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Português Jurídico

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5
Português Jurídico
Módulo A
Aula 1 – A importância da linguagem na atividade jurídica
O profissional da área jurídica deve ter, em primeiro lugar, conhecimento do Direito. Assim, deve estudar, entra outras 
coisas, o funcionamento do ordenamento jurídico: leis, jurisprudência, doutrina etc. Esse conhecimento é parte mais que 
relevante do instrumental intelectual a que o profissional é obrigado a recorrer em suas atividades. A teoria jurídica, da 
mais simples à mais complexa, tem valor prático inequívoco, porquanto virá a contribuir, direta ou indiretamente, no seu 
trabalho.
No entanto, o servidor não deve limitar-se a tais aprendizados. O ato de escrever e de organizar idéias é técnica essencial 
para o profissional demonstrar o domínio de sua capacidade. Não se trata de arte ou dom. É estudo, prática, técnica. 
Sem dúvida alguma, a inadequação na linguagem compromete o pensamento jurídico.
O Superior Tribunal Militar recebeu, certa vez, um recurso assim redigido:
O alcândor Conselho Especial de Justiça, na sua apostura irrepreensível, foi correto e acendrado no seu 
decisório. É certo que o Ministério Público tem o seu lambel largo no exercício do poder de denunciar. Mas 
nenhum lambel o levaria a pouso cinéreo se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório dos nobres 
alvarizes de primeira instância.
Presume-se que um advogado, um juiz ou um desembargador conheça palavras complexas, apuradas e, então, o léxico 
mais vasto será tanto símbolo de maior erudição quanto forma de contribuição para uma expressão mais específica, com 
linguagem técnica característica do Direito. Em toda a atividade forense, é evidente que se deve preferir a linguagem 
formal e culta. Palavras técnicas e precisas inibem falhas de compreensão. Não se pode, no entanto, exagerar nos termos 
como ocorreu no parágrafo anterior.
Observe a seguir trecho de circular redigida por servidor de um órgão público.
Os parentes consangüíneos de um dos cônjuges são parentes por afinidade do outro; os parentes por afinidade 
de um dos cônjuges não são parentes do outro cônjuge; são também parentes por afinidade da pessoa, além 
dos parentes consangüíneos de seu cônjuge, os cônjuges de seus próprios parentes consangüíneos.
Inúmeras são as vezes em que a má redação compromete o entendimento. O texto a seguir foi escrito por um magistrado. 
Tratava-se de um pedido de habeas corpus. O delegado, ao receber, entendeu exatamente o contrário do que desejava 
o magistrado.
Por determinação da egrégia segunda vice-presidência, comunico que a colenda primeira Câmara Criminal, julgando 
habeas corpus 454.823-3/3 Proc. Crime 253/03, dessa Vara, em que é impetrante os bacharéis Roberto Delmanto 
Júnior e paciente Gleison Lopes de Oliveira e co-réus Michel Alves de Souza, Edevaldo Pires e outros, proferiu a seguinte 
decisão: CONHECIDA EM PARTE, NA PARTE CONHECIDA CONCEDERAM PARCIALMENTE A ORDEM IMPETRADA, 
TÃO-SOMENTE, PARA ANULAR O DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS PROTEGIDAS PELO PROVIMENTO CG 32/2000, 
COM REINQUIRIÇÃO DAS MESMAS, APÓS AS PROVIDÊNCIAS CONSTANTES DO V. ACÓRDÃO, FICANDO DENEGADA 
A PRETENSÃO FORMULADA NA SUSTENTAÇÃO ORA DE CONCESSÃO DE ORDEM DE HABEAS CORPUS, DE OFÍCIO, 
6
DEFERINDO LIBERDADE PROVISÓRIA AO PACIENTE, RETIFICADA A TIRA DE JULGAMENTO ANTERIOR, NOS TERMOS 
DO PEDIDO HOJE OFERTADO. V.U.
O delegado libertou o preso por não interpretar corretamente o texto.
O VOCABULÁRIO JURÍDICO
O servidor de órgãos ou departamentos de atividade jurídica tem linguagem própria, peculiar à atividade. Algumas 
palavras de nosso idioma, apesar de serem, em princípio, acessíveis a qualquer leitor, são utilizadas no universo jurídico 
com sentido próprio.
A linguagem forense é por excelência uma linguagem técnica. Isso significa que muitos termos utilizados em textos 
jurídicos, apesar de parecerem complexos e mesmo estranhos, têm função de definir conceitos do Direito de que aquele 
que redige não se pode afastar. Observe o exemplo.
O advogado mostrou que o homicídio simples não constitui crime hediondo e defendeu, em excelente tese, 
que mesmo o homicídio qualificado, por vezes, não deve ser visto como tal.
É possível, sem conhecimento jurídico, entender o texto acima, mas, provavelmente, grande parte do conteúdo da mensagem 
será perdida. Quando o advogado cita o termo hediondo, refere-se à enumeração taxativa de lei específica e remete a 
todos os efeitos que ela determina. Um leitor comum, mesmo com muita cultura geral, certamente não compreenderia o 
termo em sua amplitude jurídica. A essas expressões de sentido técnico crítica alguma merece ser feita. Esse vocabulário 
busca expor com precisão os conceitos do Direito, cuja complexidade é inevitável.
Essa linguagem não pode, entretanto, ficar prisioneira de expressões arcaicas e rebuscadas, que apenas prejudicam a 
boa comunicação. Respeita-se o aspecto técnico, mas condena-se veementemente a prolixidade e o rebuscamento de 
muitos profissionais da área. Linguagem confusa e arcaica contribui para a morosidade da justiça.
Lembre-se de que existe um leitor interessado em entender o que está escrito o mais rápido possível e de forma precisa 
para dar seqüência ao trabalho. Dessa forma, evite textos com vocabulário inadequado como os enumerados a seguir.
1. Estribado no escólio do saudoso mestre baiano, o pedido contido na exordial não logrou agasalho.
2. Os adjetivos podem vir, mas que se separem os adjetivos e os advérbios de modo, para que fiquemos com o 
substantivo. E o Tribunal que decidir substantivos, não propriamente adjetivos, nem advérbios de modo. Vamos 
reduzir, digamos, a liturgia da adverbiação para caminharmos para o compromisso da substantivação. 
3. Ementa de Tribunal: Adultério. Para o flagrante de adultério, não é indispensável à prova de seminatio in vas, 
nem o encontro dos infratores nudo cum nudo in eodem cubículo. Basta que, pelas circunstâncias presenciadas, 
se possa inferir como quebrada materialmente a fidelidade conjugal.
4. V. Exª, data máxima vênia, não adentrou as entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas na 
inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.
5. Procura o réu escoimar-se da Jurisdição Penal, por suas pueris alegações.
6. E vem ora o querelante vestir-se com o cretone da primariedade como se isso o eximisse de 
responsabilidade.
7. A acusação enjambra-se em seus próprios argumentos.
7
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A língua apresenta diversidade de expressão imensa. Nossa forma de expressar está relacionada a inúmeras variáveis. 
Assim, usamos um tipo de linguagem em família, outra com amigos, outra ainda no trabalho. Ao conversarmos com uma 
criança, falaremos de uma forma. Ao proferirmos uma palestra, já falaremos de outra. Essa capacidade de expressão 
possui diversos níveis.
A linguagem empregada no ambiente jurídico e no serviço público deve ser formal e culta. No entanto, isso não significa 
linguagem rebuscada, incompreensível. É comum encontrar textos jurídicos com verdadeiras acrobacias lingüísticas com 
desprezível conteúdo.
Exemplo de linguagem rebuscada:
O vetusto vernáculo manejado no âmbito dos Excelsos Pretórios, inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as 
súplicas do petitório, não repercute na cognoscência dos freqüentadores do átrio forense. Ad excepcionem o instrumento 
do Remédio Heróico e o Jus Laboralis, onde o jus postulandi sobeja em beneplácito do paciente e do obreiro. 
Hodiernamente, no mesmo diapasão, elencam-se os empreendimentos in Judicium Specialis, curiosamente primando pelo 
rebuscamento, ao revés do perseguido em sua prima gênese (...)
[Fragmento do artigo “Entendeu?”, de Rodrigo Collaço, presidente da AMB. Disponível em: <www.amb.com.br>. Acesso em: nov. 2005]
Também não deve ser coloquial, com gírias, regionalismos etc.
Exemplo de linguagem coloquial:
E aí, doutor, vou ou não vou ganhar minha indenização?” – perguntoupor e-mail o cliente. O advogado prontamente 
respondeu: “O egrégio tribunal acolheu o supedâneo de nosso arrazoado e reformou a sentença prolatada dando a lide 
como transitada em julgado em prol do deprecante”. O cliente, perplexo, ficou na mesma. Só entendeu o que o advogado 
quisera dizer quando, no final da mensagem, viu um “parabéns”. Ou seja: vai ganhar, sim, a indenização(...).
[Fragmento do artigo “Falar difícil”, de Joaquim Falcão, diretor da Escola de Direito da FGV. Disponível em: <www.amb.com.br>. Acesso 
em: nov. 2005]
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Aula 2. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
ELEMENTOS NORMATIVOS
Artigo
O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos num texto legal. Pode desdobrar-se 
“em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei Complementar 
n. 95, de 26 de fevereiro de 1998, art. 10, II.) 
Emprega-se a palavra artigo: 
a) na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9o, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. 
A partir do art. 10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto: 
 Art. 5o Nas eleições proporcionais (...).
 Art. 10. Cada partido poderá registrar (...). 
b) por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou desacompanhada do numeral: Fez referência ao artigo 
anterior da lei. 
O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, a disposição 
principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra-se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto-e-vírgula, 
exceto a última, que terminará por ponto-final. 
Parágrafos
Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações ou modificações da proposição anterior. São 
representados pelo sinal gráfico §, forma entrelaçada dos esses iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de 
seção, corte). 
