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Planejamento tributário e a lei complementar nº 155, de 2016- estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços de engenharia optante pelo simples nacional

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2 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
TÚLIO DE SOUZA TRINDADE 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E A LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 2016: 
ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE 
ENGENHARIA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
3 
 
TÚLIO DE SOUZA TRINDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E A LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 2016: 
ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE 
ENGENHARIA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação do 
Curso de Ciências Contábeis da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito para obtenção do 
Título de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
 
Orientador: Prof. M.e. Pedro Lopes de 
Araújo Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação da Publicação na Fonte. 
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA 
 
Trindade, Túlio de Souza. 
Planejamento tributário e a lei complementar nº 155, de 2016: estudo de caso 
em uma empresa prestadora de serviços de engenharia optante pelo simples 
nacional / Túlio de Souza Trindade. - Natal, 2017. 
39f.: il. 
 
Orientador: Prof. Me. Pedro Lopes de Araújo Neto. 
 
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências 
Contábeis. 
 
1. Simples Nacional - Monografia. 2. Lei Complementar nº 155/2016 - 
Monografia. 3. Folha de Pagamento - Monografia. 4. Planejamento Tributário - 
Monografia. I. Araújo Neto, Pedro Lopes de. II. Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. III. Título. 
 
RN/BS/CCSA CDU 336.22:657 
4 
 
TÚLIO DE SOUZA TRINDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E A LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 2016: 
ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE 
ENGENHARIA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação do 
Curso de Ciências Contábeis da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito para obtenção do 
Título de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
Data da aprovação: 23/06/2017 
 
 
 
 
 
Banca examinadora: 
 
 
 
____________________________________ 
Pedro Lopes de Araújo, Prof. M.e. 
Orientador 
 
 
 
 
____________________________________ 
José Jailson da Silva, Prof. Dr. 
Membro da Banca 
 
 
 
 
____________________________________ 
Alexandro Barbosa, Prof. Dr. 
Membro da Banca 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus 
pais, que dedicaram seus cuidados 
e esforços máximos para 
proporcionar o melhor que podiam 
me dar. Vivenciaram as minhas 
conquistas acadêmicas e 
alegraram-se como se fossem suas 
próprias vitórias. 
 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aos meus pais, que dedicaram esforços imensuráveis para que para que eu chegasse 
até a conclusão desta graduação. 
Ao meu orientador, Pedro Lopes, pelos ensinamentos e contribuições durante a 
elaboração deste trabalho. 
A empresa objeto deste estudo de caso que cedeu suas informações para realização 
deste estudo. 
A todos que foram meus professores durante a graduação, por suas contribuições para 
minha formação profissional. 
Aos meus colegas de curso, em especial, aos amigos Thalys Belchior, Guilherme 
Henrique, Antônio Bonfim, Thiago Rodrigues, Aline Dayane, Sonayde Lyany, e ao meu bom 
amigo José Roberto. 
Aos meus colegas de trabalho da Alves Consultoria pelo apoio e incentivo durante a 
elaboração deste trabalho. 
E ao meu amigo Elijacson Santos, que de longe acompanhou e me apoiou 
principalmente nesta reta final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
 
O Governo Federal alterou a metodologia e as tabelas para cálculo do imposto devido pelas 
microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional por meio da 
publicação da Lei Complementar nº 155, de 2016, que produz efeito a partir de 1º de janeiro 
de 2018. Essa Lei Complementar estabelece tratamento peculiar quanto a apuração do 
imposto devido pelos prestadores de serviço enquadrados no Anexo V. Trata-se da tributação 
de um mesmo serviço por tabelas diferentes, dependendo da razão entre a folha de salários e a 
receita bruta, como é o caso dos serviços de engenharia. O estudo tem por objetivo verificar 
se o gasto com folha de pagamento impacta na redução da carga tributária das empresas 
optantes pelo Simples Nacional enquadradas no Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 
2016. Realizou-se um estudo de caso em uma empresa localizada no município de Natal/RN, 
prestadora de serviços de engenharia e optante pelo Simples Nacional. A metodologia da 
pesquisa é caracterizada como descritiva e estudo de caso, com abordagem 
predominantemente qualitativa. Os dados utilizados no trabalho foram o faturamento e a folha 
de salários, ambos mensais, dos anos de 2015 e 2016. De modo geral, com a vigência da Lei 
Complementar nº 155, de 2016, os resultados indicam que o gasto com a folha de pagamento 
impacta significativamente na redução da carga tributária das empresas enquadradas no 
Anexo V desta Lei, proporcionando uma redução da carga tributária de até 6,43%. 
 
Palavras-Chave: Simples Nacional. Lei Complementar nº 155/2016. Folha de Pagamento. 
Planejamento Tributário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
The Federal Government has changed the methodology and the tables for calculating the tax 
due by micro-enterprises and small companies opting for the National Simples through the 
publication of Complementary Law 155, of 2016, which takes effect as of January 1, 2018. 
This Complementary Law also establishes a peculiar treatment regarding the determination of 
the tax due by the service providers included in Annex V. This is the taxation of the same 
service by different tables, depending on the ratio between the payroll and the gross revenue, 
as is The case of engineering services. The study aims to verify if the payroll expense impacts 
on the reduction of the tax burden of the companies opting for the National Simples included 
in Annex V of Complementary Law 155, of 2016. A study that was held in a company in the 
town of Natal/RN, provider of engineering services and opting for Simples Nacional. The 
research methodology is characterized as descriptive and case study, with a predominantly 
qualitative approach. The data used in the study were the monthly salary and salary data for 
the years 2015 and 2016. In general, with the application of Complementary Law No. 155, of 
2016, the results indicate that the expenditure with the Impact of the reduction of the tax 
burden of the companies included in Annex V of this Law, providing a reduction of the tax 
burden of up to 6.43%. 
 
Key-words: SimpleNational. Complementary Law nº 155/2016. Payroll. Tax Planning. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 - Receita Mensal nos anos 2015 e 2016. 26 
 
Tabela 02 - Anexo VI da Lei Complementar nº 123, de 2006. 27 
 
Tabela 03 - Apuração Simples Nacional - Lei Complementar nº 123, de 2006. 27 
 
Tabela 04 - Demonstrativo Folha de Salários. 29 
 
Tabela 05 - Demonstrativo Razão Entre Folha de Salários e Receita Bruta. 29 
 
Tabela 06 - Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016 – Simples Nacional. 30 
 
Tabela 07 - Apuração Simples Nacional – Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016 30
 
Tabela 08 - Comparativo da apuração do Simples Nacional – Anexo V da Lei Complementar 
 nº 155, de 2016. 31 
 
Tabela 09 - Apuração do Simples Nacional – Anexo III da Lei Complementar nº155, de 
 2016. 31 
 
Tabela 10 - Demonstrativo Folha de Salários com Aumento de Pró-labore. 32
 
Tabela 11 - Demonstrativo da razão entre folha de salários e receita bruta com aumento da 
 retirada de pró-labore 34 
 
Tabela 12: Comparativo Apuração do Simples Nacional – Anexo V da Lei Complementar 
 nº 155, de 2016. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
EPP Empresa de Pequeno Porte 
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
ISS Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
LC Lei Complementar 
ME Microempresa 
MPE Micro e Pequena Empresa 
PIS/Pasep Programa de Integração Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO ...................................................... 12 
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13 
1.2.1 Geral ............................................................................................................................... 13 
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 13 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 14 
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA .......................................................................................... 15 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 16 
2.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................................... 16 
2.2 BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA PARA MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS ......................................................................................................................... 17 
2.3 SIMPLES NACIONAL ...................................................................................................... 18 
2.4 LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 2016 – ALTERAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL
 .............................................................................................................................................. 20 
2.5 CONCEITO E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DOS SERVIÇO DE ENGENHARIA ....... 22 
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 24 
3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 24 
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................................ 25 
3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................... 25 
4. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 27 
4.1 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL PELAS REGRAS VIGENTES NO 
EXERCÍCIO DE 2016 ......................................................................................................... 28 
4.2 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL CONFORME LEI Nº 155, DE 2016 PELO 
ANEXO V ............................................................................................................................ 29 
4.3 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL CONFORME LEI Nº 155, DE 2016 PELO 
ANEXO V ............................................................................................................................ 33 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 37 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO 
 
