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LINGUAGEM JURÍDICA

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Desejamos as boas-vindas à disciplina A Linguagem Jurídica!
Informe-se do conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.
O período de duração é compreendido em 4 semanas. Cabe a você administrar o tempo conforme a disponibilidade. Contudo, lembre-se de que há um prazo para a conclusão da disciplina; inclui a realização das atividades avaliativas (tarefas) de cada uma das unidades.
Os conteúdos estão organizados em Unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles são abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão. São indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
Lembre-se de que, não obstante o caráter virtual, estamos muito próximos.
EMENTA/CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
Análise do discurso jurídico nos aspectos vocabular, estrutural da frase e do parágrafo e da estilística jurídica. Tipos de argumentação jurídica no parágrafo e no texto. Padronização da peça jurídica. Estudo da linguagem jurídica. Percepção da língua como instituição social e tradição cultural. Estudo como discurso jurídico e resistente às transformações; matéria privilegiada para a percepção do universo hierárquico. Estudo das manifestações de inquietação e inconformismo diante do conservadorismo da linguagem jurídica; visão renovadora que propõe a superação de tradição resistente às mudanças.
OBJETIVO GERAL:
Preparar o profissional da área do Direito quanto ao emprego da palavra escrita e falada; e, desenvolver competência para empregar a palavra com habilidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
a) Desenvolver a capacidade de escrever textos com clareza, objetividade e correção no universo jurídico.
b) Demonstrar a diferença de estrutura entre o texto narrativo e o argumentativo.
c) Estudar a estrutura da peça jurídica.
d) Debater sobre a linguagem jurídica.
e) Conhecer a importância da Língua Jurídica;
f) Lidar com as reformas promovidas pelo acordo ortográfico; ler o texto do acordo;
g) Desenvolver a habilidade de usar a linguagem adequadamente (norma culta); e,
h) Despertar o aluno para a análise das manifestações de inquietação e inconformismo diante do conservadorismo da linguagem jurídica; da visão renovadora que propõe a superação de uma tradição resistente às mudanças.
METODOLOGIA: 
A disciplina será oferecida a distância, acompanhada por um tutor, acessível pela internet, por meio do Portal do Aluno, e disponibilizada em uma sala de aula virtual em que você encontrará 2 pilares: Conteúdos e Tarefas (avaliativas).
Conteúdos: organizados em Unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão e ícones que auxiliarão você a compreender os temas. Podem ser indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Na maioria dos casos você terá dentro do conteúdo alguns vídeos.
Tarefas: para cada Unidade de estudo haverá no mínimo uma tarefa avaliativa que pode ser, normalmente:
- Questionário: composto por questões objetivas (verdadeiro ou falso, múltipla escolha ou associação) com ou sem comentários;
- Fórum: atividade colaborativa visando a construção coletiva do conhecimento. Seu tutor apresentará o comando do debate e você deverá responder ao questionamento inicial e dialogar com seus colegas para “esgotar” o tema proposto;
- Envio de arquivo: atividade individual em que você deverá desenvolver o comando da tarefa em um arquivo do editor de textos de sua preferência, salvar e fazer o upload (anexar) no link indicado.
Além disso, poderão ser oferecidas atividades complementares (não avaliativas) e Fóruns de Dúvidas para interação.
Atividades complementares: não são avaliativas e podem ser indicação de leitura complementar, fórum livre, chat, vídeos, etc.
Fórum de Dúvidas: é o espaço de interação entre você, seus colegas e o tutor do curso. Suas dúvidas devem ser postadas neste espaço para que tanto o tutor quanto os outros alunos possam dialogar. 
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:
A cada Unidade avaliou-se as horas que você dedica ao trabalho destinado às atividades educativas bem como às práticas desenvolvidas no cotidiano de uma pós-graduação. Lembrando sempre de que você é protagonista da história que se está construindo a partir de agora.
Para o aluno que estuda a distância, algumas ações são importantes, como o cumprimento do seu planejamento, um bom desenvolvimento do processo de aprendizagem e a interação com o tutor e colegas.
Portanto, elabore um cronograma para que você possa participar de todas as atividades.
CRITÉRIO DE APROVAÇÃO NA DISCIPLINA:
O curso está dividido em duas fases: a primeira, a virtual, o aluno concorre a 40% da média final (máximo que pode obter); a segunda, a presencial, o aluno concorre a 60%.
A avaliação da primeira fase (a virtual) requer o desenvolvimento das tarefas propostas (veja o cronograma).
Aqui, sempre à sua disposição.
Bom estudo!
REFLEXÃO
O desenvolvimento da técnica jurídica fez com que surgissem termos não usuais para os leigos. A linguagem jurídica, no entanto, não é mais hermética para o leigo que qualquer outra linguagem científica ou técnica. Aí estão, apenas para exemplificar, a Medicina, a Matemática e a Informática com seus termos tão peculiares e tão esotéricos quanto os do Direito.
Ocorre que o desenvolvimento da ciência jurídica se cristalizou em instrumentos e instituições cujo uso reiterado e cuja precisão exigiam termos próprios. Servidão, novação, sub-rogação, enfiteuse, fideicomisso, retrovenda, evicção, distrato, curatela, concussão, litispendência, aquestros (esta a forma oficial) etc. são termos sintéticos que traduzem um amplo conteúdo jurídico, de emprego forçado para um entendimento rápido e uniforme.
O que se critica, e com razão, é o rebuscamento gratuito, oco, balofo, expediente muitas vezes providencial para disfarçar a pobreza das ideias e a inconsistência dos argumentos. O Direito deve sempre ser expresso num idioma bem-feito, conceitualmente preciso, formalmente elegante, discreto e funcional. A arte do jurista é declarar cristalinamente o Direito. 
Adalberto Kaspary
Direito deriva do latim clássico directus, particípio passado de dirigere, formado de regere, com a ideia de dirigir, conduzir, guiar. 
· Como adjetivo, significa justo, correto;
· Como substantivo, justiça, razão.
O profissional ou quem atua na área jurídica deve ter conhecimento do Direito. Assim, deve estudar, entre outras coisas, o funcionamento do ordenamento jurídico: leis, jurisprudência, doutrina etc. Esse conhecimento é parte mais que relevante do instrumental intelectual a que o profissional é obrigado a recorrer em suas atividades. A teoria jurídica, da mais simples à mais complexa, tem valor prático inequívoco, porquanto virá a contribuir, direta ou indiretamente, no seu trabalho. 
No entanto, não deve se limitar a tais aprendizados. O ato de escrever e de organizar ideias é técnica essencial para o profissional demonstrar o domínio de sua capacidade. Não se trata de arte ou dom. É estudo, prática, técnica. Sem dúvida alguma, a inadequação na linguagem compromete o pensamento jurídico.
O Superior Tribunal Militar recebeu, certa vez, um recurso assim redigido:
O alcândor Conselho Especial de Justiça, na sua apostura irrepreensível, foi correto e acendrado no seu decisório. É certo que o Ministério Público tem o seu lambel largo no exercício do poder de denunciar. Mas nenhum lambel o levaria a pouso cinéreo, se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório dos nobres alvarizes de primeira instância.
Presume-se que um advogado, um juiz ou um desembargador conheça palavras complexas, apuradas e, então, o léxico mais vasto será tanto símbolo de maior erudição quanto forma de contribuição para uma expressão mais específica, com linguagem técnica característica do Direito.Em toda a atividade forense, é evidente que se deve preferir a linguagem formal e culta. Palavras técnicas e precisas inibem falhas de compreensão. Não se pode, no entanto, exagerar nos termos, como ocorreu no recurso citado. 
Observe, a seguir, trecho de circular redigida por servidor de um órgão público:
Os parentes consanguíneos de um dos cônjuges são parentes por afinidade do outro; os parentes por afinidade de um dos cônjuges não são parentes do outro cônjuge; são, também, parentes por afinidade da pessoa, além dos parentes consanguíneos de seu cônjuge, os cônjuges de seus próprios parentes consanguíneos.
Inúmeras são as vezes em que a má redação compromete o entendimento. O texto seguinte foi escrito por um magistrado. Tratava-se de um pedido de habeas corpus. O delegado, ao receber, entendeu exatamente o contrário do que desejava o magistrado.
Por determinação da egrégia segunda vice-presidência, comunico que a colenda  primeira  Câmara Criminal, julgando  habeas  corpus  454.823-3/3 Proc. Crime 253/03, dessa Vara, em que é impetrante os bacharéis Roberto Delmanto Júnior e paciente Gleison Lopes de Oliveira e corréus Michel Alves de Souza, Edevaldo Pires e outros, proferiu a seguinte decisão: CONHECIDA EM PARTE, NA PARTE CONHECIDA CONCEDERAM PARCIALMENTE A ORDEM IMPETRADA, TÃO SOMENTE, PARA ANULAR O DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS PROTEGIDAS PELO PROVIMENTO CG 32/2000, COM REINQUIRIÇÃO DAS MESMAS, APÓS AS PROVIDÊNCIAS CONSTANTES DO V. ACÓRDÃO, FICANDO DENEGADA A PRETENSÃO FORMULADA NA SUSTENTAÇÃO ORA DE CONCESSÃO DE ORDEM DE HABEAS CORPUS, DE OFÍCIO, DEFERINDO LIBERDADE PROVISÓRIA AO PACIENTE, RETIFICADA A TIRA DE JULGAMENTO ANTERIOR, NOS TERMOS DO PEDIDO HOJE OFERTADO. V.U.
O delegado libertou o preso por não interpretar corretamente o texto.
2
VOCABULÁRIO JURÍDICO
O servidor de órgãos ou departamentos de atividade jurídica tem linguagem própria, peculiar à atividade. Algumas palavras de nosso idioma, apesar de serem, em princípio, acessíveis a qualquer leitor, são utilizadas no universo jurídico com sentido próprio. 
A linguagem forense é, por excelência, uma linguagem técnica. Isso significa que muitos termos utilizados em textos jurídicos, apesar de parecerem complexos e mesmo estranhos, têm função de definir conceitos do Direito de que aquele que redige não se pode afastar. Observe o exemplo.
O advogado mostrou que o homicídio simples não constitui crime hediondo e defendeu, em excelente tese, que mesmo o homicídio qualificado, por vezes, não deve ser visto como tal.
É possível, sem conhecimento jurídico, entender o texto acima, mas, provavelmente, grande parte do conteúdo da mensagem será perdida. Quando o advogado cita o termo hediondo, refere-se à enumeração taxativa de lei específica e remete a todos os efeitos que ela determina.
Um leitor comum, mesmo com muita cultura geral, certamente não compreenderia o termo em sua amplitude jurídica. A essas expressões de sentido técnico, crítica alguma merece ser feita. Esse vocabulário busca expor com precisão os conceitos do Direito, cuja complexidade é inevitável. 
Essa  linguagem  não  pode,  entretanto,  ficar  prisioneira  de  expressões  arcaicas  e  rebuscadas, que apenas prejudicam a boa comunicação. Respeita-se o aspecto técnico, mas condena-se veementemente a prolixidade e o rebuscamento de muitos profissionais da área. Linguagem confusa e arcaica contribui para a morosidade da justiça.
CUIDADO
Lembre-se de que existe um leitor interessado em entender o que está escrito o mais rápido possível e de forma precisa para dar sequência ao trabalho. Dessa forma, evite textos com vocabulário inadequado como os enumerados a seguir.
 Clique sobre os itens abaixo:
· I
 
