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Resumo constitucional AV I


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Resumo Constitucional 
PCO - Poder Constituinte Originária 
É o poder jurídico, à medida que estabelece uma nova constituição e as bases da nova ordem jurídica. Contudo, não se pode esquecer que se trata de um poder essencialmente político, cuja manifestação é impossível, sendo sempre uma decorrência da vontade circunstancial da sociedade em conseqüência, não é possível afirmar o momento e a forma.
Através da qual tal pode vir a se manifestar, não obstante, podemos evidenciar as formas mais comuns de sua manifestação. São elas: 
Assembléia nacional constituinte (ANC). Pura ou Congressual- PURA: Órgão cujos membros são escolhidos pelo povo com finalidade exclusiva de elaborar a Constituição. Em conseqüência, após o encerramento dos trabalhos constituintes, a assembléia e dissolvida e seus membros deixam de exercer mandatos. CONGRESSUAL- Órgão cujos membros também são eleitos pelo povo com a finalidade de elaborar a nova Constituição, entretanto paralelamente atuam como membro do poder legislativo. Sendo assim após a dissolução da assembléia permanecem no exercício do mandato, na qualidade de poder constituído exercendo função legislativa ordinária.
Movimento revolucionário- a doutrina majoritária sustenta que uma nova constituição revolucionaria constitui legitima manifestação da vontade do povo, sendo assim, trata-se da manifestação do poder constituinte originário.
Não devemos confundir tal constituição com aquela proveniente de um golpe de Estado, pois, enquanto a revolução concretiza aspirações essencialmente populares, o golpe de Estado é proveniente de um ato de força, logo se trata de uma Constituição Outorgada.
Características do PCO 
Inicial – porque sua obra “constituição” inaugura uma nova ordem jurídica, somente subsistindo validamente aquelas normas que se adequaram a nova Constituição.
Ilimitado – porque a nova constituição não deve obediência ao ordenamento jurídico anterior. Sendo assim, não há garantia de que uma norma da atual constituição seja preservada por uma constituição nova; nem mesmo clausulam pétreo ou direito adquirido, estaria imune a eventual modificação OBS: devemos observar que, no entanto, que a limitação do PCO não guarda sentido absoluto, pois, se no plano interno não encontra limites na ordem jurídica antecessora no plano internacional, em razão dos tratados dos quais somos signatários, devemos observar certas limitações.
Incondicionado-porque não existem condições, formalidades ou procedimentos estabelecidos para que venha se manifestar. Logo, em razão de seu caráter essencialmente político não é possível prever quando o PCO virá a atuar.
Poder constituinte derivado PCD
É um poder que existe em razão manifestação da vontade do PCO. Portanto, é poder que se encontra limitado pelo PCO, e caso não respeite tais limites, pratica o ato inconstitucional.
 Espécies de PCD
Reformador – é aquele encarregado pelo PCO de implementar modificações na constituição , sendo indispensável a observância integral a tais limites,sobre pena de inconstitucionalidade (limites ao PCD na CFRB/88 ). Limites formais: art. 60, I,II e III e § 2º, 3º e 5º. Limites circunstanciam: art. 60 § 1º. Limites matérias (clausulas pétreas) explícitos: 60,§4º, I-IV, implícitos: art. 3º do ADCT. 
Decorrente – é aquele encarregado pelo PCO de elaborar as constituições dos Estados da Federação, sempre observando os princípios de organização estabelecidos pela Constituição Federal 
Características do PCD
Derivado- porque se trata de um poder secundário, cuja existência deriva da vontade do PCO 
Limitado – porque somente pode atuar observando os limites impostos pelo PCO, sob pena de praticar ato inconstitucional 
Condicionado – porque somente pode atuar observando requisitos ou condições estabelecidas pelo PCO, as quais podem ser encontradas na própria Constituição, trata-se, portanto de um poder previsível, cuja manifestação encontra-se regrado pela constituição.
Interpretações da Constituição
Interpretação gramatical – conceito: 
Método gramatical pressupõe que o enunciado normativo deve ser entendido como o ponto de partida da atividade do interprete, que tera como limite a atribuição de sentidos possíveis as palavras. Portanto, prevalece atualmente o entendimento no sentido do que a norma jurídica é um produto no enunciado normativo mais a interpretação.
Interpretação histórica – tal método propõe ao interprete uma investigação histórica acerca do enunciado normativo interpretado. Devemos observar que tal investigação não propõe indagar o que o legislador pensou a época da elaboração da lei, e sim, o que teria pensado se tivesse ciência dos fatos contemporâneos. 
Interpretação sistemática – Tal método pressupõe a necessidade de um enunciado normativo seja interpretado levando em consideração o sistema normativo vigente, sobre tudo a constituição, jamais sendo possível fazê-lo de modo isolado, assim procedendo do interprete haverá de conferir a logicidade e coerência ao sistema, evitando contradições muito comuns, quando da sucessão de varias Constituições.
Interpretação axiológica-Tal método impõe ao interprete uma investigação sobre o sentido do enunciado interpretado, sobre a finalidade que inspirou o legislador no momento de sua elaboração, é de se notar, portanto, que tal finalidade será atingida através do emprego simultâneo dos métodos anteriores.