Usa-se o sinal gráfico §:
a) antes do texto do parágrafo, quando seguido de número. Emprega-se o ordinal até o nono, dispensando-se o 
ponto entre o numeral e o texto. A partir do § 10, emprega-se a numeração cardinal, seguida de ponto: 
 § 1o Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá (...).
 § 11. A violação do disposto neste artigo sujeita (...).
b) nas citações e referências bibliográficas:
 Agiu nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal. 
 Emprega-se o sinal gráfico duplo §§, quando seguido de número, indicando mais de um parágrafo: O art. 32 e 
seus §§ 4o e 5o esclarecem o assunto. 
Usa-se a palavra parágrafo por extenso quando:
a) o parágrafo for único:
 Art. 43. É permitida (...)
 Parágrafo único. A inobservância dos limites estabelecidos (...);
9
 A forma p. único somente será usada nas referências, entre parênteses: 
 (art. 32, p. único, do Código Eleitoral). 
b) o sentido for vago, indeterminado, e estiver desacompanhado do número: 
 Isso se refere ao parágrafo anterior. 
O texto de um parágrafo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, empregam-
se dois-pontos antes das subdivisões, que se separam por ponto-e-vírgula, exceto a última, terminada por ponto-final. 
Incisos
Os incisos são usados como elementos discriminativos do caput de um artigo ou de um parágrafo. Eles vêm após dois-
pontos, são indicados por algarismos romanos, seguidos de travessão e separados por ponto-e-vírgula, exceto o último, 
que se encerra por ponto-final. As iniciais dos textos dos incisos são minúsculas: 
“Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os tribunais regionais eleitorais;
III – os juízes eleitorais;
IV – as juntas eleitorais” (Constituição Federal).
Alíneas
As alíneas são desdobramentos dos incisos e vêm indicadas por letras minúsculas seguidas de parênteses. Quanto às 
iniciais e à pontuação dos textos das alíneas, empregam-se as mesmas regras dos incisos: 
“Art. 14. (...)
§ 1o O alistamento eleitoral e o voto são: 
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II – facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos” (Constituição Federal). 
Itens
Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por algarismos arábicos. As letras iniciais e a pontuação dos 
textos dos itens seguem o padrão dos incisos: 
“Art. 1o São inelegíveis: 
(...) 
II – para presidente e vice-presidente da República: 
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções: 
1 – os ministros de Estado; 
2 – os chefes dos órgãos (...)” (Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990). 
10
Pontuação com elementos normativos
Ao citar referências de elementos articulados, geralmente surgem dúvidas em relação ao uso de vírgulas. Vamos 
esclarecer:
a) seqüência em ordem direta crescente, ligada pela preposição “de”, não recebe vírgula: 
 O processo está baseado nos incisos I e II do artigo 226 do Código Penal. 
 O advogado recorreu com base na alínea “d” do inciso III do artigo 593 do Código de Processo Penal. 
 A autorização está fundamentada corretamente com base na al. “b” do inc. II do art. 10 da Lei no 8.666, de 
21 de junho de 1993.
 Observe que, no último exemplo, a vírgula aparece somente por causa da data.
b) seqüência em ordem indireta, mesmo com a preposição “de”, é separada por vírgula. 
 Tal situação é regulada no art. 302, inc. III, do Código de Processo Penal. 
 O art. 5o, inc. XXXVI, da Constituição de 1988 repete a regra do art. 153, § 3o, da Constituição de 1967.
Erros comuns:
A art. 14, “b” do Código de Processo Penal (faltou a vírgula após a alínea).
O art. 14, do Código de Processo Penal (não existe a vírgula após o número do artigo, pois está na ordem crescente).
Pontuação com idéia explicativa ou restritiva
A regra de pontuação obriga o uso de vírgula com idéia explicativa (oração explicativa ou aposto explicativo). No caso 
de a idéia ser restritiva, a construção não aceita vírgula. Observe.
O Ministro do STF Gilmar Mendes votou a favor.
Sem vírgula, pois existe mais de um ministro no STF. A idéia é restritiva.
O Presidente do STF, Gilmar Mendes, votou a favor.
Com vírgula, pois existe apenas um presidente no STF.
A jurisprudência do STF, que, ao julgar o caso, (...).
A jurisprudência do STF que foi publicada no dia 16 de maio de 2008 (...).
No primeiro caso, o pronome relativo “que” se refere a “STF” e explica, pois só existe um STF e é ele quem julga no 
exemplo. A vírgula é obrigatória. 
No segundo caso, o “que” se refere a “jurisprudência” e promove uma restrição. A vírgula não pode ocorrer. Outros 
exemplos.
A parecer no 123, que trata do assunto, foi claro.
O parecer que trata do assunto foi claro.
A Lei 8.666/00, que prevê o crime, aborda o assunto de maneira contraditória.
A lei que prevê o crime aborda o assunto de maneira contraditória.
Os Ministros, que concordaram com o Relator, confirmaram o voto (todos concordaram).
Os Ministros que concordaram com o Relator confirmaram o voto (alguns concordaram).
11
Remissão a texto legal
A primeira remissão a texto legal deve ser feita por extenso: 
Lei no 8.177, de 1o de março de 1991. Nas seguintes, pode-se empregar a forma reduzida: Lei no 8.177, de 1991 ou Lei 
no 8.177/ 91.
Portaria no 10, de 20 de março de 2004. Nas seguintes: Portaria no 10/2004.
Vez que, de vez que, eis que, posto que, haja visto
As expressões acima quase sempre são empregadas de forma inadequada na linguagem jurídica. 
Vez que, de vez que e haja visto não devem ser empregadas nunca. Estão inadequadas. 
Eis que indica surpresa ou tempo. Raramente, será empregada nesse sentido. Posto que não possui valor de causa. O 
sentido correto da expressão é de concessão. 
Observe os exemplos a seguir.
O Tribunal solicitou a cópia, vez que não apossuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, de vez que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, eis que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, posto que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, haja visto não a possuir (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, haja vista não a possuir (adequado).
Data
As datas dos documentos oficiais devem ser grafadas com as seguintes normas:
1. a localidade não pode sofrer abreviatura; 
2. a unidade da federação não é obrigatória; 
3. o primeiro dia é sempre ordinal; não existe zero antes do número 2 ao 9; 
4. o mês é minúsculo e por extenso; não existe ponto no meio de 2008; 
5. se a data não estiver centralizada, indica-se o uso de ponto final.
 Brasília, 1o de junho de 2008.
 Brasília, 2 de junho de 2008.
 Brasília-DF, 27 de junho de 2008.
No interior do texto, as datas e os anos devem ser escritos de forma plena. O primeiro dia do mês é designado com 
ordinal também.
O Brasil proclamou a independência em 7 de setembro de 1822. 
Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira, assinada em 8 de outubro de 1988. 
O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. 
O documento foi assinado em 1o de abril de 2004. 
12
Observações: São admitidas certas grafias sintéticas consagradas, como: Opala 84/85, Safra 97, Lei 10.675/03, Portaria 
102/98. Também nos textos correntes em que for cabível o uso abreviado da data, não se deve pôr zero à esquerda do 
número (salvo quando referente ao ano). 5/6/08, 8-10-2007 (não: 05/06/08, 08-10-2008).
Datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de Setembro, o Quinze de Novembro, o Dois de Julho. 
Mas (dia 1o): o 1o de Janeiro, o 1o de Maio. 
As décadas devem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo quando houver possibilidade de confusão). O 
“milagre econômico” da década de 70. Os anos 20 foram fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 
1922. Na década de 1850. 
13
Aula 3. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
Citação
O registro de uma informação extraída de outra fonte denomina-se citação, que pode ser transcrição textual (citação 
direta) ou paráfrase (citação indireta). Em qualquer situação, deve-se manter a fidedignidade às idéias do autor. 
Se houver erro, deve-se empregar a palavra latina sic (assim) entre parênteses ou colchetes, no fim da citação ou logo 
após a palavra ou expressão estranha ou incorreta, para indicar que se trata de reprodução fiel do original. 
Ex.: “À unanimidade, negar provimento o (sic) recurso”. O correto seria “À unanimidade, negar provimento ao recurso”.
A indicação da transcrição deve ser feita com aspas duplas no início e no fim e aspas simples em transcrição inserida 
no trecho já transcrito. Quando a transcrição contiver mais de três linhas, deve-se fazer recuo do texto em relação à 
margem esquerda. Embora a ABNT determine que não se empregam aspas ao se fazer o recuo, diversos órgãos utilizam 
os sinais. Tal procedimento aparece indicado inclusive nos manuais internos. Quando se tratar de texto de lei, recuar 
independentemente do número de linhas. 
As supressões feitas numa transcrição são indicadas por reticências entre parênteses “(...)” e os acréscimos ou comentários 
feitos pelo autor aparecem entre colchetes. 
Ex.: “Segundo João Barbalho, a cláusula final do art. 28 resultara de uma falha da redação, pois a emenda aditiva (...) 
dizia: representação das minorias [e não da minoria] com mais propriedade e acerto”.
Exemplo com transcrição indireta
Depois de analisar a situação, Nóvoa (1993) chegou a afirmar que o brasileiro ainda não está capacitado para escolher 
seus governantes por causa de sua precária vocação política e da absoluta falta de escolaridade, já que o homem do 
povo, o zé-povinho, geralmente não sabe sequer em quem votou nas ultimas eleições, não sabe sequer quem são seus 
governantes, não saber quem determina seu próprio meio de sobreviver.
Exemplo com transcrição indireta
Depois de analisar a situação, chegou-se a afirmar que o brasileiro ainda não está capacitado para escolher seus 
governantes por causa de sua precária vocação política e da absoluta falta de escolaridade, já que o homem do povo, 
o Zé-povinho, geralmente não sabe sequer em quem votou nas ultimas eleições, não sabe sequer quem são seus 
governantes, não saber sequer quem determina seu próprio meio de sobreviver (NÓVOA, 1993).
