Buscar

04 material eco ii parte ii

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

115 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6. O SISTEMA MONETÁRIO 
6.1. AS FUNÇÕES DA MOEDA 
Entende-se por moeda o conjunto de ativos disponíveis para comprar 
bens e serviços. Neste sentido, a moeda tem três finalidades: 
 
Meio de troca
Unidade de conta
Reserva de valor
116 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
A moeda como meio de troca 
 
Em uma economia onde ocorrem 
transações de compra e venda de 
mercadorias, a primeira função da 
moeda é intermediar as trocas. 
 
Em um mercado, é praticamente 
impossível que todas as trocas sejam 
realizadas de forma direta, sem o 
intermédio de um objeto de interesse 
comum. Daí a necessidade da moeda. 
 
 
117 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
A moeda como unidade de conta 
 
 
A moeda é utilizada como um padrão de 
medida para anunciar preços e registrar 
débitos. 
 
Já imaginou tentar medir o PIB de um país, 
em unidades de sandálias, lâmpadas, pilhas, 
canetas, etc.? 
 
 
118 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
A moeda como reserva de valor 
 
A moeda representa um meio de transferir o poder de compra do 
presente para o futuro. 
 
Como poupar, arroz, pão ou frutas por 
anos, por décadas? 
 
O sal foi a primeira moeda, que foi 
aprimorada ao longo do tempo, visando 
durabilidade e custos de estocagem. 
 
119 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Liquidez 
 
Em Economia, o termo liquidez se refere à facilidade com que um 
determinado ativo pode ser convertido em meio de troca. 
 
Como a moeda é o principal meio de 
troca na economia, é considerada o 
ativo de maior liquidez na economia. 
 
Determinadas aplicações financeiras 
tem elevada liquidez, contudo imóveis, 
por exemplo, apresentam certa 
dificuldade de ser convertida facilmente 
em um meio de troca. Portanto, um 
imóvel geralmente é considerado um 
ativo de baixa liquidez. 
120 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6.2. A OFERTA DE MOEDA 
 
O conceito de papel-moeda abrange tanto notas quanto moedas 
metálicas. A moeda escritural, por sua vez, é criada por instituições 
financeiras autorizadas a receberem depósitos à vista (cheques, 
cartões de débito, TED’s, DOC’s, etc.). 
 
 
 
Papel-
Moeda
Moeda 
escritural
Meios de 
pagamento
Ofertada pelo 
Banco Central 
Ofertada pelos 
bancos 
comerciais 
121 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
A moeda escritural tem a capacidade de ser multiplicada por bancos 
comerciais, pois os depósitos à vista podem ser emprestados, gerando 
futuros novos depósitos, que se tornarão novos empréstimos... 
 
122 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Assim, o total de meios de pagamento em uma economia é muito maior 
do que o total de papel-moeda em circulação. 
 
Isso só é possível porque a 
possibilidade de todos sacarem 
seus recursos ao mesmo tempo é 
muito pequena, de forma que os 
bancos mantêm somente uma 
pequena parcela desses 
depósitos como reserva. 
 
123 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Nesse sentido, tem-se que o total de meios de pagamento (MP) é igual 
à soma do papel-moeda em poder do público (PMPP) e do total de 
moeda escritural (ME). 
 
𝑀𝑃 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝑀𝐸 (𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑢𝑡𝑎𝑙 𝑜𝑢 𝑑𝑒𝑝ó𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 à 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎) 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝑃𝑀𝐸 (𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑜) − 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜𝑠 
𝑃𝑀𝐶 (𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜) = 𝑃𝑀𝐸 − 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝐵𝐴𝐶𝐸𝑁 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝑃𝑀𝐶 − 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜𝑠 
𝐵𝑀 (𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎) = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑏𝑎𝑛𝑐á𝑟𝑖𝑎𝑠 
 
 
 
124 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6.2.1. BASES MONETÁRIAS 
 
M4
M3
M2
M1
• M3 + títulos públicos de 
alta liquidez
• M2 + quotas de fundos 
de renda fixa + operações 
registradas no Selic.
• M1 + depósitos especiais 
+ poupança + títulos 
• PMPP
• ME (Depósitos à vista)
125 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6.3. OFERTA DE MOEDA PELO BANCO CENTRAL 
 
O BACEN cumpre quatro funções na sociedade: 
i. Emissor de papel-moeda; 
ii. Banco do Tesouro Nacional; 
iii. Banco dos bancos comerciais; 
iv. Depositário de reservas internacionais. 
 