· II
 
· III
 
· IV
 
· V
 
· VI
 
· VII
»   Estribado no escólio do saudoso mestre baiano, o pedido contido na exordial não logrou agasalho.
Níveis de linguagem
A língua apresenta uma diversidade de expressão imensa. A maneira de expressar-se está relacionada a inúmeras variáveis. Assim, usamos um tipo de linguagem em família, outra com amigos, outra, ainda, no trabalho. Ao conversarmos com uma criança, falaremos de uma forma. Já ao proferirmos uma palestra, falaremos de outra. Essa capacidade de expressão possui diversos níveis. 
A linguagem empregada no ambiente jurídico e no serviço público deve ser formal e culta. No entanto, isso não significa linguagem rebuscada, incompreensível. É comum encontrar textos jurídicos com verdadeiras acrobacias linguísticas com desprezível conteúdo, em que se veem verdadeiras acrobacias linguísticas. 
Exemplo de linguagem rebuscada:
O vetusto vernáculo manejado no âmbito dos Excelsos Pretórios, inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as súplicas do petitório, não repercute na cognoscência dos frequentadores do átrio forense. Ad excepcionem o instrumento do Remédio Heróico e o Jus Laboralis, onde o jus postulandi sobeja em beneplácito do paciente e do obreiro. Hodiernamente, no mesmo diapasão, elencam-se os empreendimentos in Judicium Specialis, curiosamente primando pelo rebuscamento, ao revés do perseguido em sua prima gênese (...).
(Fragmento do artigo “entendeu?”, de rodrigo collaço, presidente da amB. disponível em: <www.amb.com.br>).
Também não deve ser coloquial, com gírias, regionalismos etc. 
Exemplo de linguagem coloquial:
E aí, doutor, vou ou não vou ganhar minha indenização?” – perguntou por e-mail o cliente. O advogado prontamente respondeu: “O egrégio tribunal acolheu o supedâneo de nosso arrazoado e reformou a sentença prolatada dando a lide como transitada em julgado em prol do deprecante”. O cliente, perplexo, ficou na mesma. Só entendeu o que o advogado quisera dizer quando, no final da mensagem, viu um “parabéns”. Ou seja: vai ganhar, sim, a indenização (...).
(Fragmento do artigo “Falar difícil”, de joaquim Falcão, diretor da escola de direito da Fgv.  disponível em: <www.amb.com.br>).
3
ELEMENTOS NORMATIVOS
Artigo 
O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos num texto legal. Pode desdobrar-se “em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, art. 10, II.). 
Emprego da palavra artigo.
»   Na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9o, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do art. 10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto: 
· Art. 5o Nas eleições proporcionais (...). 
· Art. 10. Cada partido poderá registrar (...). 
»   Por  extenso,  se  vier  empregada  em  sentido  genérico  ou  desacompanhada  do numeral: 
»   Fez referência ao artigo anterior da lei.
O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, a disposição principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra-se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto e vírgula, exceto a última, que termina por ponto-final.
Parágrafos 
Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações ou modificações da proposição anterior. São representados pelo sinal gráfico §, forma entrelaçada dos esses iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de seção, corte). 
Uso do sinal gráfico §.
»   Antes do texto do parágrafo, quando seguido de número, emprega-se o ordinal até o nono, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do § 10, emprega- se a numeração cardinal, seguida de ponto: 
§ 1o Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá (...). 
§ 11. A violação do disposto neste artigo sujeita (...).
»   Nas citações e nas referências bibliográficas: 
Agiu nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal. 
Emprega-se o sinal gráfico duplo §§, quando seguido de número, indicando mais de um parágrafo: 
O art. 32 e seus §§ 4o e 5o esclarecem o assunto. Uso da palavra parágrafo por extenso.
»   Quando o parágrafo for único:
Art. 43. É permitida (...). 
Parágrafo único. A inobservância dos limites estabelecidos (...). 
A forma p. único somente será usada nas referências, entreparênteses:
(art. 32, p. único, do Código Eleitoral).
»   Quando o sentido for vago, indeterminado, e estiver desacompanhado do número: Isso se refere ao parágrafo anterior.
O texto de um parágrafo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, empregam-se dois-pontos antes das subdivisões, que se separam por ponto e vírgula, exceto a última, terminada por ponto-final.
Incisos 
Os incisos são usados como elementos discriminativos do caput de um artigo ou de um parágrafo. Eles vêm após dois-pontos, são indicados por algarismos romanos, seguidos de travessão e separados por ponto e vírgula, exceto o último, que se encerra por ponto-final. As iniciais dos textos dos incisos são minúsculas. 
“Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:  
I.  o Tribunal Superior Eleitoral; 
II. os tribunais regionais eleitorais; III. os juízes eleitorais;
IV.  as juntas eleitorais” (Constituição Federal).”
Alíneas 
As alíneas são desdobramentos dos incisos e vêm indicadas por letras minúsculas seguidas de parênteses. Quanto às iniciais e à pontuação dos textos das alíneas, empregam-se as mesmas regras dos incisos. 
“Art. 14. (...) 
§ Io O alistamento eleitoral e o voto são: 
I obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos” (Constituição Federal).
Itens 
Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por algarismos arábicos. As letras iniciais e a pontuação dos textos dos itens seguem o padrão dos incisos. 
“Art. 1o São inelegíveis: (...)
II para presidente e vice-presidente da República: 
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções: 
1– os ministros de Estado; 
2– os chefes dos órgãos (...)” (Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990).
Pontuação com elementos normativos 
Ao citar referências de elementos articulados, geralmente surgem dúvidas em relação ao uso de vírgulas. 
»   Sequência em ordem direta crescente, ligada pela preposição “de”, não recebe vírgula. 
· O processo está baseado nos incisos I e II do art. 226 do Código Penal. 
· O advogado recorreu com base na alínea “d” do inciso III do art. 593 do Código de Processo Penal. 
· A autorização está fundamentada corretamente com base na al. “b” do inc. II do art. 10 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Observe que, no último exemplo, a vírgula aparece somente por causa da data. 
»   Sequência em ordem indireta, mesmo com a preposição “de”, é separada por vírgula
· Tal situação é regulada no art. 302, inc. III, do Código de Processo Penal.
· O art. 5o, inc. XXXVI, da Constituição de 1988 repete a regra do art. 153, § 3o, da Constituição de 1967. 
ATENÇÃO
Erros comuns:
O art. 14, “b” do Código de Processo Penal (faltou a vírgula após a alínea).
O art. 14, do Código de Processo Penal (não existe a vírgula após o número do artigo, pois está na ordem crescente).
Pontuação com ideia explicativa ou restritiva
A regra de pontuação obriga o uso de vírgula com ideia explicativa (oração explicativa ou aposto explicativo). No caso de a ideia ser restritiva, a construção não aceita vírgula. Observe.
 Clique sobre os números abaixo:
1 2 3
No primeiro caso, o pronome relativo “que” se refere ao “STF”, pois só existe um STF e é ele quem julga no exemplo. A vírgula é obrigatória. 
No segundo caso, o “que” se refere à “jurisprudência” e promove uma restrição. A vírgula não pode ocorrer.
Outros exemplos. 
»   O parecer no 123, que trata do assunto, foi claro. 
O parecer que trata do assunto foi claro. 
»   A Lei no 8.666/2000, que prevê o crime, aborda o assunto de maneira contraditória. 
A lei que prevê o crime aborda o assunto de maneira contraditória. 
»   Os  Ministros,  que  concordaram  com  o  Relator,  confirmaram  o  voto  (todos concordaram). 
Os Ministros que concordaram com o Relator confirmaram o voto (alguns concordaram).
Pontuação com parênteses 
O competente sinal de pontuação fica contido pelos parênteses quando eles abrangerem a proposição inteira: 
· Geralmente  ele  sai  para  almoçar  somente  quando  termina  seu  trabalho.  (Há semanas em que ele simplesmente não almoça). 
· As pessoas obsessivas fazem qualquer coisa para obter o que desejam. (Elas não sabem perder). 
Fica fora quando a expressão encerrada entre parênteses for apenas uma parte da proposição: 
· Três países estão com dificuldades nas exportações (Brasil, Argentina e Chile). 
· Estão ameaçando o abastecimento de água da cidade os loteamentos próximos à barragem (muitos deles irregulares).
Pontuação no fim da frase, após abreviatura 
Se a última palavra da frase for uma abreviatura, que, por natureza, tem ponto, não se usa outro ponto para indicar o fim do período. Vale o ponto da abreviatura: 
· Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. 
· Na feira, comprei laranjas, bananas, peras, abacaxis etc.
 