Interpretação sistemática – Tal método impõe ao interpreto a observância de um enunciado normativo a partir de uma contextualização mais ampla, sendo assim, toda norma jurídica deve ser interpretada levando-se em consideração o sistema normativo no qual insere, tal método ganha relevância sobre tudo, diante da realidade que nota a existência de varias constituições.
Aplicabilidade das normas Constitucionais
Normas constitucionais de eficácia absolutas (clausulas pétreas) art. 60 § 4º, I-IV
São aquelas que a doutrina convencionou denominar clausulam pétreas, constituindo um núcleo irrestringível da CFRB/88. Portanto sua eficácia absoluta decorre do fato de que nem mesmo uma emenda constitucional poderia restringi-la, ex: art.18 CFRB/88 - Forma federativa, art. 2º - separação dos poderes, art.5º - direitos individuais. Obs.: A fonte da temática das cláusulas pétreas é encontrada no art. 60 §4º, I-IV CRFB/88, portanto serão clausula pétrea todas as normas constitucionais que disciplinarem o tema relacionado no dispositivo citado. 
Normas de eficácia plena > normas auto aplicáveis.
Normas de eficácia relativa ou limitadas- dependem de complementação legislativa (lei).
Conceito – tais normas classificadas por José Alonso da Silva como norma de eficácia limitada,segundo o autor são dotadas de eficácia relativa. Nesse sentido, não geram efeito positivo imediato, pois dependem de uma lei para fazê-lo, ao menos são dotadas de efeito negativo imediato, vale dizer, revoga toda norma infraconstitucional que lhe seja incompatível materialmente.
Quanto a finalidade.
Classificação de Luis Roberto Barroso.
Normas constitucionais de organização – são aquelas que encarregam de estabelecer organização do Estado, definindo seus órgãos e delimitando sua competência, ex: art. 44 CFRB/88 “Legislativo’, art.76 Poder executivo e art. 92 Poder Judiciário.
Normas constitucionais definidas de Direito 
São aquelas que se encarregam da definição dos direitos e das garantias individuais e sociais, ex: art. 5º e art. 19 da CFRB/88.
Normas constitucionais pragmáticas- São aquelas que consagram programas, linhas de atuação para que o Estado desenvolva Política e Publica e de se notar que tais normas não estabelecem a forma através da qual der ser executadas, não obstante sejam normas auto aplicáveis. Portanto caso o Estado deixe de promover a sua execução incidem em inconstitucional por omissão, ex: art. 215 e 217 da CFBR/88.
Conflito entreconstituição nova e anterior 
Ao entrar em vigor uma nova constituição, com a finalidade de evitar a insegurança jurídica quanto a vigência de normas presentes na anterior, opera-se sua revogação global. Logo, em um ordenamento jurídico somente a espaço para vigência de uma constituição.
Não obstante, é possível que a constituição nova determine expressamente que algumas normas da constituição anterior permaneçam vigentes no ordenamento jurídico, se inicia através de dois (02) mecanismos: Recepção e desconstitucionalização das normas.
Recepção material- é quando a constituição nova consagra expressamente em seu texto, dispositivo previsto no texto da constituição anterior, ex: mandato de segurança e habeas corpus.
Desconstitucionalização – ocorre quando a constituição nova determina, expressamente, que um dispositivo previsto no texto da constituição anterior permanecerá vigente no ordenamento jurídico que se inicia com o status de norma infraconstitucional com hierarquia de Lei ordinária.
 
Ordenamento Infraconstitucional anterior 
Ao entrar em vigor uma nova constituição, esta se depara com todo o ordenamento infraconstitucional preexistente. Sendo assim, se admitirmos sua revogação global automática, ensejaríamos profunda insegurança jurídica ocasionado por um vácuo legislativo incontornável. Em conseqüência o principio da continuidade da ordem jurídica, impõe que as normas infraconstitucionais anteriores e materialmente compatíveis com a nova constituição sejam submetidas ao fenômeno da Recepção, permanecendo vigente no ordenamento jurídico que se inicia.
Devemos observar, portanto, que o fenômeno da recepção é tácito, sendo indispensável que o interprete submeta as normas infraconstitucionais anteriores ao processo de filtragem constitucional, verificando-se caso a caso quais delas mostram-se materialmente compatíveis com a nova constituição. no sentido oposto, aquelas que se mostrarem incompatíveis materialmente com a nova constituição, serão submetidas ao juízo da não recepção, tendo-se por revogadas.
 Inexistência de inconstitucionalidade formal superveniente 
O STF é pacifico no sentido de não admitir a chamada inconstitucionalidade formal superveniente. Portanto, a constituição nova não se preocupa com a forma de elaboração das normas infraconstitucionais que o antecede, ou seja, para que seja objeto de recepção, bastará que se compatibilizem materialmente ao novo texto constitucional.
A Constituição da Republica Federativa do Brasil é classificada como : Promulgada , Formal. Analítica , Dogmática ,Eclética, Dirigente , Normativa, Rígida e Escrita .