Buscar

TCC FINAL ENTREGUE 08 08 2013

Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL - UNIJUI 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, 
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO - DACEC 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
JONES MATTIONI 
 
 
 
 
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA DE 
CRÉDITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IJUÍ (RS), JULHO DE 2013 
 
2 
 
JONES MATTIONI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA DE 
CRÉDITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, 
como requisito parcial para obtenção do Titulo 
 de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Orientador: Irani Paulo Basso 
 
 
 
 
 
 
 
 
IJUI (RS), Julho/2013 
3 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Organograma Cresol Central SC/RS. ....................................................................... 13 
Figura 2: Índice de Liquidez Geral ........................................................................................... 25 
Figura 3: Índice de Liquidez Corrente ...................................................................................... 26 
Figura 4: Índice de Liquidez Seca ............................................................................................ 26 
Figura 5: Índice de Liquidez Imediata ...................................................................................... 27 
Figura 6: Indicador de Endividamento ..................................................................................... 28 
Figura 7: Indicador Overtrading ............................................................................................... 30 
Figura 8: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido .......................................................... 31 
Figura 9: Índice de Giro dos Estoques...................................................................................... 32 
Figura 10: Indicador Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas .......................................... 32 
Figura 11: Indicar Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas ................................................. 33 
Figura 12: Indicador Prazo Relativo das Duplicatas ................................................................ 34 
Figura 13: Indicador EBITDA .................................................................................................. 35 
Figura 14: Índice NOPAT ........................................................................................................ 36 
Figura 15: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – ATIVO .............. 42 
Figura 16: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – PASSIVO + PL . 43 
Figura 17: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – DRE ................... 45 
Figura 18: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – DRE ................... 46 
Figura 19: Análise Horizontal do Ativo ................................................................................... 47 
Figura 20: Análise Horizontal do Passivo ................................................................................ 48 
Figura 21: Análise Horizontal da DRE..................................................................................... 49 
Figura 22: Análise Horizontal da DRE..................................................................................... 50 
Figura 23: Análise Vertical do Ativo ....................................................................................... 50 
Figura 24: Análise Vertical do Passivo + Patrimonio Líquido ................................................. 51 
Figura 25: Análise Vertical da DRE ......................................................................................... 52 
Figura 26: Análise Vertical da DRE ......................................................................................... 53 
Figura 27: Análise Comparativa do Capital Circulante Líquido .............................................. 53 
Figura 28: Gráfico Capital Circulante Líquido......................................................................... 54 
Figura 29: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Circulante ................................. 54 
Figura 30: Coeficiente de Liquidez Circulante......................................................................... 55 
Figura 31: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Seca .......................................... 55 
Figura 32: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquides Geral ......................................... 55 
4 
 
Figura 33: Coeficiente de Liquidez Geral ................................................................................ 56 
Figura 34: Analise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Imediata ................................... 56 
Figura 35: Coeficiente de Liquidez Imediata ........................................................................... 57 
Figura 36: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Imediata ................................... 57 
Figura 37: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas Circulantes ................................. 58 
Figura 38: Coeficiente de Dívidas Circulantes ......................................................................... 59 
Figura 39: Análise do Coeficiente de Dívidas Totais ............................................................... 59 
Figura 40: Coeficiente de Dívidas Totais ................................................................................. 60 
Figura 41: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo .......................... 60 
Figura 42: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo .......................... 60 
Figura 43: Análise Comparativa do Coeficiente de Segurança Máxima.................................. 61 
Figura 44: Coeficiente de Segurança Máxima ......................................................................... 61 
Figura 45: Análise Comparativa do Coeficiente de Participação de Capital de Terceiros ....... 62 
Figura 46: Coeficiente de Participação de Capital de Terceiros .............................................. 62 
Figura 47: Análise Comparativa do Coeficiente de Participação de dívidas de Curto Prazo .. 63 
Figura 48: Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo ......................................... 63 
Figura 49: Análise Comparativa da Garantia de Dívidas ......................................................... 64 
Figura 50: Análise do Coeficiente de Margem de Lucro Operacional Bruto ........................... 65 
Figura 51: Coeficiente da Margem de Lucro Operacional Bruto ............................................. 66 
Figura 52: Análise Comparativa do Coeficiente de Margem de Lucro Operacional Líquido . 66 
Figura 53: Coeficiente da Margem de Lucro Operacional Líquido ......................................... 66 
Figura 54: Análise Comparativa do Coeficiente de Margem de Lucro Líquido do Exercício . 67 
Figura 55: Coeficiente Da Margem de Lucro Líquido do Exercício ........................................ 67 
Figura 56: Análise comparativa do Coeficiente da Lucratividade ........................................... 67 
Figura 57: Análise Comparativa da Taxa da Lucratividade ..................................................... 68 
Figura 58: Análise Comparativa do Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social .............. 68 
Figura 59: Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social ...................................................... 69 
Figura 60: Analise Comparativa do Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social .............. 69 
Figura 61: Coeficiente Rentabilidade do Capital Social ..........................................................69 
Figura 62: Analise Comparativa do Coeficiente da remuneração do Ativo Total ................... 70 
Figura 63: Taxa da Remuneração do Ativo Total .................................................................... 70 
Figura 64: Analise Comparativa do Coeficiente e da Taxa de Retorno do Investimento 
Operacional ............................................................................................................................... 70 
Figura 65: Analise Comparativa do Coeficiente de Rentabilidade .......................................... 71 
5 
 
Figura 66: Analise Comparativa da Taxa de Rentabilidade ..................................................... 71 
Figura 67: Analise do Grau de imobilização do Ativo Permanente ......................................... 72 
Figura 68: Analise do Coeficiente de Overtrading ................................................................... 73 
Figura 69: Analise Comparativa do Índice de insolvência de Kanitz ...................................... 74 
Figura 70: Analise Comparativa do EBITDA .......................................................................... 74 
Figura 71: Gráfico Representativo do EBITDA ....................................................................... 75 
Figura 72: Analise Comparativa do NOPAT ........................................................................... 75 
Figura 73: Gráfico Representativo do Nopat ............................................................................ 76 
6 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO ................................................................................................................................. 10 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................... 12 
1.1. Área de Conhecimento Contemplada ................................................................................ 12 
1.2. Caracterização da Organização ......................................................................................... 12 
1.3. Problematização da Temática em Estudo .......................................................................... 14 
1.4. Objetivos ............................................................................................................................ 14 
1.4.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 15 
1.4.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 15 
1.5. Justificativa ........................................................................................................................ 15 
2. REVISAO BIBLIOGRAFICA .......................................................................................... 17 
2.1. Contabilidade ..................................................................................................................... 17 
2.1.1. Conceitos ........................................................................................................................ 18 
2.1.2. Finalidades e Objetivos .................................................................................................. 19 
2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas ............................................................................................ 20 
2.2. Análise de Balanços........................................................................................................... 20 
2.2.1. Analise Comparativa de Balanços em Valores Absolutos ............................................. 21 
2.2.2. Analise de Balanços em Valores Relativos .................................................................... 22 
2.2.2.1. Analise Vertical ........................................................................................................... 22 
2.2.2.2. Analise Horizontal ....................................................................................................... 23 
2.2.3. Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços ......................... 23 
2.2.4. Estudo do Balanço de Fundos ........................................................................................ 24 
2.2.5. Análise de Balanços por Índices ..................................................................................... 24 
2.2.5.1. Estudo da Liquidez ...................................................................................................... 24 
2.2.5.1.1. Índice de Liquidez Geral .......................................................................................... 25 
2.2.5.1.2. Índice de Liquidez Corrente (Circulante) ................................................................. 25 
2.2.5.1.3. Índice de Liquidez Seca ............................................................................................ 26 
2.2.5.1.4. Índice de Liquidez Imediata ..................................................................................... 27 
2.2.5.2. Estudo do Endividamento (Garantia de Divida).......................................................... 27 
2.2.5.3. Estudo da Lucratividade .............................................................................................. 28 
2.2.5.4. Estudo da Rentabilidade .............................................................................................. 28 
2.2.5.5. Estudo da Solvência .................................................................................................... 29 
7 
 