O BACEN também realiza operações de mercado aberto de compra e 
venda de títulos públicos. Tais operações são o principal instrumento de 
política monetária do governo, visando aumentar ou reduzir o nível de 
liquidez da economia. 
126 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
 
Compra títulos 
públicos, 
injetando 
moeda na 
economia.
Vende títulos 
públicos, 
retirando 
moeda da 
economia.
A
U
M
EN
TA
R
 A
 L
IQ
U
ID
EZ
 D
A
 E
C
O
N
O
M
IA
R
ED
U
ZIR
 A
 LIQ
U
ID
EZ D
A
 EC
O
N
O
M
IA
127 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6.4. OFERTA DE MOEDA PELOS BANCOS COMERCIAIS 
 
Se a quantidade de moeda retida 
em mãos inclui papel-moeda e 
também moeda escritural, uma vez 
que os bancos comerciais podem 
influenciar a quantidade de 
depósitos à vista e a quantidade 
criada de moeda escritural, eles 
também influenciam a oferta de 
moeda. 
 
128 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Exemplo 01: Reserva bancária de 100% 
 
Suponha que um país não possua bancos, e o papel-moeda emitido é a 
única forma de moeda existente. A quantidade de moeda emitida é de 
$100 e, neste caso, a oferta total de moeda também seria $100. 
 
Suponha agora que foi inaugurado o primeiro banco do país. O Banco A 
é uma instituição apenas depositária, ou seja, recebe depósitos, mas 
não concede empréstimos. Em outras palavras, é apenas um local 
seguro para se guardar recursos. 
 
 
129 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Se todos os recursos desse país estiverem depositados no banco A, 
tem-se o seguinte Balanço: 
Banco A 
Ativo Passivo 
Reservas 100 Depósitos 100 
 
Neste caso, se todo o papel-moeda está depositado no Banco A, a 
oferta de moeda passou a ser exclusivamente em moeda escritural. 
A quantidade total de moeda ofertada, contudo, não se alterou ($100), 
pois cada depósito no banco reduziu a oferta de papel-moeda e ampliou 
a oferta de moeda escritural na mesma quantidade. 
130 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Suponha, agora, que os proprietários do Banco A reconsiderem sua 
política de não concederem empréstimos. 
É claro que o banco precisaria manter alguma parte destes recursos 
retida no banco, caso seus depositantes desejem fazer alguma retirada. 
 
Neste caso, o banco adota um sistema de 
reservas fracionárias, cuja razão de 
reserva é baseada tanto na 
regulamentação governamental quanto na 
política do banco (que pode manter 
reservas acima das exigidas por 
precaução). 
131 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Se o Banco A decide manter uma razão de reserva de 10% do total 
depositado, significa que emprestou os 90% restantes, de forma que o 
balanço do Banco A fica da seguinte forma: 
Banco A 
Ativo Passivo 
Reservas 10 
 
Empréstimos a Receber 90 
Depósitos 100 
 
Neste caso, ao emprestar o dinheiro, além dos $100 em moeda 
escritural, ainda existem $90 em papel-moeda circulando, de forma que 
a oferta total de moeda se tornou $190. 
132 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Se os $90 são depositados novamente no banco, e posteriormente 
emprestados, 10% destes $90 ficarão retidos: 
Banco A 
Ativo Passivo 
Reservas10+9=19 
 
Empréstimos 90+81=171 
Depósitos 100+90=190 
 
Em um terceiro ciclo, tem-se: 
Banco A 
Ativo Passivo 
Reservas 10+9+8,1=27,1 
 
Empréstimos 90+81+72,9=243,9 
Depósitos 100+90+81=271 
 
133 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
... e o processo continua, de forma que cada vez que o dinheiro é 
depositado, mais moeda é criada. 
 
Faça em casa: perceba que essa sequência de criação de moeda não 
é infinita (dado que a cada vez é emprestada uma quantia menor), e a 
soma de todos os depósitos será de $1.000. 
 
Os bancos comerciais tiveram a capacidade de multiplicar em 10 vezes 
a oferta de moeda. 
Esse multiplicador (10x) é a recíproca da razão de reserva (10%): 
𝑀𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 = 1 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎⁄ 
134 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE MONETÁRIO PELO BC. 
 
CONTROLE 
MONETÁRIO
Operações no 
mercado aberto 
(compra e venda 
de títulos)
Emprestimo aos 
bancos (taxa de 
redesconto -
juros cobrados 
dos bancos)
Determinação da 
reserva 
obrigatória
135 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
O BC, portanto, possui instrumentos para determinar qual a taxa de 
juros vigente na economia. 
 
Em geral, a definição da taxa de juros 
pelo BC no Brasil atende a critérios 
estabelecidos pelo Comitê de Política 
Monetária (COPOM), que utiliza tal 
taxa como instrumento de combate à 
inflação. 
 