Após a primeira indicação, não há necessidade de novamente fazer referência ao ano. O nome do autor deve ser escrito 
em letras minúsculas, quando apresentado no próprio texto; e com letras maiúsculas, quando apresentado dentro dos 
parênteses.
Exemplo com citação direta
Guimarães estabelece: “A valorização da palavra pela palavra encarna o objetivo precípuo do texto literário” (1985, p. 
32) e, se isso não ficar bem esclarecido, nosso trabalho será seriamente prejudicado.
14
Exemplo com citação direta
Citação da citação
O sistema consiste em colocar o recém-nascido no berço, ao lado da mãe, logo após o parto ou algumas horas depois, 
durante a estada de ambos na maternidade (HARUNAI apud GUARAGNA, 1992, p. 79).
REFERÊNCIA DE DOCUMENTOS JURÍDICOS
Legislação (leis, medidas provisórias, decretos, etc.)
BRASIL. Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, no 189, p. 21.801, 1o de out. 1997. Seção 1.
BRASIL. Medida Provisória no 1.953-25, de 16 de novembro de 2000. Institui o auxílio-transporte aos militares, servidores 
e empregados públicos da administração federal direta, autárquica e fundacional da União e revoga o § 1o do art. 1o da 
Lei no 7.418, de 16 de dezembro de 1985. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 
DF, 17 nov. 2000. Seção 1, p. 9.
Jurisprudência (decisões judiciais: súmulas, acórdãos, resoluções, etc.)
BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Resolução no 20.263, de 1998. Disciplina os procedimentos referentes às reclamações 
e representações de que cuidam os arts. 58 e 96 da Lei no 9.504/97. Jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, Brasília, 
DF, v. 10, p. 304-307, jul./set. 1999.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Súmula no 235. Importância recebida indevidamente por servidor. Ressarcimento 
ao Erário. In: ____. Súmulas. 4. ed. Brasília: TCU, 1998. p. 231.
Referência jurídica em meio eletrônico
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Súmula no 7. É inelegível para o cargo de prefeito a irmã da concubina do 
atual titular do mandato. Disponível em: <http://intranet2.tse.gov.br/serviços/processos/index.htlm>. Acesso em 22 
nov. 2000.
recuo
4cm
recuo
2,5cm
Há certa dificuldade quanto ao reconhecimento de O, A, OS, AS como pronomes 
demonstrativos, mas essa duvida é muito bem dirimida por Fernandes:
 Os pronomes O, A, OS, e AS passam a ser pronomes demonstrativos
 sempre que numa frase puderem ser substituídos, sem alterar a estrutura 
 dessa frase, respectivamente, por ISTO, ISSO, AQUILO, AQUELE,
 AQUELES, AQUELA, AQUELAS (1994, p.19).
Não há necessidade de aspas letra menor
15
EXPRESSÕES LATINAS EMPREGADAS EM REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
E CITAÇÕES
Apud: citado por, conforme, segundo. Emprega-se para indicar a fonte de citação indireta (reprodução de texto de fonte 
intermediária).
Et alli ou et al: e outros.
Ibidem: no mesmo lugar, na mesma obra: Emprega-se para citar a mesma obra referenciada imediatamente antes.
Idem: o mesmo, a mesma coisa; o mesmo autor, igual à anterior. Emprega-se quando o autor é o mesmo da citação 
anterior.
Idem ibidem: o mesmo, no mesmo lugar. Emprega-se para citar o mesmo autor e sua obra imediata e anteriormente 
antes referida.
Idem per idem: o mesmo pelo mesmo.
In: em; na obra de. Usa-seem citações extraídas de obras coletivas, seguida por dois pontos e com inicial maiúscula.
In fine: no fim. Expressão usada sobretudo em citações.
In verbis: nestas palavras; textualmente.
Ipsis litteris: textualmente; pelas mesmas letras.
Ipsis verbis: pelas mesmas palavras.
Loco citato ou loc. cit.: no lugar citado. Emprega-se para mencionar a mesma página de uma obra já citada, havendo 
intercalação de outras referências bibliográficas.
Nota bene: note bem; observe bem. Serve para chamar a atenção para o que se segue.
Opus citatum ou op. cit.: obra citada. Emprega-se para mencionar uma obra já citada, quando há intercalação de 
diferentes referências bibliográficas, ou quando o autor é mencionado no texto.
Passim: aqui e ali. Emprega-se quando é impossível mencionar todas as páginas de
onde foram retiradas as idéias do autor. Neste caso, são indicadas as páginas inicial e final, que contêm as opiniões e 
conceitos utilizados.
Sequentia: seguinte ou que se segue. Emprega-se quando não se deseja mencionar todas as páginas da obra referenciada. 
Neste caso, indica-se a primeira página, seguida da expressão et seq.
Sic: assim; como impresso. Usa-se entre parênteses ou colchetes, ao final de uma citação ou inserida nela, e significa 
dizer que o original é assim mesmo, por mais errado que esteja.
Sine loco: sem lugar.
Sine nomine: sem nome, sem editor. Abrev.: s. n.
Mesmo
Erro generalizado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal. Observe os exemplos abaixo.
O desembargador recebeu o processo e analisará o mesmo rapidamente (inadequado).
O desembargador recebeu o processo e o analisará rapidamente (adequado).
O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo (inadequado).
O relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo (adequado).
Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelo diretor. (inadequado). 
Receba de volta seu título e verifique se está rubricado. (adequado).
(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de 
direito. (inadequado).
(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que dele se intime a quem de direito. 
(adequado).
16
O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações.
Como pronome adjetivo:
O juiz teve a mesma opinião.
Elas mesmas discutiram o assunto.
Como advérbio:
Este julgamento é mesmo necessário.
Minha casa fica lá mesmo.
Inadequado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal, substituindo um substantivo já expresso.
Para analisar com calma o parecer, solicitou que o mesmo lhe fosse entregue (inadequado).
Para analisar com calma o texto, solicitou que o relatório lhe fosse entregue (adequado).
A princípio – em princípio
A princípio tem o sentido de “inicialmente”, “no começo”.
Em princípio tem o sentido de ‘em tese”, “teoricamente”.
A princípio não gostei da cidade, porém com o tempo passei a me adaptar muito bem.
Ela a princípio não gostava do namorado.
O campeonato ainda não terminou. Em princípio o São Paulo será campeão novamente.
A princípio, ele agiu sem maldade. = No início, ele agiu sem maldade.
Em princípio, ele agiu sem maldade. = Teoricamente, ele agiu sem maldade.
Em que pese a – em que pese(m)
Em que pese a (com o som fechado = pêse) tem o sentido de “ainda que contrarie a opinião de”, “ainda que”. O verbo 
fica sempre no singular: 
Falhou neste ponto, em que pese à sua dedicação.
Em que pese aos argumentos apresentados contra o acusado, ele será absolvido.
Em que pese(m) (com o som aberto = pése) tem o sentido de “ainda que se leve em consideração”, “embora”. O verbo 
concordará com o termo seguinte, que será sujeito da construção.
Em que pesem as opiniões do ministro, ninguém aceitou a explicação.
Enquanto
O vocábulo “enquanto” não apresenta sentido de condição profissional ou social. Seu uso deve se limitar a tempo: 
Enquanto chovia, ele escrevia o artigo (adequado). 
Não gostava dele enquanto ministro (inadequado).
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Aula 4. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
EMPREGO DE INICIAIS MAIÚSCULAS
1. Início de período, de verso ou de citação direta: Diz o Código Eleitoral: “São eleitores os brasileiros maiores de 18 
anos (...)”. Observação; Emprega-se a minúscula em citações não coincidentes com início de frase: A lei diz: “(...) a 
critério do juiz ou do Tribunal”. 
2. nomes próprios de qualquer espécie: Barroso, Tocantins, Avenida São João, Senado Federal, Júpiter, Centro Educacional 
Tiradentes; 
3. pronomes de tratamento ou reverência e nomes de cargos e profissões que os seguem: Excelentíssimo Senhor 
Presidente, Vossa Excelência, Magnífico Reitor, Senhor Chefe; 
4. nomes de ciências e disciplinas: Filosofia, História do Brasil, Direito Administrativo; 
5. nomes dos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: o falar do Nordeste, em lugar de 
o falar do nordeste do Brasil; a cultura do Ocidente, em lugar de a cultura do ocidente europeu. Escrevem-se esses 
nomes com inicial minúscula quando designam direção ou limite geográfico: Ele andou este país de norte a sul e de 
leste a oeste;
6. nomes científicos dos seres vivos (somente a primeira letra do nome): Homo sapiens, Trypanosoma cruzi; 
7. nomes de datas, épocas, eventos e fatos históricos: Reforma Luterana, Descobrimento do Brasil, Sete de 
Setembro; 
8. nomes de publicações seriadas, conforme a designação registrada: Revista de Comunicação, Jornal do Commercio. 
Os títulos de obras artísticas, literárias e científicas, bem como os de artigos de jornais e revistas, escrevem-se com 
letra minúscula, exceto a inicial da primeira palavra e os substantivos próprios: As melhores crônicas de Fernando 
Sabino, Dicionário prático de regência nominal, Os retirantes (pintura de Portinari), As crianças e a saúde (artigo do 
jornal Folha de S.Paulo). 