Remissão a texto legal 
A primeira remissão a texto legal deve ser feita por extenso: 
· Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991. Nas seguintes, pode-se empregar a forma reduzida: 
· Lei nº 8.177, de 1991 ou Lei nº 8.177/ 91. 
· Portaria nº 10, de 20 de março de 2004. Nas seguintes: Portaria nº 10/2004.
Expressões inadequadas 
As expressões vez que, de vez que, eis que, posto que, haja visto quase sempre são empregadas de forma inadequada na linguagem jurídica.
· Vez que, de vez que e haja visto não devem ser empregadas nunca. Estão inadequadas. 
Eis que indica surpresa ou tempo. Raramente, será empregada nesse sentido. Posto que não possui valor de causa. O sentido correto da expressão é de concessão: 
O Tribunal solicitou a cópia, vez que não a possuía. (inadequado). 
O Tribunal solicitou a cópia, de vez que não a possuía. (inadequado). 
O Tribunal solicitou a cópia, eis que não a possuía. (inadequado). 
O Tribunal solicitou a cópia, posto que não a possuía. (inadequado). 
O Tribunal solicitou a cópia, haja visto não a possuir. (inadequado). 
O Tribunal solicitou a cópia, haja vista não a possuir. (adequado).
Data 
As datas dos documentos oficiais devem ser grafadas com as seguintes normas. 
»   A localidade não pode sofrer abreviatura. 
»   A unidade da federação não é obrigatória. 
»   O primeiro dia é sempre ordinal. 
»   Não existe zero antes do número 2 ao 9. 
»   O mês é minúsculo e por extenso. 
»   Não existe ponto no meio de 2008. 
»   Se a data não estiver centralizada, indica-se o uso de ponto-final:
Brasília, 1o de junho de 2008.
Brasília, 2 de junho de 2008.
Brasília-DF, 27 de junho de 2008.
»   No interior do texto, as datas e os anos devem ser escritos de forma plena. O primeiro dia do mês é designado com ordinal também:
O Brasil proclamou a independência em 7 de setembro de 1822. 
Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira, assinada em 8 de outubro de 1988. 
O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. 
O documento foi assinado em 1o de abril de 2004.
OBSERVAÇÃO
São admitidas certas grafias sintéticas consagradas, como: Opala 84/85, Safra 97, Lei 10.675/03, Portaria 102/98. Também nos textos correntes em que for cabível o uso abreviado da data, não se deve pôr zero à esquerda do número salvo quando referente ao ano. Assim, o correto é 5/6/08, 8-10-2007 e não: 05/06/08, 08-10-2007.
Datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: 
· O Sete de Setembro, o Quinze de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): o 1º de Janeiro, o 1º de Maio. 
As décadas devem ser mencionadas sem a referência ao século, salvo quando houver possibilidade de confusão. 
· O milagre econômico da década de 70. Os anos 20 foram fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1850.
4
REFERÊNCIA DE DOCUMENTOS JURÍDICOS
 Clique sobre as abas abaixo:
Legislação (leis, medidas provisórias, decretos etc.)
Jurisprudência (decisões judiciais: súmulas, acórdãos, resoluções etc).
Referência jurídica em meio eletrônico
Expressões latinas empregadas em referências bibliográficas e citações 
Apud:  citado  por,  conforme,segundo.  Emprega-se  para  indicar  a  fonte  de  citação indireta (reprodução de texto de fonte intermediária). 
Et alli ou et al.: e outros. 
Ibidem: no mesmo lugar, na mesma obra. Emprega-se para citar a mesma obra referenciada imediatamente antes. 
Idem: o mesmo, a mesma coisa, o mesmo autor, igual à anterior. Emprega-se quando o autor é o mesmo da citação anterior. 
Idem ibidem: o mesmo, no mesmo lugar. Emprega-se para citar o mesmo autor e sua obra imediata e anteriormente referida. 
Idem per idem: o mesmo pelo mesmo. 
In: em, na obra de. Usa-se em citações extraídas de obras coletivas, seguida por dois-pontos e com inicial maiúscula. 
In fine: no fim. Expressão usada sobretudo em citações. In verbis: nestas palavras, textualmente.
Ipsis litteris: textualmente, pelas mesmas letras. 
Ipsis verbis: pelas mesmas palavras.
Loco citato ou loc. cit.: no lugar citado. Emprega-se para mencionar a mesma página de uma obra já citada, havendo intercalação de outras referências bibliográficas. 
Nota bene: note bem, observe bem. Serve para chamar a atenção para o que se segue. 
Opus citatum ou op. cit.: obra citada. Emprega-se para mencionar uma obra já citada, quando há intercalação de diferentes referências bibliográficas ou quando o autor é mencionado no texto.
Passim: aqui e ali. Emprega-se quando é impossível mencionar todas as páginas de onde foram retiradas as ideias do autor. Neste caso, são indicadas as páginas inicial e final que contêm as opiniões e os conceitos utilizados. 
Sequentia: seguinte ou que se segue. Emprega-se quando não se deseja mencionar todas as páginas da obra referenciada. Neste caso, indica-se a primeira página, seguida da expressão et seq.
Sic: assim, como impresso. Usa-se entre parênteses ou colchetes, ao final de uma citação ou inserida nela, e significa dizer que o original é assim mesmo, por mais errado que esteja. 
Sine loco: sem lugar.
Sine nomine: sem nome, sem editor. Abrev.: s. n.
Emprego correto de palavras ou expressões
mesmo
Erro generalizado é o uso de mesmo como pronome pessoal. Observe os exemplos abaixo.
»   O   desembargador  recebeu   o   processo   e   analisará  o   mesmo   rapidamente. (inadequado). 
O desembargador recebeu o processo e o analisará rapidamente. (adequado). 
»   O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo. (inadequado). 
O relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo. (adequado). 
»   Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelo diretor. (inadequado). 
Receba de volta seu título e verifique se está rubricado. (adequado). 
»   (...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito. (inadequado). 
(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que dele se intime a quem de direito. (adequado).
O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações.
 Clique sobre as abas abaixo:
» Como pronome adjetivo
» Como advérbio
Inadequado é o uso de mesmo como pronome pessoal, substituindo um substantivo já expresso:
»   Para analisar com calma o parecer, solicitou que o mesmo lhe fosse entregue (inadequado). 
»   Para  analisar  com  calma  o  texto,  solicitou  que  o  relatório  lhe  fosse  entregue (adequado).
A princípio – Em princípio 
A princípio tem o sentido de “inicialmente”, “no começo”. 
Em princípio tem o sentido de “em tese”, “teoricamente”. 
»   A princípio não gostei da cidade, porém, com o tempo, passei a me adaptar muito bem. 
»   Ela a princípio não gostava do namorado. 
»   O  campeonato  ainda  não  terminou.  Em  princípio  o  São  Paulo  será  campeão novamente. 
»   A princípio, ele agiu sem maldade. = No início, ele agiu sem maldade. 
»   Em princípio, ele agiu sem maldade. = Teoricamente, ele agiu sem maldade.
Em que pese a – Em que pese(m) 
Em que pese a, com o som fechado = pêse, tem o sentido de “ainda que contrarie a opinião de”, “ainda que”. O verbo fica sempre no singular. 
· Falhou neste ponto, em que pese à sua dedicação. 
· Em que pese aos argumentos apresentados contra o acusado, ele será absolvido. 
Em que pese(m), com o som aberto = pése, tem o sentido de “ainda que se leve em consideração”, “embora”. O verbo concordará com o termo seguinte, que será sujeito da construção: 
· Em que pesem as opiniões do ministro, ninguém aceitou a explicação.
 
Enquanto 
O vocábulo enquanto não apresenta sentido de condição profissional ou social. Seu uso deve se limitar a tempo: 
· Enquanto chovia, ele escrevia o artigo. (adequado). 
· Não gostava dele enquanto ministro. (inadequado).
...trata-se de
»   Não  é  possível,  lógica  e  gramaticalmente,  construção  com  o  verbo  tratar-se para coisas. Trata-se somente pode ter por sujeito um ente humano, em acepções específicas: 
O caso trata-se de acusações. (inadequado) 
Aqui todos se tratam por você.
Ele somente se trata com remédios caseiros.
»   Nos demais casos, trata-se de constrói-se impessoalmente: 
Trata-se de processos novos.
Pertine/no que diz respeito a 
A forma pertine não existe em nossa língua. Use, em seu lugar, no que diz respeito a, no que respeita a, no tocante a, com relação a etc.: 
»   No tocante a este aspecto legal, meu voto é favorável.
Em face de 
Não existe a expressão face a. O correto é em face de. 
»   Face o relatório apresentar erro... (inadequado). 
»   Em face de o relatório apresentar erro... (adequado).
deve de estar – deve estar 
Deve de estar tem o sentido de que há probabilidade: 
»   Ele deve de estar em casa agora. 
Deve estar indica obrigação, certeza: 
»   Os advogados devem estar preparados para a atividade profissional. 
O verbo dar funcionando como auxiliar manterá os sentidos acima com outros verbos também.
Arquive-se ou arquivem-se – Cite-se ou citem-se – Intime-se ou intimem-se 
O assunto pede atenção. Desde o tempo do vestibular, muitos tropeçam no uso do se. Ora ele funciona como partícula apassivadora, ora como índice de indeterminação do sujeito. Para não cometer erros, vale a pena se lembrar das vozes verbais.
	Voz ativa:          
	Lucas comprou o livro.
	Voz passiva analítica:
	O livro foi comprado por Lucas.
	Voz passiva sintética:      
	Comprou-se o livro.
                      
