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Pesquisa Perpetuatio Jurisdicionis e Iussu Iudicis

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
01 - PERPETUATIO JURISDICIONIS
Perpetuação da jurisdição; é o ato que torna a jurisdição perpétua.
Comentário: O princípio dessa perpetuação vem do Direito Romano, tendo sido acolhido em nosso ordenamento jurídico, significando: “uma vez fixada a competência para uma determinada causa não mais será modificada. ” (CPC, art. 87).
A perpetuatio jurisdicionis consiste na regra que compõe o sistema de estabilidade do processo, segundo a qual a competência fixada na propositura da ação e com o despacho inicial, não mais se modifica.
A competência é fixada no momento da propositura da ação, sendo irrelevante as modificações posteriores. É um fenômeno processual, referente a fixação da competência. Uma vez distribuída a ação, a jurisdição necessariamente, atuará por meio do órgão jurisdicional, onde a ação foi proposta. Em regra, uma vez proposta a ação e despachada a petição inicial, a competência não mais se modifica.
No CPC está previsto expressamente, todavia, o CPP não prevê sua existência; JF MIRABETE entende que se aplica por analogia.
No entanto a Perpetuatio jurisdicionis é um princípio segundo o qual o que determina a competência são os elementos de fato e de direito existentes no momento da propositura da ação. Uma vez fixada a competência, a alteração desses elementos não tem qualquer influência sobre a competência, salvo as exceções previstas no art. 87.
Tal locução, de origem latina, indica o princípio pelo qual a competência do Juiz não se modifica por alterações de fato ou de direito relativas às partes, que venham a ocorrer após a determinação e fixação da competência jurisdicional.
A mudança de endereço de uma das partes, ou até a modificação da nacionalidade ou, ainda, de qualquer fator referente ao estado de fato ou de direito que serviram para determinar a competência, não transferem o processo para outro Juízo. Logo, não serão causas de modificação da competência.
Discorrendo sobre a perpetuatio iurisdictionis, ARRUDA ALVIM a define como sendo "a cristalização e subsistência dos elementos (de fato e de direito) em decorrência dos quais determinou-se a competência, inclusive do próprio critério legal. (...) O instituto da perpetuatio iurisdictionis prende-se à necessidade de estabilidade da competência de foro, em particular, e, assim, uma vez determinada e fixada esta, quaisquer modificações de fato ou de direito supervenientes são irrelevantes em sua estabilidade."
Esse princípio comporta exceções. Há hipóteses em que a competência é modificada em momento superveniente à sua fixação, como por exemplo, quando o órgão judiciário competente para a causa é suprimido por lei posterior, ou quando se alterar a competência em razão da matéria ou da hierarquia, consoante previsão do artigo 87, parte final, do CPC.
A intervenção da União no processo, exemplificando, é fator que desloca a competência para a Justiça Federal, necessariamente.
LUIZ RODRIGUES WAMBIER, ao tratar das causas modificativas da competência, assevera que a conexão e a continência tratam-se "de dois liames de afinidade existentes entre duas ou mais ações, que faz com que se justifique a reunião dos processos que estavam antes tramitando em juízos diversos, para que, reunidos, passem a tramitar em conjunto e sejam decididos concomitantemente". E complementa: "Essa possibilidade significa exceção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis. Esse princípio, bem como o da perpetuatio libeli e o da perpetuatio legitimationis, foram adotados pelo nosso CPC e refletem nítida preocupação com a estabilidade do processo."