9. Outras situações do emprego da inicial maiúscula 
Merece atenção o emprego da inicial maiúscula nos seguintes casos: 
a) nomes de órgãos públicos, instituições militares, políticas e profissionais, unidades administrativas, comissões oficiais, 
coligações, empresas privadas e seus departamentos: Ministério Púlbico da União, Superior Tribunal de Justiça, 
Secretaria de Documentação e Informação, Diretório Municipal do PSDB de Juiz de Fora, Prefeitura Municipal de 
São Carlos, Juízo Eleitoral da 4a Zona do Estado do Rio Grande do Norte, Comissão de Constituição e Justiça e de 
Redação, Coligação Trabalho e Moralização, Ministério Público;
b) Escrevem-se com inicial maiúscula as simplificações de nomes de entidades ou instituições consagradas pelo uso: 
Congresso por Congresso Nacional, Senado por Senado Federal, Câmara por Câmara dos Deputados, Constituinte 
por Assembléia Nacional Constituinte, Supremo por Supremo Tribunal Federal, Legislativo por Poder Legislativo, 
Executivo por Poder Executivo, Judiciário por Poder Judiciário, Tribunal Superior por Tribunal Superior Eleitoral, 
Tribunal Regional por Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal de Contas por Tribunal de Contas da União (de estado ou 
de município). 
c) nomes designativos de cargos antepostos à autoria de atos oficiais e pospostos à assinatura deles: O Diretor-Geral 
da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, no uso de suas atribuições (...); 
18
d) elementos dos compostos hifenizados, pois mantêm autonomia: Decreto-Lei n. 200, Grã-Bretanha; 
e) nomes pelos quais as leis tornam-se conhecidas: Código Civil, Código Eleitoral, Lei Áurea; 
f) palavras empregadas em sentido especial, como:
 • casa, significando local destinado a reuniões de interesse público: O deputado encontra-se na Casa para votar; 
 • constituição, no sentido de lei fundamental e suprema de um país e demais sinônimos: Constituição de 1988, 
Carta Magna, Lei Fundamental; 
 • corte, designando tribunal: Esta Corte tem posição definida sobre o assunto; 
 •direito, no sentido de ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens numa sociedade: 
as regras do Direito; mas, juiz de direito; 
 • estado, no sentido de nação politicamente organizada: O Estado responsabilizou-se pelo desaparecimento de presos 
políticos; 
 • estado e município, no sentido, respectivamente, de unidade da Federação e circunscrição administrativa autônoma 
de um estado, seguidos dos nomes: o Estado de Minas Gerais, o Município de Luziânia; mas, o município elegeu 
um deputado; 
 • federação, no sentido de união política entre as unidades federativas, relativamente autônomas, que se associam 
sob um governo central: O projeto visa ao fortalecimento da Federação; 
 • igreja, no sentido de instituição: A Igreja é contra o aborto; 
 • império, república, monarquia, no sentido de regime político, período histórico ou quando equivaler à palavra Brasil: 
No Império houve muitas insurreições; 
 • justiça, no sentido de Poder Judiciário ou de seus ramos: A Justiça começa a se modernizar. Isso é da competência 
da Justiça Eleitoral; 
 • leis, projetos, acórdãos, resoluções, etc. acompanhados dos respectivos números: Lei no 9.504, de 30 de setembro 
de 1997, Mandado de Segurança no 112, Of. no 10; 
 • mesa, no sentido de conjunto do presidente e dos secretários de uma assembléia: A Mesa do Senado posicionou-se 
a favor das medidas; 
 • plenário, no sentido de assembléia ou tribunal reunido em sessão: O Plenário da Câmara rejeitou a proposta do 
governo; 
 • união, no sentido de reunião de estados relativamente autônomos, mas subordinados a um governo central; governo 
federal: Cabe à União tomar medidas para o caso. 
EMPREGO DE INICIAIS MINÚSCULAS
Empregam-se as iniciais minúsculas em: 
1. nomes de meses: janeiro, fevereiro, etc.; 
2. nomes de festas populares: carnaval, entrudo, etc.; 
3. nomes não integrados aos substantivos indicativos de acidentes geográficos: rio Amazonas, oceano Atlântico, baía 
de Guanabara, serra da Mantiqueira. Porém, se vierem integrados aos nomes oficiais dos topônimos, devem ser 
grafados com a inicial maiúscula: Rio de Janeiro, Costa Rica, Cabo Verde, Monte Alegre, Cabo Frio; 
4. nomes gentílicos: baiano, inglês, alemão; 
5. artigos definidos e indefinidos, pronomes relativos, preposições, conjunções e advérbios e suas locuções, bem como 
em combinações e contrações prepositivas, quando no interior de substantivos próprios: Ministério do Trabalho, 
Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird), Imposto sobre Serviços, A Vitória que a Bahia 
Quer (coligação); 
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6. nomes próprios, quando empregados no plural, exceto os nomes e sobrenomes de pessoas: tribunais regionais eleitorais, 
os estados da Federação; mas, os Rodrigues, os Josés, os Andradas. 
MAIÚSCULA E MINÚSCULA EM TEXTOS LEGAIS
Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis, decretos, portarias etc.
a) utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado do respectivo número: A Lei nº 312, de 
24-5-95, dispõe (...). O Decreto nº 312, de 5 de março de 1993, regulamenta (...). A Portaria nº 234, de vinte e cinco 
de julho de 1997, sofreu várias alterações. 
 Obs.: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando determinado ato, após sua 
primeira citação no texto — no caso, acompanhado do respectivo número — é referenciado em outras partes do texto, 
sem estar acompanhado do número. Neste curso adotou-se o uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fique 
subentendido que os referidos atos estejam individualizados: Art. 5° Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação. Conforme o disposto no art. 3° da citada Lei Complementar (...).
b) remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula: Refiro-me ao parágrafo único do art. 11 da 
Portaria nº... De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei nº... ; 
c) ganha a inicial maiúscula o nome de leis ou normas políticas e econômicas consagradas pela importância de que se 
revestem: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Áurea, Lei Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei de 
Responsabilidade Fiscal.
d) nome de moeda escreve-se com letra minúscula: real, dólar, franco, peso, marco, libra. O real está de cara e coroa 
novas. Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de nome próprio; nesse caso, usa-se inicial maiúscula: 
O (Plano) Real estabilizou a economia.
e) nomes que designam cargos ou postos escrevem-se com inicial maiúscula: A Presidente do Tribunal de Contas do 
DF concedeu a palavra ao Relator. O Diretor-Geral autorizou a publicação do normativo. Nomes de profissões são 
escritos com inicial minúscula: advogado, contador, engenheiro, jornalista, médico, professor.
 Observação: Quando individuados, emprega-se a inicial maiúscula: o Advogado Rui Barbosa, o Poeta Camões etc.
f) Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração à parte, completa, caso em que 
vem precedido de ponto. A oração que está entre parênteses tem o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não 
fora: Na portaria da fábrica o ambiente era de absoluta calma. (A indústria não trabalha aos sábados.)
FORMAS DE REFERÊNCIA E DE TRATAMENTO.
Substantivo Adjetivo
Acórdão Venerado Acórdão
Câmara Colenda Câmara
Defenso Nobre Defensor
Juiz Meritíssimo Juiz
Juízo Digníssimo Juízo
Julgado Ínclito Julgador
Patrono Culto Patrono
Promotor Nobre Promotor
Relator Culto Relator
Sentença Respeitável sentença
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HÁ QUE + INFINITIVO
Expressão típica de textos jurídicos, a expressão “há que + verbo no infinitivo” tem o sentido de “é necessário”, “deve-
se fazer”:
Há que examinar com detalhes os argumentos apresentados.
GRAFIA DE HORAS
1. O símbolo de horas é “h”, o de minutos é “min” e o de segundos é “s”, sem ponto nem “s” indicativo de plural, sem 
espaço entre o número e o símbolo. 
2. Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra hora(s), por extenso: Encontro você às 14 horas.
3. Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não há necessidade de incluir o símbolo de minutos: 
Encontro você às 14h30.
4. Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e minutos, mas não há necessidade de incluir 
o símbolo de segundos: Encontro você às 14h30min22
Observações: 
a) Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o símbolo, mas as palavras hora(s), minuto(s), 
segundo(s), por extenso: 
 A reunião se estendeu por quatro horas e vinte minutos. 
 A viagem dura dezoito horas. 
 As inscrições encerrarão em 24 horas. 
 O terremoto começou às 10h35min22 e durou 43 segundos. 
b) Na linguagem formal devem-se seguir as instruções anteriores, mesmo que a leitura não corresponda exatamente à 
grafia: 
 A sessão terminou às 12h30 (na leitura: às doze horas e trinta minutos; às doze e trinta; ao meio dia e meia).
c) As regras não se aplicam quando, em linguagem estritamente técnica, não corresponderem à praxe ou a instruções 
específicas. 
GERÚNDIO
O gerúndio é empregado com exagero nos textos jurídicos. Quase sempre de forma inadequada. 
O emprego adequado está relacionado a idéia adverbial de: 
Sendo ainda novo, não quis ir só (causa). 
Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas por si mesmo (concessão).
Triunfarás, querendo (condição). 
O carneiro defendia-se dizendo que... (meio). 
Ele fala cantando (modo). 
Proferindo o orador estas palavras, a assembléia deu vivas (tempo).
21
É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, adjetivo ou aditivo:
Inadequado adequado
Vou estar fazendo. Farei.
Texto contendo erros. exto que contém erros. 
O órgão analisou o caso, decidindo (...). O órgão analisou o caso e decidiu (...).
LINHA PONTILHADA
Em textos legais que modificam outros textoslegais, usam-se linhas pontilhadas para indicar a omissão de texto do 
caput, de parágrafo, de inciso, de alínea ou de item de determinado artigo. Deve-se usar uma linha pontilhada para indicar 
todo o texto suprimido, além da linha pontilhada que se segue ao número do artigo modificado. Usa-se ainda uma linha 
pontilhada no final da emenda se o artigo modificado não encerrar no texto emendado. 
Exemplos: 
Emenda no caput: 
Art. 1o O caput do art. 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
“Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, a União aplicará, dos recursos destinados à irrigação: ..................................
.................................................” (EC 43/04) 
Emenda alterando partes do artigo: 
Art. 1o Os arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246 da Constituição Federal passam a vigorar com as seguintes 
alterações: 
“Art. 48. .....................................................................................................................................................................
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, 
VI, b; XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 
..................................................................................” 