        
    
ATENÇÃO
O último caso é o que nos interessa agora. Observe que a voz passiva pode ser escrita como analítica (foi comprado) ou sintética (com o uso do se). Sempre que se conseguir fazer a substituição de uma pela outra sem alterar o sentido, não existirá objeto direto na construção e a concordância será feita entre os dois termos: 
»   Comprou-se o livro. = O livro foi comprado. 
»   Compraram-se os livros. = Os livros foram comprados.
 Clique sobre as abas abaixo:
Lembre-se da placas que encontramos em todas as cidades do Brasil:
A regra vale para o caso citado:
Não confundir a regra com o se como índice de indeterminação do sujeito. No caso, a concordância é outra:
Como se percebeu, o verbo ficou no singular, pois não se consegue realizar a voz passiva analítica. Não é possível escrever com correção “De livros são gostados”.
A posteriori – A priori 
A posteriori não tem o sentido de “posteriormente” como muitos gostariam. A expressão latina deve ser usada quando o raciocínio empregado está baseado em fatos, na experiência comprovada, em dados concretos para alcançar uma conclusão indutiva. Mesmo não empregando a expressão, a ideia a posteriori é muito empregada quando a argumentação não encontra fundamentos plenamente claros na legislação. 
A priori não tem o sentido de “principalmente”, “primeiramente” ou “antes de mais nada”. A expressão latina deve ser empregada para demonstrar um pensamento que parte do geral para o particular. Mesmo não empregando a expressão, a ideia a priori é empregada quando a argumentação encontra fundamentos plenamente claros na legislação.
Habeas corpus – Hábeas-córpus 
A expressão latina habeas corpus (sem hífen, sem acento e em itálico) é muito empregada no universo jurídico. No entanto, sua forma aportuguesada “hábeas-córpus”(com hífen, com acento e sem destaque itálico) está correta e é empregada em alguns tribunais.
Inobstante 
O vocabulário ortográfico não registra a palavra inobstante, embora empregada com certa frequência no meio jurídico. Melhor usar “não obstante” ou “nada obstante”.
Isso posto – Isto posto 
O pronome isso retoma ideia já apresentada (termo anafórico), enquanto o pronome isto antecipa ideia a ser apresentada ou retoma apenas a última ideia apresentada. Dessa forma, a expressão adequada para o emprego seria “isso posto”, pois se está retomando ideia já mencionada. Consagrou- se o uso de “isto posto”, no entanto tal uso se faz correto apenas quando o autor sintetiza toda a argumentação antes de concluir a ideia.
A partir de – Com base 
A expressão a partir de deve ser empregada em sentido temporal. Evite empregá-la no sentido de “com base em”:
»   Ela prometeu iniciar o regime a partir do próximo mês. 
»   O juiz proferiu a sentença a partir dos argumentos apresentados. (inadequado). 
»   O juiz proferiu a sentença com base nos argumentos apresentados. (adequado).
De cujus – Decujo
De cujus é redução de Is de cujus successione agitur, que tem o sentido de “cuja sucessão se trata”.
No Brasil, criou-se o neologismo “decujo” com o mesmo sentido.
Aresto – Arresto
 Clique sobre as abas abaixo:
Aresto
Arresto
Como sendo 
Esta expressão é desnecessária e deve ser evitada: 
»   Foi considerado (como sendo) o melhor funcionário do ano.
Ante 
A forma correta é ante, porque não se trata de uma locução; consequentemente, não cabe a preposição ‘a’ depois da também preposição ‘ante’, que se comporta como ‘perante’, com o mesmo significado de “diante de, em presença de alguém ou algo”: 
»   Ela se saiu bem perante o juiz. 
»   Ante a juíza, ele vacilou. 
»   Calou-se ante os argumentos apresentados.
junto a 
A locução junto a deve ser empregada no sentido de “ao lado de”, “perto de”, “adido a”: 
· O segurança posicionou-se junto ao réu. 
· O embaixador brasileiro junto a Portugal será homenageado. 
Nos demais empregos, usa-se a preposição que o verbo pedir: 
· O sindicato mantém as negociações com (e não junto a) a diretoria. 
· Solicitou providências do (e não junto ao) ministério. 
· Entrou com recurso no (e não junto ao) Tribunal.
Perante o juiz 
Não se trata de uma expressão com preposição. Dessa maneira, o “a” está inadequado no caso. O correto é “perante o juiz”: 
»   Perante o juiz; perante o tribunal; perante a justiça; ante o juiz; ante o tribunal; ante a justiça.
que esta subscreve 
O verbo subscrever pode ser transitivo direto no sentido de “aprovar”. Assim, a preposição torna-se inadequada. 
»   O desembargador que esta subscreve.
Que nem 
Que nem é expressão popular, não encontrando espaço na linguagem formal: 
»   Ele corre (que nem) uma lebre. (inadequando). 
»   Ele corre como uma lebre.
À custa de – A expensas de – Em via de
À custa de tem o sentido de “à força de”: 
»   Obteve o resultado favorável à custa de muito trabalho. 
»   Sem recursos desde o ano passado, vive à custa da família.
A expensas de tem o mesmo sentido de “à custa de”. Não aceita o s ao lado do a inicial:
»   O prédio foi construído a expensas do governo local.
Em via de tem o sentido de “a caminho de” ou “prestes a”. Não aceita a palavra “vias” na expressão: 
»   O processo está em via de ser encerrado.
Protocolar – Protocolizar 
Ambas as formas encontram-se registradas no Volp e em outros dicionários, portanto, são corretas, embora se diga que protocolizar seja variante dispensável, pois são consagradas as formas protocolar, protocolado(s), protocolada(s), protocolando etc.
quando do (da) 
A expressão é galicismo, por isso deve ser substituída por “no momento de”, “no tempo de”, “por ocasião de”: 
»   Por ocasião da consulta, o tribunal estava de recesso. (e não “quando da consulta.)”
Seja da competência
O verbo competir “é pouco usado nas formas em que ao p se segue o i”, conforme o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, de Michaelis. É recomendável empregar uma expressão equivalente: 
»   Ainda que seja de sua competência julgar o recurso, submeta o caso ao colegiado (e não “Ainda que compita julgar”).
Apenar – Penalizar 
Apenar significa “condenar à pena”, “castigar”, “punir”: 
»   O Tribunal apenou o responsável pelo prejuízo. 
Penalizar quer dizer “causar pena ou desgosto a”, “sentir grande pena ou desgosto”: 
»   Também o penalizavam os resultados da fome em seu país. 
»   Penalizou-se com o sofrimento do amigo.
Com vista a – Com vistas a 
Ambas as expressões significam “a fim de”, “com o objetivo de”. Tanto faz utilizar uma ou outra: 
»   Remeteu o processo ao Ministério Público com vista à (ou: com vistas à) elaboração de parecer.
Custas – Custa 
Para se referir a despesas em processo judicial, usa-se “custas”: 
»   Foram bastante altas as custas do processo. 
Nos outros casos, usa-se o singular: 
»   As despesas foram feitas à custa (a expensas de) do pai. 
»   O serviço foi feito a minha custa (a expensas de). 
»   Faz concessões à custa (com sacrifício de) da honra.
Dado – Visto – Haja vista 
Os particípios dado e visto usados como adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem: 
»   Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função. 
»   Dadas as circunstâncias... 
»   Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito. 
Já a expressão haja vista, significa “uma vez que”, “seja considerado” ou “veja-se”: 
»   O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados. 
»   Na greve, ocorreram alguns imprevistos, haja vista o número de feridos. 
OBSERVAÇÃO
“Haja visto” com o sentido de “haja vista” é inovação oral brasileira, evidentemente descabida em redação oficial.
De forma que – de forma a
 Clique sobre as abas abaixo:
De forma (maneira, modo) que
De forma (maneira, modo) a
OBSERVAÇÃO
As locuções “de forma que”, “de maneira que”, “de modo que”, “de sorte que”, “de molde que”, “de jeito que” não possuem plural.
Em via de – Em vias de 
A expressão correta é em via de, que significa “no caminho de”, “prestes a”. Usa-se somente no singular: 
»   O senador está em via de (e não em vias de) terminar o segundo mandato. 
»   O mico-leão-dourado está em via de (e não em vias de) extinção.
Erário 
Algumas pessoas falam em erário público. Isso constitui redundância, assim como: habitat natural, manter o mesmo, continuar ainda, conviver junto, encarar de frente, goteira no teto. Não existe erário privado; erário é sempre público. Alguns o chamam de Tesouro; outros de Fazenda (daí Ministério da Fazenda). Engloba os recursos econômicos e financeiros do Estado.
no sentido de 
A expressão não demonstra finalidade: 
»   Tomou tal atitude no sentido de evitar algo pior. (inadequado). 
O significado correto está relacionado a “apresentar o sentido adequado”. Deve ser usado na linguagem jurídica ao indicar uma interpretação de uma norma, por exemplo.
opor veto 
O correto é opor veto e não “apor veto”. Vetar é “opor veto”; apor é “acrescentar”; daí aposto (o) que vem junto. O veto, a contrariedade são opostos, nunca apostos.
Pedir vista 
O correto é pedir vista, no singular. Significa solicitar exame do processo: 
»   O ministro pede vista. O presidente lhe concede vista.
Há que + infinitivo 
Expressão típica de textos jurídicos, a expressão “há que + verbo no infinitivo” tem o sentido de “é necessário”, “deve-se fazer”: 
»   Há que examinar com detalhes os argumentos apresentados.
5
EMPREGO DE INICIAIS MAIÚSCULAS
Empregam-se as iniciais maiúsculas nos seguintes casos.
»   Início de período, de verso ou de citação direta: 
· Diz o Código Eleitoral: 
· “São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos (...)”. 
OBSERVAÇÃO
Emprega-se a minúscula em citações não coincidentes com início de frase: 
A lei diz: “(...) a critério do juiz ou do Tribunal”. 
Nomes próprios de qualquer espécie: 
· Barroso, Tocantins, Avenida São João, Senado Federal, Júpiter, Centro Educacional Tiradentes... 
Pronomes de tratamentoou reverência e nomes de cargos e profissões que os seguem: 
· Excelentíssimo Senhor Presidente, Vossa Excelência, Magnífico Reitor, Senhor Chefe... 
Nomes de ciências e disciplinas:
· Filosofia, História do Brasil, Direito Administrativo...
Nomes dos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: 
»   O falar do Nordeste, em lugar de o falar do nordeste do Brasil. 
»   A cultura do Ocidente, em lugar de a cultura do ocidente europeu. 
Escrevem-se esses nomes com inicial minúscula quando designam direção ou limite geográfico: 
Ele andou este país de norte a sul e de leste a oeste. 
»   Nomes científicos dos seres vivos (somente a primeira letra do nome): 
Homo sapiens, Trypanosoma cruzi... 
»   Nomes de datas, épocas, eventos e fatos históricos: 
Reforma Luterana, Descobrimento do Brasil, Sete de Setembro... 
»   Nomes de publicações seriadas, conforme a designação registrada: 
Revista de Comunicação, Jornal do Commercio...
Os títulos de obras artísticas, literárias e científicas, bem como os de artigos de jornais e revistas, escrevem-se com letra minúscula, exceto a inicial da primeira palavra e os substantivos próprios: 
As melhores crônicas de Fernando Sabino, Dicionário prático de regência nominal, Os retirantes (pintura de Portinari) 
As crianças e a saúde (artigo do jornal Folha de São Paulo).
»   Nomes   de   órgãos   públicos,   instituições   militares,   políticas   e   profissionais, unidades administrativas, comissões oficiais, coligações, empresas privadas e seus departamentos: 
Ministério Púlbico da União, Superior Tribunal de Justiça, Secretaria de Documentação e Informação, Diretório Municipal do PSDB de Juiz de Fora, Prefeitura Municipal de São Carlos, Juízo Eleitoral da 4a Zona do Estado do Rio Grande do Norte, Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, Coligação Trabalho e Moralização, Ministério Público.
»   Simplificações de nomes de entidades ou instituições consagradas pelo uso: 
Congresso por Congresso Nacional, Senado por Senado Federal, Câmara por Câmara dos Deputados, Constituinte por Assembleia Nacional Constituinte, Supremo por Supremo Tribunal Federal, Legislativo por Poder Legislativo, Executivo por Poder Executivo, Judiciário por Poder Judiciário, Tribunal Superior por Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional por Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal de Contas por Tribunal de Contas da União (de estado ou de município).
»   nomes designativos de cargos antepostos à autoria de atos oficiais e pospostos à assinatura deles: 
O Diretor-Geral da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, no uso de suas atribuições (...).
»   Elementos dos compostos hifenizados, pois mantêm autonomia: 
Decreto-Lei no 200, Grã-Bretanha...
»   Nomes pelos quais as leis se tornam conhecidas: 
Código Civil, Código Eleitoral, Lei Áurea...
»   Palavras empregadas em sentido especial.
Casa, significando local destinado a reuniões de interesse público: 
O deputado encontra-se na Casa para votar.
»   Constituição, no sentido de lei fundamental e suprema de um país e demais sinônimos: 
Constituição de 1988, Carta Magna, Lei Fundamental.
»   Corte, designando tribunal: 
Esta Corte tem posição definida sobre o assunto. 
»   Direito, no sentido de ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens numa sociedade:
As regras do Direito; mas, juiz de direito. 
 
