvendo à Lei de drogas que 
não tem muita incidência. 
 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1o - Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; 
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas e define crimes. Norma penal em branco Heterogênea. 
 
O artigo primeiro expõe o conceito de drogas para fins de aplicabilidade da Lei 11.343/2006. Isto é, 
para que se possa determinar se o princípio ativo de determinada droga configura algum crime aqui 
previsto, deve-se buscar as especificações referentes a drogas em Lei ou lista atualizada pelo 
Poder Executivo da União. Neste ponto, relaciona-se o Art. nº 1 ao art. nº 66 e à Portaria 344 da 
Anvisa/1998. É essa Portaria que determina se o princípio ativo da droga configura ou não o crime 
de tráfico, por exemplo. 
 
Sabemos que é crime vender droga. Mas, o que é droga? Maconha é droga? Cerveja é droga? 
Sertanejo universitário é droga? Para saber o que posso ou não vender (transportar, preparar 
etc.), preciso saber o que é droga. Não há como deixar a definição a cargo do juiz. 
 
Por isso, há um rol das drogas proibidas, para fins de incidência do art. 33, que expõem dezoito 
condutas que configuram crime tais como importar, exportar, remeter, trazem consigo, vender, 
expor à venda drogas. Ele não irá especificar o que é droga, portanto, será necessário recorrer a 
Portaria 344 da Anvisa que fará, e por meio dela se faz possível saber se há o princípio ativo 
para configurar o crime de tráfico de drogas previsto no art. nº 33. 
Na Portaria n. 344/98/MS, que, dentre as substâncias proibidas, traz o THC, substância presente 
na maconha. Por isso, é considerado tráfico de drogas o seu comércio. 
Agora, tendo como base o art. nº 33, sabemos que ele elucidará sobre condutas, as quais 
acarretarão em pena, e neste momento falo especificamente sobre a pena privativa de liberdade 
que consiste em reclusão de cinco anos, podendo chegar à quinze, ou seja, pena mínima, cinco 
anos, e pena máxima de quinze. 
 
Como o art. 33, por si só, não é aplicável, necessitando de complemento, dizemos que se trata 
de norma penal em branco. 
 
As normas penais em branco podem ser: 
 
a) Homogêneas: Quando o complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a 
norma em branco. Ex.: O art. 237 do CP assim prevê: “Art. 237 - Contrair casamento, 
conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”. No entanto, 
o CPnão diz quais são as causas de impedimento, sendo necessário o complemento do art. 
1.521 do CC. Como o CC e o CP são oriundos da mesma fonte legislativa – lei em sentido estrito 
editadas pelo Congresso Nacional -, dizemos que a o art. 237 é norma penal em branco 
homogênea. Há quem as dividi, ainda, em homovitelinas e heretovitelinas. A norma penal em 
branco homogênea homovitelina (ufa!) ocorre quando o complemento está dentro da própria lei 
da norma em branco. Ex.: No art. 312 do CP, está tipificado o peculato, crime praticado por 
funcionário público, e, no próprio CP, no art. 327, está o conceito de funcionário público. Já a 
heterovitelina ocorre quando o complemento está em lei diversa, como no exemplo do art. 237, 
visto anteriormente. 
 
b) Heterogêneas: Há ainda a norma penal em branco heterogênea, hipótese em que o 
complemento é oriundo de fonte legislativa diversa da norma em branco. 
Pode-se dizer que a lei de drogas é uma norma penal em branco heterogênea, porque é uma lei 
que reque um complemento, sendo que esse complemento não é feito pelo próprio Congresso 
Nacional, porque se fosse, teríamos apenas um exemplo de uma norma penal em branco, 
homogênea. O Congresso nacional é Poder Legislativo e o complemento não é feito pelo 
Congresso Nacional, isto é, não é feito pelo Poder Legislativo. O complemento é feito pelo ato do 
Poder Executivo. Nesse sentido, pode-se dizer que a Lei de drogas é uma norma penal, em 
branco, heterogênea. Ex.: O art. 33 da Lei 11.343/06, lei oriunda do Congresso Nacional, e a 
Portaria n. 344/98/MS, proveniente do Poder Executivo. 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608348/artigo-237-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608348/artigo-237-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10599181/artigo-312-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597902/artigo-327-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10867208/artigo-33-da-lei-n-11343-de-23-de-agosto-de-2006
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95503/lei-de-t%C3%B3xicos-lei-11343-06
Estas considerações são traçadas para que fique bem claro que esse conteúdo é muito recorrente 
nas provas, portanto, se cair na sua prova que a Lei das Drogas é uma norma penal em branco, 
você pode assinalar a questão como correta. Agora, se a questão especificar que tipo de norma 
penal em branco, ela terá que especificar que se trata de uma norma penal em branco 
heterogênea, porque se ela disser que é uma norma penal em branco homogênea, a questão 
estará errada. A questão deve ficar bem clara: hoje, para saber se o indivíduo praticou o tráfico de 
drogas, por exemplo, faz-se necessário consultar a, para saber se o princípio ativo em questão é 
considerado uma droga, como, por exemplo maconha tem o princípio ativo tetraidrocanabinol, 
princípio ativo, o lança perfume tem como princípio ativo o cloreto de etila. Todas essas 
informações constam na portaria nº 344. 
 
Conceito de Droga 
 
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos 
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas 
periodicamente pelo Poder Executivo da União. 
 
A Lei de drogas, é uma norma penal em branco, ou seja, necessita de um complemento que traga 
a definição do que são drogas. Esse complemento é a portaria SVS/MS de nº 344 de 12 de meio 
de 1998, que traz os princípios ativos das substâncias que poderão ser enquadradas como drogas 
e consequentemente a tipificação da conduta do agente nos crimes elencados nesta Lei. A 
previsão legal de que a Lei 11.343/2006 é uma norma penal em branco heterogênea é o artigo 1º, 
parágrafo único, c/c art. 66 do diploma legal mencionado, conforme pode-se observar. 
 
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a 
terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, 
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de 
maio de 1998. 
 
Caso a Anvisa venha retirar uma substância que tem um princípio ativo que hoje é considerada 
droga, o que prevalece na doutrina e no entendimento do STF é que ocorrendo a retirada de um 
princípio ativo que está previsto na portaria 344, será gerado o abolitio criminis, e o efeito será a 
retroatividade. Gostaria de exemplificar apresentando-lhe o que aconteceu com o princípio ativo 
ilícito cloreto de etila, lança perfume, nos anos 2000. Para você entender, quem fez a exclusão 
desse princípio ativo não foi o Congresso Nacional, mas o que prevalece é que a norma penal em 
branco, homogêneo como heterogênea é constitucional. 
 