 
 
 
136 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7. CRESCIMENTO DA MOEDA E INFLAÇÃO 
 
Em geral, os preços tendem a aumentar 
quando o governo emite moeda demais. 
 
Grande parte das hiperinflações registradas no 
mundo foram provocadas por excesso de 
moeda. 
 
Hungria (1946): 195% ao dia; Zimbabwe (2008): 98% ao dia; 
Iugoslávia (1994): 64,6% ao dia; Alemanha (1923): 20,9% ao dia; 
Grécia (1944): 17% ao dia; China (1949): 13,4% ao dia. 
137 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.1. OFERTA E DEMANDA POR MOEDA 
 
O valor de uma moeda é determinado pela oferta e pela demanda 
desta. 
Para simplificar a noção de equilíbrio monetário, será pressuposto que 
o Banco Central pode controlar toda a oferta de moeda. 
 
Mas como se comporta a demanda por moeda? 
138 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.1.1. A DEMANDA POR MOEDA 
 
A demanda por moeda de uma 
economia é a soma de todas as 
demandas por moeda de todos 
os indivíduos desta economia 
 
E o que afeta a demanda por 
moeda em uma economia? 
 
139 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Suponha que um indivíduo poupou 
durante alguns anos de sua vida, e hoje 
ele possui R$ 50.000,00. 
Ele pode alocar estes 50 mil em moeda 
e/ou títulos. 
 
Por moeda entende-se o papel-moeda e 
a moeda escritural. 
 
Os títulos, por sua vez, rendem uma 
taxa i de juros ao indivíduo. No entanto, 
não podem ser utilizados para 
transações. 
 
140 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
O que determina a quantidade de moeda retida em mãos (e a 
quantidade aplicada em títulos): 
 
Demanda 
por moeda
Taxa de 
Juros
141 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
Quanto maior a 
taxa de juros, 
menor a 
demanda por 
moeda
Quanto maior a 
renda nominal, 
maior a 
demanda por 
moeda
142 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.1.2. OFERTA POR MOEDA E EQUILÍBRIO MONETÁRIO 
 
Considerando a relação entre a 
taxa de juros e a quantidade de 
moeda, é possível perceber que 
a demanda por moeda é 
negativamente inclinada em 
relação à taxa de juros, ao passo 
que a oferta de moeda é vertical. 
Isso porque a oferta de moeda 
depende de políticas 
governamentais, e não da taxa 
de juros. 
143 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Também é possível perceber que o nível de preços se ajusta para o 
nível de equilíbrio entre oferta e demanda monetária. Nesta relação, a 
demanda por moeda também é negativamente inclinada porque quanto 
menor o valor da moeda, menor seu poder aquisitivo e maior 
quantidade é demandada para transações. 
 Banco Central 
144 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Se o governo resolve dobrar a oferta monetária, o nível de preços 
dobrará, também. 
 
Por quê? 
145 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Isto ocorre porque, com mais dólares 
que o desejado na carteira, as pessoas 
demandarão uma quantidade maior de 
bens e serviços. 
 
Contudo, a capacidade produtiva do país 
não foi alterada (ela depende do 
mercado de trabalho, capital físico, 
humano, etc.) 
 
Maior demanda por bens e serviços, quando não atendida por um 
aumento na produção, leva à elevação dos preços. 
146 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Por isso a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) postula que a 
quantidade de moeda disponível na economia determina o nível de 
preços vigente. 
 
Maior oferta 
de moeda
Maior 
demanda por 
bens e 
serviços (não 
atendida)
INFLAÇÃO
147 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Quatro exemplos de hiperinflação 
 
 
 
148 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Evidentemente existem outros fatores causadores da inflação, como 
problemas estruturais que impedem a ampliação da capacidade 
produtiva. 
 
 
149 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.1.3. OFERTA DE MOEDA E VARIÁVEIS REAIS 
 
Alterações na oferta de moeda provocam alterações no nível de preços. 
 
No entanto, não influenciam variáveis reais (no longo prazo). 
 
Variáveis nominais: medidas em unidades monetárias; 
Variáveis reais: medidas em unidades físicas. 
 
Se o BACEN dobra a oferta de moeda, o nível de preços dobra, os 
salários dobram e todos os valores em R$ dobram. 
 
Produção, Emprego, Salários Reais e Taxa de Juros Real não são 
afetados pela oferta de moeda. 
 
Essa capacidade de a oferta monetária não influenciar variáveis reais 
(no longo prazo) é chamada neutralidade monetária. 
150 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.2. IMPOSTO INFLACIONÁRIO 
 
Se o excesso de oferta de moeda é uma 
das principais causas da inflação, 
porque alguns países ainda emitem 
tanta moeda e enfrentam hiperinflações? 
 