“Art. 57. ..................................................................................................................................................................... 
§ 7o Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi 
convocado, ressalvada a hipótese do § 8o, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao subsídio 
mensal. 
22
Aula 5. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
ABREVIATURA
A abreviatura é a escrita reduzida de uma palavra ou locução. É expressamente proibido na prática forense o uso de 
abreviatura nos autos e termos do processo (Código de Processo Civil, art. 169, parágrafo único). No entanto, difícil 
encontrar um texto sem o uso delas. Observações:
1. Possui ponto, diagonal ou parênteses: doc. = documento; S/A = sociedade anônima; (a) assinado, assinada.
2. Admite flexão de gênero, número e grau: Sr. ou Sra.; prof. ou profs.; D. ou DD.
3. Para abreviar, sempre que possível termine a abreviatura em consoante. Ex.: ac. (acórdão), rel. (relator). Se a palavra 
é cortada em um grupo de consoantes, todas estas devem aparecer na abreviatura. Ex.: inst. (instituição), secr. 
(secretaria). Independentemente de a abreviatura terminar em vogal ou consoante, coloque sempre o ponto final. Ex.: 
ago. (agosto), téc. (técnica).
4. Há palavras cujas abreviaturas podem ser formadas pela combinação de suas consoantes ou de suas iniciais e suas 
últimas consoante e vogal. Ex.: dz. (dúzia), vl. (valor), atte. (atenciosamente).
5. Se, na parte constante da abreviatura, aparece o acento gráfico da palavra, deve ele permanecer. Ex.: pág. (página), 
déb. (débito).
6. Em palavras compostas ligadas por hífen, deve ele ser mantido na abreviatura. Ex.: secr.-ger. (secretaria-geral), 
proc.-ger. (procurador-geral).
7. A inicial poderá ser maiúscula ou minúscula de acordo com as normas da ortografia oficial em relação à palavra por 
extenso. Ex.: R. (Rua) das Laranjeiras, Dr. (Doutor) Albert Einstein, tel. (telefone), fl. (folha).
8. O ponto abreviativo, quando coincide com o ponto-final, acumula a função deste, por isso deve-se evitar a repetição: 
Foram convidados para o debate: políticos, professores, engenheiros, etc.
9. Os meses são abreviados com as três letras iniciais. Se for escrito todo em letras maiúsculas, dispensa-se o ponto. 
Se for escrito apenas com a inicial maiúscula ou todo em letras minúsculas, deverá aparecer o ponto abreviativo. 
Não se abrevia o mês de maio. Ex.: JAN, Jan., jan.
10. Existem abreviaturas que podem ser reduzidas com variações: a.C. ou A.C. (antes de Cristo); f., fl. ou fol. (folha).
11. Existem abreviaturas que representam mais de uma palavra: p. (página, pé, palmo). 
12. A Conferência de Geografia estabeleceu que “não serão usadas abreviaturas nos nomes geográficos”. Portanto, nome 
algum de cidade pode ser abreviado. Excetuam-se as siglas dos estados.
13. Por praticidade, as abreviaturas podem ser grafadas sem sobrelevação, seguidas de ponto (Cia., Dra., V. Exma.), 
desde que não formem palavras inadequadas, como profa. (professora), amo. (amigo), no. (número).
14. Também não se abreviam palavras com menos de cinco letras. Exceções: h (hora), id. (idem), S. (São), t. (tomo), v. 
(ver, veja, vide), S (Sul), conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
23
SIGLAS
Salvo nos casos em que a sigla é bastante vulgarizada, ou seja, quando a instituição a que ela se refere é mais conhecida 
pela própria sigla do que pelo nome completo (Petrobras, SBT, etc.), o nome da instituição deve ser escrito por extenso, 
antes da sigla (que deve vir a seguir, entre parênteses), na primeira menção, usando-se apenas a sigla nas menções 
seguintes: 
O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom) é um bloco de cooperação econômica e política, criado em 1973, 
formado por catorze países e quatro territórios da região caribenha. Em 1998, Cuba foi admitida como observadora do 
Caricom. 
Observações: 
1. No caso de a sigla não se referir a uma instituição, só se escreverá o seu significado por extenso se o contexto o 
exigir.
 A Aids (do inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome) é conhecida em Portugal como Sida (de Síndrome de 
Imunodeficiência Adquirida). 
2. Não se usam aspas nem pontos de separação entre as letras que formam a sigla. 
3. Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de s (minúsculo) de plural, sem apóstrofo: os TREs (Tribunais Regionais 
Eleitorais), 300 UPCs, 850 Ufirs (não: *TRE’s, *Ufir’s). Esta regra não se aplica a sigla terminada com a letra s, caso 
em que o plural é definido pelo artigo: os DVS (Destaques para Votação em Separado). 
Emprego de maiúscula e minúscula em siglas
1. Siglas formadas por até três letras são grafadas com maiúsculas: ONU, PIS, OMC. 
2. Siglas formadas por quatro ou mais letras, cuja leitura seja feita letra por letra, são grafadas com maiúsculas: PMDB, 
INPC, INSS. 
3. Siglas formadas por quatro ou mais letras, que formem palavra pronunciável, são grafadas preferencialmente como 
nome próprio (apenas a primeira letra é maiúscula): Otan, Unesco, Inamps, Petrobras. 
4. Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela letra e parte como palavra) são grafadas com todas as 
letras em maiúsculas: DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), Veículos Automotores de 
Via Terrestre), HRAN (Hospital Regional da Asa Norte). 
5. No caso de siglas consagradas que fogem às regras acima, deve-se obedecer à sua grafia própria: CNPq (Conselho 
Nacional de Pesquisas), MinC (Ministério da Cultura), UnB (Universidade de Brasília).
6. Siglas que não mais correspondam com exatidão ao nome por extenso também devem ser acatadas, se forem as 
siglas usadas oficialmente: Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), MEC (Ministério da Educação). 
SÍMBOLOS
Constituem símbolos as abreviaturas fixadas por convenções, quase sempre internacionais, por isso, não se subordinam 
às regras de abreviatura nem de ortografia. 
Os símbolos são empregados na indicação de unidades de medida, elementos químicos e pontos cardeais. Não recebem 
ponto abreviativo, não admitem plural nem são escritos com letra maiúscula: 200g (200 gramas); 5km (5 quilômetros); 
2min (dois minutos). 
24
Escrevem-se com letras maiúsculas:
• os símbolos que se originam de nomes próprios: W (watt), N (newton);
• os prefixos gregos: M (mega), G (giga), MHz (megahertz);
• os símbolos dos elementos químicos: O (oxigênio), Au (ouro),Ag (prata);
• os símbolos dos pontos cardeais: N (norte), S (sul), L (leste), O (oeste).
TRATA-SE DE
Não é possível, lógica e gramaticalmente, construção com o verbo tratar-se para coisas. Trata-se somente pode ter por 
sujeito um ente humano, em acepções específicas: O caso trata-se de acusações. (inadequado); Aqui todos se tratam 
por você; Ele somente se trata com remédios caseiros. 
Nos demais casos, trata-se de constrói-se impessoalmente: Trata-se de processos novos.
PERTINE/NO QUE DIZ RESPEITO A
A forma pertine não existe em nossa língua. Use, em seu lugar, no que diz respeito a, no que respeita a, no tocante a, 
com relação a, etc.
No tocante a este aspecto legal, meu voto é favorável.
LEGISLAÇÃO
Usa-se inicial maiúscula quando há referência expressa a um diploma legal. 
Lei 8.112/90; Portaria 08/92; Resolução 113/91. 
Em sentido generalizado, usa-se com inicial minúscula. 
A lei é a fonte imediata da justiça em um país.
DECRETO-LEI
Usa-se, de regra, por extenso, com as iniciais maiúsculas, acompanhado do número respectivo.
Decreto-Lei 2.354/92.
Quando se tratar de referência à legislação, colocada entre parênteses, a expressão pode ser abreviada. 
O referido dispositivo (DL 2.354/92).
NOMENCLATURA DOS FEITOS
Em sentido genérico, as iniciais devem ser minúsculas. 
O mandado de segurança é o remédio adequado para. 
Deverão ser usadas iniciais maiúsculas quando se tratar de um julgado específico.
O Agravo de Instrumento n. 89.01.07582-6/MG. Habeas Corpus 90.01.02123-7/RO.
25
A FOLHAS TANTAS
A expressão provoca dúvida, pois encontramos de formas diversas no serviço público. As mais comuns são: “à folha 
27”, “a folhas 27”, “as folhas 27”, “às folhas 27”. Autores afirmam que a expressão foi variação da locução “a certa 
altura”. Por isso mesmo, as formas adequadas são a duas primeiras: “à folha 27” ou “a folhas 27”. Napoleão Mendes 
de Almeida afirma que na linguagem forense se diz “a folhas vinte e duas” – significa “a vinte e duas folhas do início 
do trabalho”. Também a expressão “a páginas vinte e sete” segue este princípio. Em relação ao assunto ainda, a forma 
abreviada deve ser escrita assim: 
– a fls. 27;
– à fl. 27;
– a fls. 27 e 28;
– às fls. 27 e 28;
– a fls. 27 a 32;
– às fls. 27 a 32.
Inadequado está o uso do plural para indicar apenas uma folha ou página. Inadequado também é o uso da expressão sem 
a referida folha ou página.
Conforme os dados descritos a fls. citada, confirmo a decisão (inadequado).
Quando se faz referência à citação de folha ou página numerada, a preposição deve ser acompanhada do artigo 
definido.
Conforme se lê à fl. 15.
Conforme se lê às fls. 12 e 13.
Conforme se lê às fls. 12 a 18.
Segundo consta da/na fl. 27 do processo.
Segundo consta nas fls. 27 e 28 do processo.
Segundo consta nas fls. 27-45 do processo.
Observação: é erro a construção “consta à fl.27”, por exemplo, pois o verbo constar, no sentido de estar documentado, 
pede a regência da preposição “em” ou “de”.
