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Criminologia Aula 3

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DELEGADO DA POLICIA CIVIL
Prof. Rogério Sanches 
Criminologia – Aula 3
CONTROLE SOCIAL
Chamamos de controle social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que
pretendem submeter o indivíduo aos modelos e normas comunitários, ou as normas de
convivência social. Há dois sistemas de controle que coexistem na sociedade: O controle
social formal e o informal.
Controle social formal: mecanismos de controle oficiais, atuação do aparelho 
político do Estado (como a Polícia, a Justiça, a Administração Penitenciária, o 
Ministério Público, o Exército entre outros).
Cabe à criminologia, dentro do sistema de controle social formal, estudar a eficácia 
da atuação dessas instituições as quais o Estado instituiu para tal exercício. 
Ao analisar os sitema de pena, por exemplo, verifica aspectos como: o processo
de ressocialização, prevenção e retribuição.
A análise sempre será empírica, no exemplo citado pode ser promovida análise 
quanto às vantagens e desvantagens dos efeitos das sanções penais, tanto para o 
deliquente quanto para a sociedade.
Controle social informal: mecanismos de controle casuais. Tem como agentes a 
família, escola, profissão, a religião, opinião pública, entre outros.
Ressalte-se, portanto, que a Criminologia não restringe seu interesse aos sistemas de
controle social formal.
A partir do controle social, com o questionamento dos significados dos valores
sociais e os papéis que eles desempenhas na sociedade, nasceram as vertentes
sociológicas, as explicações criminológicas, que tentam explicar as relações e interações
do indivíduo com a sociedade.
Sociologia criminal
Em seu início, mesmo que a sociologia criminal tenha se confundido com certos
preceitos da antropologia criminal, uma vez que buscava a gênese delituosa nos fatores
biológicos, em certas anomalias cranianas, na “disjunção” evolutiva, o próprio Lombroso,
no fim de seus dias, formulou pensamento no sentido de que não só o crime surge das
degenerações, mas também de certas transformações sociais que afetam os indivíduos,
desajustando-os.
Ocorre que a moderna sociologia parte de uma perspectiva macrossociológica,
onde as teorias criminológicas não se limitam a analisar o delito segundo uma visão do
indivíduo ou de pequenos grupos, mas sim da sociedade como um todo.
As teorias macrossociológicas, portanto, são analisadas a partir de uma divisão
bipartida, sob um enfoque consensual de um lado e de conflito de outro.
Para as teorias do consenso, a finalidade da sociedade é atingida quando suas
instituições obtêm perfeito funcionamento, os cidadãos aceitam as regras vigentes e
compartilham as regras sociais dominantes. Aqui os sistemas sociais dependem da
voluntariedade de pessoas e instituições, que dividem os mesmos valores. É teoria de
cunho funcionalista, também denominada de teoria de integração.
São exemplos a teoria da Escola de Chicago, a teoria de associação diferencial, a
teoria da anomia e a teoria da subcultura delinquente.
Contrario sensu, para esta teoria, quando a sociedade diverge sobre valores e regras, a
criminalidade indica o mal funcionamento das instituições, das regras ou dos valores
socias dominantes.
Já para a teoria do conflito, de cunho argumentativo, a ordem na sociedade é
fundada, implementadas por meio de uma dominação por alguns e obediência de outros,
por meio da força e da coerção, ou seja, não existe voluntariedade entre os personagens
para a pacificação social.
Para esta teoria as sociedades são sujeitas a mudanças contínuas, sendo ubíquas,
de modo que todo elemento coopera para sua dissolução. Haveria sempre uma luta de
classes ou de ideologias a informar a sociedade moderna (Marx).
São exemplos a teoria do labelling approach e a teoria da crítica ou radical.
Entretanto, alguns sociólogos contemporâneos afastam a luta de classes,
argumentando que a violação da ordem deriva mais da ação de indivíduos, grupos ou
bandos do que de um substrato ideológico e político.
Como bem ressaltou Shecaira (2008, p. 141): “Qualquer que seja a visão adotada
para a análise criminológica, a sociedade é como a cabeça de Janus, e suas duas faces
são aspectos equivalentes da mesma realidade”.
Para esta teoria é o sistema de opressão que faz surgir a criminalidade, como reflexo 
da dinâmica de dominação, onde poucos dominam muitos.