O governo pode financiar seus gastos 
por meio de arrecadação tributária, 
venda de títulos de dívida ou 
simplesmente emitindo moeda. 
 
151 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Isso geralmente ocorre quando o governo apresenta despesas 
elevadas, arrecadação tributária inadequada e capacidade limitada de 
obter empréstimos, restando somente a emissão de moeda como fonte 
de recursos. 
 
Essa receita advinda da emissão monetária gera o efeito chamado 
imposto inflacionário, pois a elevação do nível de preços causada 
pela emissão de moeda provoca uma redução no poder de compra das 
pessoas, tal qual um imposto. Porém, atua de forma mais sutil pois a 
percepção dessa perda no poder de compra não é imediatamente 
percebida. 
 
152 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.3. MOEDA E TAXA DE JUROS: O EFEITO FISHER 
 
A oferta de moeda não interfere na taxa de juros real (que define a 
escolha entre consumo presente e poupar para consumo futuro). 
Contudo, a taxa de juros nominal (a que o banco geralmente divulga) é 
fortemente influenciada pela oferta de moeda e pela inflação. 
 
 
Quanto maior a taxa de 
inflação...
Menor o rendimento de uma 
aplicação financeira, a uma 
determinada taxa nominal i.
153 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Com a percepção da perda de rentabilidade provocada pela inflação, as 
taxas nominais dejuros são renegociadas e elevadas, de forma que a 
taxa real de juros retorna ao nível anterior. 
Esse ajuste da taxa nominal de juros em relação à inflação (no longo 
prazo) é denominado Efeito Fisher. 
 
Governo amplia 
oferta de moeda
Nível de preços 
sobe
Rentabilidade real 
das aplicações se 
reduz
Taxas nominais de 
juros são 
renegociadas e se 
elevam
Rentabilidade real 
retorna ao nível 
anterior
154 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
155 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
156 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
7.4. OS CUSTOS INFLACIONÁRIOS E A FALHA DA NEUTRALIDADE 
DA MOEDA 
 
Apesar dos argumentos que defendem que a inflação não altera as 
variáveis reais no longo prazo, alguns aspectos indicam o contrário: 
 
 Custo de “sola de sapato”: custo ligado ao tempo destinado, pelos 
indivíduos, para procurar a melhor maneira de não sofrerem perdas 
inflacionárias (no Brasil dos anos 1980 era comum as corridas aos 
supermercados no dia do pagamento); 
 
 Custo de “menu”: custo da redefinição da divulgação dos preços. 
 
 Distorções tributárias: tributações calculadas sobre lucros nominais 
acabam penalizando duplamente o indivíduo. 
157 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8. ECONOMIAS ABERTAS 
 
Uma economia aberta é aquela que 
interage livremente com outras 
economias no mundo. 
 
Quais as principais variáveis 
econômicas influenciadas pela 
abertura econômica? Quais as 
principais vantagens? 
 
 
158 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Déficit do 
Governo
Renda Mercado dos fatores de 
produção
Famílias Empresas
Remuneração dos Fatores
Governo
Impostos
Mercados 
Financeiros
Poupança Privada
Mercado de bens e serviços
Investimento
Consumo Receita das Empresas
Despesas do 
Governo
Resto do Mundo
Fluxo de 
Exportações
Transferências 
Enviadas
Pagamento de 
Recursos de 
Fatores
Recebimento 
de Recursos 
de Fatores
Fluxo de 
Importações
Transferências 
Recebidas
 
159 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.1. FLUXOS INTERNACIONAIS DE BENS E CAPITAL 
8.1.1. EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS 
 
EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS = valor das exportações – valor das importações 
EXPORTAÇÕES
• Produção interna comercializada no 
exterior
IMPORTAÇÕES
• Produção externa comercializada 
internamente
160 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
As exportações líquidas também são chamadas de balança comercial: 
 
 
 
A balança comercial pode ser influenciada por diversos fatores, como: 
preferências dos consumidores (internos e externos), preços dos bens, 
taxa de câmbio, renda dos consumidores (internos e externos), custos 
de transporte, políticas do governo em relação ao comércio 
internacional, etc. 
SUPERÁVIT 
COMERCIAL: 
Exportações 
maiores que 
importações
DÉFICIT 
COMERCIAL: 
Importações 
maiores que 
exportações
161 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.1.2. INVESTIMENTO EXTERNO LÍQUIDO 
 
Um brasileiro com $50.000 pode comprar um Toyota ou compras ações 
da Toyota. 
 
O primeiro caso é caracterizado como um fluxo de bens (importação), 
mas o segundo caso é caracterizado como fluxo de capitais 
(investimento externo). 
 