No dia 07 de determinado mês do ano 2000 a Anvisa fez a exclusão dessa substância. Agora, 
imagine que o indivíduo praticou o crime de tráfico de substância no dia anterior, dia 06, e logo no 
dia seguinte a Anvisa exclui a substância. Ocorrerá, então, do indivíduo ser beneficiado por essa 
exclusão, que gerou a retroatividade. Será esse o entendimento do STF, então quem praticou o 
fato antes dessa exclusão, que foi feita pela Anvisa, foi beneficiado com a retroatividade benéfica. 
Naquela situação, quem fez a exclusão foi o presidente da época da Anvisa, sendo que a decisão 
deveria ter sido tomada pelo conselho, foi aplicada a exclusão e a retroatividade benéfica. 
Passados oito dias, no dia 15 do mesmo mês, o lança perfume voltou como princípio ativo previsto 
na Portaria 344 da Anvisa. Nessa hipótese, quando a substância foi incluída a decisão não pode 
retroagir, mas, no tempo em que beneficiou quem tinha praticado algum crime previsto na antiga 
Lei 6.368/76 que tinha previsão da Portaria 344 da Anvisa, recebeu a retroatividade benéfica. E do 
dia quinze em diante, após ser reinserida na Portaria como princípio ativo ilícito, passou a ser uma 
novatio legis in pejus, não podendo retroagir. 
 
Caiu em prova! 
(FUNIVERSA/2015) A Lei n.º 11.343/2006 fez referência genérica à expressão “droga”, devendo 
por isso ser complementada por outra norma. É correto afirmar que se trata de norma penal em 
branco homogênea. Gabarito: Errado. 
 
OBS.: A Lei nº 11.343/2006 (Lei Antidrogas) busca não só a criminalização do tráfico ilícito de 
drogas, mas também o zelo ao usuário, isto é, há um tratamento jurídico diverso ao usuário e ao 
traficante. 
Além disso, existem determinados produtos que serão lícitos com a devida autorização do Poder 
Público: plantio, matéria-prima, industrialização, comércio, entre outros. 
 
OBS.: Consoante o artigo segundo da lei 11.343/2006, as substâncias psicotrópicas derivadas das 
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso são ressalvas, para que ocorra o enquadramento 
do agente nos crimes previstos nesta lei, quando for utilizada para essa finalidade. Exemplos de 
plantas, com substâncias psicotrópicas, sendo usadas para o ritual religioso: Ayahuasca[ (do 
quíchua aya, que significa 'morto, defunto, espírito', e waska, 'cipó', podendo ser traduzido como 
"cipó do morto" ou "cipó do espírito"), também conhecida como hoasca, daime, iagê , santo-daime, 
vegetal e mariri[ é uma bebida psicodélica produzida a partir da combinação da videira 
Banisteriopsis caapicom várias plantas, em particular a Psychotria viridis e a Diplopterys cabrerana. 
 
Autorização Extraordinária 
 
Art. 2o - Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura,a 
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas 
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a 
Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de 
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. 
 
O artigo 2º da Lei de Drogas trata da proibição da comercialização e plantio de drogas em todo 
território nacional. Mas apresenta uma situação excepcional que poderia gerar uma atipicidade. 
 
Consoante o artigo segundo da lei 11.343/2006, as substâncias psicotrópicas derivadas das 
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso são ressalvas, para que ocorra o enquadramento 
do agente nos crimes previstos nessa lei, quando for utilizada para essa finalidade. Exemplo de 
plantas com substâncias psicotrópicas, sendo usadas para o ritual religioso: Ayahuasca [(do 
quíchua aya, que significa ‘morto’, ‘defunto’, ‘espírito’ e waska, ‘cipó’, podendo ser traduzido como 
“cipó do morto”, ou “cipó do espírito”), também conhecida como hoasca, daime, iagê, santo-daime, 
vegetal e mariri] é uma bebida psicodélica produzida a partir da combinação da videira 
Banisteriopsis caapicom com várias plantas, em particular a Psychotria viridis e a Diplopterys 
cabrerana. Nesse caso, por exemplo, o chá de santo-daime, a partir dessa combinação de plantas 
para fins rituais religiosos, vai gerar a atipicidade tanto para quem está produzindo, como para 
quem está tomando. 
 
Os rituais que utilizam substâncias psicotrópicas mais difundidos hoje no Brasil são o Santo Daime 
e a União Vegetal, mas deverá gerar atipicidade da conduta do agente todas as substâncias que 
forem usadas com base no artigo segundo supracitado e, também, na Convenção de Viena, que foi 
ratificada pelo Brasil com essa finalidade, vai gerar uma atipicidade da conduta do agente. Todavia, 
cabe ressaltar que o indivíduo que consumir o chá terá que permanecer no recinto no qual ocorre o 
ritual, uma vez que não será amparado pela atipicidade se, por exemplo, sair para conduzir veículo 
automotor, estando sob o efeito da substância. Ele poderá, nesse caso ser responsabilizado 
criminalmente pelo artigo 306 do CTB, que fala do crime, de conduzir veículo automotor com 
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância 
psicoativa. 
 
Ainda, se o agente conduzir uma embarcação ou aeronave logo após o consumo de drogas e gerar 
perigo em conformidade de outro, ele pode responder pelo artigo nº 39 da Lei de Drogas. Agora, no 
momento em que ele está portando a caneca para tomar o chá a conduta dele é atípica, não é 
configurada porque está embasada no artigo 2º, bem como na Convenção de Viena, que o Brasil 
ratificou, incorporada em nosso ordenamento jurídico. 
 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no 
caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo 
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. 
 
 
TÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
O artigo terceiro, trata sobre o título II do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, 
porém, não costuma ser recorrente em provas de concurso. Assim, faremos uma leitura breve com 
você e então mencionar os artigos recentemente alterados, para você ficar ligado porque tudo 
depende da forma que prevê o edital, pode cobrar a Lei do primeiro ao último artigo, mas pode 
também especificar os títulos que serão cobrados na prova, por exemplo, “dos crimes”, “das 
penas”, significa que cairá só a parte criminal; se for “dos crimes” pode cobrar a parte criminal e 
processual. Desse modo, leia o texto da Lei caso tenha a oportunidade, mas se aprofunde somente 
naquilo que é essencial. É exatamente isso que pretendo fazer a partir desse momento. 
 
Art. 3o - O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades 
relacionadas com: 
 
I - A prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas; 
II - A repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. 
 