O Simples Nacional, regime de tributação adotado por aproximadamente 4,9
1
 (quatro 
vírgula nove) milhões de empresas no Brasil, sofreu importante mudança com a publicação da 
Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. 
Uma das mais importantes mudanças, e que será abordada nesta pesquisa, é a respeito 
da modificação da metodologia de apuração do imposto devido pelas microempresas e 
empresas de pequeno porte optantes por este regime tributário. Sendo assim, é relevante e 
necessário que essas empresas avaliem os impactos sobre sua carga tributária causados por 
essa Lei Complementar, ou seja, impactos negativos ou positivos. 
A ferramenta capaz de mensurar esses impactos, bem como identificar os meios e 
formas tributárias menos onerosas é o planejamento tributário, que busca, dentro da 
legalidade, encontrar os meios capazes de proporcionar o menor custo tributário. 
A sistemática de apuração do Simples Nacional consiste na aplicação de alíquotas 
sobre a receita bruta auferida em cada mês de competência. Essas alíquotas são determinadas 
de acordo com tabelas progressivas, denominadas de Anexos do Simples Nacional, nas quais 
constam faixas de faturamento e alíquotas para cada uma dessas faixas. 
A atividade econômica exercida pela empresa definirá qual anexo será considerado 
para aplicação das devidas alíquotas. 
A Lei Complementar nº 155, de 2016 criou novas tabelas e revogou as anteriores, ou 
seja, novos Anexos com diferentes alíquotas e faixas de faturamento. Além disso, modificou a 
metodologia para determinação das alíquotas aplicadas sobre a receita bruta, utilizando agora 
conceitos como alíquota nominal e alíquota efetiva. 
A metodologia e os Anexos implementados pela Lei Complementar nº 155, de 2016; 
entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2018. 
Ainda relacionado a apuração do imposto devido, essa legislação atribuiu tratamento 
peculiar quanto a apuração do Simples Nacional de determinadas empresas prestadoras de 
 
1
 De acordo com estatísticas da Receita Federal do Brasil, publicadas no portal do Simples Nacional em 
dezembro de 2016. Disponível em: 
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Arquivos/estatisticaArrecadacao/Simples_Nacional_Quan
tidade_Optantes_04.2017.ods - Acesso em 20/05/2017. 
 
13 
 
serviços, que serão tributadas combase em Anexos distintos caso a razão da folha de 
pagamento e a receita bruta seja inferior ou superior a 28% (vinte e oito por cento). 
Desta forma, a partir da Lei Complementar nº 155, de 2016, a folha de pagamento será 
um fator influente na apuração do Simples Nacional, determinando qual será a tabela base 
para cálculo do imposto devido, cenário inexistente até a publicação desta Lei Complementar. 
Destaque para as empresas enquadradas no Anexo V da LC nº 155, de 2016, que irão 
apurar o imposto devido com base no Anexo III no período de apuração em que a razão da 
folha de pagamento e a receita bruta for superior a 28% (vinte e oito por cento). 
Sabe-se que a tabela do Anexo III traz alíquotas nominais menores em comparação 
com a tabela do Anexo V. 
Todos esses fatos e peculiaridades fomentam a seguinte problemática deste trabalho: 
como o gasto com folha de pagamento impacta a carga tributária das empresas optantes 
pelo Simples Nacional enquadradas no Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016? 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Geral 
 
Verificar a influência do gasto com folha de pagamento na carga tributária das 
empresas optantes pelo Simples Nacional enquadradas no Anexo V da Lei Complementar nº 
155, de 2016. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
Para alcançar o objetivo geral proposto, são apresentados os seguintes objetivos 
específicos: 
 Apurar o Simples Nacional da empresa estudada no ano-calendário 2016 com base nas 
regras da Lei Complementar nº 155, de 2016; 
 Comparar o imposto apurado com base nas regras da Lei Complementar nº 155, de 
2016 com o imposto recolhido no ano-calendário 2016 e apurado pelas regras da Lei 
Complementar nº 123, de 2006; 
 Comparar as alíquotas efetivas do imposto devido apurado em cada Anexo. 
 
14 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
A importância das micro e pequenas empresas (MPE) para a economia, cada vez mais, 
vem sendo reconhecida em função da geração de empregos e arrecadação de tributos para o 
governo. 
De acordo com a Receita Federal do Brasil, no período de 2012 a 2016, houve um 
crescimento no número de MPE optantes pelo Simples Nacional, que passou de 4,4 milhões 
para 4,9 milhões
2
, isso representa um aumento percentual de 12%. Nesse mesmo período, a 
arrecadação de tributos aumentou 54%, totalizando 46 milhões no ano 2012 e 71 milhões no 
ano de 2016
3
. 
Segundo dados do Empresometro
4
, ao final do ano de 2016 existia aproximadamente 
17,4 milhões de empresas cadastradas como ativas no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica. Com base nesses números é possível terminar que a Lei Complementar nº 155, de 
2016 atingirá a metodologia de apuração do imposto devido de aproximadamente 28% das 
empresas no Brasil. 
Esses dados revelam a importância do tema tratado nesta pesquisa. Não foi possível 
determinar a quantidade de empresas no Brasil optantes pelo Simples Nacional que prestam 
serviços de engenharia, no entanto, segundo o Empresometro, em 2016 existia 
aproximadamente 50 mil micros e pequenas empresas atuando nesse ramo de atividade. 
É importante que a universidade aborde temas relacionados às MPE’s. O tema aqui 
abordado influencia diretamente no cotidiano dessas empresas. 
O profissional da contabilidade como assessor financeiro e um dos principais parceiros 
das MPE’s deve estar atento às constantes mudanças na legislação tributária, objetivando 
propor o regime tributária menos onerosa fazendo uso do planejamento tributário. 
 Esta pesquisa serve de base para outras microempresas e empresas de pequeno porte 
prestadoras de serviços de engenharia, bem como para outras atividades tributadas na forma 
do Anexo V do Simples Nacional incluído pela Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro 
de 2016. 
 
 
2
 Disponível em: 
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Arquivos/estatisticaArrecadacao/Simples_Nacional_Quantidade_Opta
ntes_04.2017.ods - Acesso em 20/05/2017. 
3
 Disponível em: 
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Arquivos/estatisticaArrecadacao/Resumo_da_Arrecadacao_2007_a_2
017_ABRIL.xls - Acesso em 20/05/2017. 
4
 Iniciativa de... 
15 
 
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA 
 
A pesquisa está estruturada em cinco capítulos, nos quais são abordados os aspectos 
teóricos e empíricos acerca do tema discutido neste trabalho. No capítulo 1 é apresentado a 
contextualização do tema pesquisado e a problemática deste trabalho, bem como os objetivos 
geral e específicos e as contribuições deste trabalho. 
No capítulo 2 expõe-se a fundamentação teórica e os dispositivos legais quanto ao 
regime de tributação do Simples Nacional e a ferramenta do planejamento tributário. Já o 
capítulo 3 aborda a os aspectos metodológicos como: tipologia e métodos de pesquisa, bem 
como a descrição dos procedimentos realizado durante a construção deste trabalho. 
Os capítulos 4 e 5 apresentam, respectivamente, os resultados encontrados e as 
considerações finais quanto a problemática de pesquisa e os objetivos propostos, como 
também as contribuições deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Neste capítulo são apresentados os principais aspectos conceituais apresentados na 
literatura especializada sobre o tema trabalhado nesta pesquisa, como planejamento tributário, 
evasão e elisão fiscal, bem como aspectos normativos legais sobre legislação tributária para 
micro e pequenas empresas e simples nacional. 
 