USO DO PORQUÊ
1. Por que
a) ao se substituir por “por qual motivo”. 
 Por que você mentiu para mim? 
 Diga-me por que você mentiu.
b) ao se substituir por “pelo(a) qual” no singular ou no plural.
 A razão por que a despediu não foi justa.
c) em orações subordinadas substantivas introduzidas pela preposição “por” com a conjunção “que”.
 Anseio por que passes no concurso
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2. Por quê
Ao se substituir por “por qual motivo” no final da idéia.
Partiste por quê?
3. Porque
Ao introduzir idéia explicativa, causal ou final. Pode-se substituir por “pois” ou “para que”.
Não respondi porque não escutei a pergunta.
Faço votos porque sejas feliz.
4. Porquê
Ao exercer função de substantivo.
O porquê do fato não nos interessa.
27
Aula 6. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
NUMERAIS
Cardinais em algarismos
a) quantias, grandezas e medidas: R$10,00, 25kg, 30m;
b) horários: 8h35min20s;
c) datas, décadas e decênios: A reunião realizou-se no dia 20 de agosto de 1998. Publicado no DJ de 24-5-96. Década 
de 1960;
d) endereços: Rua 15 de Novembro, Casa 7;
e) páginas e folhas de publicações: página 23, folha 14;
f) porcentuais: 30% dos votantes;
g) idade: Ele tem 45 anos;
h) artigos e parágrafos de lei a partir do número 10: art. 10, art. 25.
Ordinais em algarismos
a) zonas, sessões, distritos e regiões: 15ª Zona Eleitoral, 1º Distrito;
b) primeiro dia do mês: Hoje é 1º-4-98;
c) artigos e parágrafos de leis, decretos, etc. até o número 9: art. 1º, art. 9º;
d) numerais antecedendo substantivos: 3º capítulo, 5º andar.
Observação: Por brevidade, trocam-se os ordinais pelos cardinais: trigésima primeira folha por folha trinta e um, primeira 
casa por casa um. Nesse caso, usam-se os cardinais sem flexão de gênero e de número por ficar subentendida a palavra 
número: A prova encontra-se a folhas (n.) 22 do processo, significando que ela se encontra na 22ª folha do processo. Se 
houver mais de um número de folha, a regra é a mesma: a folhas (n.) 22 e 25.
Algarismos romanos
a) nomes de papas, soberanos: Papa João Paulo II, Luís XV;
b) dinastias reais: II Dinastia;
c) séculos: século XX;
d) divisões das Forças Armadas: I Comando do Exército, IV Distrito Naval;
e) congressos, seminários, simpósios e eventos correlatos: V Bienal do Livro;
f) partes de uma obra: Título III, Capítulo II, Seção I;
g) incisos de leis: inciso V.
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Quando o algarismo romano vier após o nome, até o X, lê-se como ordinal e, a partir daí, como cardinal: Século III (lê-se 
século terceiro); século XII (lê-se século doze). Vindo antes do nome, lê-se como ordinal: XII Bienal (lê-se décima segunda 
bienal).
Grafia por extenso
Normalmente escrevem-se por extenso:
a) os cardinais e ordinais de um a dez, cem e mil: três dias, segundo turno, cem pessoas; Se houver números acima e 
abaixo de 11 na mesma frase, prefira os algarismos: Chegaram 3 revistas e 22 questionários.
b) os cardinais e ordinais em início de frases: Trinta e dois votos foram anulados;
c) os fracionários, quando os dois elementos estiverem entre um e dez: três quintos dos votos; mas empregam-se 
algarismos nos demais casos: 1/12 dos eleitores.
Observação: a Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, em seu art. 11, II, f, determina que se deve grafar 
por extenso quaisquer referências feitas, no texto [legal], a números e porcentuais.
Grafia mista
Usa-se grafia mista (algarismos e por extenso) na classe dos milhares, se não houver número na classe inferior: 32 mil 
votos. Caso contrário, empregue apenas algarismos: 32.420 votos. A partir da classe dos milhões, há dois procedimentos, 
se não houver número na classe inferior:
a) 15 milhões e 438 mil eleitores; R$4 bilhões;
b) 15,4 milhões de eleitores (com aproximação do número fracionário). 
Observação: Caso haja número nas classes inferiores, empregam-se apenas algarismos: 15.438.302 eleitores.
Outras observações
1. Emprega-se o ponto para separar as classes dos numerais: 3.004.987. Exceções: ano e CEP: janeiro de 1998, CEP 
70833-060.
2. Nas datas, separam-se o dia, o mês e o ano por ponto separativo, dispensando-se o zero à esquerda: 3.5.98.
3. Milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: três milhões, oito bilhões, mas 1,2 milhão.
4. O número (em algarismo), quando em final de linha, não deve ser dividido.
5. Na indicação de quantia, grandeza, medida e horário, não se usa espaço entre os numerais e os símbolos ou abreviaturas: 
2h35min15s, 80km.
Números cardinais compostos
A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguinte maneira:
a) dois algarismos, põe-se a conjunção e entre os algarismos: 86 => oitenta e seis;
b) três algarismos, põe-se a conjunção e entre cada um dos três: 654 => seiscentos e cinqüenta e quatro;
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c) quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre oprimeiro algarismo e os restantes: 4.455 => quatro mil, 
quatrocentos e cinqüenta e cinco. Se o primeiro algarismo da centena final for zero, aparecerá então o e: 3.048 
=> três mil e quarenta e oito. Aparecerá ainda o e quando os dois últimos ou os dois primeiros da centena forem 
representados por zeros: 1.400 => mil e quatrocentos; 1.001 => mil e um; R$ 4.005,28 => quatro mil e cinco 
reais e vinte e oito centavos;
d) de vários grupos de três algarismos, omite-se o e entre cada um dos grupos: 3.444.225.528.367 => três trilhões, 
quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos 
e sessenta e sete.
FACE A – EM FACE DE
Não existe a expressão “face a”. O correto é “em face de”: Face o relatório apresentar erro (inadequado); Em face de o 
relatório apresentar erro (adequado).
DENTRE/ENTRE
Dentre é a combinação das preposições de e entre e significa do meio de. Emprega-se quando há exigência das duas 
preposições, o que ocorre com verbos como tirar, sair, surgir.
Dentre os processos, tirou apenas um. 
Dentre os candidatos, saiu vitorioso o mais comunicativo. 
Mais uma irregularidade surgiu dentre as inúmeras já constatadas. 
Nos demais casos, empregue entre. 
Entre as autoridades estava o presidente da República. 
Ele é o mais carismático entre os líderes.
DIGNITÁRIO
A forma correta é dignitário, e não dignatário, pois se trata de palavra da família etimológica de dignidade, dignificar. 
Significa “aquele que exerce cargo elevado, que tem alta graduação honorífica, que foi elevado a alguma dignidade” 
(Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa). 
O dignitário foi homenageado durante a cerimônia.
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Aula 7. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
DEVE ESTAR – DEVE DE ESTAR
Deve de estar tem o sentido de que há probabilidade: 
Ele deve de estar em casa agora.
Deve estar indica obrigação, certeza: 
Os advogados devem estar preparados para a atividade profissional.
O verbo “dar” funcionando como auxiliar manterá os sentidos acima com outros verbos também.
ARQUIVE-SE OU ARQUIVEM-SE/ CITE-SE OU CITEM-SE
O assunto pede atenção. Desde o tempo do vestibular, muitos tropeçam no uso do “se”. Ora ele funciona como partícula 
apassivadora, ora como índice de indeterminação do sujeito. Para não cometer erros, vale a pena se lembrar das vozes 
verbais.
Voz ativa: Lucas comprou o livro.
Voz passiva analítica: O livro foi comprado por Lucas.
Voz passiva sintética: Comprou-se o livro.
O último caso é o que nos interessa agora. Observe que a voz passiva pode ser escrita como analítica (foi comprado) ou 
sintética (com o uso do “se”). Sempre que se conseguir fazer a substituição de uma pela outra sem alterar o sentido, não 
existirá objeto direto na construção e a concordância será feita entre o os dois termos.
Comprou-se o livro. = O livro foi comprado.
Compraram-se os livros. = Os livros foram comprados.
Lembre-se da placas que encontramos em todas as cidades do Brasil:
Joga-se búzios (inadequado).
Jogam-se búzios (adequado).
Jogam-se búzios. = Búzios são jogados.
A regra vale para o caso citado.
Arquive-se o processo. = O processo seja arquivado.
Arquivem-se os processos. = Os processos sejam arquivados.
Cite-se a testemunha. = A testemunha seja citada.
Citem-se as testemunhas. = As testemunhas sejam citadas.
Intime-se o acusado. = O acusado seja intimado.
Intimem-se os acusados. = Os acusados sejam intimados.
Não confundir a regra com o “se” como índice de indeterminação do sujeito. No caso, a concordância é outra.
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Gosta-se de livro.
Gosta-se de livros.
Como se percebeu, o verbo ficou no singular, pois não se consegue realizar a voz passiva analítica. Não é possível escrever 
com correção “De livros são gostados”.
ASSINATURA
O traço que serve de suporte para a assinatura em documentos não é obrigatório e não deve ser empregado em órgãos 
públicos. Não há necessidade de destacar o nome e a função com negrito ou todas as letras maiúsculas. 
ATRAVÉS DE – POR MEIO DE
“Através de” pode ser empregado em três situações bem definidas: 
a) de um lado a outro: Ela me viu através da janela de vidro.
b) movimento interno: O sangue corre através das veias.
c) relação à passagem do tempo: Ela foi me conhecendo melhor através dos anos.
Observe erros comuns na expressão: O projeto será regulamentado através de novas leis (inadequado). O projeto será 
regulamentado por meio de novas leis (adequado).
AFINAL – A FINAL
Afinal tem o sentido de “finalmente”.