»   Estado, no sentido de nação politicamente organizada: 
O Estado responsabilizou-se pelo desaparecimento de presos políticos. 
 
»   Estado e município, no sentido, respectivamente, de unidade da Federação e circunscrição administrativa autônoma de um estado, seguidos dos nomes: 
O  Estado  de  Minas  Gerais, o Município de Luziânia; mas, o  município  elegeu  um deputado. 
 
»   Federação,no sentido de união política entre as unidades federativas, relativamente autônomas, que se associam sob um governo central: 
O projeto visa ao fortalecimento da Federação. 
 
»   Igreja, no sentido de instituição: A Igreja é contra o aborto.
 
 
»   Império,  República,  Monarquia,  no  sentido  de  regime  político,  período histórico ou quando equivaler à palavra Brasil:
No Império houve muitas insurreições.
 
»   Justiça, no sentido de Poder Judiciário ou de seus ramos: 
A Justiça começa a se modernizar. Isso é da competência da Justiça Eleitoral. 
 
»   Leis, projetos, acórdãos, resoluções etc. acompanhados dos respectivos números: 
Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997. Mandado de Segurança no 112, Of. no 10. 
 
»  Mesa, no sentido de conjunto do presidente e dos secretários de uma assembleia:
A Mesa do Senado posicionou-se a favor das medidas. 
 
»  Plenário, no sentido de assembleia ou tribunal reunido em sessão: 
O Plenário da Câmara rejeitou a proposta do governo.
 
»  União, no sentido de reunião de estados relativamente autônomos, mas subordinados a um governo central, a um governo federal: 
Cabe à União tomar medidas para o caso.
Emprego de iniciais minúsculas
Empregam-se as iniciais minúsculas nos seguintes casos.
»   Nomes de meses: 
janeiro, fevereiro...
»   Nomes de festas populares: 
carnaval, entrudo...
»   Nomes não integrados aos substantivos indicativos de acidentes geográficos: 
rio Amazonas, oceano Atlântico, baía de Guanabara, serra da Mantiqueira.
Porém, se vierem integrados aos nomes oficiais dos topônimos, devem ser grafados com a inicial maiúscula: 
Rio de Janeiro, Costa Rica, Cabo Verde, Monte Alegre, Cabo Frio...
»   Nomes gentílicos: 
baiano, inglês, alemão... 
»   Artigos definidos e indefinidos, pronomes relativos, preposições, conjunções e advérbios e suas locuções, bem como em combinações e contrações prepositivas, quando no interior de substantivos próprios:
Ministério do Trabalho, Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird), Imposto sobre Serviços 
A Vitória que a Bahia Quer (coligação).
»   Nomes próprios, quando empregados no plural, exceto os nomes e sobrenomes de pessoas:
os tribunais regionais eleitorais, os estados da Federação; mas, os Rodrigues, os Josés, os Andradas...
Maiúsculas e minúsculas em textos legais 
Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis, decretos, portarias etc. 
»   Utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado do respectivo número: 
A Lei no 312, de 24-5-95, dispõe (...). 
O Decreto no 312, de 5 de março de 1993, regulamenta (...). 
A Portaria no 234, de vinte e cinco de julho de 1997, sofreu várias alterações.
OBSERVAÇÃO
Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando determinado ato, após sua primeira citação no texto — no caso, acompanhado do respectivo número — é referenciado em outras partes do texto, sem estar acompanhado do número. Neste curso, adotou-se o uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fique subentendido que os referidos atos estejam individualizados:
Art. 5 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Conforme o disposto no art. 30 da citada Lei Complementar (...).
»   Remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula: 
Refiro-me ao parágrafo único do art. 11 da Portaria no... 
De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei no... 
»   Ganha  a  inicial  maiúscula  o  nome  de  leis  ou  normas  políticas  e  econômicas consagradas pela importância de que se revestem: 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Áurea, Lei Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei de Responsabilidade Fiscal. 
»   Nome de moeda escreve-se com letra minúscula: 
real, dólar, franco, peso, marco, libra... 
O real está de cara e coroa novas. 
Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de nome próprio.
Nesse caso, usa-se inicial maiúscula: 
O (Plano) Real estabilizou a economia. 
»   Nomes que designam cargos ou postos se escrevem com inicial maiúscula:
A Presidente do Tribunal de Contas o DF concedeu a palavra ao Relator. 
O Diretor-Geral autorizou a publicação do normativo.
»   Nomes de profissões são escritos com inicial minúscula: advogado, contador, engenheiro,jornalista, médico, professor... Observação: 
Quando individualizados, emprega-se a inicial maiúscula: 
o Advogado Rui Barbosa, o Poeta Camões...
»   Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração à parte, completa, caso em que vem precedido de ponto. A oração que está entre parênteses tem o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não fora:
Na portaria da fábrica o ambiente era de absoluta calma. (A indústria não trabalha aos sábados.).
6
FORMAS DE REFERÊNCIA E DE TRATAMENTO
	SUBSTANTIVO
	ADJETIVO 
	Acórdão 
	 Venerado Acórdão
	Câmara     
	Colenda Câmara 
	 Defenso  
	Nobre Defensor
	 Juiz    
	Meritíssimo Juiz 
	 Juízo    
	Digníssimo Juízo
	Julgado   
	Ínclito Julgador
	Patrono  
	Culto Patrono
	 Promotor      
	Nobre Promotor
	 Relator 
	Culto Relator
	 Sentença        
	Respeitável sentença
Grafia de horas 
»   O símbolo de horas é “h”, o de minutos é “min” e o de segundos é “s”, sem ponto nem “s” indicativo de plural, sem espaço entre o número e o símbolo. 
»   Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra hora(s), por extenso:
Encontro você às 14 horas.
»   Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não há necessidade de incluir o símbolo de minutos: 
Encontro você às 14h30. 
»   Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e minutos, mas não há necessidade de incluir o símbolo de segundos: 
Encontro você às 14h30min22.
OBSERVAÇÃO
Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o símbolo, mas as palavras hora(s), minuto(s), segundo(s), por extenso: 
»   A reunião estendeu-se por quatro horas e vinte minutos. 
»   A viagem dura dezoito horas. 
»   As inscrições encerrarão em 24 horas. 
»   O terremoto começou às 10h35min22 e durou 43 segundos. 
»   Na linguagem formal, devem-se seguir as instruções anteriores, mesmo que a leitura não corresponda exatamente à grafia: 
A sessão terminou às 12h30 (na leitura: às doze horas e trinta minutos; às doze e trinta;
ao meio dia e meia). 
As regras não se aplicam quando, em linguagem estritamente técnica, não corresponderem à praxe ou às instruções específicas.
Gerúndio
O gerúndio é empregado com exagero nos textos jurídicos. Quase sempre de forma inadequada. 
O emprego adequado está relacionado a ideia adverbial de:
»   Sendo ainda novo, não quis ir só (causa). 
»   Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas por si mesmo (concessão). 
»   Triunfarás, querendo (condição). 
»   O carneiro defendia-se dizendo que... (meio). 
»   Ele fala cantando (modo). 
»   Proferindo o orador estas palavras, a assembleia deu vivas (tempo).
É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, adjetivo ou aditivo:
	INADEQUADO
	ADEQUADO
	Vou estar fazendo.        
	Farei.
	Texto contendo erros.    
	Texto que contém erros.
	O órgão analisou o caso, decidindo (...).  
	O órgão analisou o caso e decidiu (...).
         