2.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
O planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica 
de determinada operação, anteriormente a ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte 
possa escolher a que apresenta o menor ônus tributário, conceitua (OLIVEIRA et. al, 2010). 
Segundo Andrade Filho (2009), a expressão planejamento tributário é utilizada para 
referenciar uma técnica de prospecção de alternativas para reduzir a carga tributária sempre 
em consonância com o ordenamento jurídico em vigor. 
 De forma pontual os conceitos enfatizam a necessidade de consonância com a 
legislação na elaboração do planejamento tributário, ou seja, é destacada assim a existência de 
determinados limites para obtenção da redução tributária. 
 Ainda segundo Andrade Filho (2009, p. 7) “a expressão tem pelo menos outras duas 
sinônimas: elisão fiscal ou elusão tributária”. 
 Greco (2011) elucida que planejamento tributário e elisão fiscal indicam perspectivas 
diferentes do mesmo fenômeno, mencionando que planejamento é a atividade exercida pelo 
contribuinte, enquanto elisão é o efeito de submeter-se a uma carga tributária menor, obtida 
pelo planejamento. 
 Ao utilizar a expressão “prospecção de alternativas” para conceituar planejamento 
tributário, Andrade Filho (2009) corrobora com o esclarecimento feito por Greco (2011) 
quanto aos conceitos de planejamento e elisão, de forma que essa expressão objetiva 
referenciar neste contexto o ato de estudo prévio, análise preliminar ou exame preliminar. 
 Resumidamente, o planejamento tributário antecede a elisão fiscal, sendo o primeiro 
uma técnica de análise e o segundo um benefício desfrutado. 
 Este argumento é confirmado nas palavras de Latorraca (2000) que afirma: costuma-
se, então, denominar de planejamento Tributário a atividade empresarial que, desenvolvendo-
se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de 
identificar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis. 
17 
 
 Trata-se de um comportamento técnico-funcional, adotado no universo dos negócios,que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos encargos tributários, indica (OLIVEIRA et. 
al. 2010). 
 Para Andrade Filho (2009) o planejamento tributário, como atividade, não é algo 
encontrado apenas no âmbito das empresas, de forma que a busca por uma menor carga de 
tributos pode ser realizada por pessoas comuns, não necessariamente ligadas a uma empresa. 
 Quanto a materialização de ações preventivas elucidadas nos conceitos apresentados 
na literatura especializada, reorganização societária, escolha do regime tributário menos 
oneroso para a empresa ou mudanças administrativas e empresariais são exemplos, conforme 
sugere (CASTRO et. al 2011). 
 É possível ainda estabelecer uma relação entre o planejamento tributário e a existência 
de lacunas no ordenamento jurídico, sendo possível utilizar-se de situações não alcançadas 
pelas normas jurídicas que obrigam ou proíbem determinada coisa para valer-se de uma carga 
tributária reduzida, reconhece (ANDRADE FILHO, 2009). 
 
2.2 BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA PARA MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS 
 
As pequenas empresas têm tratamento diferenciado previsto na Constituição Federal 
do Brasil. O caput do art. 170 da Carta Magna, trata sobre a ordem econômica, e estabelece 
que: o tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte que tenham sua sede e 
administração no País e constituídas sob as leis brasileiras é um dos princípios a serem 
observados pela ordem econômica, segundo estabelece o inciso IX, do art. 170 da CF 
(BRASIL, 1988). 
 Ainda segundo a Constituição Federal (Brasil, 1988), tal favorecimento seria dado 
pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios às microempresas e às empresas de 
pequeno porte, assim definidas em lei, na forma de tratamento jurídico diferenciado, visando 
a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, 
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas. 
Em virtude dessa previsão constitucional, foi promulgada, em 05 de dezembro de 
1996, a Lei n° 9.317, que implementou o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e 
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES, de adesão 
facultativa e que vigorou de 1997 a meados de 2007, quando foi então revogado pela Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
18 
 
 O Simples Federal, como ficou conhecido, dispunha sobre o regime tributário das 
MPS’s e EPP’s, além de outras providências relacionadas a essas empresas. 
 De acordo com os ditames da Lei nº 9.317 (BRASIL, 1996, art. 2), para aderir ao 
Simples Federal a empresa deveria ter faturamento nos últimos 12 meses inferior a R$ 
720.000,00 (setecentos e vinte mil reais). Esse limite de faturamento foi alterado 
posteriormente para R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e R$ 2.400.000,00 
(dois milhões e quatrocentos), pelas Leis nº 9.732, de 1998 e Lei nº 11.196, de 2005, 
respectivamente. 
 Esse sistema simplificado proporcionou reduções da carga tributária por meio da 
aplicação de alíquotas diferenciadas de acordo com o faturamento, além de simplificar a 
apuração e recolhimento de tributos federais em um único pagamento por meio do DARF 
SIMPLES, Documento de Arrecadação de Receitas Federais de uso exclusivos dos optantes 
pelo Simples Federal. (BRASIL, 1996, art. 6, Lei nº 9.317). 
O Simples Federal unificava os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, COFINS, 
IPI e CPP. (BRASIL. Lei nº 9.317, art. 3). Existia ainda a previsão de inclusão neste sistema 
do recolhimento unificado do ICMS e do ISS, desde que o Ente Federativo ou o município em 
que a empresa estivesse estabelecida viesse a aderir ao Simples Federal por meio de convênio 
(BRASIL. Lei nº 9.317, art. 4º). 
É importante salientar que o limite de faturamento não era a única restrição para 
adesão ao Sistema Integrado, outros impedimentos como a atividade econômica da empresa, o 
tipo societário e os tipos dos sócios eram também restrições aplicáveis. 
 
2.3 SIMPLES NACIONAL 
 
Em meados de 2007 entrou em vigor o Simples Nacional, regime de tributação 
destinado às microempresas e empresas de pequeno porte, e instituído pela Lei Complementar 
nº 123, de 2006; nomeada de Lei do Simples Nacional. 
 Essa legislação estabelece normas gerais quanto ao tratamento diferenciado 
dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 Para efeito desta Lei Complementar, empresas que aufiram em cada ano-calendário, 
receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) são definidas 
como microempresas. Empresa de pequeno porte é aquela que aufira, em cada ano-calendário, 
receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 
19 
 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), define o art. 3º da LC nº 123 (BRASIL, 
2006). 
 O Simples Nacional, como mencionado anteriormente, é um regime destinado às 
micro e pequenas empresas, isso implica dizer que empresas com faturamento anual superior 
a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) não podem aderi-lo, pois não se 
encaixam no conceito de micro ou pequena empresa. 
 O limite de faturamento é uma vedação ao ingresso nesse regime tributário, no 
entanto, não é a única. Existe outras, como é o caso da restrição à existência de sócio 
domiciliado no exterior ou de PJ (Pessoa Jurídica) no quadro societário. 
 Existe vedação em relação a atividade econômica, como por exemplo: produção ou 
venda no atacado de cigarros, armas de fogo, refrigerantes ou ainda que realize cessão ou 
locação de mão-de-obra. Todas as vedações estão dispostas no art. 17º da LC 123, de 2006. 
 O Simples Nacional é gerido por um comitê gestor vinculado ao Ministério da 
Fazenda e composto por quatro representantes da Secretária da Receita Federal, dois dos 
Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios, para tratar de aspectos tributários 
(BRASIL, 2006; Lei Complementar n° 123; art. 2º, Inciso I). 
 São recolhidos mensalmente e de forma unificada um total de oito tributos e 
contribuições por meio de um documento próprio de arrecadação, conforme art. 13° da LC nº 
123 (BRASIL, 2006), chamado de DAS – Documento Único de Arrecadação. Os impostos 
e contribuições arrecadados pelo Simples Nacional são: IRPJ; IPI; CSLL; COFINS; 
PIS/Pasep; CPP; ICMS e ISS conforme disposição no art. 13º da LC nº 123 (BRASIL, 2006). 
 O recolhimento destes tributos de forma unificada não exclui a incidência de outros 
impostos e contribuições, como é o caso do IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte ou o 
FGTS - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, em relação aos quais 
será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas (BRASIL, 2006, art. 13º; § 
1º; Lei Complementar 123). 
 O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante 
pelo Simples Nacional é determinado mediante a aplicação das alíquotas constantes nas 
tabelas dos anexos I a VI da Lei Complementar nº 123, de 2006 sobre a base de cálculo. 
 A base de cálculo corresponde a receita bruta de cada mês. De acordo com art. 12 do 
Decreto-Lei nº 1.598/77 a receita bruta compreende: 
 
I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria; 
II - o preço da prestação de serviços em geral; 
III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e 
20 
 
IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não 
compreendidas nos incisos I a III. (BRASIL, 1977) 
 
Para a determinação da alíquota serão utilizadas as tabelas dos anexos à Lei do 
Simples Nacional,identificada de acordo com a faixa de faturamento que se enquadra a 
receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao mês de apuração do imposto 
devido. (BRASIL, 2006. Lei Complementar nº 123; art. 18; § 1º). 
Essas tabelas são compostas por 20 (vinte) faixas de faturamento e alíquotas 
específicas para cada uma dessas faixas. 
O contribuinte poderá fazer uso de uma ou mais tabelas a depender das atividades 
comerciais desenvolvidas por esse. Esse entendimento é concebido a partir das determinações 
disposta no art. 18; § 4º a § 27 da LC nº 123 (BRASIL, 2006). 
 Nestes parágrafos a LC nº 123, de 2006 estabelece quais são as atividades comerciais 
que poderão ser tributadas na forma do Simples Nacional e quais Anexos servirão de base 
para tributação de cada uma dessas atividades. 
 