Resultados da busca Jus Brasil para "Princípio da perpetuatio jurisdicionis":
TJ-PR - 9388085 PR 938808-5 (Acórdão) (TJ-PR)
Data de publicação: 11/10/2012
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - CRIAÇÃO DE NOVA COMARCA QUE ABRANGE O MUNICÍPIO EM QUE O CRIME FORA PRATICADO - JUÍZO SUSCITANTE QUE ALEGA VIOLAÇÃO DO ART. 87 DO CPC E DO PRINCÍPIO DA "PERPETUATIO JURISDICIONIS" - PROCEDÊNCIA - APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO ART. 87 DO CPC - COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO PELA INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO "PERPETUATIO JURISDICTIONIS" - CONFLITO PROCEDENTE. "Estende-se a competência territorial àquele Juízo que recebeu a denúncia, mesmo que o crime tenha ocorrido em cidade que posteriormente seja elevada à condição de Comarca. Perpetuatio jurisdictiones." (TJPR - 5ª C. Criminal em Composição Integral - CC 886062-4 - Marmeleiro - Rel.: Rogério Etzel - Unânime - J. 05.07.2012).
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 91628 SP 2007/0266275-2 (STJ)
Data de publicação: 22/04/2008
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO QUALIFICADA. PENA MÁXIMA DE 4 ANOS DE RECLUSÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. APELAÇÃO. PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICIONIS. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Atribuindo a lei pena máxima superior a 2 anos, a conduta típica foge ao conceito de crime de menor potencial ofensivo, definido no art. 61 da Lei n.º 9.099 /95, com a redação dada pela Lei n.º 11.313 /06, remanescendo a competência da Justiça Comum para instruir e julgar o feito. 2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que, tendo o feito tramitado no Juízo Comum, ainda que se trate de infração de menor potencial ofensivo, competente é o órgão jurisdicional hierarquicamente superior, isto é, o Tribunal de Justiça Estadual, para processar e julgar a apelação interposta contra sentença condenatória prolatada pelo referido juízo. 3. Conflito conhecido para declarar competente o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
02 - IUSSU IUDICIS
O que consiste a intervenção "iussu iudicis" no processo civil?
Trata-se de instituto que permite a atuação oficiosa de chamar terceiro ao processo, desde que se acredite na conveniência dessa medida. De uma maneira mais simplificada: É uma intervenção de terceiro determinado pelo Juiz, "ex officio", ou seja, o juiz determina de ofício que o terceiro venha ao processo.
Em que pese não haja previsão EXPRESSA no Novo CPC (assim como era no CPC/73) para tal instituto, o NCPC prevê, ao menos, três casos de intervenção de iussu iudicis:
1) Intervenção do "amicus curiae" (O CPC/73 NÃO previa essa hipótese).
2) Integração do litisconsórcio necessário não citado (art. 115, § único, NCPC). Ressalta-se que essa hipótese já existia no CPC/73 para a intervenção iussu iudicis, que foi mantido.
3) Art. 382, § 1º, NCPC - na ação de produção antecipada de prova o juiz pode, de oficio, trazer quem ele pressupõe ser interessante participar ao processo (O CPC/73 NÃO previa essa hipótese).
É possível falar em uma intervenção iussu iudicis atípica (não previsto em lei)?
SIM. Trata-se de uma forma de garantir o contraditório e a eficiência do processo.
Um exemplo seria a possibilidade de o juiz intimar o possível litisconsórcio facultativo unitário para que participe do processo e não haja discussão sobre a coisa julgada (que é o caso da nulidade da sentença); trazer o cônjuge preterido (que não deu autorização) no caso e ação real imobiliária.
Bibliografia: Fredie Diddier.
Assim, na definição do Eminente doutrinador Fredie Didier Jr., "a intervenção iussu iudicis nada mais é do que o ingresso de terceiro em processo pendente por ordem do juiz. "Tal instituto visa dar ciência do processo àqueles que possuem titularidade na relação jurídica tanto quanto o autor da ação proposta, quando esta contiver matéria que deva ser tratada de maneira uniforme, podendo resultar no surgimento ulterior de um litisconsorte unitário no polo ativo.
A intervenção iussu iudicis é o que o ingresso de terceiro em processo pendente por ordem do juiz.
Hoje a intervenção "iussus iudicis" tem a mesma previsão do CPC de 1939 - Fernanda Braga
A ideia geral é a mesma. Intervenção "iussus iudicis" é a intervenção de um terceiro, provocada pelo juiz.