2.2.5.5.1. Coeficiente de Overtrading ...................................................................................... 29 
2.2.5.5.2. Índice de Insolvência de Kanitz................................................................................ 30 
2.2.5.6. Estudo de Indicadores de Atividade ............................................................................ 30 
2.2.5.7. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido ............................................................. 31 
2.2.5.8. Rotação dos Estoques .................................................................................................. 32 
2.2.5.9. Prazo médio de Recebimento de Duplicatas ............................................................... 32 
2.2.5.10. Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas ................................................................ 33 
2.2.5.11. Prazo Relativo das Duplicatas ................................................................................... 33 
2.2.6. Técnicas de Análise de Balanços Emergentes ................................................................ 34 
2.2.6.1. EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) .............. 34 
2.2.6.2. NOPAT – Net Operating Profit After Taxes ( Lucro Operacional Liquido depois dos 
Impostos) .................................................................................................................................. 35 
3. METODOLOGIA DO TRABALHO ................................................................................ 37 
3.1. Classificação da Pesquisa .................................................................................................. 37 
3.1.1. Quanto a sua Natureza .................................................................................................... 37 
3.1.2. Quanto aos Objetivos ..................................................................................................... 37 
3.1.3. Quanto à Forma de Abordagem do Problema ................................................................ 38 
3.2.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos .............................................................................. 39 
3.2. Plano de Coleta de Dados ..................................................................................................40 
3.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................................... 40 
3.3. Plano de Análise e Interpretação dos Dados ..................................................................... 41 
4.1. Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos ......................................... 42 
4.1.1 – Análise de Balanço Patrimonial – BP........................................................................... 42 
4.1.2. Análise da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ........................................ 45 
4.2. Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Relativos – Vertical e Horizontal ..... 47 
4.2.1. Análise Horizontal do Balanço Patrimonial ................................................................... 47 
4.2.2. Analise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ...................... 49 
4.2.3. Analise Vertical do Balanço Patrimonial ....................................................................... 50 
4.2.4. Analise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE .......................... 52 
4.3. Coeficientes para o Estudo da Liquidez ............................................................................ 53 
4.3.1. Capital Circulante Líquido ............................................................................................. 53 
4.3.2. Coeficiente de Liquidez Circulante ................................................................................ 54 
4.3.3. Coeficiente de Liquidez Seca ......................................................................................... 55 
4.3.4. Coeficiente de Liquidez Geral ........................................................................................ 55 
8 
 
4.3.5. Coeficiente de Liquidez Imediata ................................................................................... 56 
4.3.6. Análise Comparativa do Estudo da Liquidez ................................................................. 57 
4.4. Coeficientes para o Estudo da Garantia de Dívidas – Endividamento .............................. 58 
4.4.1. Coeficiente de Dívidas Circulantes ................................................................................ 58 
4.4.2. Coeficiente de Dívidas Totais......................................................................................... 59 
4.4.3. Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo ......................................................................... 60 
4.4.4. Coeficiente de Segurança Máxima ................................................................................. 61 
4.4.5. Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros .................................................... 61 
4.4.6. Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais ......... 63 
4.4.7. Análise Comparativa da Garantia de Dividas ................................................................ 64 
4.5. Coeficientes para o Estudo da Lucratividade .................................................................... 65 
4.5.1. Margem de Lucro Operacional Bruto ............................................................................. 65 
4.5.2. Margem de Lucro Operacional Líquido ......................................................................... 66 
4.5.3. Margem de Lucro Líquido do Exercício ........................................................................ 67 
4.5.4. Análise Comparativa do Coeficiente da Lucratividade .................................................. 67 
4.5.5. Análise Comparativa da Taxa da Lucratividade ............................................................ 68 
4.6. Coeficientes para Estudo da Rentabilidade ....................................................................... 68 
4.6.1. Rentabilidade do Capital Social ..................................................................................... 68 
4.6.2. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ............................................................................ 69 
4.6.3. Remuneração do Ativo Total .......................................................................................... 70 
4.6.4.Taxa de Retorno do Investimento Operacional ............................................................... 70 
4.6.5. Análise Comparativa do Coeficiente de Rentabilidade .................................................. 71 
4.6.6. Análise Comparativa da Taxa de Rentabilidade ............................................................ 71 
4.7. Indicadores de Atividade ................................................................................................... 72 
4.7.1. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido ................................................................ 72 
4.7.2. Exame de Rotação dos Estoques .................................................................................... 72 
4.7.3. Exame do Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas ....................................................... 73 
4.7.4. Exame do Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas .................................................... 73 
4.7.5. Coeficiente de Overtrading ............................................................................................ 73 
4.7.6. Índice de Insolvência de Kanitz ..................................................................................... 73 
4.8. EBITDA ............................................................................................................................ 74 
4.9. NOPAT .............................................................................................................................. 75 
4.10. Conclusões Gerais da Análise Econômico-Financeira .................................................... 76 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 78 
9 
 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 79 
ANEXOS ................................................................................................................................. 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
RESUMO 
 
A escolha do tema para o Trabalho de Conclusão de Curso surgiu do interesse em ampliar os 
conhecimentos obtidos nas disciplinas de Análise das Demonstrações Contábeis, o que 
motivou a procurar a Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária a fim de 
desenvolver o estudo de caso, que forneceu todos os documentos e informações necessárias 
para a realização do trabalho. A definição da metodologia e dos objetivos no início da 
pesquisa auxiliou a classificação dos assuntos e autores inerentes ao trabalho para realizar o 
referencial teórico. Neste sentido, definida a pesquisa empírica, deu-se início na 
reestruturação das Demonstrações Contábeis Básicas, com vistas a padronização de suas 
contas. Efetuou-se a aplicação dos métodos de atualização de valores para fins de análise 
comparativa, seguindo-se a aplicação das técnicas de análise de balanços consubstanciadas 
nos métodos de Análise Vertical e Horizontal, Índices de Liquidez, Rentabilidade, Garantia de 
Dividas, Lucratividade, e o teste de solvência. Para o desenvolvimento da análise também 
foram utilizados quadros e gráficos elaborados para facilitar a interpretação dos resultados. 
No decorrer do trabalho foi visto que algumas contas precisam de uma atenção especial. 
Outro ponto determinante para a escolha do tema, foi procurar demonstrar a confiabilidade do 
sistema, pois sabe-se que nesse ramo de atividade os associados assumem junto com a 
Cooperativa possíveis compromissos em caso de falência. Para os próximos períodos, a 
cooperativa pode se utilizardos mesmos métodos de análise ou parte deles para medir o seu 
crescimento e suas sobras. 
 
 
 
 
Palavras Chaves: Análise de Balanços, Decisão, Informação, Indicadores, Resultado. 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
As constantes mudanças do mundo atual globalizado exigem das empresas uma busca 
cotidiana de novas estratégias para manterem-se no mercado, e isso não é diferente no 
cooperativismo, onde existe uma grande expectativa de crescimento de cooperativas 
principalmente as ligadas ao ramo de crédito. Por esse e outros motivos que se deve ressaltar a 
importância da apresentação das Demonstrações Contábeis como instrumento de divulgação 
da informação que poderão ser úteis aos gestores e dirigentes na tomada de decisão, bem 
como no aspecto externo como elemento de avaliação de possíveis investimentos no 
empreendimento. 
As cooperativas são sociedades solidárias, democráticas e autogeridas. Nelas cada 
cooperado é um sócio (dono do negócio), com participação efetiva na gestão e na 
responsabilidade do sucesso do negócio. Elas devem atuar junto à sociedade de forma 
expressiva e balanceada com as atividades econômicas que a diferenciarão das demais 
entidades as quais têm seu trabalho voltado somente para a acumulação de patrimônio. 
Desse modo, compreende-se a relevância da apresentação e da utilização das 
Demonstrações Contábeis como ferramenta de divulgação das informações que poderão 
auxiliar a entidade a evidenciar a forma com que elas estão atuando junto à sociedade, sendo, 
portanto muito útil aos gestores na tomada de decisão, e também apresentando à sociedade a 
transparência, credibilidade e confiabilidade. 
 Neste sentido, o presente trabalho apresenta no primeiro capitulo a contextualização 
do estudo, envolvendo a caracterização da área de pesquisa, bem como da empresa onde será 
efetuada a atividade prática, a descrição do problema a ser estudado, os objetivos do estudo e 
a justificativa do autor ao propor a presente tarefa. 
 No segundo capitulo é apresentado o produto da pesquisa bibliográfica especializada 
na área de concentração do estudo, baseada em livros, artigos, sites da internet, que definem e 
conceituam por meio de conhecimentos de diversos autores, informações sobre os assuntos 
necessários para a realização do estudo. 
 Posteriormente, relata a metodologia utilizada no estudo, constituída das partes 
pensadas para o desenvolvimento da pesquisa, tanto dos aspectos da revisão bibliográfica 
como na coleta e tratamento técnico dos dados para estudos. 
Concluindo, é apresentada a análise econômico-financeira dos últimos cinco anos da 
Cooperativa em estudo, com aportes de conclusões e recomendações nas situações 
consideradas necessárias. 
12 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO 
1.1. Área de Conhecimento Contemplada 
 