2.4 LEI COMPLEMENTAR Nº 155, DE 2016 – ALTERAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL 
 
No dia 27 de outubro de 2016 foi publicada a Lei Complementar nº 155, que traz 
alterações importantes para o regime de tributação do Simples Nacional, uma delas é no 
tocante à apuração do imposto devido. 
 De acordo com o art. 18 da LC nº 123, de 2006; redação dada pela LC nº 155, 2016; a 
partir de 2018 o regime do Simples Nacional passará a contar cinco anexos ao invés de seis. 
 As novas tabelas contam com apenas seis faixas de faturamento, redução de quatorze 
faixas em comparação com as anteriores. 
 O valor do imposto devido mensalmente passa agora a ser determinado mediante 
aplicação de alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das 
tabelas dos Anexos I a V, sobre a base de cálculo do imposto, estabelece o caput do art. 18 da 
LC nº 123, de 2006, conforme redação dada pela LC nº 155 (BRASIL, 2016). 
Ainda conforme o art. 18, no entanto, especificamente em seu § 1º, para determinação 
da alíquota nominal, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos doze meses 
anteriores ao mês do período de apuração. 
A alíquota efetiva resultará de equação matemática definida em Lei da seguinte forma: 
 
 
 
21 
 
I - RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de 
apuração; (Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 2016); 
II - Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; 
(Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 2016); e 
III - PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar. 
(Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 2016), (BRASIL, 2006, LC nº 123; art. 
18; § 1º A). 
 
Em resumo, a apuração do imposto devido será feita em três passos, a saber: 
I. Determinação da alíquota nominal de acordo com o faturamento acumulado; 
II. Definição da alíquota efetiva multiplicando-se a receita acumulada pela alíquota 
nominal e diminuindo em seguida a parcela a deduzir. Em seguida divide-se 
resultado obtido anteriormente pelo faturamento acumulado; e 
III. Multiplicação da alíquota efetiva pela receita bruta auferida no mês. 
 De acordo com a nova metodologia de cálculo para apuração do imposto devido o 
contribuinte poderá ter alíquotas efetivas distintas para cada período. 
 Além da alteração da metodologia de apuração do imposto devido, o limite de 
faturamento de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) foi aumentado para R$ 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), ampliação equivalente a 33,33%. 
 A Lei Complementar nº 155, de 2016 atribuiu também tratamento peculiar quanto a 
apuração do imposto devido pelas empresas enquadradas no Anexo V desta mesma Lei. Os 
prestadores de serviço enquadrados neste anexo serão tributados com base no anexo III, caso 
a razão entre a folha de salários e a receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a 
28%, assim dispõe, em redação dada pela Lei Complementar nº 155 de 2016, o art. 18, § 5º-J, 
da Lei Complementar nº 123 (BRASIL, 2006). 
 Os serviços enquadrados no anexo V são aqueles dispostos nos incisos I a XII do § 5
o
 
I; art. 18: 
 
I - medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; 
II - medicina veterinária; 
III - odontologia; 
IV - psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, 
fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; 
V - serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação; 
VI - engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, 
geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, dese
nho e agronomia; 
VII - representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e 
serviços de terceiros; 
VIII - perícia, leilão e avaliação; 
IX - auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; 
X - jornalismo e publicidade; 
XI - agenciamento, exceto de mão de obra; 
22 
 
XII - outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a 
prestação de serviços decorrentes do exercício de 
atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, 
artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, 
desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III ou IV 
desta Lei Complementar. (BRASIL, 2006. LC nº 123; art. 18; § 5º I). 
 
Em resumo, a tributação poderá ser realizada tanto pelo anexo V quanto pelo anexo 
III; a definição quanto a qual utilizar será definida mensalmente pela razão entre a folha de 
pagamento e a receita bruta dos últimos doze meses. 
A Lei Complementar nº 123 (BRASIL, 2006), § 24; art. 18; define como folha de 
salários as remunerações pagas a pessoas físicas decorrentes do trabalho, acrescido do 
montante efetivamente recolhido de contribuição patronal previdenciária e FGTS, incluídas 
também as retiradas de pró-labore. 
É importante esclarecer que a contribuição patronal previdenciária incluída na 
definição de folha de salários para efeito da LC nº 123/06 é a contribuição patronal incidentes 
sobre as remunerações, desconsiderando, por exemplo, contribuição incidente sobre a receita 
bruta. 
 Para efeito do disposto no § 24 do art. 18, serão consideradas tão somente as 
remunerações informadas na forma prevista inciso IV do caput do art. 32 da Lei no 8.212/91, 
ou seja, remunerações declaradas à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho 
Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições 
estabelecidos por esses órgãos. 
 
2.5 CONCEITO E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DOS SERVIÇO DE ENGENHARIA 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas, IBRAOP, serviço de 
engenharia é toda atividade que necessite a participação e acompanhamento de profissional 
habilitado conforme o disposto na Lei nº 5.194, de 1966, tais como: consertar, instalar, 
montar, operar, conservar, reparar, adaptar, manter, transportar, ou ainda, demolir. (IBRAOP, 
OT - IBR 002/2009). 
 A Lei nº 5.194/66 é responsável por regulamentar o exercício das profissões de 
engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo, e dá outras providências. 
 Ainda de acordo com o IBRAOP (2009), incluem-se também na definição de serviço 
de engenharia as atividades profissionais relacionadas aos serviços técnicos profissionais 
especializados de projetos e planejamentos, estudos técnicos, pareceres, perícias, avaliações, 
assessorias, consultorias, auditorias, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras. 
23 
 
 Essa atividade foi incluída no Simples Nacional a partir do ano-calendário 2015, por 
meio da Lei Complementar nº 147, de 2014. 
 Essa Lei ampliou as atividades econômicas permitidas a apurar os impostos com base 
no Simples Nacional, criou o Anexo VI do Simples Nacional, no qual consta a tabela base 
para tributaçãodos serviços de engenharia e outros como serviços profissionais como: 
medicina, inclusive laboratorial e enfermagem, odontologia, psicologia e outros. (BRASIL, 
2014. Lei Complementar nº 147; art. 18; § 5º I). 
 A partir de 1º de janeiro de 2018 os serviços de engenharia serão tributados com base 
no anexo V incluído pela Lei Complementar nº 155/2016). Essa definição é estabelecida no § 
5º I; art. 18 da LC nº 123 (redação dada pela LC nº 155), (BRASIL, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
3. METODOLOGIA 
 
A ciência utiliza-se de um método que lhe é próprio, o método cientifico, elemento 
fundamental do processo do conhecimento. Trata-se de um conjunto de procedimentos 
lógicos e de técnicas operacionais que permite à ciência se diferenciar não só do senso 
comum, mas também demais modalidades de expressão subjetiva humana (SEVERINO, 
2007). 
 Neste capítulo serão apresentados procedimentos adotados para construção deste 
trabalho. 
 