TEORIAS DO CONSENSO
1) A Teoria da Escola de Chicago
Teoria pertencente ao grupo das teorias do consenso, também denominada de
"teoria da ecologia criminal ou teoria da desorganização social" surgiu no início do
século XX por meio de membros do Departamento de Sociologia da Universidade de
Chicago.
Traz uma explicação ecológica do Crime.
A sociedade é a causa do fenômeno criminal, não o indivíduo. Para se conhecer as 
causas do fenômenos criminal deve se estudar a sociedade em que o indivíduo 
está inserido.
Naquela época os Estados Unidos da América experimentavam um enorme
desenvolvimento econômico e industrial que chegou às grandes cidades, como Chicago.
Milhares de pessoas vindas de todas as partes do país, como descendentes de escravos,
irlandeses, eslavos, italianos, e minorias étnicas habitavam as periferias em condições
precárias de higiene, segurança, iluminação pública, etc.
Neste meio cercado por miséria e desigualdades sociais, uma parcela da
população passa a ter dificuldades de se adaptar aos valores do corpo social dominante
gerando violência, e sensível aumento da criminalidade.
Dentro da perspectiva da Escola de Chicago, a compreensão do crime sistematiza-
se a partir da observação de que a gênese delitiva relacionava-se diretamente com o
conglomerado urbano (que muitas vezes era estruturado de modo desordenado e radial, o
que favorecia a decomposição da solidariedade das estruturas sociais).
Dentre os precursores da Escola de Chicago, convém destacar Robert. E. Park
que apontou a influência do entorno urbano sobre a conduta humana. Concebeu o meio
urbano como um organismo dividido em zonas de trabalho, de moradia, lazer, público e
privado, dentre os vários existentes com distinção ainda dos níveis de criminalidade.
Percebe-se que a Escola de Chicago constitui uma sociologia da cidade ou ecologia
social da cidade.
Concentra seu estudo na distribuição das zonas de trabalho e residências, 
distribuição de serviços, estruturas dos lugares públicos e privados, e na profusão de
doenças. Estabeleceu relação entre fatos criminosos e na distribuição dessas zonas, bem
como o perfil dos delinquentes. 
Por exemplo, a depender da carência do oferecimento de determinado serviço pode 
se perceber o cometimento de determinado fato criminoso, e de especial espécie de 
delinquente.
Outro exemplo, o sobrepeso, a escola relacionou com a desorganização social, e 
considerou como sendo fator criminógeno.
A Escola de Chicago traz como prioridade a maximização da atuação preventiva e 
diminuição da atuação repressiva.
O interveções do Estado deveriam passar a ser planejadas, limitando-se aos bairros e 
setores, de modo a proporcionar os serviços a todas as regiões, sendo de fundamental
importância a abertura de espaço para a participação da sociedade no processo, por 
meio dos seus diversos segmentos (conjugação de esforços para o enfrentamento da 
criminalidade).
Uma reflexão crítica que se tem em relação aos estudos apresentados por esta
Escola é a limitação da própria investigação. Fica evidente que seu estudo se preocupou
em analisar as áreas da residência dos delinquentes e não as áreas onde os crimes
ocorriam. E isto, inequivocamente, compromete a “pureza” dos seus dados estatísticos.
Além disso, a Escola não aborda ações afirmativas que incluam o indivíduo na
sociedade, e como se sabe, por si só a prevenção criminal ou repressão não conseguem
resolver a questão criminal.
2) Teoria da AssociaçãoDiferencial
Teoria pertencente ao grupo das teorias do consenso, baseia-se no pensamento de
Edwin Sutherland (1883-1950), inspirado em Gabriel Tarde (1843-1904). 
Para Edwin o delito não consiste apenas em uma inadaptação de pessoas
pertencentes as classes menos favorecidas, pois não é praticado com exclusividade por
seus integrantes.
No final dos anos 1930, nasce com esta teoria a expressão "white collar crimes"
(crimes de colarinho branco) para designar os autores de crimes específicos, que se
diferenciavam dos criminosos comuns. 
Para esta teoria o indivíduo é convertido em delinquente no momento em que os
valores predominantes no grupo do qual faz parte ensinam o crime (e isso acontece quando
as considerações favoráveis ao proceder desviante superam as desfavoráveis).
O Termo "associação diferencial" refere-se ao processo de apreensão de
comportamentos desviantes, sejam por gangues urbanas ou por grupos empresariais, na
prática de furtos e arruaças, ou sonegações e fraudes comerciais.