 
 
§ 1º - Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos 
materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, 
incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
§ 2º - O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema 
Único de Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Observe que no primeiro momento a Lei tenta prevenir o uso, no segundo momento ela trabalha 
repressão não autorizado e o tráfico, por isso de drogas, ou seja, trabalha tanto de forma 
preventiva como de forma repressiva. Observe, ainda, que os parágrafos 1 e 2 foram recentemente 
incluídos pela Lei nº 13.840, de 2019, e alterações como essa possivelmente podem cair na prova, 
portanto é bom destacar, pois ALTERAÇÃO RECENTE É SINÔNIMO DE QUESTÃO EM 
CONCURSO!! 
 
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS 
 
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS 
 
Prosseguindo, o capítulo I institui os princípios e objetivos do Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas. Esses princípios são objetivos, portanto não há muito a discorrer a respeito 
deles. Mas atenção, que pode ser cobrada na sua prova a diferenciação entre os princípios e os 
objetivos do Sisnad. Assim, lembre-se, o artigo nº 4 fala sobre os princípios e o artigo nº 5 fala 
sobre os objetivos. 
 
Art. 4o - São princípios do Sisnad: 
 
I - O respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia 
e à sua liberdade; 
 
II - O respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes; 
 
III - A promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os 
como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; 
 
IV - A promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos 
fundamentos e estratégias do Sisnad; 
 
V - A promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a 
importância da participação social nas atividades do Sisnad; 
 
VI - O reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de 
drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; 
 
VII - A integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção 
e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não 
autorizada e ao seu tráfico ilícito; 
 
VIII - A articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário 
visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; 
 
IX - A adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza 
complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de 
drogas; 
 
X - A observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e 
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não 
autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; 
 
XI - A observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad. 
 
Art. 5o - O Sisnad tem os seguintes objetivos: 
 
I - Contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir 
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos 
correlacionados; 
 
II - Promover a construção e a socialização do conhecimento sobredrogas no país; 
 
III - Promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção 
social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao 
tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito 
Federal, Estados e Municípios; 
 
IV - Assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de 
que trata o art. 3o desta Lei. 
 
CAPÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS. 
 
SEÇÃO I - Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. 
 
Logo em seguida, o artigo nº 6 iniciaria o capítulo II da lei sobre a composição e organização do 
Sisnad, entretanto, foi revogado pela Lei 13.840/2019, que fala sobre o Sisnad, e, neste âmbito, o 
artigo nº 7 tratará da composição do Sisnad. 
 
Art. 6o - (VETADO) 
 
Art. 7o - A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das 
atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se 
constitui matéria definida no regulamento desta Lei. 
 
Em termos de orientação, o Sisnad vai ser centralizado, agora, em termos da execução das 
políticas, será descentralizado e contemplar todos os entes federativos. Em seguida, a Sessão 
dois, incluída pela Lei 13.840/2019 fala sobre as competências da União, a qual deverá formular e 
coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas; elaborar o Plano Nacional de Políticas 
sobre Drogas, em parceria com o Estado, Distrito Federal, Municípios e a sociedade, e coordenar o 
Sisnad. Além disso, deverá estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad 
e suas normas de referência; elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades e 
indicadores e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas. 
 
A união deve ainda, promover a integração das políticas sobre drogas com o Estado se divide ao 
município financiar com os estados, Distrito Federal e municípios a execução das políticas sobre 
drogas; observar as obrigações Integrante do Sisnad, também que várias decisões, estabelece a 
norma de colaboração com estádios federal, município para a execução das políticas sobre drogas; 
garantir publicidade das informações sobre repasse de recursos para financiamento de políticas 
sobre drogas; sistematizar a divulgação os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento, 
acolhimento e reinserção social, econômica e repressão ao tráfico de drogas e adotar medidas de 
enfrentamento aos crimes transfronteiriços. Por fim, deverá estabelecer uma política Nacional de 
controle de fronteiras visa coibir o ingresso de droga no país. 
 
Observe o texto da lei e perceba que em termos de diretriz, de elaboração e de coordenação, a 
responsabilidade é da União. Pronto, simples assim. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
Art. 7ºA. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 8o - (VETADO) 
 
SEÇÃO II - (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Das Competências 
 
Art. 8ºA. Compete à União: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
I - Formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas; 
 
II - Elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, 
Municípios e a sociedade; 
 
III - Coordenar o Sisnad; 
 
IV - Estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de 
referência; 
 
V - Elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores e definir formas de 
financiamento e gestão das políticas sobre drogas; 
 
VI - (VETADO); 
VII - (VETADO); 
 
VIII - Promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
 
IX - Financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre drogas, 
observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad; 
 
X - Estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução 
das políticas sobre drogas; 
 
XI - Garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de recursos para financiamento 
das políticas sobre drogas; 
 
XII - Sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento, 
reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; 
 
XIII - Adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e 
 
XIV - Estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando a coibir o ingresso de 
drogas no País. 
 
Art. 8ºB. (VETADO) 
Art. 8ºC. (VETADO) 
 
CAPÍTULO II-A - DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS (Incluído pela Lei nº 
13.840, de 2019) 
 
SEÇÃO I - Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas 
 
Art. 8ºD. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros: 
 
I - Promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos dos 
órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, 
atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; 
 
II - Viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das políticas 
sobre drogas; 
 
III - Priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de 
ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas; 
 
IV - Ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas, 
promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação 
profissional; 
 
V - Promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos; 
 
VI - Estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das políticas 
sobre drogas; 
 
VII - Fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações para 
apoio aos usuários ou dependentes de drogas; 
 
VIII - Articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para o 
trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano 
individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento; 
 
IX - Promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o 
cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas egresso 
de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais; 
 
X - Propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e princípios 
previstos no art. 22; 
 
XI - Articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso de 
drogas; e 
 
XII - Promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas. 
 
§ 1º - O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação. 
 
§ 2º - O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de 
Políticas sobre Drogas. 
 
SEÇÃO II - Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 8ºE. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e 
Municípios, terão os seguintes objetivos: 
 
I - Auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; 
 
II - Colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas sobre 
drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas; 
 
III - Propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas, 
ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e 
econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; 
 
IV - Promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiaro planejamento das políticas 
sobre drogas; 
 
V - Propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou dependente 
de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente federado; e 
 
VI - Desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com o 
Sisnad e com os respectivos planos. 
 
CAPÍTULO III – (VETADO) 
 
Art. 9o - (VETADO) 
Art. 10o - (VETADO) 
Art. 11o - (VETADO) 
Art. 12o - (VETADO) 
Art. 13o - (VETADO) 
Art. 14o - (VETADO) 
 
CAPÍTULO IV - DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE 
DROGAS (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 15o - (VETADO) 
 
Art. 16o - As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que 
atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo 
sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade 
das pessoas, conforme orientações emanadas da União. 
 