3.1 TIPO DE PESQUISA 
 
Este trabalho utilizou a tipologia descrita por Beuren (et al. 2012), que melhor se 
adapta a contabilidade considerando suas peculiaridades. Beuren et al. (2012) agrupa a 
tipologia de pesquisa em três categorias: quanto aos objetivos (descritiva, explicativa e 
exploratória); quanto aos procedimentos (bibliográfica, documental, estudo de caso, 
experimental, levantamento e participante); e tipologia de pesquisa quanto à abordagem do 
problema (qualitativa e quantitativa). 
Esta pesquisa, quantos aos objetivos, caracteriza-se como descritiva. Segundo 
Prodanov (2013), na pesquisa descritiva o pesquisador registra e descreve os fatos sem 
interferir neles. O objetivo é descrever as características de determinada população ou 
fenômeno, ou ainda, estabelecer relações entre variáveis. 
Quanto aos procedimentos é um estudo de caso. De acordo com Severino (2007) esse 
tipo de pesquisa concentra-se no estudo de um caso particular, considerado representativo de 
um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo. 
De acordo com Prodanov (2013, p. 60), “O estudo de caso consiste em coletar e 
analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma 
comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da 
pesquisa”. 
Gil (2002), argumenta que o estudo de caso envolve um estudo profundo e exaustivo 
de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. 
E quanto a abordagem do problema, a pesquisa é predominantemente qualitativa. 
Segundo Prodanov (2013) “a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são 
25 
 
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas 
estatística”. 
 Ainda segundo Prodanov (2013), neste tipo de abordagem o pesquisador é o 
instrumento-chave, e este tende a analisar os dados indutivamente. O processo e seu 
significado são os focos principais de abordagem. 
 
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA 
 
 O estudo contempla as micro e pequenas empresas optantes pelo regime de tributação 
com base no Simples Nacional. Como se trata de um estudo de caso único, a amostra é 
constituída por uma única empresa. 
Essa empresa está localizada no município de Natal, Rio Grande do Norte. Atua como 
prestadora de serviços de engenharia desde 2011. Está enquadrada no regime tributário do 
Simples Nacional desde 2015. 
Seu quadro de pessoal é composto por engenheiros, arquitetos e técnicos, totalizando 9 
(nove) pessoas incluindo seus 2 (dois) sócios. A empresa remunera seus sócios 
predominantemente por meio de dividendos, mas também faz uso do pró-labore. 
 
3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS 
 
O conjunto de dados utilizados nessa pesquisa é composto pelo faturamento e o 
resumo da folha de salário da empresa objeto deste estudo, ambos mensais, dos anos de 2015 
e 2016. 
Os dados coletados junto a empresa foram transferidos para tabelas no Microsoft 
Office Excel, software editor de planilhas eletrônicas, com o objetivo de realizar a apuração 
do Simples Nacional e o cálculo do imposto devido. 
Inicialmente realizou-se o cálculo do imposto devido em cada mês do ano de 2016 
pelas regras do Simples Nacional vigentes neste ano, ou seja, esses valores são de fatos os 
devidos neste ano. 
Em seguida, utilizando os mesmos dados, foi calculado o imposto devido neste mesmo 
ano com base nas regras da Lei Complementar nº 155, de 2016, de forma hipotética e com os 
fins específicos de análise e comparabilidade, tendo em vista que que o início da vigência 
desta legislação é em 1º de janeiro de 2018. 
26 
 
Como pré-requisito para o cálculo mencionado no parágrafo anterior, foi calculada a 
razão entre a folha de salário e receita bruta, ambas acumuladas nos dos últimos 12 (doze) 
meses objetivando identificar o Anexo do Simples Nacional que seria utilizado em cada mês. 
27 
 
4. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Apresenta-se neste capítulo os resultados obtidos para a empresa estudada quanto ao 
impacto econômico-financeiro causado pela mudança na metodologia de cálculo do Simples 
Nacional. Para tanto, a análise parte do faturamento e folha de pagamento mensal nos anos de 
2015 e 2016. 
 
Tabela 1: Receita Mensal nos anos 2015 e 2016 
COMPETÊNCIA FATURAMENTO 
 ANO 2015 ANO 2016 
JAN R$ 62.921 R$ 87.534 
FEV R$ 97.261 R$ 78.443 
MAR R$ 81.640 R$ 87.032 
ABR R$ 72.178 R$ 88.133 
MAI R$ 109.546 R$ - 
JUN R$ 7.700 R$ 160.882 
JUL R$ 189.608 R$ 156.886 
AGO R$ 33.441 R$ 5.005 
SET R$ 80.363 R$ 16.880 
OUT R$ 88.723 R$ 156.886 
NOV R$ 207.141 R$ 103.420 
DEZ R$ 46.340 R$ 176.598 
 TOTAL R$ 1.076.860 R$ 1.117.698 
Fonte: Produzido pelo próprio autor, 2017. 
 
Na tabela 1 demonstra-se a receita bruta mensal do período de janeiro de 2015 a 
dezembro de 2016. Os dados foram retirados do Portal Directa
5
. A receita apresenta alta 
variação entre os meses no decorrer de cada ano, com desvio padrão médio de R$ 55.169, no 
entanto, a variação de um ano para o outro não apresenta grande modificação, crescendo 3,8% 
no ano de 2016 em relação ao ano anterior. 
 
 
5
 Portal de emissão de nota fiscal eletrônica de serviço da cidade de Natal/RN. 
28 
 
4.1 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL PELAS REGRAS VIGENTES NO 
EXERCÍCIO DE 2016 
 
Neste subcapítulo é demonstrada a apuração do Simples Nacional do ano de 2016 
pelas regras legais vigentes, ou seja, o montante de tributos apurados e demonstrados foram 
de fato recolhidos nesse período pela empresa estudada. 
O cálculo do imposto devido é realizado mensalmente com base na aplicação de 
alíquotas sobre a receita auferida no período de apuração. Essa alíquota é determinada por 
faixas de faturamento acumulado nos últimos 12 meses anteriores ao da apuração, 
identificadas em tabelas nomeadas pela Lei Complementar nº 123, de 2006 de Anexos. 
 As empresas prestadoras de serviços de engenharia, conforme legislação vigente em 
2016, estão enquadradas no anexo VI, conforme disposto no inciso VI, § 5º-I, do art. 18 da 
Lei do Simples Nacional. O quadro abaixo reproduz parcialmente o anexo VI: 
 
Tabela 2: Anexo VI da Lei Complementar nº 123, de 2006. 
Faixa RB em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ/PIS/CSLL/Cofins/CPP ISS1° Até 180.000,00 16,93% 14,93% 2,00% 
2° De 180.000,01 a 360.000,00 17,72% 14,93% 2,79% 
3° De 360.000,01 a 540.000,00 18,43% 14,93% 3,50% 
4° De 540.000,01 a 720.000,00 18,77% 14,93% 3,84% 
5° De 720.000,01 a 900.000,00 19,04% 15,17% 3,87% 
6° De 900.000,01 a 1.080.000,00 19,94% 15,71% 4,23% 
7° De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 20,34% 16,08% 4,26% 
8° De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 20,66% 16,35% 4,31% 
...20° De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,45% 17,45% 5,00% 
Fonte: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm#anexovi 
 
O demonstrativo abaixo apresenta a apuração mensal do Simples Nacional no ano de 
2016 com base nas alíquotas encontradas na tabela 2 acima. 
Tabela 3: Apuração Simples Nacional - Lei Complementar nº 123, de 2006. 
MÊS 
RECEITA 
BRUTA MÊS 
RECEITA BRUTA 
ACUMULADA . 
ALÍQUOTA 
VALOR 
DEVIDO 
29 
 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
A receita acumulada dos últimos 12 meses durante o ano de 2016 variou entre R$ 
987.440 e 1.147.638; de modo que as alíquotas aplicadas, no que se refere a apuração mensal 
do imposto, variou entre 19,94% e 20,34%; ou seja, durante todo o ano a empresa esteve entre 
a 7° e 8° faixa do anexo VI. 
 O valor de tributos recolhidos no ano de 2016 totalizam R$ 225.012 (duzentos e vinte 
e cinco mil e doze reais). Este montante equivale a 20,13% (vinte vírgula treze por cento) da 
receita bruta anual. Ou seja, a alíquota efetiva do Simples Nacional neste ano é 20,13%. 
 