 A globalização dos mercados econômico e financeiro, um maior número de usuários 
necessita das mais diversas formas de evidenciação da situação da empresa na qual eles estão 
dispostos a investir seus capitais, sendo que o Contador é profissional capacitado para 
fornecer interpretações e análises necessárias para tomada de decisões para os diferentes tipo 
de usuário. 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, define o objetivo das Demonstrações 
Contábeis como segue: 
 
[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e 
as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número 
de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica [...]. 
Demonstrações Contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da 
administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto 
aos recursos que lhe foram confiados. (CPC 00, 2009, p.16). 
 
 Neste sentido, o estudo se propõe a aplicar as diversas técnicas de análise das 
Demonstrações Contábeis em uma Cooperativa de Crédito, fornecendo informações 
relevantes para associados que investiram seu capital, bem como para os que pretendem 
investir, e especialmente para os gestores nas tomadas de decisões. 
1.2. Caracterização da Organização 
 
A Cresol, é um sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária que 
surgiu para oferecer além do crédito e desenvolvimento, inclusão social aos associados. Com 
sede em Chapecó - Santa Catarina, a Cresol Central SC/RS possui 60 cooperativas singulares 
afiliadas, 116 Unidades de Atendimento Cooperativo (UAC'S) e 8 Bases Regionais de 
Serviços. 
A Cresol Central SC/RS atua em formato de rede e por isso é integrada às suas 
cooperativas singulares e bases regionais de serviços. A Central é formada por uma equipe de 
colaboradores que além de oferecer suporte administrativo, financeiro e tecnológico às bases e 
singulares, realiza contatos políticos e sociais para proporcionar que as cooperativas tenham 
acesso ao crédito. Por outro lado, as bases regionais de serviços oferecem suporte 
administrativo e contábil unificado; e as cooperativas singulares são o elo entre o agricultor e 
o acesso ao crédito e a serviços financeiros. 
13 
 
Atualmente o Sistema Cresol Central SC/RS conta com mais de 1.100 colaboradores e 
diretores que oferecem atendimento a quase 500 municípios de pequeno e médio porte de 
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. 
A estrutura organizacional da empresa pode ser observada pelo organograma 
demonstrado na figura 1. 
 
 
Figura 1: Organograma Cresol Central SC/RS. 
Fonte: Cresol (2012) 
 
 
 O presente trabalho está direcionado à Cooperativa de Constantina – RS, que possui 8 
P.A. e hoje conta com um quadro de 57 colaboradores, mais de 8.900 associados, onde os 
principais serviços são o crédito, o custeio, o investimento, seguros, entre outros.. 
 A CRESOL é uma instituição financeira amparada por lei federal, e autorizada e 
fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Administrada pelos próprios associados, o sistema 
possui uma gestão diferenciada por que promove a participação e potencializa a economia do 
setor produtivo, proporcionando o desenvolvimento local sustentável. Cada cooperativa 
possui um comitê de crédito e um grupo de agentes de desenvolvimento de credito, que visam 
ampliar o controle social e garantir uma gestão transparente e eficaz. 
 As operações de crédito e os serviços financeiros disponibilizados pela CRESOL, 
através de recursos oficiais e privados, visam o desenvolvimento e procuram integrar os 
associados, sendo assim, um instrumento de acesso e fortalecimento da agricultura familiar. A 
Cooperativa de Constantina - RS abrange mais de 3.000 famílias de agricultores familiares, 
14 
 
localizados no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, esta assim estruturada, sendo sua 
Base Constantina, e mais sete Pontos de Atendimento (PA), Engenho Velho, Rondinha, São 
Jose das Missões, Frederico Westphalen, Santo Augusto, Chiapetta e Liberato Salzano. 
1.3. Problematização da Temática em Estudo 
 
 A técnica contábil da análise de balanços tem por finalidade elaborar informações 
retiradas das demonstrações contábeis para proporcionar melhores condições ao usuário para 
compreender situações do passado e do presente, para poder melhor projetar o futuro 
financeiro e econômico de determinada entidade, bem como contribuir no dia-a-dia das 
decisões gerenciais do empreendimento. 
 Sobre análise financeira Silva diz que: 
 
Análise financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados 
financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e 
exógenas que afetam financeiramente a empresa. Como dados financeiros 
disponíveis, podemos incluir demonstrações contábeis, programas de investimento, 
projeções de vendas e projeção de fluxo de caixa, (SILVA, 2006, p. 26). 
 
Para a cooperativa, é muito importante apurar e publicar os seus indicadores de 
desempenho por meio da analise das demonstraçõescontábeis, onde os associados terão maior 
segurança em investir na própria cooperativa, também demonstrando maior transparência de 
sua gestão, sabendo que nesse ramo de negocio todos os associados respondem junto com a 
cooperativa, caso esta não consiga cumprir suas obrigações. 
Diante do exposto, questiona-se: Qual a contribuição da análise das demonstrações 
contábeis e seus respectivos indicadores na transparência e minimização dos riscos aos 
associados de uma cooperativa de crédito? 
 
1.4. Objetivos 
 
 
A definição dos objetivos tem por finalidade definir a linha de pensamentos, 
propósitos, a que se pretende chegar. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos 
específicos. 
 
15 
 
1.4.1. Objetivo Geral 
 
 Analisar os indicadores das Demonstrações Contábeis básicas de uma Cooperativa de 
Crédito buscando demonstrar a sua situação econômico-financeira, a transparência e a 
segurança por parte dos investidores/associados. 
1.4.2. Objetivos Específicos 
 
 
• Fundamentar teoricamente os aspectos relacionados à contabilidade e técnicas e 
metodologias de analise das Demonstrações Contábeis; 
• Levantar os indicadores contábeis financeiros por meio das técnicas de analises 
gerando informações para tomada de decisão; 
• Efetuar comparação dos índices extraídos da cooperativa analisada com os índices 
padrões do seu ramo de atividade; 
• Divulgar os indicadores apurados aos associados, garantindo a transparência e a 
segurança diante da decisão em adesão à cooperativa. 
1.5. Justificativa 
 
 Diante de um cenário que muda muito e rapidamente, a incerteza não pode ser levada 
em consideração quando se trata de negócios, por isso a necessidade do máximo de 
informações possíveis que venham a trazer segurança e confiabilidade. Cada vez mais é 
preciso ter conhecimentos em diversas áreas e para o profissional da contabilidade não é 
diferente, portando para dar melhor suporte na gestão, as análises fornecidas pelo Contador 
são de muita importância, pensando nisso foi desenvolvido este estudo. 
 As Analises das Demonstrações Contábeis são de crucial importância para os usuários 
que necessitam de mais informações sobre determinado negócio, pois disponibilizam diversos 
tipos de relatórios e coeficientes trazendo a real situação da organização, facilitando assim a 
tomada de decisão, sabendo que, no ramo do cooperativismo todo associado tem 
responsabilidade sobre futuros compromissos que a cooperativa tenha que assumir. 
 Nesse sentido a Universidade nos disponibiliza um vasto acervo, possibilitando 
pesquisas e um aprofundamento nos conhecimentos, gerando condições para avanços do 
conhecimento econômico e humano, sendo que o presente trabalho serve como importante 
fonte de pesquisa para estudos específicos nesta área. 
16 
 