A diferença entre a compra de ativos externos por residentes internos e 
a venda de ativos internos para residentes externos define o fluxo 
líquido de capitais externos (ou exportação externa líquida). 
162 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
No tópico sobre Poupança e Investimento, vimos as duas principais 
formas de investimento externo: 
 
Investimento direto: investimento de capital operado por
uma entidade estrangeira (uma empresa constrói uma
fábrica em outro país, por exemplo).
Investimento de portfólio: investimento financiado com
dinheiro estrangeiro, mas operado por residentes
(americanos compram ações da Petrobrás, por exemplo)
163 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
De maneira geral, é possível afirmar que as principais variáveis que 
influenciam o investimento externo líquido são as seguintes: 
 
INVEST. 
EXTERNO
Juros sobre 
ativos externos
Juros sobre 
ativos internos
Riscos 
econômicos e 
políticos dos 
ativos externos
Políticas sobre a 
compra de 
ativos internos 
por estrangeiros
164 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.1.3. IGUALDADE ENTRE EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E 
INVESTIMENTO EXTERNO LÍQUIDO 
 
Enquanto as exportações líquidas medem um desequilíbrio entre 
exportações e importações de um país, o investimento externo líquido 
mede um desequilíbrio entre ativos externos comprados e ativos 
internos vendidos (a estrangeiros). 
 
Um fator contábil indica a igualdade entre exportações líquidas e 
investimento interno líquido: 
 
𝐸𝐿 = 𝐼𝐸𝐿 
165 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Comprovação: 
Suponha que você tenha desenvolvido um produto e vendido a um 
residente alemão, que lhe pagou $1.000 dólares 
(exportação líquida). 
O que você pode fazer com esses dólares (dado que eles não são 
utilizados como moeda no Brasil)? 
 
 
U
S$
 1
0
.0
0
0
reter os dólares
investir em alguma empresa dos EUA
adquirir algum produto dos EUA
166 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
i. Reter os dólares: investimento na economia norte-americana; 
ii. Investimento em empresa dos EUA: investimento externo em 
portfólio; 
iii. Compra de produto norte-americano: importação de bens. 
 
Nos casos i e ii, toda a exportação líquida se converteu em investimento 
externo líquido: 
10.000 (𝐸𝐿) = 10.000 (𝐼𝐸𝐿) 
 
No caso iii, não houve investimento externo. Contudo, as importações 
se igualaram às exportações, de forma que as exportações líquidas 
foram nulas: 
0 (𝐸𝐿) = 0 (𝐼𝐸𝐿) 
167 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Além disso, é possível perceber que: 
 
 Em caso de superávit comercial, 
essa moeda internacional só serve 
para a compra ou investimento fora 
do país (EL>0 e IEL>0); 
 
 Em caso de déficit comercial, 
esse excedente de importação 
só pode ser adquirido com a 
venda de ativos no exterior para 
a captação dessa moeda 
demandada (EL<0 e IEL<0). 
168 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.2. POUPANÇA, INVESTIMENTO E OS FLUXOS INTERNACIONAIS 
 
Como visto anteriormente: 
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝐸𝐿 
𝑌 − 𝐶 − 𝐺 = 𝐼 + 𝐸𝐿 
𝑆 = 𝐼 + 𝐸𝐿 
 
Uma vez que EL = IEL, tem-se que: 
𝑆 = 𝐼 + 𝐼𝐸𝐿 
 
Isso evidencia que toda a poupança formada em um país será investida 
internamente ou externamente. 
169 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
• Exportações < importações
• EL < 0; IEL < 0
• Y < C + I + G
• Poupança < investimento
Déficit 
comercial
• Exportações = importações
• EL = IEL = 0
• Y = C + I + G
• Poupança = investimento
Equilíbrio 
comercial
• Exportações > importações
• EL > 0; IEL > 0
• Y > C + I + G
• Poupança > investimento
Superávit 
comercial
170 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.3. TAXAS DE CÂMBIO REAL E NOMINAL 
 
As transações internacionais, como quaisquer outras transações, 
também são significativamente influenciadas pelos preços praticados. 
 
Neste caso, os preços 
internacionais – que coordenam as 
intenções de consumidores e 
produtores – são definidos pela taxa 
de câmbio real e pela taxa de 
câmbio nominal. 
171 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Taxa de Câmbio Nominal 
 
A taxa nominal de câmbio é a taxa que retrata a troca entre moedas de 
diferentes países. 
 
Em 05/01/2018, a taxa de câmbio nominal entre dólar e real foi, 
aproximadamente, US$ 1 = R$ 3,23Isso significa que, naquele dia, um indivíduo poderia ir ao banco com 
R$ 3,23 e comprar um dólar. 
 