No CPC de 1939 havia previsão legal desta intervenção: admitia-se que o juiz trouxesse para o processo quem ele entendesse que deveria fazer parte do contraditório. O CPC de 1973revogou referido dispositivo, motivo pelo qual surgiu a dúvida se havia ou não permanecido no sistema. Contudo, alguns autores posicionam-se pela sobrevivência desta espécie de intervenção no artigo 47 , parágrafo único do CPC , mas só para este caso.
Analisemos o dispositivo.
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.
Do que se vê, a norma contida no artigo 47 , parágrafo único do CPC tem como objeto somente o litisconsorte necessário. Na prática, o juiz começa a utilizar esta modalidade de intervenção como técnica para resolver, também, problemas como o do litisconsorte facultativo unitário que não participa do processo, haja vista que nesse caso, impõe-se, em razão da natureza da lide, a prolação de uma mesma decisão para todos.
Sendo assim, verifica-se que o instituto continua existindo no ordenamento jurídico brasileiro, mas, foi reformulado pela legislação vigente, não mais contemplando a possibilidade de abranger qualquer pessoa, mas, tão somente, o litisconsorte necessário ou, a contento da jurisprudência, o litisconsorte facultativo unitário que não tiver sido citado.
Esta tese trata de instituto pouco conhecido no direito brasileiro: a intervenção iussu iudicis, que deve ser diferenciada da ordem de integração do litisconsórcio necessário. A incompletude do sistema brasileiro de intervenção de terceiros pode ser verificada a partir de várias perspectivas e uma delas é a falta de atribuição de poderes ao juiz para determinar a intervenção de terceiros no processo.
O sistema de intervenção de terceiros presta-se à tutela de diversos valores relevantes e por isso não pode ficar exclusivamente nas mãos das partes ou mesmo de algum terceiro que tome a iniciativa de uma intervenção voluntária, após descobrir sozinho a existência de um processo em que tenha interesse em intervir. A tese assim caminha na direção de investigar em que hipóteses já pode ser considerada admissível a intervenção iussu iudicis, além de propor que a figura passe a ser expressamente prevista no ordenamento, na esteira do que já ocorre na Itália, por exemplo. A proposta está alinhada com o marco teórico definido no início da tese, consubstanciado no trinômio publicismo, instrumentalidade e cooperação.
Foi necessário percorrer um caminho relativamente longo e foram esses os principais passos: (I) definição do marco teórico; (II) conceituação de parte e de terceiro; (III) verificação da insuficiência dos limites subjetivos da coisa julgada e da eficácia da sentença para a tutela do terceiro; (IV) indicação da necessidade de o processo mostrar-se instrumental às intervenções de terceiros; (V) estudo da intervenção iussu iudicis ou de mecanismos similares em ordenamentos estrangeiros (Itália, Espanha e França); (VI) análise crítica do sistema brasileiro de intervenção de terceiros; (VII) diferenciação entre litisconsórcio necessário e intervenção iussu iudicis e, por fim; (VIII) construção das hipóteses em que deve ser admitida a intervenção iusssu iudicis com exame dos aspectos procedimentais do instituto.
Link da pesquisa:
http://www.enciclopedia-juridica.biz14.com/pt/d/perpetuatio-jurisdictionis/perpetuatio-jurisdictionis.htm
https://qbrandoabanca.wordpress.com/2014/11/25/o-que-e-perpetuatio-jurisdicionis/
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAArV8AI/perpetuatio-jurisdictionis
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/360551/principio-da-perpetuatio-jurisdicionis
https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/356137504/o-que-consiste-a-intervencao-iussu-iudicis-no-novo-cpc
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/61432/hoje-a-intervencao-iussus-iudicis-tem-a-mesma-previsao-do-cpc-de-1939-fernanda-braga
https://www.dicionarioinformal.com.br/iussu+iudicis/
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2137/tde-20072016-170141/pt-br.php

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