A final tem o sentido de “ao fim” ou “ao final”.
A POSTERIORI – A PRIORI
A posteriori não tem o sentido de “posteriormente” como muitos gostariam. A expressão latina deve ser usada quando 
o raciocínio empregado está baseado em fatos, na experiência comprovada, em dados concretos, para alcançar uma 
conclusão indutiva. Mesmo não empregando a expressão, a idéia “a posteriori” é muito empregada quando a argumentação 
não encontra fundamentos plenamente claros na legislação.
A priori não tem o sentido de “principalmente”, “primeiramente” ou “antes de mais nada”. A expressão latina deve ser 
empregada para demostrar um pensamento que parte do geral para o particular. Mesmo não empregando a expressão, a 
idéia “a priori” é empregada quando a argumentação encontra fundamentos plenamente claros na legislação.
HABEAS CORPUS – HÁBEAS-CÓRPUS
A expressão latina habeas corpus (sem hífen, sem acento e em itálico) é muito empregada no universo jurídico. No 
entanto, sua forma aportuguesada “hábeas-córpus” (com hífen, com acento e sem destaque itálico) está correta e é 
empregada em alguns tribunais.
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INOBSTANTE
O vocabulário ortográfico não registra a palavra “inobstante”, embora empregada com certa freqüência no meio jurídico. 
Melhor usar “não obstante” ou “nada obstante”.
ISSO POSTO – ISTO POSTO
O pronome “isso” retoma idéia já apresentada (termo anafórico), enquanto o pronome “isto” antecipa idéia a ser apresentada 
ou retoma apenas a última idéia apresentada. Dessa forma, a expressão adequada para o emprego seria “isso posto”, pois 
se está retomando idéia já mencionada. Consagrou-se o uso de “isto posto”. No entanto, tal uso se faz correto apenas 
quando o autor sintetiza toda a argumentação antes de concluir a idéia.
A PARTIR DE – COM BASE
A expressão “a partir de” deve ser empregado em sentido temporal. Evite empregá-la no sentido de “com base em”. 
Ela prometeu iniciar o regime a partir do próximo mês.
O juiz proferiu a sentença a partir dos argumentos apresentados (inadequado).
O juiz proferiu a sentença com base nos argumentos apresentados (adequado).
PLURAL DE ALGUMAS EXPRESSÕES
Dias da semana
Os dias da semana são formados por palavras variáveis. No plural, todas flexionam-se: segundas-feiras, terças-feiras, 
quartas-feiras, quintas-feiras, sextas-feiras, sábados, domingos.
Plural de abreviatura de peso, medida ou hora:
Estas abreviaturas não têm plural: Andou 10km a pé. Depois, nadou 1.500m no estilo borboleta. Comprou 2kg de carne, 
500g de presunto e 5l de leite. O atleta saiu às 8h e chegou às 9h45min12 em ponto. Ver tópico 10 – Abreviaturas.
Plural de algumas palavras compostas:
a) onde há preposição clara ou oculta:
 auxílio-doença auxílios-doença
 auxílio-moradia auxílios-moradia
b) de dois substantivos, de um substantivo e um adjetivo ou de um adjetivo e um substantivo:
 auxílio-terno auxílios-terno
 tíquete-refeição tíquetes-refeição
 vale-transporte vales-transporte
 decreto-lei decretos-leis
 hora extra horas extras
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Aula 8. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
A CERCA DE/ACERCA DE/HÁ CERCA DE
A cerca de significa a uma distância de
Belo Horizonte fica a cerca de setecentos quilômetros de Brasília.
Acerca de significa sobre, a respeito de.
Falavam acerca do processo.
Há cerca de significa faz aproximadamente.Há cerca de duas semanas, o processo foi protocolado.
DE CUJUS – DECUJO
De cujus é redução de Is de cujus successione agitur, que tem o sentido de “cuja sucessão se trata”. No Brasil, criou-se 
o neologismo “decujo” com o mesmo sentido.
A FIM DE/AFIM DE
A fim de é locução prepositiva. Indica finalidade e equivale a para.
Estamos aqui a fim de trabalhar.
Afim/afins são adjetivos e referem-se ao que apresenta afinidade, parentesco.
Ele se tornou inelegível por ser parente afim do prefeito.
À MEDIDA QUE/NA MEDIDA EM QUE
À medida que é locução proporcional e significa à proporção que, ao passo que, conforme.
A opinião popular mudava à medida que se aproximava a eleição.
Na medida em que é locução causal e significa porque, porquanto, uma vez que, pelo fato de que.
Na medida em que foi constatada a sua inconstitucionalidade, o projeto foi arquivado.
A OLHOS VISTOS
Trata-se de locução adverbial, por isso é invariável. Significa visivelmente.
O amigo envelhecia a olhos vistos.
AO ENCONTRO DE/DE ENCONTRO A
Ao encontro de significa em busca de, em favor de, encontrar-se com, corresponder ao desejo de.
Houve entendimento, pois a opinião da maior parte dos estudantes ia ao encontro das propostas da direção.
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De encontro a significa oposição, contra, em contradição.
Houve divergência, pois a opinião da maior parte dos estudantes ia de encontro às propostas da direção.
AO INVÉS DE/EM VEZ DE
Ao invés de significa ao contrário de e encerra a idéia de oposição:
Os juros, ao invés de baixarem, sobem.
Em vez de significa em lugar de, ao contrário de.
Estudou Direito Penal em vez de Direito Constitucional.
AO NÍVEL DE/EM NÍVEL (DE)
Em nível de é usado no sentido de nessa instância.
Isto ocorreu em nível ministerial ou em nível de ministério.
Ao nível de é usado no sentido de à mesma altura.
A cidade de Santos está ao nível do mar.
ARESTO/ARRESTO
Aresto é substantivo e significa acórdão, decisão de tribunal:.
O aresto do TSE sobre inelegibilidade consta do parecer do ministro.
Arresto também é substantivo, mas significa apreensão judicial, embargo.
O arresto dos bens dos envolvidos no crime se deu em janeiro.
COMO SENDO
Esta expressão é desnecessária e deve ser evitada: Foi considerado (como sendo) o melhor funcionário do ano.
ANTE
A forma correta é ante o e ante a, porque não se trata de uma locução; conseqüentemente, não cabe a preposição 
‘a’ depois da também preposição ‘ante’, que se comporta como ‘perante’, com o mesmo significado de “diante de, em 
presença de alguém ou algo”: 
Ela se saiu bem perante o juiz. 
Ante a juíza, ele vacilou. 
Calou-se ante os argumentos apresentados. 
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JUNTO A
A locução junto a deve ser empregada no sentido de ao lado de, perto de, adido a. 
O segurança posicionou-se junto ao réu. 
O embaixador brasileiro junto a Portugal será homenageado. 
Nos demais empregos, usa-se a preposição que o verbo pedir: 
O sindicato mantém as negociações com (e não junto a) a diretoria. 
Solicitou providências do (e não junto ao) ministério.
Entrou com recurso no (e não junto ao) Tribunal
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Aula 9. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
PERANTE AO JUIZ OU PERANTE O JUIZ?
Não se trata de uma expressão com preposição. Dessa maneira, o “a” está inadequado no caso. O correto é “perante o juiz”. 
Observe os exemplos: perante o juiz; perante o tribunal; perante a justiça; ante o juiz; ante o tribunal; ante a justiça.
QUE ESTA SUBSCREVE OU QUE A ESTA SUBSCREVE?
O verbo subscrever pode ser transitivo direto no sentido de “aprovar”. Sendo assim, a preposição se torna inadequada.
O desembargador que esta subscreve.
QUE NEM
Que nem é expressão popular, não encontrando espaço na linguagem formal.
Ele corre que nem uma lebre.
À CUSTA DE – A EXPENSAS DE – EM VIA DE
À custa de tem o sentido de “à força de”.
Obteve o resultado favorável à custa de muito trabalho.
Sem recursos desde o ano passado, vive à custa da família.
A expensas de tem o mesmo sentido de “à custa de”. Não aceita o “s” ao lado do “a” inicial.
O prédio foi construído a expensas do governo local. 
Em via de tem o sentido de “a caminho de” ou “prestes a”. Não aceita a palavra “vias” na expressão.
O processo está em via de ser encerrado.
PROTOCOLAR/PROTOCOLIZAR
Ambas as formas encontram-se registradas no Volp e em outros dicionários, portanto são corretas, embora se diga 
que protocolizar seja variante dispensável, pois são consagradas as formas protocolar, protocolado(s), protocolada(s), 
protocolando, etc.
QUANDO DO (DA)
A expressão é galicismo, por isso deve ser substituída por no momento de, no tempo de, por ocasião de: Por ocasião 
da consulta, o tribunal estava de recesso, e não Quando da consulta (...)
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SEJA DA COMPETÊNCIA/COMPITA
O verbo competir “é pouco usado nas formas em que ao p se segue o i”, conforme o Moderno dicionário da língua 
portuguesa, de Michaelis. É recomendável empregar uma expressão equivalente: Ainda que seja de sua competência 
julgar o recurso, submeta o caso ao colegiado, e não Ainda que compita julgar (...).
SE NÃO/SENÃO
Se não quando o “se” é conjunção e inicia oração subordinada condicional, equivalendo a caso não, quando não.
O acusado, se não (caso não) comparecer, será prejudicado. São problemas que, se não (quando não) resolvidos, complicam 
a situação;
Senão quando esta palavra equivale a exceto, salvo, a não ser, de outro modo, do contrário, mas, mas sim, mas 
também. 
Esta eficácia não se opera unicamente em favor do eleitor, senão (a não ser) também dos partidos. Confessa, senão (do 
contrário) serás preso.
SUSO
Trata-se de palavra de uso antigo e significa acima, anteriormente, antes, atrás.
O acórdão suso mencionado traz a posição desta Corte sobre o caso.