(na prática, existem sutis diferenças entre o valor de compra e venda de 
moeda estrangeira, que serão ignoradas aqui). 
172 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
Quando um real se torna capaz de 
comprar mais dólares, a taxa de câmbio 
se eleva (relação moeda estrangeira x 
moeda local) e ocorre uma apreciação 
(fortalecimento) do Real.
Quando um dólar se torna 
capaz de comprar mais reais, a 
taxa de câmbio se reduz e 
ocorre uma depreciação 
(enfraquecimento) do Real.
173 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Taxa de câmbio real 
 
A taxa de câmbio real é a taxa pela qual se trocam os bens e serviços 
de um país por bens e serviços de outro país. 
 
Por exemplo, um Big Mac custava (em 
janeiro de 2018) R$ 16,50 no Brasil, e 
US$ 5,28 nos EUA. 
 
Com base na taxa de câmbio de R$ 3,23 
um Big Mac no Brasil vale o equivalente 
a US$ 5,1. 
174 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Nesse sentido, a taxa de câmbio real US$/R$ (baseada somente no Big 
Mac) pode ser calculada da seguinte forma: 
 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 =
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜
 
 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 =
3,23 ∗ 5,28
16,50
=
17,0544
16,50
= 1,0336 
 
Isso significa que se gastaria R$ 16,50 para se comer um Big Mac no 
Brasil, e aprox. R$17,06 para se comer um Big Mac nos EUA. Dessa 
forma, conclui-se que, nesse exemplo, US$ 1 = R$ 1,0336. 
 
175 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
Com uma taxa real de 1 / 1,0336, pode-se afirmar que o Real está 
desvalorizado em 3,25% em relação ao Dólar. 
 
Evidentemente, as taxas de câmbio não se resumem ao Big Mac, de 
forma que, em geral, a taxa de câmbio real é calculada considerando o 
índice geral de preços dos países envolvidos. 
 
 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙𝐸𝑈𝐴−𝐵𝑅 =
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐼𝐺𝑃𝐸𝑈𝐴
𝐼𝐺𝑃𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙
 
 
176 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
DISCUSSÃO EM CLASSE: 
 
 
a) O que acontece com as exportações e 
importações (ou seja, as exportações 
líquidas) do Brasil se a taxa de câmbio 
real se elevar? 
 
 
 
b) O que acontecerá com as exportações 
líquidas do brasil se a taxa de câmbio 
real se reduzir? 
 
177 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.4. DETERMINAÇÃO DE TAXA DE CÂMBIO E A TEORIA DA 
PARIDADE DO PODER DE COMPRA 
 
Existem várias teorias que buscam explicar como as taxas de câmbio 
são determinadas. Uma das teorias mais simples é a chamada 
Teoria da Paridade do Poder de Compra. 
 
Segundo essa teoria, uma unidade de qualquer moeda deveria ser 
capaz de comprar a mesma quantidade de bens em todos os países, se 
baseando no princípio do preço único. 
 
178 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Suponha que o pacote de café seja R$ 5 mais 
barato em Rio Pomba do que em Juiz de Fora. 
 
Indivíduos começariam a comprar o café em 
Rio Pomba e revendê-lo em Juiz de Fora, 
obtendo um lucro de R$ 5 por pacote. 
 
Esse processo de obtenção de lucro por meio de diferença de preços 
(denominado arbitragem) faria com que, com o passar do tempo, os 
preços se reduzissem em Juiz de Fora (aumento na oferta) e se 
elevassem em Rio Pomba (redução de oferta) até que os preços se 
igualassem e a mesma quantidade de Reais fosse utilizada para 
comprar café nas duas localidades. 
179 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
No comércio internacional, a lógica 
se repete, de forma que um Real 
deveria ser capaz de comprar a 
mesma quantidade de bens e 
serviços em qualquer lugar do 
mundo. Em outras palavras, pela 
Teoria da Paridade do Poder de 
Compra, uma moeda deve ter o 
mesmo valor real em qualquer país. 
180 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Voltando à questão da taxa real, agora à luz da paridade do Poder de 
Compra: 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙𝐸𝑈𝐴−𝐵𝑅 =
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐼𝐺𝑃𝐸𝑈𝐴
𝐼𝐺𝑃𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙
 
 
1 =
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐼𝐺𝑃𝐸𝑈𝐴
𝐼𝐺𝑃𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙
 
 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑈𝑆$/𝑅$ =
𝐼𝐺𝑃𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙
𝐼𝐺𝑃𝐸𝑈𝐴
 
 
 
181 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑈𝑆$/𝑅$ =
𝐼𝐺𝑃𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙
𝐼𝐺𝑃𝐸𝑈𝐴
 
 
DUAS IMPLICAÇÕES: 
 
i. A taxa nominal de câmbio reflete a diferença entre os níveis de preços 
entre dois países; 
 
ii. Quando os níveis de preços mudam, a taxa de câmbio nominal muda. 
 