 Na condição de acadêmico do Curso de Ciências Contábeis, com a realização deste 
trabalho de conclusão, buscou-se aprimorar os meus conhecimentos constituídos no decorrer 
do curso. A escolha desse assunto surgiu da necessidade de se ter informações sobre o 
patrimônio que muitas pessoas confiam a determinado ramo de negócio, o cooperativismo, 
pois não são casos isolados de empresas nesse ramo que passam por problemas financeiros e 
até decretam falência, comprometendo assim todos que dela fazem parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2. REVISAO BIBLIOGRAFICA 
 
 A revisão bibliográfica é a releitura de bibliografias, fundamentação teórica 
que permite abordar dentro das possibilidades, os principais estudos já realizados na área em 
questão. Neste cenário, Lakatos e Marconi (1992, p. 110), descrevem que: 
 
Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de 
avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um 
grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo 
complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais 
fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não duplicação 
de esforços, a não “descoberta” de idéias já expressas, a não inclusão de “lugares 
comuns” no trabalho, (LAKATOS E MARCONI, 1992, p. 110). 
 
 Portanto a revisão bibliográfica permite um embasamento teórico tendo as bases 
conceituais dos diferentes autores sobre o estudo proposto. 
2.1. Contabilidade 
Todos os ramos do saber humano iniciaram-se em bases empíricas, de simples 
observações e suposições sobre realidades, até que pudessem pela maturidade dos raciocínios 
alcançarem o nível superior em que se encontram. A Contabilidade não fugiu a essa norma e 
iniciou-se há muitos milênios, partindo do simples registro de fatos, com o objetivo de 
guardar memória sobre o acontecido com as utilidades. 
 A Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, pois a ação 
humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a contabilidade 
utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal 
ferramenta (IUDÍCIBUS E MARION, 2002, p. 35). 
 
 
 A todo momento precisamos tomar decisões, sejam elas simples como a que hora 
iremos acordar, que roupa vestir... e também decisões importantes, a aquisição da casa própria 
e a carreira que escolhemos, as decisões mais importantes requerem um cuidado maior, nesse 
sentido a contabilidade se destaca pois consegue fornecer diversos relatórios e números 
necessários para tomada de decisão dentro das empresas. 
 
 [...] frequentemente os responsáveis pela administração estão tomando decisões, 
quase todas importantes, vitais para o sucesso do negocio. Por isso, a necessidade de 
dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada 
de decisão. (IUDÍCIBUS e MARION, 2002, p.41). 
 
 
18 
 
A Contabilidade sempre esteve presente na evolução do homem, e evoluiu junto, 
deixou de ser apenas um simples registro do patrimônio e passou a ser importante ferramenta 
para tomada de decisões em todos seus ramos, permitiu um grande avanço nas tecnologias 
organizacionais, as formas antigas de se fazer contabilidade foram substituídas por 
procedimentos, normas, baseadas em convergências internacionais, tecnologias de 
informação, registros e informações digitais, esse novo cenário da contabilidade que evidencia 
a essência sobre a forma, molda a contabilidade nos dias de hoje. 
2.1.1. Conceitos 
 
 A contabilidade é definida por Toigo, citado por Basso (2000, p. 19), como “[...] a 
ciência que estuda e controla o patrimônio sob o ponto de vista econômico-financeiro, 
observando e registrando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele 
sofridas.” Para Gouveia, citado por Basso (2000, p. 18), Contabilidade é “[...] a arte de 
registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos 
monetários. É também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação 
econômico-financeira dessa companhia.” 
 
 Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a 
revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do 
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza 
patrimonial. (FRANCO apud BASSO, 2000, p. 19). 
 
 Segundo Franco (1997, p. 19), contabilidade é: 
 
 [...] um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas 
próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências 
econômicas e administrativas. Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar 
e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando 
fornecerinformações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações 
desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores. 
 
 Ainda, de acordo com Basso (2000, p. 19), 
 
 Entendemos que Contabilidade, como um conjunto ordenado de conhecimentos, 
leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e 
observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e 
qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se 
constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem 
como acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, 
especialmente de natureza econômico-financeira. 
 
19 
 
 A contabilidade possui objeto próprio, o patrimônio de uma entidade, geralmente 
constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada 
entidade. 
 
2.1.2. Finalidades e Objetivos 
 
 A finalidade fundamental da Contabilidade para Basso (2000, p. 20), é, “gerar 
informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o 
controle e o planejamento”. 
 Franco (1997, p.21), define como sendo finalidade da Contabilidade: 
 
 Assegurar o controle do patrimônio administrado, através do fornecimento de 
informações e orientações - necessárias a tomada de decisões – sobre a composição 
e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas 
desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou 
meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros). 
 
 
 O objetivo da Contabilidade segundo Iudícibus e Marion (2002, p.53), “[...] e fornecer 
informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de 
produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da contabilidade”. 
 Para Basso (2000, p. 21), os objetivos da Contabilidade podem ser assim 
estabelecidos: 
 
 - controlar (física e monetariamente) o patrimônio da entidade; 
 - apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade 
 - evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como 
suas tendências; 
 - atentar para o cumprimento das normas, leis e demais dispositivos emergentes da 
legislação aplicável aos negócios da entidade; 
 - fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas 
necessidades; 
 
 Bruni (2011, p. 1), diz que, “A Contabilidade, vista como ciência, possui diversos 
objetivos, comumente associados ao processo de registro e controle patrimonial ou ao suporte 
da decisão e gestão empresarial”. Mas sem duvida a finalidade mais importante da 
contabilidade, é fornecer informações e orientação de caráter econômico-financeiro, sem as 
quais a administração da entidade não dispõe de elementos para a tomada de decisão. 
 
20 
 
2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas 
 
 As técnicas contábeis de que se utiliza a Contabilidade para tornar-se útil aos seus 
usuários são: 
 Escrituração – trata-se dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração 
contábil (Diário e Razão) e nos livros auxiliares; 
 
 Demonstrativos Contábeis – relatos econômicos e financeiros originados da 
escrituração contábil, conhecidos como balancete de verificação, balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e 
aplicação dos recursos e demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (ou 
demonstração das mutações do patrimônio líquido); 
 
 Auditoria – exames dos procedimentos administrativos, operacionais e das praticas 
contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar 
sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade; 
 
 Analise de Balanços – extração de dados e informações para a interpretação, estudos 
e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. (BASSO, 
2000, p. 23). 
 
 As técnicas contábeis são o conjunto de procedimentos que tem por finalidade 
registrar, controlar, evidenciar e examinar o patrimônio de uma empresa especifica. 
 
2.2. Análise de Balanços 
 
 Para que os objetivos desse trabalho sejam atingidos faz se necessário a utilização das 
ferramentas de analise das demonstrações, que neste caso servira para identificar o 
crescimento obtido pela cooperativa no período em analise. 
 
 A análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de 
dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas a apuração de dados 
indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), 
conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade 
da entidade em gerar bons resultados (situação econômica). (SILVA, 2007, p. 4). 
 
 
 Essa análise fornece uma série de dados que servira não somente aos dirigentes da 
entidade analisada, como também para o melhor entendimento dos resultados pelos usuários 
da contabilidade e outros interessados. Através das demonstrações contábeis levantadas por 
uma empresa, podem ser extraídas informações a respeito de sua posição econômico-
financeira. De acordo com Assaf Neto: 
 
21 
 
 A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas 
pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a 
evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela analise de 
balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura 
(projetada) de uma empresa. (ASSAF NETO, 2002, p. 48). 
 