Sutherland não propõe a associação entre criminosos e não criminosos, mas sim
entre definições favoráveis ou desfavoráveis ao delito.
Uma pessoa torna-se criminosa porque recebe mais definições favoráveis à
violação da lei do que desfavoráveis a essa violação. Este é o princípio da associação
diferencial.
Sérgio Salomão Shecaira enumera os fatores do processo pelo qual o indivíduo
seria conduzido a cometer um delito conforme preconizado pela teoria da associação
diferencial:
1) o comportamento criminoso é um comportamento aprendido, aprende-se a praticar um
crime como se aprende a praticar uma boa ação.
2) o comportamento criminoso é aprendido mediante a comunicação com outras pessoas.
Que se inicia no seio familiar.
Ao contrário do que suponha Lombroso, ninguém nasce criminoso, mas a 
criminalidade é uma consequência de uma socialização incorreta.
3) o grau de aprendizado do comportamento criminoso varia conforme a proximidade
existente entre as pessoas.
4) o aprendizado do comportamento criminoso contém o aprendizado das técnicas de
cometimento do crime, sendo em alguns casos simples, e em outros complexas;
5) a motivação e impulsos para o cometimento de crimes se aprende com as definições
favoráveis ou desfavoráveis da lei;
6) a conversão do indivíduo em criminoso ocorre quando as definições favoráveis a
violação da norma superam as definições desfavoráveis.
7) as associações diferenciais podem variar em frequência, duração, prioridade e
intensidade.
8) a prevalência das definições favoráveis ou desfavoráveis em relação à norma denotam
um conflito cultural responsável pela associação diferencial;
9) a desorganização social causada pela perda da origem e raízes pessoais, e a
inexistência de controle social informal fomentam a prática de crimes.
3) Teoria da Anomia
A teoria da anomia também é vista como teoria de consenso, porém com nuances
marxistas. Afasta-se dos estudos clínicos do delito porque não o compreende como
anomalia.
Esta teoria insere-se no plano das correntes funcionalistas, desenvolvidas por
Robert King Merton (1910-2003), com apoio na doutrina de E. Durkheim (1858-1917) (O
Suicídio, de 1897).
Para os funcionalistas, a sociedade é um todo orgânico articulado que, para 
funcionar perfeitamente, necessita que os indivíduos interajam num ambiente de 
valores e regras comuns. No entanto, toda vez que o Estado falha é preciso 
resgatá-los, preservando-os; se isso não for possível, haverá uma disfunção.
Merton explica que o comportamento desviado pode ser considerado, no plano
sociológico, um sintoma de dissociação entre as aspirações socioculturais e os v meios
desenvolvidos para alcançar tais aspirações.
Assim, o fracasso no atingimento das aspirações ou metas culturais em razão
da impropriedade dos meios institucionalizados pode levar à anomia, isto é, a
manifestações comportamentais em que as normas sociais são ignoradas ou
contornadas.
A Anomia representa, portanto, a incapacidade de atingir os fins culturais. O que
ocorre quando o insucesso em atingir metas culturais, devido à insuficiência dos meios
institucionalizados (sistema de normas), gera condutas desviantes.
As desigualdades sociais, a escassez de oportunidades, e os contrastes de uma
sociedade heterogênea e de consumo, incentivam o surgimento de uma mentalidade de
anomia.
A anomia é, ainda, uma situação de fato em que faltam coesão e ordem, sobretudo
no que diz respeito a normas e valores. Pode ser vista como um tipo de conflito cultural
ou de normas, que sugere a existência de um segmento de dada cultura, cujo sistema de
valores esteja em antítese e em conflito com outro segmento.
Assim, o conceito de anomia de Merton atinge dois pontos conflitantes: as metas
culturais (status, poder, riqueza etc.) e os meios institucionalizados (escola, trabalho etc.).
Merton elabora um esquema no qual explica o modo de adaptação dos indivíduos
em face das metas culturais e meios disponíveis.
Merton classifica os modos de adaptação dos indivíduos frente a anomia, para o
autor, os indivíduos reagem de 5 (cinco) maneiras distintas: 
Com conformidade, inovação, ritualismo, evasão ou retraimento ou com a rebelião.
4) Teoria da Subcultura Delinquente
Cultura pode ser definida como sendo um conjunto de valores, crenças, tradições,
gostos, e hábitos de um determinado grupo social que são compartilhados, transmitidos e
aprendidos por seus integrantes de geração em geração.