Quando um governo aumenta a oferta de moeda, eleva o nível de 
preços e deprecia o valor de sua moeda. 
182 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.4.1. LIMITAÇÕES DA PARIDADE DO PODER DE COMPRA 
 
 
LIMITAÇÕES 
DA PPC
Limitações logísticas 
nas transações 
internacionais (ex. 
corte de cabelo)
Bens que podem ser 
transacionados entre 
países nem sempre 
são substitutos 
perfeitos (ex. 
carros).
183 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.5. PARIDADE DE PODER DE COMPRA: O ÍNDICE “BIG MAC” 
 
Semestralmente, a revista The Economist divulga valores de uma 
mesma cesta de consumo vendida em diferentes países. 
 
Essa cesta de consumo é 
composta somente pelo 
hambúrguer “Big Mac”, da rede 
McDonald’s, e serve como um 
ilustrativo do comportamento da 
paridade do poder de compra. 
184 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Índice Big Mac em alguns países do mundo (janeiro de 2018): 
 
País Preço local Taxa de cambio Preço em US$ 
1º) Suíça 6,50 0,96 6,76 
2º) Noruega 49,00 7,85 6,24 
5º) Estados Unidos 5,28 1,00 5,28 
9º) Brasil 16,50 3,23 5,11 
28º) Argentina 75,00 18,94 3,96 
43º) China 20,40 6,43 3,17 
47º) Índia 180,00 63,86 2,82 
52º) África do Sul 30,00 12,26 2,45 
54º) Rússia 130,00 56,75 2,29 
 
Cabe ressaltar que, apesar de buscar identificar a paridade do poder de 
compra, o ideal seria ajustar esse índice (pelo PIB per capita, por 
exemplo) para identificar o real poder de compra de cada nação. 
185 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
 
 
 
 
186 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.6. MERCADO DE FUNDOS PARA EMPRÉSTIMOS E MERCADO DE 
CÂMBIO 
8.6.1. MERCADO DE FUNDOS PARA EMPRÉSTIMOS 
 
Anteriormente, foi visto que: 
 
 𝑆 = 𝐼 + 𝐼𝐸𝐿 
 
Sempre que uma nação poupa recursos monetários, estes podem ser 
utilizados na aquisição interna de capital ou na compra de um ativo 
estrangeiro. 
𝑂𝑓𝑒𝑟𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 (𝑆) = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 (𝐼 + 𝐼𝐸𝐿) 
187 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Nesse sentido, a quantidade ofertada de fundos para empréstimos 
(bem como a quantidade demandada) dependem da taxa de juros real. 
 
A taxa de juros real influencia não somente a poupança e o 
investimento interno (como já foi visto), mas também o investimento 
externo líquido. 
 
Um aumento na taxa real 
de um país faz com que 
seus residentes sejam 
desestimulados a investir 
em outros países...
...bem como faz com que 
outros países se 
interessem em investir 
neste país em questão...
... ampliando o 
investimento interno e 
reduzindo o investimento 
externo líquido.
188 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Se a taxa de juros real 
estiver abaixo do nível de 
equilíbrio, não haverá 
oferta de fundos para 
empréstimos suficiente 
para atender a demanda, 
provocando uma 
elevação dos juros reais. 
 
Porém, a aquisição de ativos por estrangeiros demanda a troca de 
moeda estrangeira pela moeda local, o que leva ao segundo mercado a 
ser analisado: o mercado de câmbio de moeda estrangeira. 
189Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.6.2. MERCADO DE CÂMBIO 
 
Os participantes desse mercado trocam moeda local por moeda 
estrangeira. Para entender isso, é preciso retornar à igualdade: 
 
𝐼𝐸𝐿 (𝑖𝑛𝑣. 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜) = 𝐸𝐿 (𝑒𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠) 
 
Tal identidade indica que o desequilíbrio entre compra e venda de 
ativos no exterior (IEL) é igual ao desequilíbrio entre importações e 
exportações (EL). 
 
190 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
 
Dessa forma, o IEL representa a oferta de moeda local no mercado de 
câmbio) para comprar ativos estrangeiros, e as EL representam a 
demanda por moeda local para a aquisição de bens locais. 
Se o país tem superávit comercial (EL>0), 
ele direciona a moeda estrangeira obtida 
nas transações para a aquisição de ativos 
estrangeiros (IEL>0). 
Se o país apresenta déficit comercial 
(EL<0), ele demanda moeda estrangeira, 
que só pode ser obtida com a venda de 
ativos nacionais para estrangeiros (IEL<0).
191 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
Quando a taxa de 
câmbio real aprecia a 
moeda local, os bens 
locais ficam mais caros, 
reduzindo exportações e 
aumentando importações 
(reduzindo EL). 
 