linha pontilhada 
Em textos legais que modificam outros textos legais, usam-se linhas pontilhadas para indicar a omissão de texto do caput, de parágrafo, de inciso, de alínea ou de item de determinado artigo. Deve- se usar uma linha pontilhada para indicar todo o texto suprimido, além da linha pontilhada que se segue ao número do artigo modificado. Usa-se, ainda, uma linha pontilhada no final da emenda, se o artigo modificado não encerrar no texto emendado.
Emenda no caput: 
Art. 1o O caput do art. 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, a União aplicará, dos recursos destinados à irrigação: ...................................................................................” (EC 43/04).
Emenda alterando partes do artigo: 
Art. 1o Os arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246 da Constituição Federal passam a vigorar com as seguintes alterações: 
“Art. 48. ....................................................................... ............................................... 
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; 
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 
...................................................................................” 
“Art. 57. ................................................................................................................ 
§ 7o Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8o, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao subsídio mensal.
Abreviaturas 
A abreviatura é a escrita reduzida de uma palavra ou locução. É expressamente proibido, na prática forense, o uso de abreviatura nos autos e nos termos do processo (Código de Processo Civil, art. 169, parágrafo único). No entanto, difícil encontrar um texto sem o uso delas.
»   Possui ponto, diagonal ou parênteses: 
doc. = documento; S/A = sociedade anônima; (a) assinado, assinada... 
»   Admite flexão de gênero, número e grau: 
sr. ou sra.; prof. ou profs.; D. ou DD... 
»   Para abreviar, sempre que possível, termine a abreviatura em consoante: 
ac. (acórdão); rel. (relator) ... 
»   Se a palavra é cortada em um grupo de consoantes, todas elas devem aparecer na abreviatura: 
inst. (instituição); secr. (secretaria) ... 
»   Independentemente de a abreviatura terminar em vogal ou consoante, coloque sempre o ponto final: 
ago. (agosto); téc. (técnica) ... 
»   Há  palavras cujas  abreviaturas podem  ser  formadas pela  combinação de  suas consoantes ou de suas iniciais e suas últimas consoante e vogal: 
dz. (dúzia); vl. (valor); atte. (atenciosamente) ... 
»   Se, na parte constante da abreviatura, aparece o acento gráfico da palavra, deve ele permanecer: 
pág. (página); déb. (débito) ... 
»   Em palavras compostas ligadas por hífen, deve ele ser mantido na abreviatura. secr.-ger. (secretaria-geral); proc.-ger. (procurador-geral) ... 
»   A inicial poderá ser maiúscula ou minúscula de acordo com as normas da ortografia oficial em relação à palavra por extenso:
R. (Rua) das Laranjeiras; Dr. (Doutor) Albert Einstein; tel. (telefone); fl. (folha) ...
»   O ponto abreviativo, quando coincide com o ponto-final, acumula a função deste, por isso deve-se evitar a repetição: 
Foram convidados para o debate: políticos, professores, engenheiros etc. 
»   Os meses são abreviados com as três letras iniciais. Se forem escritos em letras maiúsculas, dispensa-se o ponto. Se forem escritos apenas com a inicial maiúscula ou todo em letras minúsculas, deverá aparecer o ponto abreviativo. Não se abrevia o mês de maio. 
JAN; Jan. ... 
»   Existem abreviaturas que podem ser reduzidas com variações: 
a.C. ou A.C. (antes de Cristo); f., fl. ou fol. (folha) ... 
»   Existem abreviaturas que representam mais de uma palavra: 
p. (página, pé, palmo) ... 
»   A Conferência de Geografia estabeleceu que “não serão usadas abreviaturas nos nomes geográficos”. Portanto, nome algum de cidade pode ser abreviado. Excetuam- se as siglas dos estados. 
»   Por praticidade, as abreviaturas podem ser grafadas sem sobrelevação, seguidas de ponto (Cia., Dra., V. Exma.), desde que não formem palavras inadequadas, como profa. (professora), amo. (amigo), no. (número) ... 
»   Também não se abreviam palavras com menos de cinco letras. Exceções: h (hora), id. (idem), S. (São), t. (tomo), v. (ver, veja, vide), S (Sul), conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Siglas 
Salvo nos casos em que a sigla é bastante vulgarizada, ou seja, quando a instituição a que ela se refere é mais conhecida pela própria sigla do que pelo nome completo (Petrobras, SBT etc.), o nome da instituição deve ser escrito por extenso, antes da sigla, que deve vir a seguir, entre parênteses, na primeira menção, usando-se apenas a sigla nas menções seguintes.
O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom) é um bloco de cooperação econômica e política, criado em 1973,formado por catorze países e quatro territórios da região caribenha. Em 1998, Cuba foi admitida como observadora do Caricom.
OBSERVAÇÃO
No caso de a sigla não se referir a uma instituição, só se escreverá o seu significado por extenso se o contexto o exigir: 
A Aids (do inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome) é conhecida em Portugal como Sida (de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). 
Não se usam aspas nem pontos de separação entre as letras que formam a sigla. 
Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de s (minúsculo) de plural, sem apóstrofo: 
»   os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), 300 UPCs, 850 Ufirs (não: TRE’s, Ufir’s) ... 
Essa regra não se aplica à sigla terminada com a letra s, caso em que o plural é definido pelo artigo: os DVS (Destaques para Votação em Separado).
Emprego de maiúscula e minúscula em siglas 
»   Siglas formadas por até três letras são grafadas com maiúsculas: 
ONU, PIS, OMC... 
»   Siglas formadas por quatro ou mais letras cuja leitura seja feita letra por letra são grafadas com maiúsculas: 
PMDB, INPC, INSS... 
»   Siglas formadas por quatro ou mais letras que formem palavra pronunciável são grafadas preferencialmente como nomes próprios, ficando apenas a primeira letra maiúscula: 
Otan, Unesco, Inamps, Petrobras... 
»   Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela letra e parte como palavra) são grafadas com todas as letras em maiúsculas: 
DNIT (Departamento  Nacional de Infraestrutura de  Transportes), HRAN (Hospital Regional da Asa Norte) ... 
»   No caso de siglas consagradas que fogem às regras acima, deve-se obedecer à sua grafia própria: 
CNPq   (Conselho   Nacional   de   Pesquisas);   MinC   (Ministério   da   Cultura),   UnB (Universidade de Brasília) ...
»   Siglas que não mais correspondam com exatidão ao nome por extenso também devem ser acatadas, se forem as siglas usadas oficialmente: 
Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo); MEC (Ministério da Educação) ...
Símbolos 
Constituem símbolos as abreviaturas fixadas por convenções, quase sempre internacionais, por isso, não se subordinam às regras de abreviatura nem de ortografia. 
Os símbolos são empregados na indicação de unidades de medida, elementos químicos e pontos cardeais. Não recebem ponto abreviativo, não admitem plural nem são escritos com letra maiúscula: 
»   200g (200 gramas); 5km (5 quilômetros); 2min (dois minutos) ...
Escrevem-se com letras maiúsculas:
 Clique sobre os itens abaixo:
· I
 