Art. 17o - Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão 
sistema de informações do Poder Executivo. 
 
TÍTULO III - DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E 
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS. 
 
CAPÍTULO I - DA PREVENÇÃO 
 
Seção I - Das Diretrizes (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 18o - Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, 
aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o 
fortalecimento dos fatores de proteção. 
 
Art. 19o - As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes 
princípios e diretrizes: 
 
I - O reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida 
do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; 
 
II - A adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações 
dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das 
pessoas e dos serviços que as atendam; 
 
III - O fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de 
drogas; 
 
IV - O compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor 
privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e 
respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Msg/Vep/VEP-724-06.htm
V - A adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades 
socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; 
 
VI - O reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como 
resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a 
serem alcançados; 
 
VII - O tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em 
consideração as suas necessidades específicas; 
 
VIII - A articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso 
indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos 
familiares; 
 
IX - O investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como 
forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; 
 
X - O estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido 
de drogas para profissionais de educação nos 3 níveis de ensino; 
 
XI - A implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas 
instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos 
conhecimentos relacionados a drogas; 
 
XII - A observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
 
XIII - O alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. 
 
OBS: Quando dirigidas à criança e ao adolescente > em consonância com as diretrizes do 
CONANDA. 
 
Parágrafo único - As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao 
adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional 
dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. 
 
Seção II - Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas (Incluído pela Lei nº 13.840, de 
2019) 
 
Art. 19oA. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, 
na quarta semana de junho. 
 
§ 1º - No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de: 
 
I - Difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas; 
 
II - Promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas; 
 
III - Difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e 
econômica de usuários de drogas; 
 
IV - Divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas; 
 
V - Mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às 
drogas; 
 
VI - Mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na realização de atividades de prevenção ao uso 
de drogas. 
 
CAPÍTULO II - DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE 
REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS 
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Seção I - Disposições Gerais - (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 20o - Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos 
familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução 
dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. 
 
Art. 21o - Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e 
respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou 
reintegração em redes sociais. 
 
Art. 22o - As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de 
drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: 
 
I - Respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, 
observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema 
Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; 
 
II - A adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do 
dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades 
socioculturais; 
 
III - Definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a 
redução de riscos e de danos sociais e à saúde; 
 
IV - Atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que 
possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; 
 
V - Observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
 
VI - O alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. 
 
VII - Estímulo à capacitação técnica e profissional; 
 
VIII - Efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao trabalho; 
 
IX - Observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; 
 
X - Orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas do 
uso dedrogas, ainda que ocasional. 
 
Seção II - Da Educação na Reinserção Social e Econômica (Incluído pela Lei nº 13.840, de 
2019) 
 
Art. 22oA - As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos 
programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. 
 
Seção III - Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica (Incluído pela Lei nº 13.840, de 
2019) 
 
Art. 22oB - (VETADO). 
 
Seção IV - Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas (Incluído pela Lei nº 13.840, 
de 2019) 
 
Art. 23o - As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, 
respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, 
obrigatória a previsão orçamentária adequada. 
 
Art. 23oA - O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma rede 
de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo 
excepcionalmente formas de internação (ultima ratio) em unidades de saúde e hospitais gerais 
nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e 
em etapas que permitam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
I - Articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população; 
 
II - Orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas, 
oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com abordagem 
preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial; 
 
III - Preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos 
individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho, esporte, 
cultura e acompanhamento individualizado; e 
 
IV - Acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada. 
 
§ 1º - Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito nacional. 
 
§ 2º - A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou 
hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente autorizada 
por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se 
localize o estabelecimento no qual se dará a internação. 
 
§ 3º - São considerados 2 (dois) tipos de internação: 
 
I - Internação voluntária: Aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas; 
 
II - Internação involuntária: Aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido de 
familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, 
da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores 
da área de segurança pública (pois eles atua com repressão, incompatível com tratamento), que 
constate a existência de motivos que justifiquem a medida. 
 
§ 4º - A internação voluntária: 
 
I - Deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime 
de tratamento; 
 
II - Seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da 
pessoa que deseja interromper o tratamento. 
 
§ 5º - A internação involuntária: 
 
I - Deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável; 
 
II - Será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na 
hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas 
na rede de atenção à saúde; 
 
III - Perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) 
dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável; 
 
IV - A família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção 
do tratamento. 
 
§ 6º - A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra 
hospitalares se mostrarem insuficientes. 
 
§ 7º - Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no máximo, 
de 72 horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio 
de sistema informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. 
 
§ 8º - É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido no §7º e o acesso será 
permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade. 
 
§ 9º - É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades terapêuticas 
acolhedoras. 
 
§ 10º - O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que 
couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os 
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em 
saúde mental. 
 
Seção V - Do Plano Individual de Atendimento (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 23oB - O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde 
dependerá de: 
 
I - Avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multisetorial; e 
 
II - Elaboração de um Plano Individual de Atendimento – PIA. 
 
§ 1º - A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto 
terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo: 
 
I - O tipo de droga e o padrão de seu uso; e 
 
II - O risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as 
quais convive. 
 
§ 2º - (VETADO). 
 
§ 3º - O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o dever 
de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de 
responsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
§ 4º - O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro 
projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das 
diversas fases do atendimento. 
 
§ 5º - Constarão do plano individual, no mínimo: 
 
I - Os resultados da avaliação multidisciplinar; 
II - Os objetivos declarados pelo atendido; 
III - A previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional; 
IV - Atividades de integração e apoio à família; 
V - Formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual; 
VI - Designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no plano; e 
VII - As medidas específicas de atenção à saúde do atendido. 
 
§ 6º - O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no atendimento. 
 
§ 7º - As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de atendimento 
são consideradas sigilosas. 
 
Art. 24o - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às 
instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do 
usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial. 
 
Art. 25o - As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção 
à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber 
recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira. 
 
Art. 26o - O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, 
estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm 
garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. 
 
Seção VI - Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora (Incluído pela Lei nº 
13.840, de 2019) 
 
Art. 26oA - O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica 
acolhedora caracteriza-se por: 
 
I - Oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogasque visam à abstinência; 
 
II - Adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa 
transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas; 
 
III - Ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, 
atividades práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada 
para acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social; 
 
IV - Avaliação médica prévia; 
 
V - Elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23oB desta Lei; e 
 
VI - Vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas. 
 