A sociedade tradicional dita os valores predominantes, mas que não raras vezes
colidem com os valores de determinados grupos.
E é a existência se subculturas dentro de uma cultura dominante é o que sustenta 
essa teoria (caracter pluralista e atomizado da ordem social).
Além da questão envolvendo a pluralidade de culturas dentro de uma mesma
sociedade, convém apontar duas espécies sui generis de cultura, a subcultura e a 
contracultura.
A Subcultura nada mais é do que uma cultura dentro de outra cultura; é
caracterizada por carregar consigo alguns valores da cultura dominante, mas existe
exatamente para exprimir as caracteristicas e valores específicos do grupo ao qual
pertence, pela carência de representação pela cultura dominante da sociedade dita como
"tradicional".
A Contracultura por sua vez, é caracterizada por um conjunto de valores e
comportamentos que se opõe aos valores da cultura dominante da sociedade dita como
"tradicional". O movimento hippie dos anos 60 é o exemplo mais emblemático de
contracultura.
A teoria da subcultura delinquente é tida como teoria de consenso, criada pelo
sociólogo Albert Cohen (1918-2014) (Delinquent boys, 1955). 
Albert Cohen, faz nascer sua teoria da análise dos EUA, logo após a segunda 
guerra mundial. A sociedade norte-americana, em franca ascensão, experimentava 
todo o otimismo do crescimento econômico, dos avanços da ciência e tecnologia, 
de uma democracia representativa com limites delineados pela Constituição, em 
que a sociedade era predominantemente constituída por famílias de base patriarcal
com valores culturais fundados no protestantismo, de ética puritana e empenho no 
trabalho. Foi nessas circunstâncias que emergiu o padrão de valores do sonho 
americano, do conhecido termo "American Dream".
Ocorre que o "American Dream", já anos 50, começaria a enfrentar problemas, pois
grande parcela da sociedade se frustraria ao observar que nem todos conseguiriam
realizar de forma ideal o sonho americano. Muitos jovem dessa sociedade 
americana sequer poderiam cogitar o acesso aos valores e vantagens 
estabelecidas pela sociedade dominante.
É nessa época em que o germe da campanha por direitos civis e igualdade, dacomunidade afroamericana nos Estados Unidos é plantada, circunstâncias nas 
quais surgem os lideres como Malcolm X e Martin Luther King Jr.
Ocorria que a subcultura ganha contornos coletivos na medida em que os 
indivíduos com as mesmas dificuldades se associam, desenvolvendo, a 
semelhança do que se verifica nas culturas, um padrão de valores. Dentre os 
exemplos de subcultura delinquente nos Estados Unidos, pode-se mencionar as 
gangues de bairros localizados nas periferias nas grandes cidades. 
Três ideias básicas sustentam a teoria da subcultura: 
1) o caráter pluralista e atomizado da ordem social;
2) a cobertura normativa da conduta desviada;
3) as semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares e irregulares.
Essa teoria é contrária à noção de uma ordem social, ofertada pela criminologia
tradicional.
Identificam-se como exemplos as gangues de jovens delinquentes, em que o
garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, admitindo-os para si mesmo, mais que
os valores sociais dominantes.
Segundo Cohen, a subcultura delinquente se caracteriza por três fatores: não
utilitarismo da ação; malícia da conduta e negativismo.
O não utilitarismo da ação se revela no fato de que muitos delitos não possuem
motivação racional (ex.: alguns jovens furtam roupas que não vão usar).
A malícia da conduta é o prazer em desconcertar, em prejudicar o outro (ex.:
atemorização que gangues fazem em jovens que não as integram).
O negativismo da conduta mostra-se como um polo oposto aos padrões da
sociedade.
A existência de subculturas criminais se mostra como forma de reação necessária
de algumas minorias muito desfavorecidas diante das exigências sociais de
sobrevivência.
A grande crítica que recai sobre a teoria de Cohen, da subcultura delinquente,
reside na incapacidade da teoria explicar a criminaldiade como um todo, de forma
genérica, pelo fato de seus estudos restringirem-se a manifestações da delinquencia
juvenil.
TEORIAS DO CONFLITO
5) Teoria Crítica
A origem histórica dessa teoria de conflito se encontra no início do século XX, com
o trabalho do holandês Bonger (1876-1940).
A teoria crítica ou radical tem suas bases alicerçadas no marxismo, enxergando o
delito como um fenômeno proveniente do sistema de produção capitalista, na medida em
que promove o egoísmo; este, por seu turno, leva os homens a delinquir.