 
 Da mesma maneira, complementa Reis (2003, p.108), sobre análise de balanços 
afirmando que, “[...] consiste na comparação de valores isolados ou de grupos de valores 
constantes dos demonstrativos contábeis, com a finalidade de obter informações sobre a 
situação econômico-financeira da empresa ou sobre o ritmo de seus negócios.” 
Matarazzo (2003, p.15), ressalta que, “[...] as demonstrações financeiras fornecem 
uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Analise de Balanços 
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores 
informações produzir,”. Lopes de Sá acrescenta: 
 
 Analisar é tornar uma coisa simples mediante uma decomposição da mesma; é 
extrair elementos de um todo, procurando conhecer-lhe as partes, assim, analisar é 
conhecer uma coisa pelos elementos que a compõem. [...] analise de balanço é o 
estudo da situação de uma parte, de um sistema de partes ou do todo patrimonial de 
uma empresa ou de uma instituição sem fim lucrativo, mediante a decomposição de 
elementos e levantamento de dados contábeis. (LOPES DE SÁ, 2006, p. 15-16). 
 
 Entende-se desta forma que quanto mais informações forem analisadas, mais 
fidedignas e reias serão as informações produzidas e será através destas informações que 
poderá identificar a saúde financeira de uma entidade. 
2.2.1. Analise Comparativa de Balanços em Valores Absolutos 
 
 Segundo Vertes (1977), 
 
As comparações entre balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como 
fotografias extraídas em sequência, como um filme cinematográfico. Esse filme 
poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão mais ou 
menos prudente para o futuro. Realmente, o que mais interessa ao analista é 
justamente conhecer o futuro. O escopo é conhecer as tendências na vida da 
empresa durante os anos de seu funcionamento, porque, com base no passado, 
conhecendo o presente, pode-se prever o futuro. (VERTES, 1977, p. 53) 
 
 Analisar demonstrações contábeis em valores absolutos é fazer os números falarem em 
forma de texto, levando ao usuário da informação contábil as mensagens nele constantes de 
formacompreensiva, com destaque para situações mais importantes para a elucidação de 
dúvidas nos momentos de decisões sobre rumos a serem tomados sobre o futuro do 
empreendimento. Aqui o mais importante são os valores expressos em termos de moeda 
22 
 
constante, ou seja, que os valores expressos nas demonstrações contábeis possam refletir o 
mais fielmente possível a realidade patrimonial, econômica e financeira do patrimônio em 
valores atuais. 
2.2.2. Analise de Balanços em Valores Relativos 
 
 As duas principais características de analise de uma empresa são a comparação dos 
valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o 
relacionamento desses valores com outros afins. Esse processo de comparação, indispensável 
ao conhecimento da situação de uma empresa, é representado pela análise vertical e analise 
horizontal. 
 
2.2.2.1. Analise Vertical 
 
 O método de analise vertical procura obter o valor percentual de cada verba, ou de 
cada grupo de verbas, em relação ao valor global do demonstrativo, ou, ainda, de cada verba 
em relação ao total do seu respectivo grupo, (Reis, 2003, p. 110). Para Matarazzo (2003, p. 
243), “O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto. [...] Análise 
Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras”. 
Bruni (2011, p.74), acrescenta que, Analise Vertical: 
 
Busca verificar os percentuais associados aos valores de determinado ano assumindo 
o total deste ano como sendo igual a 100%. A partir daí, todos os demais valores do 
ano são convertidos em percentuais do total..[...] A analise vertical permite analisar a 
composição percentual do total;.[...] a composição dos números é estudada em 
determinado ano. 
 
 Assaf Neto (2002, p. 108), contribui dizendo: 
 
A Análise Vertical é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, 
que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou 
relacionável, identificado no mesmo demonstrativo [...], dessa forma, dispondo-se 
dos valores absolutos em forma vertical, pode-se apurar facilmente a participação 
relativa de cada item contábil no Ativo, no Passivo ou na Demonstração de 
Resultados, e sua evolução no tempo. 
 
 A Análise vertical tem por objetivo mostrar a importância de cada conta em relação a 
demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou 
com percentuais da própria empresa em anos anteriores, (Matarazzo 2003, p. 249). 
23 
 
2.2.2.2. Analise Horizontal 
 
 O método de Analise Horizontal compara, em forma percentual, o valor de 
determinada verba ou de determinado grupo de verbas em relação ao(s) ano(s) anterior(es), 
(Reis 2003, p. 110) para Matarazzo (2003, p. 245) “A evolução de cada conta mostra 
caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências [...] baseia-se na evolução de cada 
conta de uma serie de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior.” 
 Bruni (2011, p. 73), conclui que: 
 
 Análise Horizontal busca verificar a evolução temporal do numero a partir de um 
ano-base. Assumimos os valores de determinado ano como sendo igual a 100%. A 
partir daí, todos os demais valores são convertidos em percentuais do ano-base [...], 
a evolução dos números contidos nas diferentes contas contábeis é analisada ao 
longo dos anos. 
 
 Para Assaf Neto (2002, p. 108), Análise Horizontal é a comparação que se faz entre os 
valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É 
basicamente um processo de analise temporal, desenvolvido por meio de números-índices. 
 A Análise Horizontal tem por objetivo mostrar a evolução de cada conta das 
demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a 
evolução da empresa, (Matarazzo, 2003, p. 250). 
2.2.3. Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços 
 
 As demonstrações financeiras publicadas, mesmo que estejam expressas em moeda 
corrente, precisam ser padronizadas, ou seja, reclassificadas e condensadas para fins de 
análise. 
 As demonstrações financeiras devem ser preparadas para a análise, da mesma forma 
que um paciente que vai submeter-se a exames médicos. Antes de iniciar a análise, 
devem-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras. Este trabalho é 
chamado de Padronização e consiste numa critica às contas das demonstrações 
financeiras, bem como na transcrição delas para um modelo previamente definido. 
(MATARAZZO, 2010, p. 70). 
 
 A técnica de analise de balanços se utiliza fundamentalmente do Balanço Patrimonial 
e da Demonstração do Resultado do Exercício e apenas complementarmente as demais 
Demonstrações Contábeis. 
 
24 
 
2.2.4. Estudo do Balanço de Fundos 
 
 Segundo Vertes (1977): 
 
 O balanço de fundos é conhecido também pelo nome de “balanço de origens e 
aplicações de recursos”. Preliminarmente deve se esclarecer que a palavra “fundo” 
deve ser considerada no sentido amplo. Nesta acepção considera-se todas as contas, 
assim as contas do ativo como as do passivo e as do patrimônio líquido, como 
fundos de valores. O balanço de fundos tem como objetivo demonstrar as alterações 
havidas nos valores de dois inventários através das variações sofridas durante o 
exercício, especialmente as alterações ocorridas nos valores circulantes, que são 
motivadas pelas alterações dos valores não circulantes. (VERTES, 1977, p. 71). 
 
 
 O ponto de partida é a comparação de dois balanços patrimoniais, e as diferenças entre 
os balanços em analise são a base para elaboração dos balanços de origens e aplicações de 
recursos. 
2.2.5. Análise de Balanços por Índices 
 
 A análise de balanços visa extrair informações dos demonstrativos contábeis para 
auxiliar as pessoas na compreensão da situação patrimonial, financeira e econômica, e a 
análise por índices econômicos e financeiros é uma das técnicas que serão utilizadas no 
presente estudo. 
 Para Matarazzo (2010, p. 81), índice é: 
 
 [...] a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que 
visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma 
empresa. Os índices constituem a técnica de analise mais empregada. A 
característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica 
ou financeira da empresa. 
 
 Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das 
empresas, eles permitem construir um quadro de avaliação da empresa. 
2.2.5.1. Estudo da Liquidez 
 
 O estudo da liquidez objetiva verificar a capacidade da Entidade liquidar seus 
compromissos financeiros em dia num dado momento. Trata-se, pois, de encontrar os 
coeficientes que mostrem a situação das dívidas da Entidade em relação aos seus meios de 
pagamento. Para Bruni (2011, p.122), “Indicadores de liquidez estudam a solvência ou a 
25 
 
capacidade de honrar as obrigações assumidas pela entidade [...], a gestão da liquidez nas 
empresas é um dos maiores desafios da gestão financeira.” 
 Os índices do estudo da liquidez estão assim divididos, índice de liquidez geral, índice 
de liquidez corrente, índice de liquidez seca e índice de liquidez imediata. 
2.2.5.1.1. Índice de Liquidez Geral 
 
 O índice de liquidez Geral não faz restrição de prazo: compara todas as dividas (a 
curto e longo prazos) com a soma de todos os valores disponíveis e realizáveis em qualquer 
prazo. (Reis, 2003). 
Bruni (2011, p.125), define que: 
 
 O índice de liquidez geral possui o propósito de estudar a saúde financeira da 
empresa no longo prazo. Basicamente, compara todas as possibilidades de 
realizações de ativos da empresa, sem incluir aqueles essencialmente necessários 
para a manutenção da entidade, com todas as obrigações de fato existentes da 
empresa [...],representa a relação entre os Ativos realizáveis de fato, que poderiam 
ser convertidos em dinheiro como os ativos circulantes e as aplicações realizáveis a 
longo prazo, com os Passivos onerosos, que demandarão o desembolso de recursos 
financeiros para sua quitação. 
 
 A liquidez geral é utilizada também como medida de segurança financeira da empresa 
à longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos. (Assaf Neto, 
2002). 
 
Índices de Liquidez Formula Significado 
 
Liquidez Geral 
 
Ativo Circ.+ Aplic a L.P. 
Passivo Circulante + Passivo N. C. 
• Para cada $1 do total de suas dívidas a 
empresa conta com $ X de valores 
disponíveis e realizáveis. 
• Mede a capacidade de pagamento Geral 
Figura 2: Índice de Liquidez Geral 
Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) 
 
 O índice de liquidez geral significa dizer “quantos reais temos a receber para cada real 
que temos a pagar”. 
 
2.2.5.1.2. Índice de Liquidez Corrente (Circulante) 
 
 O índice de liquidez corrente permite verificar a capacidade de pagamento á curto 
prazo, ou seja, quanto á empresa tem de valores disponíveis e realizáveis dentro de um ano, 
para garantir o pagamento de suas dividas vencíveis no mesmo período. (Reis, 2003). 
26 
 
 Para Bruni (2011, p.127), liquidez corrente é: 
 
 Uma forma mais rotineira de se analisar a liquidez de uma empresa costuma 
enfatizar a solvência de curto prazo e analise de contas dos ativos e passivos 
circulantes. Geralmente, a forma mais comum para se analisar a relação entre os 
ativos e os passivos de curto prazo pode envolver o calculo simples do capital de 
giro. 
 
 
Índices de Liquidez Formula Significado 
Liquidez Corrente Ativo Circulante 
Passivo Circulante 
• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um 
ano, a empresa conta com $ X de valores 
disponíveis e realizáveis no mesmo período. 
• Revela a capacidade de pagamento à curto 
prazo. 
Figura 3: Índice de Liquidez Corrente 
Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) 
 
 Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em 
financiar suas necessidades de capital de giro. 
 
2.2.5.1.3. Índice de Liquidez Seca 
 
 O índice de liquidez seca subtrai do ativo circulante os valores registrados no estoque. 
Representa quanto a empresa possui a realizar no curto prazo, sem considerar a venda dos 
estoques para cada real registrado a pagar. (Bruni, 2011). 
 Reis (2003, p. 177), assim define: 
 
 
 O quociente de liquidez seca é importante na hipótese de não termos elementos para 
calcular a rotação dos estoques e também nos seguintes casos, quando os estoques 
passam a constituir valores de difícil conversão em moeda: em épocas de retração do 
mercado consumidor, quando a rotação dos estoques for muito lenta, ou para 
empresas que tem suas vendas concentradas em determinadas épocas do ano. 
 
 
 
 
Índices de Liquidez Formula Significado 
Liquidez Seca Ativo Circulante (-) Estoques 
Passivo Circulante 
• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um 
ano, a empresa tem, sem contar com os estoques 
$ X de valores disponíveis e realizáveis no 
mesmo período. 
• Revela a capacidade de pagamento à curto 
prazo, sem contar com os estoques. 
Figura 4: Índice de Liquidez Seca 
Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) 
 
27 
 
 O quociente demonstra a porcentagem das dividas à curto prazo em condições de 
serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo 
circulante. (Assaf Neto, 2002). 
2.2.5.1.4. Índice de Liquidez Imediata 
 
 Revela a porcentagem das dividas a curto prazo (circulante) em condições de serem 
liquidadas imediatamente, este quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das 
empresas em manter recursos monetários em caixa. (Assaf Neto, 2002). 
 
Índices de Liquidez Formula Significado 
Liquidez Imediata Disponível 
Passivo Circulante 
• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um 
ano, a empresa tem $ X de valores disponíveis 
no mesmo período. 
• Revela a capacidade de pagamento imediata. 
Figura 5: Índice de Liquidez Imediata 
Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) 
 
 Bruni (2011, p.132), acrescenta que: 
 
 O índice de liquidez imediata representa o valor que dispõe imediatamente para 
saldar dividas de curto prazo. As disponibilidades representam os recursos que já 
estão convertidos em dinheiro com caixa e bancos ou que poderiam ser convertidos 
em dinheiro com grande liquidez, como as aplicações financeiras de liquidez 
imediata. 
 
 Índice conservador considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras 
de liquidez imediata para quitar obrigações, excluindo-se alem dos estoques as contas e 
valores a receber. Um índice de grande importância para analise da situação a curto-prazo da 
empresa. 
2.2.5.2. Estudo do Endividamento (Garantia de Divida) 
 
 O índice pode também ser definido pela relação somente das dividas de curto prazo ou 
de longo prazo com o patrimônio liquido, revelando o endividamento em função da 
maturidade do passivo. (Assaf Neto, 2002). 
Segundo Bruni: 
 
 O índice de endividamento ou a relação expressa pela participação dos capitais de 
terceiros sobre os recursos totais também é conhecido como debt ratio (taxa de 
endividamento em inglês). Este índice expressa a porcentagem que o endividamento 
28 
 
representa sobre os fundos totais. Ou, em outras palavras, a percentagem do ativo 
total financiada com recursos de terceiros. (Bruni, 2011, p.152). 
 
 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Endividamento Passivo Total 
Patrimônio Liquido 
 
•mostra quanto a empresa tomou de empréstimo 
para cada $ 1 de capital próprio. 
 
Figura 6: Indicador de Endividamento 
Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) 
 
 No fundo, o que se deseja com o índice de participação de capitais de terceiros é medir 
a relação existente entre capital de terceiros e capital próprio. 
2.2.5.3. Estudo da Lucratividade 
 
 Para Bruni (2011), uma importante etapa da analise das demonstrações contábeis diz 
respeito à compreensão do quanto estamos ganhando. É preciso compreender o lucro, 
analisando de diferentes formas como o lucro bruto o operacional e o lucro líquido. 
 
 O objetivo maior e final das entidades de fins lucrativos é, sem dúvida, o lucro. É 
com o lucro que o empresário remunera os fatores de produção (capital, trabalho e 
tecnologia) e é ainda através do lucro que o empreendimento poderá ser ampliado. 
Muito dificilmente o empreendedor fará crescer seu investimento através de 
sucessivos prejuízos no seu negócio, muito antes pelo contrário, sucessivos prejuízos 
o levarão necessariamente a cessar suas atividades, antes que perca todo o seu 
patrimônio. Portanto, para o estudo da lucratividade e da rentabilidade é condição 
mínima que a entidade tenha obtido lucro, caso contrário os estudos ficam 
prejudicados, e estar-se-ia estudando coeficientes ou taxas de “prejuizovidades.” 
(BASSO, 2012, p. 13). 
 
 
 A lucratividade é o ganho sobre vendas, analise relativa entre alguma das diversas 
medidas possíveis para o lucro, como o lucro bruto, lucro operacional próprio ou o lucro 
líquido. 
2.2.5.4. Estudo da Rentabilidade 
 
 O estudo da rentabilidade tem por finalidade constatar os percentuais de 
remuneração dos diversos tipos de indicadores de capitais, de ativos e de outros aspectos do 
patrimônio da empresa (Basso, 2012). 
 