TAMPOUCO/TÃO POUCO
Tampouco é advérbio de sentido negativo e significa também não, nem sequer. Por isso dispensa o acompanhamento 
da partícula nem. 
Não compareceu à sessão eleitoral, tampouco se justificou.
Em tão pouco, o advérbio tão modifica a palavra pouco, que pode ser advérbio ou pronome indefinido. 
Argumentou tão pouco (advérbio) que não convenceu os eleitores. 
Revelou tão pouco (pronome indefinido) interesse pelo assunto.
PONTUAÇÃO COM PARÊNTESES
O competente sinal de pontuação fica contido pelos parênteses quando eles abrangerem a proposição inteira: Geralmente 
ele sai para almoçar somente quando termina seu trabalho. (Há semanas em que ele simplesmente não almoça.) As 
pessoas obsessivas fazem qualquer coisa para obter o que desejam. (Elas não sabem perder.) Fica fora quando a expressão 
encerrada entre parênteses for apenas uma parte da proposição: Três países estão com dificuldades nas exportações 
(Brasil, Argentina e Chile). Estão ameaçando o abastecimento de água da cidade os loteamentos próximos à barragem 
(muitos deles irregulares).
PONTUAÇÃO NO FIM DA FRASE, APÓS ABREVIATURA:
Se a última palavra da frase for uma abreviatura, que, por natureza, tem ponto, não se usa outro ponto para indicar o 
fim do período. Vale o ponto da abreviatura: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, 
pêras, abacaxis etc.
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ALGUNS USOS DO PONTO E VÍRGULA
Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, 
ora mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que assume no texto.
Entretanto, pode-se estabelecer que, em princípio, ele é usado:
a) para separar, num período, as orações da mesma natureza que tenham uma certa extensão: Os dois primeiros alvitres 
foram desprezados por impraticáveis; ele não tinha dinheiro nem crédito tão alto;
b) para separar partes de um período, das quais uma pelo menos esteja subdividida por vírgula, como neste passo: O 
incêndio é a mais impaciente das catástrofes; a explosão, a mais impulsiva e lacônica; o abalroamento, a maiscolérica; 
a inundação, a mais feminina e majestosa;
c) para separar os diversos itens de enunciados enumerativos (em leis, decretos, portarias, regulamentos): Art. 1º A 
educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: 
 I) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos 
que compõem a comunidade;
 II) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; III) o fortalecimento da unidade nacional e da 
solidariedade internacional;...
Ao separar termos de uma enumeração em textos legais, o ponto e vírgula pode, às vezes, permitir leituras ou interpretações 
divergentes: “É assegurada a aposentadoria no regime geral da previdência social, nos termos da lei, obedecidas as 
seguintes condições: 
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher.”
Nesse exemplo, alguns entendem que o ponto e vírgula substitui o e. O trabalhador, então, só se aposenta se preencher 
as condições I e II. Outros têm leitura diferente: o ponto e vírgula estaria no lugar do ou.
Vê-se, assim, que o texto permite duas leituras e deve, portanto, ser modificado para eliminar a ambigüidade. Outro 
exemplo:
“São formas de provimento de cargo público:
a) nomeação;
b) promoção;
c) readaptação;
d) reversão;
e) aproveitamento;
f) reintegração;
g) recondução.”
No caso, basta preencher uma das condições para ocupar cargo público. Logo, o ponto e vírgula está no lugar do ou. 
Mais um exemplo:
“São funções do Banco Central:
a) Emitir moeda;
b) Fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional;
c) Controlar o crédito e o capital estrangeiros;
d) Representar o governo brasileiro perante governos estrangeiros.”
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Nesse caso, um item não exclui outro. Todos os itens constituem obrigações do Banco Central. O ponto e vírgula indica 
soma, inclusão. Entre as letras c e d, poder-se-ia usar a conjunção e para dizer que são só essas as atribuições do Banco 
Central. A ausência do e funciona como um etc. Significa que há outras atribuições.
Em muitos casos, o uso do ponto e vírgula torna o texto mais leve, facilitando a vida do leitor. Examine-se esta frase: 
João trabalha no Senado, Pedro trabalha na Assembléia, Carlos trabalha no banco, Beatriz trabalha na universidade, 
Alberto trabalha no shopping. A frase está correta e clara. As vírgulas separam as orações coordenadas. Mas a repetição 
do verbo torna-a cansativa. Recorre-se, então, ao ponto e vírgula para separar as orações coordenadas: João trabalha 
no Senado; Pedro, na Assembléia; Carlos, no banco; Beatriz, na universidade; Alberto, no shopping. Outros exemplos: Eu 
estudo na USP; Maria, na UFMG. Alencar escreveu romances; Drummond, poesias.
Obs.: Nesse exemplo, para não repetir trabalha em todas as orações, mantém-se o verbo apenas na primeira; nas demais, 
põe-se a vírgula no lugar do verbo.
VÍRGULA NOS ENDEREÇOS:
Ao escrever endereços, usa-se vírgula entre o nome do logradouro e o número da casa ou edifício: Avenida Paulista, 234. 
Rua dos Andradas, 14. Avenida Luís Eduardo Magalhães, 234, bloco C, apartamento 13. Nos endereços de Brasília, 
dispensa-se a vírgula entre a indicação da quadra ou do setor e o número: SQS 310 (e não: SQS, 310), bloco C, ap. 620. 
SCLN 208 (e não: SCLN, 208), bloco C, loja 16.
A indicação do CEP ou da caixa postal não pode vir separada do número por vírgula ou dois pontos: CEP 71501-230 (e 
não: CEP, 71501-230). Caixa postal 135 (e não: Caixa Postal, 135).
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Aula 10. Linguagem jurídica: normalizações e vocabulário
COMEÇA A PARTIR DE
É inadequado escrever “começa a partir de”. A partir de significa começar. 
O curso começa a partir do dia 16 de junho (inadequado).
O curso começa dia 16 de junho (adequado).
Preferencialmente, use “a partir de” para sentido temporal.
A PARTIR DE / DESDE
“A partir de” indica tempo presente ou futuro: 
Meu horário de trabalho muda a partir de hoje. 
Os combustíveis terão novos preços a partir de quinta-feira. 
A partir de hoje, não aceito mais seus argumentos falaciosos.
“Desde” refere-se a tempo passado: 
Está no Brasil desde 1993. 
Trabalha desde os 14 anos
APENAR / PENALIZAR
“Apenar” significa condenar à pena, castigar, punir: 
O Tribunal apenou o responsável pelo prejuízo.
“Penalizar” quer dizer causar pena ou desgosto a, sentir grande pena ou desgosto:
Também o penalizavam os resultados da fome em seu país. 
Penalizou-se com o sofrimento do amigo.
COM VISTA A / COM VISTAS A
Ambas as expressões significam a fim de, com o objetivo de. Tanto faz utilizar uma ou outra: 
Remeteu o processo ao Ministério Público com vista à (ou: com vistas à) elaboração de parecer.
CUSTAS / CUSTA
Para referir-se a despesas em processo judicial usa-se “custas”: 
Foram bastante altas as custas do processo. 
Nos outros casos, usa-se o singular: As despesas foram feitas à custa (a expensas de) do pai. O serviço foi feito a minha 
custa (a expensas de). Faz concessões à custa (com sacrifício de) da honra.
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DADO/VISTO / HAJA VISTA
Os particípios dado e visto usados como adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo a que se 
referem: 
Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função. 
Dadas as circunstâncias... 
Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito.
Já a expressão haja vista, significa uma vez que, seja considerado ou veja-se: 
O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados. 
Na greve, ocorreram alguns imprevistos, haja vista o número de feridos. 
Obs.: Haja visto (com o) com o sentido de haja vista é inovação oral brasileira, evidentemente descabida em redação 
oficial. 
DE FORMA QUE / DE FORMA A
De forma (ou: maneira, modo) que: usa-se nas orações desenvolvidas: 
Fez a viagem de forma que se cansasse menos. 
Deu recado de maneira que não deixasse dúvida.
Terminou o trabalho a tempo, de modo que pôde ir ao cinema.
De forma (ou: maneira, modo) a: usa-se nas orações reduzidas de infinitivo: 
Deu amplas explicações, de forma (ou: maneira, modo) a deixar tudo claro.
Obs.: As locuções “de forma que”, “de maneira que”, “de modo que”, “de sorte que”, “de molde que”, “de jeito que” não 
possuem plural. 
DESSE PONTO DE VISTA
Evite-se repetir, empregando também: assim, desse prisma, dessarte, desse modo, por esse prisma, sob esse ângulo, 
sob esse aspecto.
DETALHAR
Evite-se repetir, alternando com: delinear, minudenciar, particularizar, pormenorizar.
DEVIDO A
No sentido por causa de ou em razão de, devido exige a preposição a: 
Devido ao turbilhão de denúncias, o deputado deverá ser cassado. Se não ocorrer o impedimento, será devido ao 
corporativismo.
Evite-se repetir, utilizando: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de, provocado por.
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EM LONGO PRAZO / A LONGO PRAZO
Usa-se em longo prazo, em curto prazo, em médio prazo. 
Nas frases:
Em que prazo você me faz o serviço? Faço em três dias, a preposição usada é em. Não é possível empregar a preposição 
a. Escreve-se, portanto: Em longo prazo, serão necessárias inúmeras mudanças para a conquista de novos mercados.
EM VIA DE / EM VIAS DE
A expressão correta é em via de, que significa no caminho de, prestes a. Usa-se somente no singular: 
O senador está em via de (e não: em vias de) terminar o segundo mandato. O mico-leão-dourado está em via de (e não: 
em vias de) extinção. 
ERÁRIO
Algumas pessoas falam em erário público. Isso constitui redundância, assim como: habitat natural, manter o mesmo, 
continuar ainda, conviver junto, encarar de frente, goteira no teto. Não existe erário privado; erário é sempre público. 
Alguns o chamam de Tesouro; outros de Fazenda (daí Ministério da

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