§ 1º - Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e 
psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de 
emergência, caso em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde. 
 
§ 2º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
§ 3º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
§ 4º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
§ 5º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
CAPÍTULO III - DOS CRIMES E DAS PENAS 
 
Isso se cair na prova será tranquilo responder, veja bem, o crime previsto no art. nº 28, sobre o 
porte de drogas para consumo próprio, tem como consequência penal a advertência, a prestação 
de serviço à comunidade e o comparecimento à programa ou curso educativo, isto é, trata-se de 
um crime que não traz pena privativa de liberdade. Essas penas elas podem ser aplicadas de 
forma isolada, bem como cumulativamente e se quiser substituir uma por outra, também pode, a 
qualquer tempo, sempre ouvindo que o Ministério Público e o defensor desse indivíduo. 
Isso se referindo ao artigo nº 27 com base no crime do art. nº 28, porque esse capítulo III, abrange 
do art. nº 27 ao 30, e dentre esses, o único crime previsto é o previsto no art. nº 28. 
 
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, 
bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. 
 
 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo 
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será 
submetido às seguintes penas: (Penas educativas) 
 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. 
 
O tipo do art. 28 da Lei de Drogas traz cinco condutas: 
Adquirir, ou seja, o indivíduo faz a compra das drogas através de uma contraprestação ou até 
mesmo através de uma troca, na conduta adquirir esse crime ele vai ser considerado instantâneo, 
isto é, no momento em que individuo fez a aquisição, configura-se o art. 28 da Lei de Drogas. 
Na conduta guardar vai demandar uma permanência, então esse crime vai se prolongar no tempo. 
Tiver em depósito também demanda crime permanente. Para praticar a conduta transportar, o 
indivíduo usará um veículo automotor, e durante esse transporte, está se prolongando no tempo. 
Na conduta trouxer consigo a droga vem com ele no corpo, ou seja, na calça, na cintura, na 
cueca ou até mesmo através de uma bolsa/mochila. Para consumo pessoal, identifica-se o dolo 
mais o especial fim de agir. O objeto material desse artigo é a droga com base na portaria 344 da 
ANVISA. 
 
A natureza jurídica deste artigo conforme prevalece há três correntes, mas o entendimento que 
prevalece em concursos públicos, é a primeira corrente a qual houve uma despenalização se 
associando em cima do artigo 28, falará que o artigo 28 da Lei de Drogas é considerado crime, pois 
o porte para consumo próprio tinha previsão no artigo 12, Lei 6.368/76, ele era punido com a pena 
privativa de liberdade de detenção de 06 meses podendo chegar a 02 anos. Com o advento da Lei 
11.343/16, o porte para consumo próprio está previsto no artigo 28 da Lei de Drogas ele não traz 
pena privativa de liberdade com base na nova alteração, pelo fato de não ter trazido a pena 
privativa de liberdade surgiram as três correntes. A primeira afirmando que o artigo 28 continua 
sendo crime, mas o que veio a ser gerado foi uma despenalização pelo fato da antiga Lei no seu 
artigo 12 trazer a pena privativa de liberdade e com base na lei nova no artigo 28 não trazer a 
pena. É o que prevalece em âmbito doutrinário e jurisprudencial STJ e STF, na atualidade continua 
sendo crime, então caso afirme na sua prova que o artigo 28 da Lei de Drogas é crime, está 
correta, o STF entende que houve apenas DESPENALIZAÇÃO, mas continua sendo crime). 
 
 
 
O art. 28 se refere à criminalização da conduta do usuário que porta drogas ilícitas consigo para 
consumo pessoal. Alerta-se que a Lei nº 11.343/06 exige objeto material, qual seja, a droga, 
portanto, se o usuário não estiver com a droga, mas já a tenha consumido, então será fato atípico. 
“A comprovação da materialidade do delito de posse de drogas para uso próprio (artigo 28 da Lei 
n° 11.343/06) exige a elaboração de laudo de constatação da substância entorpecente que 
evidencie a natureza e a quantidade da substância apreendida”. 
 
Sujeito ativo: Comum, qualquer pessoa pode cometer, e unissubjetivo (Não há necessidade da 
pluralidade de agentes). 
Sujeito passivo: Aquele sofre a conduta prevista como crime. É a coletividade, ou seja, crime 
vago. 
 
Conceito de crime vago - É usado quando no polo passivo não se consegue determinar uma 
pessoa física ou pessoa jurídica sofrendo a conduta realizada pelo sujeito ativo, há um crime 
vago/crime de vitimização difusa. 
 
Uso pretérito - No que diz respeito ao uso do pretérito, o indivíduo não pode vir a ser punido pelo 
fato de ter consumido uma droga, o artigo 28 da Lei de drogas ele vai punir o porte da droga para 
consumo próprio, não pune o seu uso, há uma diferença entre a pessoa que está portando a droga 
e a pessoa que consumiu. O indivíduo que está portando a droga dependendo das circunstâncias, 
ele portará drogas para consumo próprio enquadrando a conduta dele no artigo 28, pois se encaixa 
na conduta adquirir, trazer consigo, guardar e transportar. 
O indivíduo que consumiu não há a materialidade para provar que ele estava com a droga, mesmo 
que no momento chegue à polícia e venha a sentir o odor da substância. Nada pode ser feito com 
este indivíduo, tendo em vista que ele não está com a droga para ser feito exame e para comprovar 
a materialidade do artigo o uso do pretérito é fato atípico. Será punido o usuário se ele estiver 
portando a droga, mas o indivíduo que usou e não possui o porte da droga a conduta dele será 
atípica, o que permanece. 
Então na condição de policial há o cheiro da droga, mas não conseguiu encontrar nenhum tipo de 
substância com o indivíduo a pessoa deve ser liberado, pois não está portando a droga e não há 
uma materialidade para configurar o artigo 28 da Lei de drogas. 
Ex.: Em um concurso para policial foi feita a seguinte questão “Policiais chegaram em um 
determinado local em que havia uma seringa, uma pessoa havia utilizado a substância a qual era 
heroína e consumiu a droga largando ali um instrumento que foi utilizada para colocar essa droga 
no corpo, os policiais poderiam conduzir essa pessoa para a delegacia?” não, pois não havia a 
materialidade pois ocorreu o uso pretérito, foi consumido totalmente a droga então a conduta dessa 
pessoa é atípica, o uso pretérito é fato atípico o que é punido o porte para consumo próprio. 
 