4.2 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL CONFORME LEI Nº 155, DE 2016 PELO 
ANEXO V 
 
Neste subcapítulo é realizada a apuração hipotética do Simples Nacional para o ano de 
2016 com base no Anexo V e regras estabelecidas pela Lei Complementar nº 155, de 2016. 
 Como visto anteriormente, os serviços de engenharia, a partir de 1º de janeiro de 2018, 
serão tributados com base na tabela do Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016, no 
entanto, poderão em eventual período de apuração ser tributados com base no anexo III. 
O primeiro passo para apurar o Simples Nacional de empresas tributadas com base no 
anexo V é calcular a razão entre a folha de salários e a receita bruta acumulada nos últimos 
doze meses anteriores ao período de apuração. 
JAN/16 R$ 87.534 R$ 1.076.861 19,94% R$ 17.454 
FEV/16 R$ 78.443 R$ 1.101.474 20,34% R$ 15.955 
MAR/16 R$ 87.032 R$ 1.082.655 20,34% R$ 17.702 
ABR/16 R$ 88.133 R$ 1.088.048 20,34% R$ 17.926 
MAI/16 R$ - R$ 1.104.003 20,34% R$ - 
JUN/16 R$ 160.882 R$ 994.457 19,94% R$ 32.080 
JUL/16 R$ 156.886 R$ 1.147.638 20,34% R$ 31.911 
AGO/16 R$ 5.005 R$ 1.114.916 20,34% R$ 1.018 
SET/16 R$ 16.880 R$ 1.086.480 20,34% R$ 3.433 
OUT/16 R$ 156.886 R$ 1.022.997 19,94% R$ 31.283 
NOV/16 R$ 103.420 R$ 1.091.160 20,34% R$ 21.036 
DEZ/16 R$ 176.598 R$ 987.440 19,94% R$ 35.214 
Total R$ 1.117.698 
 
R$ 225.012 
30 
 
Na tabela abaixo são demonstrados os montantes mensais de folha de salários, 
encargos e pró-labore pagos mensalmente durante o ano de 2016. 
 
Tabela 4: Demonstrativo Folha de Salários 
MÊS 
ANO 2015 ANO 2016 
SALÁRIOS 
PRÓ-
LABORE 
FGTS 
 
SALÁRIOS 
PRÓ-
LABORE 
FGTS 
JAN R$ 15.504 R$1.576 R$ 1.240 
 
R$ 14.164 R$1.760 R$ 1.133 
FEV R$ 15.504 R$1.576 R$ 1.240 
 
R$ 13.864 R$1.760 R$ 1.109 
MAR R$ 16.283 R$1.576 R$ 1.303 
 
R$ 13.754 R$1.760 R$ 1.100 
ABR R$ 16.281 R$1.576 R$ 1.303 
 
R$ 13.807 R$1.760 R$ 1.105 
MAI R$ 18.734 R$1.576 R$ 1.499 
 
R$ 14.164 R$1.760 R$ 1.133 
JUN R$ 15.328 R$1.576 R$ 1.226 
 
R$ 13.807 R$1.760 R$ 1.105 
JUL R$ 15.276 R$1.576 R$ 1.222 
 
R$ 14.164 R$1.760 R$ 1.133 
AGO R$ 15.718 R$1.576 R$ 1.257 
 
R$ 13.754 R$1.760 R$ 1.100 
SET R$ 15.333 R$1.576 R$ 1.227 
 
R$ 13.807 R$1.760 R$ 1.105 
OUT R$ 15.276 R$1.576 R$ 1.222 
 
R$ 14.164 R$1.760 R$ 1.133 
NOV R$ 15.795 R$1.576 R$ 1.264 
 
R$ 13.807 R$1.760 R$ 1.105 
DEZ + 13º R$ 30.636 R$1.576 R$ 2.451 
 
R$ 27.871 R$1.760 R$ 2.230 
Total R$ 205.670 R$18.912 R$ 16.454 
 
R$ 181.125 R$21.120 R$ 14.490 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
A remuneração dos funcionários é composta pelo salário fixo e verbas variáveis de 
horas extras e descanso semanal remunerado. O pró-labore retirado mensalmente é de um 
salário mínimo para cada um dos dois sócios da empresa. 
Com base nas tabelas 3 e 4, o demonstrativo da razão entre folha de salários e receita 
bruta é demonstrado a seguir: 
 
Tabela 5: Demonstrativo Razão Entre Folha de Salários e Receita Bruta 
MÊS 
MONTANTE RECEITA 
BRUTA ÚLTIMOS 12 
MESES 
MONTANTE FOLHA DE 
SALÁRIOS ÚLTIMOS 12 
MESES 
RAZÃO 
FOLHA/RECEITA 
JAN/16 R$ 1.076.861 R$ 241.036 22% 
FEV/16 R$ 1.101.474 R$ 239.773 22% 
MAR/16 R$ 1.082.655 R$ 238.186 22% 
ABR/16 R$ 1.088.048 R$ 235.637 22% 
MAI/16 R$ 1.104002 R$ 233.149 21% 
JUN/16 R$ 994.457 R$ 228.397 23% 
31 
 
JUL/16 R$ 1.147.638 R$ 226.938 20% 
AGO/16 R$ 1.114.916 R$ 225.921 20% 
SET/16 R$ 1.086.480 R$ 223.983 21% 
OUT/16 R$ 1.022.997 R$ 222.518 22% 
NOV/16 R$ 1.091.160 R$ 221.501 20% 
DEZ/16 R$ 987.440 R$ 219.538 22% 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
 A razão entre folha de salários e receita bruta é inferior a 28% (vinte e oito por cento) 
em todos os meses do ano de 2016, sendo assim, este período é integralmente tributado com 
base no anexo V da Lei Complementar nº 155/2016. A razão média é de 21% para esse 
período. 
A tabela 6 abaixo reproduz integralmente o Anexo V da LC nº 155, de 2016: 
 
 Tabela 6: Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016 – Simples Nacional. 
Faixa RB em 12 meses (em R$) Alíquota 
Valor a deduzir 
(em R$) 
1° De 180.000,01 a 360.000,00 15,50% R$ 0,00 
2° De 360.000,01 a 720.000,00 18,00% R$ 4.500,00 
3° De 720.000,01 a 1.800.000,00 19,50% R$ 9.900,00 
4° De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 20,50% R$ 17.100,00 
5° De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 23,00% R$ 62.100,00 
6° De 180.000,01 a 360.000,00 30,50% R$ 540.000,00 
 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm#art10 
 
 A empresa enquadra-se na terceira faixa, ou seja, sua alíquota nominal é 19,50% 
(dezenove vírgula cinquenta por cento). 
A seguir é demonstrada a apuração do Simples Nacional do ano 2016: 
Tabela 7: Apuração Simples Nacional – Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016. 
MÊS 
RECEITA 
BRUTA MÊS 
RECEITA BRUTA 
ACUMULADA. 
ALÍQUOTA 
VALOR 
DEVIDO 
JAN/16 R$ 87.534 R$ 1.076.861 18,91% R$ 16.554 
FEV/16 R$ 78.443 R$ 1.101.474 18,95% R$ 14.863 
MAR/16 R$ 87.032 R$ 1.082.655 18,92% R$ 16.467 
32 
 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
 O total de tributos apurados é de R$ 211.013 (duzentos e onze mil e treze reais). 
Conforme demonstra a tabela 7 a seguir, houve redução no montante anual de tributos de R$ 
13.999 (treze mil, novecentos e noventa e nove reais) em comparativo com a apuração 
demonstrada na tabela 3, ou seja, de acordo o Anexo VI e antiga metodologia de apuração do 
imposto devido. Essa redução representa uma economia de 1,25% (um vírgula vinte e cinco 
por cento) de tributos, tornando a alíquota efetiva do Simples Nacional igual a 18,88% 
(dezoito vírgula oitenta e oito por cento). 
 