· II
 
· III
 
· IV
»   os símbolos que se originam de nomes próprios: 
W (watt), N (newton) ...
Nomenclatura dos feitos 
Em sentido genérico, as iniciais devem ser minúsculas: 
»   O mandado de segurança é o remédio adequado para (...) 
Deverão ser usadas iniciais maiúsculas quando se tratar de um julgado específico: 
»   Agravo de Instrumento no 89.01.07582-6/MG. Habeas Corpus 90.01.02123-7/RO.
Numerais
Cardinais em algarismos 
»   Quantias, grandezas e medidas: R$10,00, 25kg, 30m...
»   Horários: 
8h35min20s... 
»   Datas, décadas e decênios: 
A reunião realizou-se no dia 20 de agosto de 1998. Publicado no DJ de 24-5-96. Década de 1960.
»   Endereços: 
Rua 15 de Novembro, Casa 7. 
»   Páginas e folhas de publicações: 
página 23, folha 14... 
»   Porcentuais: 
30% dos votantes... 
»   Idade: 
Ele tem 45 anos. 
»   Artigos e parágrafos de lei a partir do número 10: art. 10, art. 25.º
ordinais em algarismos 
»   Zonas, sessões, distritos e regiões: 
15ª Zona Eleitoral, 1º Distrito 
»   Pimeiro dia do mês: Hoje é 1º-4-98
»   Artigos e parágrafos de leis, decretos etc. até o número 9: 
art. 1º, art. 9º 
»   Numerais antecedendo substantivos: 
3 capítulo, 5º andar
OBSERVAÇÃO
Por brevidade, trocam-se os ordinais pelos cardinais: 
»   Trigésima primeira folha por folha trinta e um, primeira casa por casa um. 
Nesse caso, usam-se os cardinais sem flexão de gênero e de número por ficar subentendida a palavra número: 
»   A prova encontra-se a folhas (n.) 22 do processo. (significando que ela se encontra na 22a folha do processo). Se houver mais de um número de folha, a regra é a mesma: ...a folhas (n.) 22 e 25...
Algarismos romanos 
»   Nomes de papas, soberanos: Papa João Paulo II, Luís XV...
»   Dinastias reais: II Dinastia...
»   Séculos: Século XX...
»   Divisões das Forças Armadas: 
I Comando do Exército, IV Distrito Naval... 
»   Congressos, seminários, simpósios e eventos correlatos: V Bienal do Livro...
»   Partes de uma obra: 
Título III; Capítulo II; Seção I... 
»   Incisos de leis: 
inciso V... 
ATENÇÃO
Quando o algarismo romano vier após o nome, até o X, lê-se como ordinal e, a partir daí, como cardinal: Século III (lê-se século terceiro); século XII (lê-se século doze). Vindo antes do nome, lê-se como ordinal: XII Bienal (lê-se décima segunda bienal).
Grafia por extenso 
Os casos, a seguir, normalmente se escrevem por extenso. 
»   Os cardinais e os ordinais de um a dez, cem e mil: 
três dias, segundo turno, cem pessoas... 
»   Se houver números acima e abaixo de 11 na mesma frase, prefira os algarismos: 
Chegaram 3 revistas e 22 questionários. 
»   Os cardinais e os ordinais em início de frases: Trinta e dois votos foram anulados. 
»   Os fracionários, quando os dois elementos estiverem entre um e dez: Três quintos dos votos...
»   Nos demais casos, empregam-se algarismos: 
1/12 dos eleitores... 
OBSERVAÇÃO
A Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, em seu art. 11, II, f, determina que se deve grafar por extenso quaisquer referências feitas, no texto [legal], a números e porcentuais.
Grafia mista 
»   Usa-se grafia mista (algarismos e por extenso) na classe dos milhares, se não houver número na classe inferior: 32 mil votos. Caso contrário, empregue apenas algarismos: 32.420 votos. A partir da classe dos milhões, há dois procedimentos, se não houver número na classe inferior: 
15 milhões e 438 mil eleitores; R$4 bilhões... 
15,4 milhões de eleitores. (Com aproximação do número fracionário). 
OBSERVAÇÃO
»   Caso haja número nas classes inferiores, empregam-se apenas algarismos: 
15.438.302 eleitores... 
»   Emprega-se o ponto para separar as classes dos numerais: 
3.004.987...
;
IMPORTANTE
Exceções: ano e CEP: janeiro de 1998; CEP 70833-060. 
»   Nas datas, separam-se o dia, o mês e o ano por ponto separativo, dispensando-se o zero à esquerda: 
3.5.98... 
»   O número em algarismo, quando em final de linha, não deve ser dividido. 
»   Na indicação de quantia, grandeza, medida e horário, não se usa espaço entre os numerais e os símbolos ou as abreviaturas: 
2h35min15s; 80km...
Números cardinais compostos 
A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguinte maneira. 
»   Dois algarismos, põe-se a conjunção e entre os algarismos: 
86 =oitenta e seis... 
»   Três algarismos, põe-se a conjunção e entre cada um dos três: 
654 = seiscentos e cinquenta e quatro... 
»   Quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo e os restantes: 
4.455 = quatro mil, quatrocentos e cinquenta e cinco. Se o primeiro algarismo da centena final for zero, aparecerá, então, o e: 
3.048 = três mil e quarenta e oito... 
»   Aparecerá, ainda, o e quando os dois últimos ou os dois primeiros da centena forem representados por zeros: 
1.400 = mil e quatrocentos... 
1.001 = mil e um; R$ 4.005,28 = quatro mil e cinco reais e vinte e oito centavos... 
»   De vários grupos de três algarismos, omite-se o e entre cada um dos grupos: 
3.444.225.528.367 =três trilhões, quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete...
Assinatura 
O traço que serve de suporte para a assinatura em documentos não é obrigatório e não deve ser empregado em órgãos públicos. Não há necessidade de destacar o nome e a função com negrito ou todas as letras maiúsculas. 
Trata-se de palavra de uso antigo e significa “acima”, “anteriormente”, “antes”, “atrás”. 
»   O acórdão suso mencionado traz a posição desta Corte sobre o caso.
 
 
 
 
 
 
 
Linguagem Técnica
A redação de um texto jurídico priorizaclareza, correção, linguagem formal (sem rebuscamentos), objetividade e cortesia. Além das qualidades já citadas, o autor de um texto forense deve possuir uma técnica profissional no uso da linguagem aplicada à redação.
 
 
O operador do direito, ao escrever, expõe sua técnica profissional. Assim, deve dominar diferentes linhas de raciocínio lógico (dedução, indução etc.) a fim de poder fundamentar com a necessária consistência o seu pensamento.
Ministro cursos a diversos órgãos públicos e encontro inúmeros participantes que transmitem ideias aquém da sua capacidade real de pensar. Percebo que eles sabem o assunto, interpretam adequadamente a legislação, mas o texto final apresenta uma distância entre o pensamento e o sentido expresso literalmente.
2
NARRAÇÃO JURÍDICA
A Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, estabeleceu regras para redação de atos normativos e serviu de base para os documentos jurídicos como um todo.
 
Ideias iniciais para um bom texto na área jurídica 
»   A seleção vocabular é imprescindível ao bom texto. 
»   Os vocábulos selecionados devem ser, antes de tudo, claros ao leitor. Para determinar essa clareza, é necessário que se conheça um mínimo de características do leitor potencial do texto. 
»   As palavras servem tanto para exteriorizar quanto para apreender conceitos. 
»   No âmbito forense, deve-se sempre preferir a linguagem culta. Ocasiões há, entretanto, que se deve preferir a linguagem mais coloquial, quando o receptor é leigo. 
»   O vocabulário jurídico deve procurar, sempre, a objetividade. Nele, deve-se distinguir entre linguagem técnica e jargão. A primeira é a terminologia adequada para os fins jurídicos; o segundo deve ser evitado nos textos. 
»   No âmbito forense, as formas de referência e tratamento devem ser usadas. 
»   As expressões e brocados latinos são importantes em seus aspectos argumentativos e em sua característica de enunciar princípios incontestáveis.
Como fazer uma boa narração 
Quando se faz um texto narrativo, primeiramente se deve selecionar o que é fundamental contar:
· fatos que são juridicamente relevantes;
· fatos que contribuem para a compreensão dos juridicamente relevantes;
· fatos que satisfazem a curiosidade do leitor ou lhe despertem o interesse. 
Observe o texto a seguir. 
Nossa história começa na madrugada do dia 27 de outubro de 2005. Dois colegas de faculdade estavam em uma confraternização de conhecidos. Estavam lá há pelo menos cinco horas, e a festa já estava caminhando para o seu final. Fábio sabia que devia estudar no dia seguinte e procurou carona para voltar.
Encontrou Pedro, que morava próximo a sua casa, e lhe perguntou sobre a possível carona. Pedro concordou e apenas pediu a Fábio que esperasse um pouco. Após quase uma hora de espera, Pedro, então, chamou Fábio para irem embora.
Este agradeceu e entrou no carro. No entanto, no caminho de volta, Pedro tornou-se uma pessoa irreconhecível: corria desesperadamente, ria sem parar e dizia que, antes de ir para casa, passaria, ainda, em um barzinho próximo, para beber mais um pouco.
Fábio lhe pediu que o deixasse ali então, pois desejava realmente ir embora. Pedro não só não parou o carro como acelerou mais ainda o veículo até que este se chocou contra uma árvore, causando vários danos em Fábio, que se encontra ainda no hospital. 
Quais fatos são os mais relevantes?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Quais fatos contribuem para a compreensão do fato mais relevante?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Ao escrever uma narrativa jurídica, procure sempre responder às seguintes perguntas.
»   O que aconteceu? 
»   Quem são os envolvidos? 
»   Como ocorreu? 
»   Quando ocorreu? 
»   Onde ocorreu? 
»   Por que ocorreu? 
»   As consequências do fato.
Observe o final do texto com alguns retoques. 
Poucas horas antes do amanhecer, então, o réu chamou o autor para que ambos fossem embora. O autor, já cansado, agradeceu a atitude e dirigiu-se ao carro, tomando assento no banco da carona. Para seu espanto, o réu, ainda muito animado pelo ensejo da festa, saiu em alta velocidade.
O vizinho convidou o autor para que ambos fossem a um bar próximo, mas este se negou a acompanhá-lo, dizendo estar cansado. O réu continuou, enquanto pilotava, a insistir, afirmando que haveria no bar mulheres bonitas e que seria proveitoso para ambos.
O autor, entretanto, expôs claramente sua vontade de ir para casa, dizendo que deveriam se lembrar de que teriam prova na faculdade na semana seguinte e que por isso seria bom descansar para poder estudar. O réu persistia no seu intento de persuadir o autor a acompanhá-lo e, aparentemente descontrolado, fazia curvas em alta velocidade, rangendo os pneus, atravessando semáforos fechados.
O autor, por várias vezes, pediu para que a velocidade do veículo fosse abrandada, mas não foi atendido. O acidente parecia premente: o carro era dirigido no limite do controle humano, com freadas ríspidas e acelerações repentinas, que faziam o veículo atingir velocidade absolutamente incompatível com as vias por que passava.
O descontrole mental do réu, talvez por causa de algum elemento alterador do humor consumido na festa, aflorava naquele momento. Ao se aproximarem da curva que finaliza o eixo monumental, o autor previu o pior. Percebendo que era por conta da sorte que até o momento não se haviam acidentado, clamou para que a velocidade fosse retomada ao normal. Foi então que o réu acelerou ainda mais e perdeu o controle do carro, que seguiu seu curso indo de encontro, em alta velocidade, a uma árvore.
A função argumentativa da narração 
A narrativa jurídica traz em si forte argumentação para o ponto de vista defendido por quem a redige. É esse ponto de vista que faz com que, ao narrar qualquer fato, de acordo com sua intenção, o autor procure convencer a respeito de sua interpretação pessoal dos fatos narrados. Em resumo, é impossível, na atividade forense, uma narração imparcial.
Observe este exemplo. 
Revoltados porque a Prefeitura resolveu retirá-los das ruas do centro da cidade, camelôs fizeram ontem manifestação agressiva, destruindo vitrines de lojas, tumultuando o centro da cidade e ferindo transeuntes. A polícia foi obrigada a agir para evitar tumulto maior.
Camelôs, que foram expulsos de seu local de trabalho nas ruas do centro da cidade, fizeram ontem manifestação na região central. A tropa de choque foi chamada para reprimir violentamente a manifestação. Vários camelôs, que queriam apenas continuar trabalhando, saíram feridos.
Observe outro exemplo. 
O réu ameaçava a vítima que, aos gritos, clamava por não ser morta. Ele pediu as joias e, ao ouvir a negativa da vítima, que dizia não possuir nenhuma, não teve dúvida: com frieza desumana, puxou o gatilho do revólver encostado à cabeça da vitimada, prostando-a no chão, sem vida, de forma cruel, por motivo absolutamente fútil.
O réu, no intento de roubar, pediu à vítima joias e dinheiro. Assustado, temeroso e alterado, pois não era um bandido profissional, e estava incidentalmente cometendo aquele equívoco, ouviu a ríspida negação da vítima. Supondo que ela tinha chance de reação, o que por certo poria sua vida em risco, em um ímpeto de emoção e medo apertou o gatilho, temendo por sua sobrevivência. 
Ambos os textos trazem a narração da mesma cena, cada um com um ponto de vista implícito. O vocabulário e os fatos selecionados por cada um dos narradores mostram o intento acusatório ou defensivo. 
Assim, a seleção dos fatos da narrativa, principalmente aqueles que dizem respeito ao reforço ou às circunstâncias dos juridicamente relevantes,deve ser feita de acordo com as intenções da argumentação daquele que a redige.
3
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Direta ou indiretamente, o texto jurídico tende a ser argumentativo. Uma ideia sempre está presente ao lado de argumentos (racionais ou emocionais) que procuram comprová-la ou justificá-la. Observe os textos propostos e responda às questões sobre os argumentos presentes que confirmam a ideia do autor.
Texto 1
É comum e procedente o comentário de que a justiça e o povo estão separados por um grande abismo, o que torna praticamente impossível ao cidadão leigo, mesmo aquele com grau de instrução superior à média do País, compreender os assuntos inerentes ao Judiciário.
Uma das razões que contribuem para esse triste distanciamento – que se confunde com seus próprios efeitos e, por isso, engendra um círculo vicioso – reside na falta de cultura jurídica do povo brasileiro. Falta de cultura jurídica não no sentido de que as pessoas leigas não têm o desejável tirocínio para entender os meandros, o tecnicismo e os termos próprios do Direito, o que realmente não têm. Refiro-me ao fato de que o brasileiro não tinha o costume de se interessar por assuntos relativos à função judiciária do Estado. 
rogério schietti machado cruz. direito e justiça, in: correio Braziliense
Com relação às ideias do texto, julgue os itens abaixo.
 Clique sobre os itens abaixo:
· 1
· 2
· 3
· 4
· 5
· 6
· 7
· 8
· 9
· 10
Mesmo  os  cidadãos  com  formação  específica  em  Direito  têm  dificuldade  de compreender os assuntos relativos ao Judiciário.
 