Elemento subjetivo e conduta: É exclusivamente doloso (não admite a forma culposa) e 
comissivo (não há forma omissiva) em “adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer 
consigo” (tipo misto alternativo) drogas ilícitas para consumo pessoal. Caso tenha outra finalidade, 
incorrerá em novo tipo penal, por exemplo, objetivo de lucro será tráfico do art. 33. 
Ele irá praticar as condutas previstas no artigo 28 da Lei de Drogas para consumo próprio, aquantidade de drogas serve em termos de tipificação enquadrar a conduta do agente no artigo 28. 
Há dois sistemas, sendo o de quantidade legal onde o indivíduo que for pego com uma certa 
quantidade, pode vir a ser responsabilizado pelo tráfico e pelo para consumo próprio esse sistema 
não foi adotado pelo Brasil. O motivo de não ter sido adotado é a questão de se deparado com um 
indivíduo que está transportando 100 kg de uma droga ele não irá conseguir provar que é para 
consumo próprio, pois para provar deverá ser dividido e terão que provar que ele está utilizando 
uma substância de quantidade razoável por dia, através da quantidade dá para enquadrar no 
tráfico. 
 
STJ (INFORMATIVO – 711): O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada 
consigo seria utilizada apenas para consumo próprio. Cabe acusação comprovar os elementos do 
tipo penal, ou seja, que a droga apreendida era destinada ao tráfico. Ao Estado acusador incumbe 
demonstrar a configuração do tráfico, que não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e 
estarem na posse de entorpecente. Em suma, se a pessoa é encontrada com drogas, cabe ao 
Ministério Público comprovar que o entorpecente era destinado ao tráfico. Não fazendo esta prova, 
prevalece a versão do réu de que a droga era para consumo próprio. 
 
O problema encontra-se quando se é pego com pouca quantidade, pois deve-se analisar para 
poder afirmar que está com porte para consumo próprio ou por tráfico depende de elementos a 
mais. O sistema de quantidade em determinados casos não serve para fazer a diferenciação entre 
a figura do usuário para consumo próprio e a figura do traficante, pois suponha-se que a polícia 
encontra um indivíduo na favela vendendo a última trouxinha. As circunstâncias indicativas 
apontam que ele está praticando o tráfico, entretanto só há uma trouxinha com ele, enquadrando a 
conduta dele no 33 da Lei de Drogas pela quantidade. 
 
Se fosse analisar a quantidade seria deduzido que é para consumo próprio, então não serve para 
diferenciar em alguns momentos a figura do usuário para com a do traficante. O sistema adotado 
pelo Brasil é o sistema da análise policial ou judicial será feita essa combinação, pois a polícia irá 
trazer elementos para afirmar se o indivíduo responderá por porte para consumo próprio ou pelo 
crime de tráfico. O indivíduo que foi pego com 1 kg, mas estava na boca de fumo a circunstância 
indica que praticou o tráfico ocasionando a polícia e a presunção de legitimidade juntarem esses 
elementos e com base fazer a análise policial, análise judicial e enquadrando no tráfico. 
Isso diferentemente ocorrera com o indivíduo que foi abordado com 200 gramas se ele conseguiu 
provar que pelo fato de ser uma pessoa pública foi na boca de fumo e comprou uma quantidade 
razoável para fumar durante o mês, nessa hipótese e pelas circunstâncias poderia ser enquadrado 
no porte para consumo próprio. Entretanto o que irá definir é a quantidade ou as circunstâncias 
apontadas pela polícia ou pelo próprio Poder Judiciário ficando claro, que, o sistema adotado não é 
o sistema de quantidade e sim o sistema da atividade policial ou judicial. 
 
Tentativa - É cabível de acordo com a doutrina majoritária, cabível na conduta adquirir, não cabe 
nas outras condutas transportar, trazer consigo, guardar e ter em depósito, pois nas outras 
condutas provavelmente a aquisição já ocorreu, pois, para guardar a droga ele comprou. O crime já 
estava consumado na conduta de adquirir, mas se cai em sentido amplo afirmando que “o artigo 28 
da Lei de Drogas é cabível a tentativa” está certa, se especificar só cabe na conduta adquirir. O 
objeto material são as drogas, se o indivíduo for pego com poucas drogas, pode ser aplicado. 
 
O princípio da insignificância - Tratando-se do artigo 28 da lei de drogas pode ser aplicado? De 
acordo com o que prevalece não, não cabe o princípio da insignificância este é um entendimento 
do STJ o qual está aplicado de forma pacífica, falando que não cabe a aplicação do princípio da 
insignificância, pois é da essência do artigo 28 da lei de drogas o indivíduo está portando pouca 
quantidade. Aplica-se o princípio da significância no artigo 28 geraria uma impunidade pelo fato do 
indivíduo estar com pouca quantidade e sem a essência da prática desse crime, prevalecendo no 
STJ que não é aplicado o princípio da insignificância. No caso do Supremo Tribunal Federal, teve o 
julgado em 2012 que foi aplicado o princípio da insignificância relator da época ministro Dias Toffoli, 
mas o que prevalece é que não é aplicado o princípio da insignificância. 
Um detalhe importante: É que se o indivíduo for preso, interno ou esteja dentro de um 
estabelecimento prisional e for pego portando droga nesse caso específico, ele irá responder por 
porte para consumo próprio. Além de responder pelo porte para consumo próprio, será submetido a 
uma responsabilidade administrativa por ter praticado uma falta grave. A jurisprudência do STJ 
entende que para ele ser responsabilizado pela prática de falta grave por estar portando drogas 
para consumo, tem que se ter a confirmação do que se estava portando através de um laudo que 
mostre o princípio ativo da portaria 344 da ANVISA. 
 
Consumação - Consuma-se com prática de qualquer um dos núcleos: quem adquirir, guardar, tiver 
em depósito, transportar ou trouxer consigo. Ocorre com a prática da conduta, pode ser 
classificado no artigo 28 de drogas no que diz respeito ao momento consumativo se classificado 
pela doutrina, um crime de mera conduta e pode ser chamado de crime de perigo abstrato. Há uma 
presunção e com a prática das condutas previstas no tipo penal do artigo 28, houve a violação do 
bem jurídico tutelado o qual é a saúde pública. 
Caso caia na sua questão que o artigo 28 da lei de drogas de porte para consumo próprio, é um 
crime de mera conduta ou é um crime de perigo abstrato? É uma afirmativa correta 
 
Crime de Perigo Abstrato - Para a maioria o crime é de perigo abstrato (crime absolutamente 
previsto em lei). O eminente jurista, Guilherme de Souza Nucci, rotula o art.28 da lei 11343/2006 
como de “ínfimo potencial ofensivo”, tendo em vista que, mesmo sendo inviável no caso concreto a 
transação penal, ainda que reincidente o agente e com maus antecedentes ou péssima conduta 
social, jamais será aplicada a pena privativa de liberdade, mas penas alternativas com medidas 
assecuratórias de cumprimento. 
 