Tabela 8: Comparativo Apuração do Simples Nacional – Anexo Vda Lei Complementar nº 155, de 
2016. 
ABR/16 R$ 88.133 R$ 1.088.048 18,93% R$ 16.682 
MAI/16 R$ 0,00 R$ 1.104.003 18,95% R$ - 
JUN/16 R$ 160.882 R$ 994.457 18,78% R$ 30.214 
JUL/16 R$ 156.886 R$ 1.147.638 19,01% R$ 29.824 
AGO/16 R$ 5.005 R$ 1.114.916 18,97% R$ 949 
SET/16 R$ 16.880 R$ 1.086.480 18,93% R$ 3.195 
OUT/16 R$ 156.886 R$ 1.022.997 18,83% R$ 29.539 
NOV/16 R$ 103.420 R$ 1.091.160 18,93% R$ 19.580 
DEZ/16 R$ 176.598 R$ 987.440 18,77% R$ 33.144 
Total R$ 1.117.698 
 
R$ 211.013 
MÊS 
(A) 
SIMPLES NACIONAL 
LC 123/06 
(B) 
SIMPLES NACIONAL 
LC 155/06 
DIFERENÇA 
(A – B) 
JAN/16 R$ 17.454 R$ 16.554 R$ 900 
FEV/16 R$ 15.955 R$ 14.863 R$ 1.092 
MAR/16 R$ 17.702 R$ 16.467 R$ 1.235 
ABR/16 R$ 17.926 R$ 16.682 R$ 1.244 
MAI/16 R$ 0 R$ 0 R$ 0 
JUN/16 R$ 32.080 R$ 30.214 R$ 1.866 
JUL/16 R$ 31.911 R$ 29.824 R$ 2.087 
AGO/16 R$ 1.018 R$ 949 R$ 69 
SET/16 R$ 3.433 R$ 3.195 R$ 238 
33 
 
 
 
 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
4.3 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL CONFORME LEI Nº 155, DE 2016 PELO 
ANEXO V 
 
 Conforme demonstrado no subcapítulo anterior, especificamente na tabela 5, a razão 
entre a folha de pagamento e a receita bruta da empresa estudada é inferior a 28%, ou seja, o 
atual cenário de gastos com folha de salários não satisfaz os requisitos necessários para 
tributação com base no anexo III. 
 Ainda assim, é pertinente calcular o imposto devido com base neste Anexo para efeito 
de comparação tendo em vista que as alíquotas nominais são menores nas primeiras faixas 
quando comparado com o Anexo V. 
O Anexo III possui alíquota nominal na primeira faixa de 6% (seis por cento), 
enquanto no anexo V a alíquota nominal inicial é 15,50% (quinze por cento). 
 Partido do pressuposto que a razão entre folha de salários e receita bruta seja maior 
que 28% em todos os meses, é apresentado abaixo o demonstrativo da tributação com base no 
Anexo III da LC nº 155, de 2016: 
OUT/16 R$ 31.283 R$ 29.539 R$ 1.744 
NOV/16 R$ 21.036 R$ 19.580 R$ 1.456 
DEZ/16 R$ 35.214 R$ 33.144 R$ 2.070 
Total R$ 225.012 R$ 211.013 R$ 13.999 
Tabela 9: Apuração do Simples Nacional – Anexo III da Lei Complementar nº 155, de 2016. 
MÊS 
RECEITA 
BRUTA MÊS 
RECEITA BRUTA 
ACUMULADA. 
ALÍQUOTA 
VALOR 
DEVIDO 
JAN/16 R$ 87.534 R$ 1.076.861 12,69% R$ 11.108 
FEV/16 R$ 78.443 R$ 1.101.474 12,76% R$ 10.013 
MAR/16 R$ 87.032 R$ 1.082.655 12,71% R$ 11.060 
ABR/16 R$ 88.133 R$ 1.088.048 12,72% R$ 11.214 
MAI/16 R$ 0,00 R$ 1.104.003 12,77% R$ 0 
JUN/16 R$ 160.882 R$ 994.457 12,42% R$ 19.975 
JUL/16 R$ 156.886 R$ 1.147.638 12,89% R$ 20.230 
AGO/16 R$ 5.005 R$ 1.114.916 12,80% R$ 641 
SET/16 R$ 16.880 R$ 1.086.480 12,72% R$ 2.147 
34 
 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
 O montante de tributos apurados conforme tabela acima é R$ 141.075 (cento e 
quarenta e um mil e setenta e cinco reais), resultando em uma economia de R$ 83.937 (oitenta 
e três mil, novecentos e trinta e sete reais). Percentualmente essa redução representa 7,50% 
(sete vírgula cinquenta por cento). A alíquota efetiva anual de tributos equivale a 12,62% 
(doze vírgula sessenta e dois por cento). 
 Para que essa hipótese de tributação seja possível, é necessário aumentar a despesa 
com a folha de salários ou diminuir a receita. No entanto, diminuir a receita é inviável e 
impraticável para a empresa. 
Para aumentar a folha de salários é preciso aumentar o quadro de funcionários ou o 
valor da retirada de pró-labore, que é a remuneração pelo trabalho do sócio. 
 O aumento do quadro de funcionários é possível apenas se houver maior demanda de 
serviços. Já o aumento de pró-labore é plenamente viável em substituição a uma outra forma 
de remuneração dos sócios. No ano de 2016 a empresa pagou o montante de R$ 400.000,00 a 
título de dividendos aos seus sócios. 
 Este fato viabiliza a hipótese de substituição de parte da remuneração dos sócios 
através de dividendos por pró-labore. 
 Na tabela 10 abaixo demonstra-se a composição da folha de pagamento com o 
aumento da retirada de pró-labore de um salário mínimo para R$ 5.000,00 (cinco mil reais) 
por sócio. 
 
Tabela 10: Demonstrativo Folha de Salários com Aumento de Pró-labore 
MÊS 
ANO 2015 ANO 2016 
SALÁRIOS 
PRÓ-
LABORE 
FGTS 
 
SALÁRIOS 
PRÓ-
LABORE 
FGTS 
JAN R$ 15.504 R$10.000 R$ 1.240 
 
R$ 14.164 R$10.000 R$ 1.133 
FEV R$ 15.504 R$10.000 R$ 1.240 
 
R$ 13.864 R$10.000 R$ 1.109 
MAR R$ 16.283 R$10.000 R$ 1.303 
 
R$ 13.754 R$10.000 R$ 1.100 
ABR R$ 16.281 R$10.000 R$ 1.303 
 
R$ 13.807 R$10.000 R$ 1.105 
MAI R$ 18.734 R$10.000 R$ 1.499 
 
R$ 14.164 R$10.000 R$ 1.133 
OUT/16 R$ 156.886 R$ 1.022.997 12,52% R$ 19.636 
NOV/16 R$ 103.420 R$ 1.091.160 12,73% R$ 13.169 
DEZ/16 R$ 176.598 R$ 987.440 12,39% R$ 21.882 
Total R$ 1.117.698 
 
R$ 141.075 
35 
 
JUN R$ 15.328 R$10.000 R$ 1.226 
 
R$ 13.807 R$10.000 R$ 1.105 
JUL R$ 15.276 R$10.000 R$ 1.222 
 
R$ 14.164 R$10.000 R$ 1.133 
AGO R$ 15.718 R$10.000 R$ 1.257 
 
R$ 13.754 R$10.000 R$ 1.100 
SET R$ 15.333 R$10.000 R$ 1.227 
 
R$ 13.807 R$10.000 R$ 1.105 
OUT R$ 15.276 R$10.000 R$ 1.222 
 
R$ 14.164 R$10.000 R$ 1.133 
NOV R$ 15.795 R$10.000 R$ 1.264 
 
R$ 13.807 R$10.000 R$ 1.105 
DEZ + 13º R$ 30.636 R$10.000 R$ 2.451 
 
R$ 27.871 R$10.000 R$ 2.230 
Total R$ 205.670 R$120.000 R$ 16.454 
 
R$ 181.125 R$120.000 R$ 14.490 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
 O aumento na retirada de pró-labore foi simulado também para o ano de 2015, tento 
em vista que a razão é calculada nos últimos 12 (doze) meses. Na tabela 11 é demonstrado a 
razão da folha de salários e receita bruta após aumento da retirada de pró-labore. 
 