Texto 2 
Chegar ao posto mais alto de uma empresa não é tarefa para acomodados. Exige talento, dedicação, persistência e principalmente uma boa dose de sacrifício. Segundo consultores de Recursos Humanos, é justamente esse empenho e espírito de liderança que as empresas valorizam nos ocupantes de cargos mais altos. “A pessoa deve ter iniciativa, capacidade de tomar decisões, fazer as coisas acontecerem”, diz o diretor da Top Human Resources, de São Paulo. 
A qualificação profissional também é um dos principais aspectos para se alcançar o posto mais alto. “Qualquer executivo tem de investir sempre em sua educação”, enfatiza outro diretor de Recursos Humanos. “Senão você será um computador sem software”, completa. 
Traçar metas profissionais é outro aspecto fundamental para quem quer chegar ao topo. Nesse caso, a ambição acaba sendo uma boa aliada.
A intuição também é uma boa arma na hora de dar um palpite em uma reunião. E, quem sabe, pode valer aquela promoção esperada. 
Conhecer passo a passo cada etapa do processo de produção da empresa e do setor é um dos principais fatores que levaram M.C.P. a uma carreira bem-sucedida. 
Ele aponta ainda a importância de valorizar os colegas. “Ninguém consegue as coisas sozinho. É fundamental reconhecer a participação do grupo e sempre motivá-lo.”
A primeira regra da cartilha daqueles que anseiam alcançar um alto cargo em uma corporação, de acordo com esses consultores, é não permanecer estagnado em uma função ou empresa por um longo período.
 
IMPORTANTE
No Direito não prevalece a lógica formal, mas a lógica argumentativa, aquela em que não existe propriamente uma verdade universal, não existe uma tese aceita por todos a todo o momento, como ocorre em Matemática. Isso é notório para todo profissional que milita no Direito: alguns juízes aceitam determinadas teses; outros não. 
Observe o poder da boa argumentação.
Conta-se que, em um plenário do júri, um promotor exibia aos jurados as provas processuais. Mostrava a eles, com muita propriedade, que o laudo elaborado pela polícia técnica concluía que havia 99% de chance de que o projétil encontrado no corpo da vítima fatal houvesse sido disparado pelo revólver de propriedade do réu. Ser-lhe-ia impossível, então, diante de tal prova concreta, negar a autoria do crime. 
Diante desse fortíssimo argumento, o defensor, em tréplica, formulou aos jurados a seguinte pergunta retórica: “suponhamos que eu tivesse um pequeno pote com cem balinhas de hortelã e que eu, então, pegasse uma delas, tirasse do papel celofane que a envolve e, dentro dela, injetasse uma dose letal de um veneno qualquer.
Em seguida, eu a embrulhasse novamente e colocasse dentro do pote, misturando-as. Teria algum dos jurados coragem de tirar do pote uma bala qualquer e saboreá-la?
Certamente que não. Pois, se ninguém se arrisca à morte, ainda que haja noventa e nove por cento de chance de apenas se saborear uma bala, ninguém tem o direito de condenar o acusado por noventa e nove por cento de chance de haver disparado sua arma contra a vítima”.
Iniciando a argumentação: o leitor como alvo do texto 
A aceitação de uma ou de outra tese, de um ou de outro argumento tem relação com cada leitor, ou seja, não se pode conseguir a adesão de todas as pessoas a uma argumentação por melhor que ela seja. A experiência pessoal e o conhecimento do assunto determinam a aceitação ou não de uma argumentação.
Selecionando os elementos: os tipos de argumentos 
Tal qual na narração, o primeiro passo na argumentação é o de selecionar os elementos que devem ser expostos, ou seja, os próprios argumentos. 
Quando se faz um texto a respeito de uma tese, deve-se partir da narração dos fatos completos. A função narrativa é a de fazer o leitor compreender os fatos, ainda que expostos do ponto de vista do autor. Ao entrar na parte argumentativa propriamente dita, fazem-se duas pretensões:
Clique sobre os números abaixo:
1 2
A argumentação aparece no Direito com essas duas pretensões: comprovar os fatos e comprovar as consequências jurídicas que advêm desses mesmos fatos. Entende-se, assim, que dois são os tipos distintos de argumentação no mundo jurídico.
Ordenando os argumentos 
Para montar a argumentação, principalmente as mais complexas, é necessário que o profissional faça um breve esboço das ideias que vai apresentar em seu texto. 
Depois de narrar os fatos, deve-se proceder à elaboração da tese ou das teses. Com a tese elaborada, procuram-se os argumentos que podem vir a fundamentá-la. 
Os argumentos devem ser expostos de maneira ordenada, procurando-se que as ideias venham encaixadas em um percurso.Por isso, é importante elaborar um esboço. 
O texto a seguir é uma narração feita por um cliente, contando um caso que lhe ocorreu e que, supostamente,  teria  algumas  consequências  jurídicas. Algumas  vezes  os  fatos  foram narrados fora da ordem cronológica. Muitos deles são aproveitáveis para uma peça jurídica, mas outros são absolutamente dispensáveis. Colha os fatos que entender relevantes para propor uma peça jurídica. 
Proceda da seguinte maneira:
»   selecione os fatos que entender relevantes; 
»   ponha-os na ordem em que pretende narrá-los; 
»   exponha-os,  em  uma  petição,  fazendo  o  devido  encaminhamento,  indicando  o número dos autos e a referência e construindo um parágrafo inicial; 
»   depois  do  parágrafo  inicial, abra o subtítulo  “Dos  Fatos”  e  narre-os  de  forma compreensível e persuasiva.
Texto 3 
Meu avô tinha deixado para minha avó uma casa em Sobradinho. Tinha deixado, porque meu avô morreu, e isso já faz bem uns quinze anos. Mais um pouco, talvez. Sei que minha avó herdou tudo do velho, inclusive essa casa de que estou falando. Bem, a velha ficou morando lá depois da morte do marido e não demorou mais que oito ou dez meses, quem sabe um ano, para que ela fosse encontrar o vovô, lá no andar de cima. Saudades, você sabe.
Foi aí que minha mãe contratou advogado, para saber dos bens da mãe dela. Eu sei que foi feito tudo nos conformes, e a minha mãe agora é dona legítima da casa em Sobradinho. A irmã dela, minha tia, aceitou ficar com um apartamento bem pequeno na Asa Sul, em um prédio velho. É trouxa a titia, a casa em Sobradinho é tão melhor. Mais longe, tudo bem, mas com três quartos, uma cozinha novinha e um quintal imenso.
A casa tinha uma cozinha novinha, comprada na melhor loja da cidade. Do apartamento no Plano Piloto ninguém cuidava, também, pudera, já foi comprado caindo aos pedaços. Mas acontece que naquela casa, como

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