 De forma resumida, poderíamos apresentar as operações financeiras por meio da 
evolução do dinheiro no tempo. A análise do dinheiro no tempo possibilita entender 
29 
 
a única e verdadeira mercadoria negociada em finanças e usualmente apresentada 
como taxa de juros ou taxa de retorno. Quando a analise do dinheiro no tempofaz 
referencia ao uso de demonstrações contábeis, é comum a busca da compreensão da 
rentabilidade gerada pelo negocio. (BRUNI, 2011, p.209). 
 
 A rentabilidade esta sempre relacionada ao resultado final obtido pela entidade com os 
diferentes fatores a serem remunerados, dos quais são destacados pelos diferentes autores o 
Capital Social, o Patrimônio líquido o Ativo operacional e o ativo total. 
2.2.5.5. Estudo da Solvência 
 
 Este indicar pode demonstrar se a empresa é solvente ou insolvente no período 
analisado, podendo prever falência da entidade. A empresa será solvente se os seus ativos 
forem maiores que os seus passivos. 
 
 Uma instituição financeira pode ser considerada solvente quando o valor de seus 
ativos superar o valor de seus passivos de diferentes naturezas, formando um 
excedente definido por patrimônio liquido. Um maior volume de riqueza liquida 
funciona naturalmente como uma reserva de segurança diante de eventuais perdas de 
valor ativo. A solvência evidencia, em outras palavras, os recursos próprios de uma 
instituição oferecidos ao risco de sua atividade. (ASSAF NETO, 2002, p.278). 
 
 
Dentre os vários indicadores que procuram evidenciar se uma entidade é solvente, ou 
se está em situação de insolvência (falência), enfocaremos neste estudo dois deles: o 
Overtrading e o Termômetro de Insolvência de Kanitz. 
 
2.2.5.5.1. Coeficiente de Overtrading 
 
 
 O coeficiente de Overtrading parte da ideia que a empresa para vender, ela precisa de 
uma boa estrutura de capital circulante liquido, para não operar apenas com recursos externos, 
então este indicador verifica se a entidade não está operando suas vendas alem de sua 
capacidade financeira, especialmente nas vendas a prazo. 
Ainda segundo Vertes citado por Basso (2012, p. 24), 
 
[...] o overtrading se instala quando tudo está andando bem. Ou seja, em plena 
euforia dos grandes negócios, no mar da tranquilidade provocado pela falsa sensação 
de que nada pode deter os bons negócios, levando os gestores, via de regra, até ao 
esbanjamento, tanto nas despesas como nas operações de crédito ofertadas aos 
clientes e oferecidas por financiadores, tanto para capital de giro como para 
investimentos permanentes, sem o devido aporte de recursos próprios por parte do 
quadro social, que é realmente o que dá sustentação financeira ao empreendimento. 
 
 
30 
 
 
Indicadores 
Formula Significado 
Overtrading Vendas 
Capital Circulante Líquido 
 
• examina se a Entidade não está entrando em 
supertransação, isto é, operando com vendas 
além de sua capacidade financeira. 
 
Figura 7: Indicador Overtrading 
Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.24) 
 
 Para melhor situação financeira da empresa, este coeficiente precisa ser baixo e 
estável, pois se ele aumentar vai significar que a empresa esta vendendo mais e utilizando o 
mesmo capital circulante liquido. 
2.2.5.5.2. Índice de Insolvência de Kanitz 
 
Este é um indicador que combina outros indicadores financeiros e econômicos e busca 
verificar se a Entidade está, ou não, se encaminhando para fase de insolvência. Conforme 
Kanitz, citado por Basso (2012), são utilizados os seguintes indicadores: 
X1 = Coeficiente de Rentabilidade do Capital Próprio, multiplicado pelo fator 0,05 
X2 = Coeficiente de Liquidez Geral, multiplicado pelo fator 1,65 
X3 = Coeficiente de Liquidez Seca, multiplicado pelo fator 3,55 
X4 = Coeficiente de Liquidez Circulante, multiplicado pelo fator 1,06 
X5 = Coeficiente de Dívidas Totais, multiplicado pelo fator 0,33 
Para calcular-se, soma-se o produto indicadores X1, X2, X3 e diminui-se o produto da 
soma dos indicadores X4 e X5 e obtém-se o Índice de Insolvência de Kanitz. Quando o índice 
ficar acima de zero, diz-se que a empresa está no Intervalo de Solvência; quando ficar entre 
zero e menos três (-3), está no Intervalo de Penumbra,, e quando ficar abaixo de menos três 
(-3), está no Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência. 
2.2.5.6. Estudo de Indicadores de Atividade 
 
 Para compreensão deste estudo, podemos nos basear em Assaf Neto (2002, p.180) “os 
indicadores de atividade operacional são mais dinâmicos e permitem que seja analisado o 
desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro”. Bruni 
complementa: 
 Uma etapa da análise das demonstrações contábeis faz referencia ao estudo de 
medidas da performance de atividades operacionais da empresa, como aquelas 
relacionadas às compras, vendas, pagamentos e recebimentos. É preciso entender os 
diferentes prazos recebidos ou concedidos. O estudo de prazos permite entender os 
giros das contas contábeis ou como estas se renovam. [...] a análise dessa dinâmica 
31 
 
do funcionamento das operações da empresa pode ser feita mediante o emprego dos 
índices de giro e prazos. (BRUNI, 2011, p. 179). 
 
 Vários indicadores, tanto financeiros como econômicos e combinados entre si, podem 
ser elaborados, utilizando-se de formulas criadas especialmente para evidenciar outros 
aspectos da analise econômica e/ou financeira da entidade. Entre as mais comuns destacam-
se: 
2.2.5.7. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido 
 
 O quociente expresso pelo índice de imobilização do patrimônio líquido representa o 
quanto dos recursos próprios esta aplicado no ativo imobilizado. Ou seja, para cada R$ 1,00 
colocado pelos sócios, quanto está investido e preso no ativo Imobilizado. Para Reis (2003), 
“[...] indica a porcentagem de capital próprio que esta financiando as aplicações de natureza 
Permanente (Ativo Fixo) e, complementarmente, a porcentagem que esta sendo aplicada no 
giro dos negócios (capital de giro próprio)”. 
 A formula para obtenção deste indicador é a seguinte: 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Grau de Imobilização do 
Patrimônio Líquido 
Ativo Imobilizado 
Patrimônio Líquido 
 
• examina o quanto de recursos próprios esta 
aplicado, preso no ativo imobilizado. 
 
Figura 8: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido 
Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.156) 
 
 Basso (2012, p. 20) complementa: 
 
 Procura verificar o quanto do capital próprio esta comprometido com o Ativo 
Permanente da entidade. Via de regra, quanto maior o percentual, pior é a situação 
financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em 
ativos rentáveis, isto é, ativos destinados aos negócios da entidade. 
 
 Quanto mais recursos próprios estiverem no imobilizado da entidade, menos recursos 
próprios sobram para aplicação nos ativos circulantes, o que pode gerar um capital circulante 
liquido negativo, fator desfavorável a posição financeira do empreendimento. 
 
 
32 
 
2.2.5.8. Rotação dos Estoques 
 
O estoque representa os bens de venda das empresas, é dele que se obtém as vendas e 
é das vendas que se obtém os lucros; portanto, é importante o exame da rotação dos estoques 
para verificar qual o tempo médio de sua permanência na empresa, (Basso, 2012). 
 A formula para obtenção deste indicador é a seguinte: 
 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Índice de Giro dos 
Estoques 
Custo dos Produtos Vendidos 
Estoque Médio 
 
• examina o quantas vezes em um ano o estoque 
se renovou por causa das vendas. 
 