Segundo o artigo 28 Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. 
 
- A I foi decidida pelo Fórum Nacional de Juizados Especiais no caso específico, para ser aplicada 
essa pena é o magistrado que aplica acompanhado de uma pessoa capacitada para aplicar a 
advertência sobre os efeitos da droga, desse indivíduo que praticou o artigo 28, essa advertência 
tem natureza de pena e é sobre os efeitos das drogas. 
- A prestação de serviços do inciso II tem como pena restritiva de direito prevista no Código Penal, 
neste Código fala da prestação de serviço à comunidade e entidade pública já no inciso II fala 
apenas de prestação de serviço à comunidade, esta prestação de serviço à comunidade prevista 
na parte geral do Código Penal é uma pena restritiva de direito, uma de suas características é 
serem substitutivas, substituindo a pena privativa de liberdade. A que está prevista no artigo 28 não 
está de forma substitutiva e não como pena restritiva de direito, praticado este artigo pode ser 
submetido à prestação de serviços à comunidade como pena principal e não como substitutiva da 
pena privativa de liberdade. 
- No III inciso a medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo pode ser 
qualquer tipo de curso, sendo o ideal umprograma ou curso educativo voltado para as áreas para 
que ele não volte a se drogar mais. É importante lembrar que no inciso II e III se o indivíduo for 
primário, pode ser aplicada até 05 meses. Isso irá mudar se ele for reincidente duplicando o prazo 
para 10 meses ficando claro, que, não é pena privativa de liberdade esses incisos que estão no 
artigo 28, o indivíduo não sofre um risco de indício a liberdade de locomoção. 
 
§ 1o - Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe 
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de 
causar dependência física ou psíquica. 
 
O §1º traz a modalidade de “semear, cultivar ou colher” as suas próprias drogas ilícitas, desde que 
seja para consumo pessoal e em pequena quantidade. Acerca disso, quem deve valorar se o 
sujeito se enquadra como usuário ou traficante será o juiz, com base no §2º do art. 28. 
 
O artigo no § 1° começa a modificar e identificar a diferença no objeto material, sendo o objeto 
material do artigo as plantas que são destinadas para a preparação de drogas, o objeto material se 
diferenciou e a conduta também, pois seria cultivar, semear e colher a conduta diferentemente do 
outro que irá adquirir, transportar, trazer e consigo guardar. Observando aluna(o) que a diferença 
está no objeto material e na conduta, um detalhe muito importante que às vezes analisando apenas 
a lei não se percebe, há a produção da droga com o princípio ativo, já sendo produzida. 
Caso ele seja pego com uma semente que possui um princípio ativo para a produção de uma droga 
não há como enquadrar no artigo 28, pois ele cita a droga produzida entretanto o § 1° cita plantas e 
a semeação, caso o indivíduo for pego portando semente, ele responderá pelo artigo 28 § 1° da lei 
de drogas, ficando provavelmente configurado para consumo próprio. 
Diferentemente, se ele é pego enviando a semente através do correio, nesta prática é considerado 
tráfico e em vez de responder pelo tráfico por equiparação, tendo em visto objetos materiais o que 
prevalece é que este indivíduo irá responder pelo tráfico do artigo 33, prevalecendo a 
jurisprudência que se enquadraria no artigo 28 § 1° e não no artigo 28. 
 
§ 2o - Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à 
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às 
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
 
Consumação e tentativa: Por se tratar de crime de perigo abstrato e formal, não necessita da 
efetiva produção de resultado naturalístico, bastando-se a droga estar consigo. Na modalidade 
“adquirir” é instantâneo e admite a tentativa; enquanto que, nas outras, é permanente e não 
admite a tentativa. 
 
Vedada à prisão: Ao usuário de drogas que porte drogas para consumo pessoal nunca poderá 
ocorrer a detenção, como expõem os § 2º, 3º e 4º do art. 48: 
 
Art. 48, §2º. Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em 
flagrante, devendo o autor de o fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na 
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e 
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. 
 
Art. 48, §3º. Se ausente à autoridade judicial, as providências previstas no §2º deste artigo serão 
tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do 
agente. 
 
Art. 48, §4º. Concluídos os procedimentos de que trata o §2º deste artigo, o agente será submetido 
a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender 
conveniente, e em seguida liberado. 
 
Caiu em prova! 
(CESPE/2009) No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão 
em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na 
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer. Gabarito: Correto. 
 
Manutenção de crime e despenalização: Para ambos os tribunais superiores, a nova Lei de 
Drogas não implicou abolitio criminis nem criou uma infração penal sui generis, continuando a ser 
considerado crime o art. 28, porém ocorreu a sua despenalização: não há mais incidência de pena 
privativa de liberdade. 
“Posse de droga para consumo pessoal: (art. 28 da L. 11.343/06 – nova Lei de Drogas): natureza 
jurídica de crime. (…). Ocorrência, pois, de ‘despenalização’, entendida como exclusão, para o 
tipo, das penas privativas de liberdade. Questão de ordem resolvida no sentido de que a L. 
11.343/06 não implicou abolitio criminis (C. Penal, art. 107)”. 
Com o advento da Lei n. 11.343/2006, não houve descriminalização da conduta de porte de 
substância entorpecente para consumo pessoal, mas mera despenalização. 
 
§ 3o - As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo 
máximo de 05 (cinco) meses. 
 
§ 4o - Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
 
STJ (INFORMATIVO – 662): O §4º prevê que: “em caso de reincidência, as penas previstas nos 
incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.” 
A reincidência que trata o §4º é a reincidência específica. Assim, se um indivíduo já condenado 
definitivamente por roubo, pratica o crime do art.28, ele não se enquadra no §4º. 
Isso porque se trata de reincidente genérico. O §4º ao falar de reincidente, está se referindo ao 
crime do caput do art.28. 
 
Caiu em prova! 
(CESPE/2011) A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração 
sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal 
quanto material. Gabarito: Errado. 
 
Penas e prazos: Mesmo não se impondo pena privativa de liberdade (art. 48, §§ 2º, 3º e 4º), 
haverá a possibilidade de aplicação, isolada ou cumulativamente (art. 27), de três penas 
alternativas à prisão (art. 28, caput, I, II e III): advertência sobre o uso de drogas, prestação de 
serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento à programa educativo. Nessas 
duas últimas penas, os prazos máximos serão de 5 meses se primário; e, 10 meses se reincidente 
(art. 28, § 3º e 4º). 
 
§ 5o - A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades 
educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem 
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação 
de usuários e dependentes de drogas. 
 