Tabela 11: Demonstrativo da razão entre folha de salários e receita bruta com aumento da retirada de 
pró-labore 
MÊS 
MONTANTE RECEITA 
BRUTA ÚLTIMOS 12 
MESES 
MONTANTE FOLHA DE 
SALÁRIOS ÚLTIMOS 12 
MESES 
RAZÃO 
FOLHA/RECEITA 
JAN/16 R$ 1.076.861 R$ 342.124 32% 
FEV/16 R$ 1.101.474 R$ 340.677 31% 
MAR/16 R$ 1.082.655 R$ 338.906 31% 
ABR/16 R$ 1.088.048 R$ 336.173 31% 
MAI/16 R$ 1.104002 R$ 333.501 30% 
JUN/16 R$ 994.457 R$ 328.565 33% 
JUL/16 R$ 1.147.638 R$ 326.922 28% 
AGO/16 R$ 1.114.916 R$ 325.721 29% 
SET/16 R$ 1.086.480 R$ 323.599 30% 
OUT/16 R$ 1.022.997 R$ 321.950 31% 
NOV/16 R$ 1.091.160 R$ 320.749 29% 
DEZ/16 R$ 987.440 R$ 318.602 32% 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
O aumento é suficiente para elevar a razão da folha de salário e receita bruta para 
percentuais superiores a 28% em todos os meses de 2016, tornando possível a tributação por 
meio do anexo III em todos os meses deste ano. 
É importante salientar que o pró-labore está sujeito a incidência do imposto de renda 
da pessoa física, enquanto os dividendos são isentos, conforme disposição nos arts. 206 e 636 
do regulamento do imposto de renda (BRASIL. Decreto nº 3.000, de 1999). 
36 
 
 Sendo assim, para determinar a economia tributária real é preciso calcular o imposto 
de renda incidente sobre o rendimento de pró-labore dos sócios e soma-lo ao imposto devido 
pela empresa, pois trata-se de custo tributário adicional à situação atual da empresa. 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 
 
 Adicionando o imposto de renda sobre o pró-labore a economia tributária continua 
positiva, obtendo-se uma alíquota efetiva global de 13,70%, gerando uma economia líquida 
equivalente a 6,43% (seis, vírgula quarenta e dois por cento). Em termos monetários a 
economia totaliza R$ 71.802 no ano de 2016. 
 Os meses de maio e agosto apresentaram valores negativos na coluna de diferença,ou 
seja, nesses dois meses os tributos calculados com base na nova metodologia de cálculo 
seriam maiores. Isso ocorre em virtude da ausência ou baixo faturamento nesses meses, bem 
como pelo imposto renda sobre o pró-labore ocorrer independentemente da existência de 
faturamento. 
Tabela 12: Comparativo Apuração do Simples Nacional – Anexo V da Lei Complementar nº 
155, de 2016. 
MÊS 
(A) 
SIMPLES 
NACIONAL 
LC 123/06 
(B) 
SIMPLES 
NACIONAL 
LC 155/06 
(C) 
IMPOSTO DE 
RENDA 
PRÓ-LABORE 
DIFERENÇA 
(A – B – C) 
JAN/16 R$ 17.454 R$ 11.108 R$ 1.011 R$ 5.335 
FEV/16 R$ 15.955 R$ 10.013 R$ 1.011 R$ 4.931 
MAR/16 R$ 17.702 R$ 11.060 R$ 1.011 R$ 5.631 
ABR/16 R$ 17.926 R$ 11.214 R$ 1.011 R$ 5.701 
MAI/16 R$ 0 R$ 0 R$ 1.011 -R$ 1.011 
JUN/16 R$ 32.080 R$ 19.975 R$ 1.011 R$ 11.094 
JUL/16 R$ 31.911 R$ 20.230 R$ 1.011 R$ 10.670 
AGO/16 R$ 1.018 R$ 641 R$ 1.011 -R$ 634 
SET/16 R$ 3.433 R$ 2.147 R$ 1.011 R$ 275 
OUT/16 R$ 31.283 R$ 19.636 R$ 1.011 R$ 10.636 
NOV/16 R$ 21.036 R$ 13.169 R$ 1.011 R$ 6.856 
DEZ/16 R$ 35.214 R$ 21.882 R$ 1.011 R$ 12.321 
Total R$ 225.012 R$ 141.075 R$ 12.135 R$ 71.802 
37 
 
 Além da comparação entre as alíquotas efetivas anteriores e posteriores a Lei 
Complementar nº 155, de 2016, ou seja, em comparação com o Anexo VI da LC nº 123, de 
2006, é relevante confrontar as alíquotas obtidas segundo as regras desta LC 155, de 2016, 
com base nos Anexo V e III. 
 O gráfico abaixo fornece uma visão geral a respeito destes confrontos: 
 
Gráfico 1: Comparativo entre as cargas tributárias dos anexos do Simples Nacional 
 
Fonte: produzido pelo autor, 2017. 
 
 Segundo o gráfico, a menor carga tributária é proporcionada pelo Anexo III, que seria 
13,70%, economia de 5,18% em comparação com o Anexo V e de 6,43% em relação ao 
Anexo VI da Lei Complementar nº 123, de 2006. 
 
Anexo VI - LC 123/2006 Anexo V - LC 155/2016 Anexo III - LC 155/2016
20,13% 
18,88% 
13,70% 
Comparativo entre as cargas tributárias dos 
anexos do Simples Nacional 
Economia de 6,43% 
Economia 
de 5,18% 
Economia 
de 1,25% 
38 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este trabalho teve como objetivo principal verificar se o gasto com folha de 
pagamento impacta na redução da carga tributária das empresas optantes pelo Simples 
Nacional enquadradas no Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016 
 Com o intuído de atingir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa descritiva por 
meio de um estudo de caso com abordagem qualitativa em uma empresa optante pelo Simples 
Nacional, prestadora de serviços de engenharia. 
 Os prestadores de serviços de engenharia são enquadrados no Anexo VI da Lei 
Complementar nº 123, de 2006, entretanto, com a publicação da Lei Complementar nº 155, de 
2016, este Anexo deixa de existir, e as empresas enquadradas nele passam a enquadrar-se no 
Anexo V da Lei Complementar nº 155, de 2016. 
 O Governo Federal atribuiu tratamento peculiar quanto a apuração do imposto devido 
pelos prestadores de serviço enquadrados neste anexo V. Trata-se da possibilidade de 
apuração com base no Anexo III desta mesma Lei Complementar, caso a razão entre a folha 
de salários a receita bruta seja superior a 28%. 
 Apurou-se então o imposto devido com base em cada umas destas tabelas. Obtendo-se 
no Anexo VI alíquota efetiva de 20,13%. Já no Anexo V, a alíquota efetiva equivale a 
18,88%, e no Anexo III, 12,62%. 
 Neste último anexo obteve-se a menor carga tributária, no entanto, o atual gasto com a 
folha de pagamento, proporciona uma razão entre folha de salários e receita bruta inferior a 
28%, o que impossibilita a apuração do imposto devido com base neste Anexo. 
 Contudo, aumentando a retirada de pró-labore dos sócios, atualmente de um salário 
mínimo, para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), é possível elevar a razão da folha de salário para 
percentuais superiores a 28% em todos os meses do ano de 2016, tributando esse período 
integralmente com base no Anexo III da Lei Complementar nº 155/2016. 
 A proposta de aumento do pró-labore para a empresa estudada nesta pesquisa é 
mediante a substituição de parte da remuneração por dividendos. 
 Todavia, diferentemente dos dividendos que são isentos de imposto de renda, o pró-
labore constitui rendimento tributável, isto é, haverá majoração da carga tributária da pessoa 
física dos sócios quanto ao recolhimento de imposto de renda. 
 Considerando essa majoração, a carga tributária global no Anexo III (tributação da 
empresa e dos sócios), seria 13,70%, economia de 5,18% em comparação com o Anexo V e 
de 6,43% em relação ao Anexo VI da Lei Complementar nº 123, de 2006. 
39 
 
 Monetariamente, a economia tributária no Anexo III em relação ao Anexo V 
aproxima-se de R$ 58.000 (cinquenta e oito mil reais). Já em relação ao Anexo VI, é de 
aproximadamente R$ 72.000 (setenta e dois mil reais). 
 Estes resultados evidenciam resposta positiva a problemática deste trabalho, ou seja, 
com a vigência da Lei Complementar nº 155, de 2016, o gasto com a folha de pagamento 
impacta de forma importante na redução da carga tributária das empresas enquadradas no 
Anexo V desta Lei Complementar. 
 A estratégia tributaria de aumentar o pró-labore requer acompanhamento mensal da 
razão entre a folha de salários e a receita bruta, tendo em vista que o cálculo leva em 
consideração os últimos 12 (doze) meses. 
 Quanto às limitações desta pesquisa, a principal delas é por se tratar de um estudo de 
caso de uma única empresa, no entanto, um estudo de caso particular é considerado 
representativo de um conjunto de casos análogos, assim afirma Severino (2007). 
 Outras empresas também enquadradas no anexo V da Lei Complementar nº 155, de 
2016 enquadraram-se como casos análogos, e podem utilizar a estratégia de aumentar a 
retirada de pró-labore, conquanto que atendam os requisitos mencionadas neste estudo. 
 Como recomendação de futuras pesquisas relacionados ao tema, sugere-se a extensão 
para outros serviços tributados pelo Anexo V, combinada com o aumento da amostra de 
empresas no estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2016, altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e 
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