Com a redução da EL, a quantidade demandada de moeda local 
também se reduz. 
A oferta de moeda local é fixa, neste gráfico, porque não depende da 
taxa de câmbio real. O IEL depende da taxa de juros real, e não da taxa 
de câmbio real. 
Oferta de moeda 
local (vinda do 
IEL) 
Demanda por moeda local 
(para exportações). 
Quantidade de moeda local 
trocada por moeda 
estrangeira. 
192 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.6.3. EQUILÍBRIO NO MERCADO DE FUNDOS E DE CÂMBIO 
 
No mercado de fundos para empréstimos, a oferta vem da poupança 
nacional (S), enquanto a demanda vem do investimento interno (I) e do 
investimento externo líquido (IEL), sendo que a taxa de juros real 
determina o equilíbrio. 
 
No mercado de câmbio, a oferta vem do investimento externo líquido 
(IEL) e a demanda vem das exportações líquidas (EL), sendo que a 
taxa de câmbio real determina o equilíbrio. 
 
A chave para o equilíbrio simultâneo desses mercados está no 
investimento líquido externo (IEL). 
193 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
Quantidade de 
moeda local 
194 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
8.7. POLÍTICAS E EVENTOS QUE INFLUENCIAM UMA ECONOMIA 
ABERTA 
 
Déficit orçamentário leva à redução da oferta de moeda local, 
aumentando a taxa real de câmbio e apreciando a moeda local.
Determinação de cota de importação leva a uma elevação da 
taxa real de câmbio e à apreciação da moeda local.
Instabilidade política leva à fuga de capitais, gerando um 
aumento da oferta de moeda local, depreciando a mesma.
195 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
 
Quantidade de 
moeda local 
196 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
 
 
Quantidade de 
moeda local 
197 
 Economia II – Prof. Tharcisio 
 
A instabilidade política inibe o investimento no país, elevando o investimento externo líquido... 
 
 
Quantidade de 
moeda local 
da moeda local... 
da moeda 
local. 
	6. O SISTEMA MONETÁRIO
	6.1. AS FUNÇÕES DA MOEDA
	6.2. A OFERTA DE MOEDA
	6.2.1. BASES MONETÁRIAS
	6.3. OFERTA DE MOEDA PELO BANCO CENTRAL
	6.4. OFERTA DE MOEDA PELOS BANCOS COMERCIAIS
	6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE MONETÁRIO PELO BC.
	7. CRESCIMENTO DA MOEDA E INFLAÇÃO
	7.1. OFERTA E DEMANDA POR MOEDA
	7.1.1. A DEMANDA POR MOEDA
	7.1.2. OFERTA POR MOEDA E EQUILÍBRIO MONETÁRIO
	7.1.3. OFERTA DE MOEDA E VARIÁVEIS REAIS
	7.2. IMPOSTO INFLACIONÁRIO
	7.3. MOEDA E TAXA DE JUROS: O EFEITO FISHER
	7.4. OS CUSTOS INFLACIONÁRIOS E A FALHA DA NEUTRALIDADE DA MOEDA
	8. ECONOMIAS ABERTAS
	8.1. FLUXOS INTERNACIONAIS DE BENS E CAPITAL
	8.1.1. EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS
	8.1.2. INVESTIMENTO EXTERNO LÍQUIDO
	8.1.3. IGUALDADE ENTRE EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E INVESTIMENTO EXTERNO LÍQUIDO
	8.2. POUPANÇA, INVESTIMENTO E OS FLUXOS INTERNACIONAIS
	8.3. TAXAS DE CÂMBIO REAL E NOMINAL
	8.4. DETERMINAÇÃO DE TAXA DE CÂMBIO E A TEORIA DA PARIDADE DO PODER DE COMPRA
	8.4.1. LIMITAÇÕES DA PARIDADE DO PODER DE COMPRA
	8.5. PARIDADE DE PODER DE COMPRA: O ÍNDICE “BIG MAC”
	8.6. MERCADO DE FUNDOS PARA EMPRÉSTIMOS E MERCADO DE CÂMBIO
	8.6.1. MERCADO DE FUNDOS PARA EMPRÉSTIMOS
	8.6.2. MERCADO DE CÂMBIO
	8.6.3. EQUILÍBRIO NO MERCADO DE FUNDOS E DE CÂMBIO
	8.7. POLÍTICAS E EVENTOS QUE INFLUENCIAM UMA ECONOMIA ABERTA

Continue navegando