A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades 
educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem 
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação 
de usuários e dependentes de drogas (art. 28, §5º). 
Observe aluna(o) que ele não especificou a carga horária que deve ser feita, essa prestação de 
serviço à comunidade, sendo a aplicação subsidiária o Código Penal que diz respeito à prestação 
de serviço à comunidade como pena restritiva de direito, trazendo uma carga horária de uma hora 
por dia ou semanal. 
 
§ 6o - Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, 
II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
 
I - Admoestação verbal; 
II - Multa. 
 
É importante destacar o sucessivamente, pois se dará em ordem aplicando primeiro a 
admoestação verbal e caso o indivíduo continue descumprindo será aplicado em segundo a multa 
ambas medidas educativas, estas são penas previstas no artigo 28 a advertência, prestação de 
serviço à comunidade e o comparecimento à programa ou curso educativo. Caso descumprida as 
penas, cabem medidas educativas de forma sucessiva. A multanão está como pena e sim pelo 
fato de ter descumprido a aplicação da pena, caso ele não pague a multa não pode ser preso, o 
que pode ser feito para executar a multa será através da Procuradoria da Fazenda para fazer a 
execução dessa pena a qual é uma dívida de valor. 
 
§ 7o - O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, 
estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 
 
Há a competência para julgar o porte para consumo próprio na modalidade para equiparação a 
competência para julgar do Juizado Especial Criminal, conhecido como JECRIM. Afirmação que 
possui fundamentação no artigo 48 §2° o qual fala que o indivíduo pode ser encaminhado para o 
Juizado Especial Criminal, regra geral vai ser estadual 
Tem alguma possibilidade de ser julgado pelo Juizado Especial Criminal Federal? A doutrina trará 
um exemplo que se ele tiver praticando porte para consumo próprio por exemplo em navios ou 
aviões poderia ser encaixada a competência da Justiça Federal. Caso o indivíduo seja pego 
portando para consumo próprio e praticou essa conduta dentro de um navio, sendo competência da 
Justiça Federal a qual julga os crimes que devem ser praticados a bordo de navios, aeronaves e 
entre outros. 
 
Um exemplo a se pegar é o artigo 48 § 2°, o indivíduo que está portando a droga não pode ser 
preso em flagrante, sendo composta de fases a prisão em flagrante este indivíduo pode ser 
capturado, a polícia chega e faz à revista pessoal e se identificar que está portando droga para 
consumo próprio o captura e faz a condução coercitiva. Quando chega na delegacia não terá a 
necessidade ser lavrado um auto de prisão em flagrante o (APF), basta lavrar em um termo 
circunstanciado de ocorrência, o ideal é ser encaminhado para o juizado, mas como não dá para 
ser feito e encaminhado para o juizado irá para uma delegacia e ao invés de se instaurar inquérito, 
é elaborado um termo circunstancial de ocorrência. 
 
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, 
atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca 
inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a 
capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior 
salário mínimo. 
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 
serão creditados à conta do Fundo Nacional de Antidrogas. 
 
Prescrição 
 
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante 
à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 117 e seguintes do Código Penal. 
 
ATENCAO: Destaque este artigo 30, pois ele cai muito em concurso, sendo os que mais caem o 
artigo 33, 41 e 28. Este artigo 30 só será aplicado para o artigo 28 caput e para o artigo 28 § 1° só 
é aplicada para esses dois crimes, o menor prazo prescricional que temos hoje especificamente na 
lei de drogas é o porte para consumo próprio e por equiparação tendo em vista que a mudança do 
objeto material e das condutas, prazo prescricional desses crimes são dois anos. 
Não se observa o prazo que está previsto no Código Penal para prescrição e sim observa-se para 
prestação a própria Lei de Drogas no artigo 30, prazo constitucional observa-se o artigo 30 da Lei 
de Drogas, mas em termo de causas interruptivas consulta-se o Código Penal no artigo 117. 
 
Uma questão que a sua prova pode trazer é “No caso do porte para consumo próprio o prazo da 
prescrição é observado no Código Penal?” esta é uma afirmativa errada, pois a regra geral 
tratando-se de prazo prescricional, segue disposto no Código Penal, mas se a questão trás 
especificamente observe quem está na lei. A lei afirma que para o consumo próprio por 
equiparação são dois anos, é esse prazo que você irá seguir o prazo prescricional, sendo as 
causas interruptivas previstas no Código Penal. 
 
Caso haja uma questão que afirme que o prazo prescricional do porte para consumo próprio é de 
dois anos e as causas interruptivas também estão previstas na Lei de Drogas, é uma afirmação 
errônea, pois as causas possuem objetivos de previsão no Código Penal. 
 
TÍTULO IV - DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE 
DROGAS 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art107
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, 
transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, 
transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas 
ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. 
 
Este artigo é taxativo, necessariamente para a pessoa praticar essas condutas envolvendo esses 
materiais, drogas e matérias primas que tem a destinação para a preparação de drogas se deve ter 
uma licença prévia a qual é fiscalizada, pois se não a tiver independente do objeto material, se for 
droga responderá por tráfico e matéria prima para insumo e produção de drogas, tráfico por 
equiparação. 
 
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na 
forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando 
auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as 
medidas necessárias para a preservação da prova. 
 
§ 1o - (Revogado) 
§ 2o - (Revogado) 
 
Você pode observar que este artigo afirma que as plantações ilícitas serão imediatamente 
destruídas, sendo o delegado de polícia quem as destrói, abaixo há um quadro didático para que 
você aluna(o) não erre nenhum tipo de questão envolvendo essa parte. 
 
 
 
Na questão de drogas a qual já há o produto pronto diferentemente da plantação que pode ser 
destinada à produção de droga, só quem pode destruir é o delegado de polícia o qual dependerá 
de autorização judicial, podendo mudar o prazo. Quando for preso em flagrante há um prazo de 15 
dias para destruir, entretanto se há a apreensão da droga, mas não há o flagrante são 30 dias 
contados da data de apreensão para fazer a destruição, sendo essa destruição é feita através da 
incineração. 
 
§ 3o - Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das 
cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2661.htm
de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - Sisnama. 
 
§ 4o - As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 
243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. 
 
 
 
O artigo 50 afirma que ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, 
imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual 
será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. Recebida cópia do 
auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do 
laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra 
necessária à realização do laudo definitivo segundo o § 3o. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 
Preste atenção neste prazo, pois quando se fala em recebida a cópia do auto de prisão em 
flagrante, o juiz no prazo de 10 dias certificará regularidade formal do auto de constatação, 
determinando a destituição das drogas. 
 
A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 
(quinze) dias na presença do Ministério Público e

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