Figura 9: Índice de Giro dos Estoques 
Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.182) 
 
 Conforme Bruni (2011), o índice de giros dos estoques procura expressar quantas 
vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas. Normalmente, quanto maior a 
rotatividade, melhor a situação da empresa. A rotação dos estoques decorre do seu volume de 
vendas e a política de estoques que ela mantém. 
2.2.5.9. Prazo médio de Recebimento de Duplicatas 
 
 Calcula o tempo médio em receber o produto vendido, ou seja, quanto tempo a 
empresa espera para receberas vendas realizadas, ou seja, receber suas vendas feitas a prazo. 
Segundo Basso (2012): 
 
 O prazo médio de cobrança de duplicatas tem a finalidade de demonstrar quanto 
tempo a empresa tem levado para receber seus créditos cedidos aos clientes, que 
deve ser comparado, em primeiro lugar, com o prazo médio fornecido aos clientes e 
em segundo lugar, com os prazos médios que a empresa tem obtido de seus 
fornecedores para efetuar os pagamentos. Quanto menos tempo levar para receber os 
créditos e quanto maior a folga entre receber e a pagar, melhor é a situação das 
Duplicatas a Receber da empresa, (BASSO, 2012, p.21). 
 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Prazo Médio de 
Recebimento de 
Duplicatas 
Duplicatas a Receber X 365 
Vendas a Prazo Ano 
 
• examina o tempo médio para receber o produto 
vendido. 
 
Figura 10: Indicador Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas 
Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.21) 
33 
 
 Este indicar revela o período que a empresa deverá esperar, em média, antes de 
receber suas vendas a prazo, quanto menor for este prazo, melhor para a situação financeira da 
entidade. 
2.2.5.10. Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas 
 
 O prazo médio de pagamento de duplicatas indica quanto tempo à empresa leva para 
pagar suas compras. Para Bruni (2011): 
 O índice de giro de fornecedores procura expressar quantas vezes em um ano os 
valores devidos a fornecedores foram quitados. Normalmente, quanto maior a 
rotatividade, menor o volume de financiamentos recebidos pela empresa de seus 
fornecedores, (BRUNI, 2011, p. 186) 
 
 Para analise deste indicador temos que entender que conforme Iudicibus 
(2010), se uma empresa demora muito mais para receber suas vendas a prazo do que para 
pagar suas compras a prazo, irá necessitar de mais capital de giro adicional para sustentar suas 
vendas, criando-se um circulo vicioso difícil de romper. 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Prazo Médio de 
Pagamento de Duplicatas 
Duplicatas a Pagar X 365 
Compras a Prazo Ano 
 
• examina o tempo médio para que a empresa 
leva para pagar o produto comprado a prazo. 
 
Figura 11: Indicar Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas 
Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.22) 
 
 Para a empresa o interessante é conseguir o máximo de prazo possível para pagamento 
de suas dividas e diminuir o prazo de recebimento de seus clientes, criando assim certo 
equilíbrio entre os dois. 
 
 
2.2.5.11. Prazo Relativo das Duplicatas 
 
 Para verificar o equilíbrio entre as contas a pagar e as contas a receber, utiliza-se a 
formula a baixo: 
 
 
 
34 
 
 
Indicadores Formula Significado 
Prazo Relativo das 
Duplicatas 
Prazo Médio de Pagamentos 
Prazo Médio de Recebimentos 
 
• examina o equilíbrio entre as contas a pagar e 
as contas a receber, ideal inferior a 1 ou pelo 
menos, ao redor de 1, afim de garantir uma 
posição neutra. 
Figura 12: Indicador Prazo Relativo das Duplicatas 
Fonte: Adaptada com base Iudícibus (2010, p.103) 
 
 Segundo Ribeiro (1997), esse quociente evidencia a relação existente entre o prazo 
que a entidade tem para pagar suas compras a prazo, e o prazo que ela concede aos seus 
clientes para receber as suas vendas a prazo. 
 Iudícibus (2010), complementa: 
 
 Considere-se que a influência dos quocientes vistos é muito grande sobre a posição 
presente e futura de liquidez (a curto e a longo prazo). À medida que diminuirmos o 
prazo médio de recebimentos em relação ao prazo médio de pagamentos, estaremos 
propiciando condições mais tranquilas para obter posicionamentos estáticos de 
liquidez mais adequados. Como o excesso de recebíveis diminui o “giro do ativo”, é 
preciso aumentar a margem de lucro sobre as vendas para compensar o efeito 
negativo do giro baixo. (IUDÍCIBUS, 2010, p. 103). 
 
 
 A empresa deveria fazer o possível para tornar este quociente superior a 1,0 ou, pelo 
menos, ao redor de 1,0 a fim de garantir uma posição neutra. A empresa precisa sempre estar 
atenta a este coeficiente para que não fique sem caixa comprometendo assim o pagamento de 
suas dividas. 
2.2.6. Técnicas de Análise de Balanços Emergentes 
 
 Com os novos desafios impostos especialmente pelo Mercado de Capitais aos analistas de 
balanços, novas ferramentas estão sendo estudadas e postas à disposição dos usuários da 
informação contábil, dentre as quais destacamos nesse estudo, o EBITDA e o NOPAT. 
 
2.2.6.1. EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) 
 
 Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, 
ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem 
levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. EBITDA é a sigla em inglês, 
Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro antes dos 
Juros, Impostos, Depreciação e Amortizações. 
35 
 
 
 Ebitda corresponde a uma medida de fluxo de caixa contábil, não considerando 
gastos não desembolsáveis com depreciação e amortização. Seria uma medida de 
caixa disponível para todos os financiadores e o Fisco, caixa este calculado sob uma 
perspectiva contábil mais simplificada, e representaria o quanto a empresa gera de 
recursos apenas em sua atividade, sem levar em consideração gastos não 
desembolsáveis ou efeitos financeiros e de impostos. É um indicador para avaliar a 
qualidade operacional da empresa, o que corresponde a ganhos decorrentes de seus 
ativos. (BRUNI, 2011, p. 60-61). 
 
Matarazzo (2010, p.256), complementa: 
 
 Melhor seria se fosse definido apenas o lucro somado às despesas que não 
provocarem saídas de caixa como a depreciação, amortização, perdas da 
equivalência patrimonial, provisão para perdas do ativos permanente, juros de longo 
prazo, impostos definidos e outros. Aí equivaleria a Geração Bruta de caixa ... este é 
o conceito correto de quanto o lucro gerou de caixa para as diversas finalidades de 
analise e de tomada de decisões financeiras. O EBITDA ficou famoso entre os 
analistas e jornalistas de mercado devido à facilidade de exposição, granjeando uma 
fama de “numero mágico” dentre as centenas de números das demonstrações 
financeiras; porém ele não tem nenhuma precisão. 
 
 Iudícibus (2010, p.246), acrescenta: “O EBITDA é uma medida essencialmente 
operacional, desconsidera os efeitos dos resultados financeiros, assim revelando o potencial 
da empresa para a geração de caixa operacional”. 
Indicadores Formula Significado 
EBITDA Ebitda = Lajir + Depreciações + Amortizações 
 
• mostra uma medida de fluxo de caixa 
contábil, não considerando gastos não 
desembolsáveis. 
 
Figura 13: Indicador EBITDA 
Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.61) 
 
 É uma alternativa de tentar entender a geração de caixa por meio das demonstrações 
contábeis, notadamente a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
2.2.6.2. NOPAT – Net Operating Profit After Taxes ( Lucro Operacional Liquido depois 
dos Impostos) 
 
 Encontram-se duas formas de calculo do NOPAT, a forma financeira e a forma 
operacional, as duas chegam no mesmo valor. De acordo com Stewart citado por Iudícibus 
(2010) “A partir de uma perspectiva operacional, o NOPAT, é quase que literalmente, o lucro 
operacional líquido após impostos”. 
 
36 
 
 
Indicadores Formula Significado 
NOPAT 
Receitas Líquidas 
(-) Custos e despesas Operacionais 
(=) Lucro operacional antes dos impostos 
(-) Impostos 
(=)NOPAT (Lucro Operacional Liquido após Impostos) 
 
• mostra lucro operacional 
liquido após os impostos. 
 
Figura 14: Índice NOPAT 
Fonte: Adaptada com base Iudícibus (2010, p.240) 
 
 Segundo Iudícibus (2010): 
 
 Em nenhum momento são consideradas as despesas financeiras

Continue navegando