A realidade, para Bonger, não é neutra, de modo que se vê todo o processo de
estigmatizacão da população marginalizada, que se estende à classe trabalhadora, alvo
preferencial do sistema punitivo, e que visa criar um temor da criminalização e da prisão
para manter a estabilidade da produção e da ordem social.
Ou seja, um sistema de controle social onde atuam juízes, promotores, delegados,
advogados, métodos e procedimentos.
Essas instituições, segundo a teoria crítica, servem para estimular as forças produtivas, que 
estariam representadas por pessoas de determinado setor da sociedade.
A Teoria Crítica, portanto, ressalta o funcionalismo do pensamento criminal onde a
lei penal seria uma estrutura dependente do sistema de produção (infraestrutura).
O delinquente, visto nesta perspectiva, seria o homem que, destituído de livre arbítrio dentro
desse sistema de produção alienador, é forçado a delinquir. A criminalidade seria, portanto, 
problema insolucionável nas sociedades capitalistas.
Para os adeptos da teoria crítica um fato é considerado criminoso não porque
ofende a moral de um povo, mas porque é do interesse da classe social dominante dar-
lhe essa definição.
O crime estaria portanto ligado a estrutura política e econômica da sociedade, e não 
relacionado ao desrespeito aos valores éticos e morais.
A teoria crítica ou radical, como pode ser percebido, parte da ideia de que a divisão
de classes no sistema capitalista gera a desigualdade e a violência, e a legislação penal
nesta perspectiva, teria a função de exercer uma contenção provisória, inibindo as
confrontações violentas entre as classes (dominante e dominada).
Partindo-se desta ideia, propõe o deslocamento do paradigma da
criminalização, e busca reduzir as desigualdades sociais penalizando a criminalidade
das classes dominantes, como dos crimes do colarinho-branco, abuso de poder, crime
organizado, crimes contra a ordem tributária e sistema financeiro, etc.
As principais características da corrente crítica são:
a) a concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito penal se ocupa de proteger
os interesses do grupo social dominante); 
b) reclama compreensão e até apreço pelo criminoso; 
c) critica severamente a criminologia tradicional;
d) o capitalismo é a base da criminalidade;
e) propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e
desigualdades e consequentemente da criminalidade.
A Teoria Crítica é criticada por apontar problemas nos Estados capitalistas e não analisar
o crime nos países socialistas.
Destacam-se as correntes do neorrealismo de esquerda; do direito penal mínimo e do
abolicionismo penal, que, no fundo, apregoam a reestruturação da sociedade, extinguindo
o sistema de exploração econômica.
6) Teoria do Etiquetamento, do Labelling Approach, Interacionismo
Simbólico, da Rotulação ou Reação social
Nasceu nos EUA, na década de 1960, é uma das mais importantes teorias de
conflito, seus principais expoentes são Erving Goffman (1922-1982), Anselm Strauss
(1916-1996) e Howard Becker (1928-).
A teoria do Labelling Aproach parte da ideia de que a intervenção da justiça na
esfera criminal pode acentuar a criminalidade.
Trata da a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de 
um processo em que se atribui tal “qualidade”, de um processo de estigmatização.
A sociedade define o que entende por “conduta desviante”, isto é, todo
comportamento considerado perigoso, constrangedor, impondo sanções àqueles que se
comportarem dessa forma. Ou seja, simples processo de rotulação das pessoas que
praticam as "condutas desviantes".
Segundo Alessandro Barata (2002), o etiquetamento consiste na sustentação de
um processo de interpretação, definição e tratamento, em que alguns indivíduos
pertencentes à determinada classe interpretam uma conduta como desviante, definem as
pessoas praticantes dessa mesma conduta como desviantes e empregam um tratamento
que entendem apropriados em face dessas pessoas, onde acaba dessocializando,
embrutecendo e estigmatizando determinadas pessoas.
Para esta teoria, há muito mais condutas praticadas contra a lei penal do que o
sistema penal tem condições de investigar e processar. Assim, o criminoso apenas se
diferencia do homem comum em razão do estigma que sofre e do rótulo que recebe.
O processo de estigma funciona como pena, como geradora de desigualdades, aos
condenados. O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas, o
que acarreta a marginalização no trabalho, na escola.
Ademais, a criminalização primária produz a etiqueta ou rótulo, que por sua vez
produz a criminalização secundária (reincidência). 
A etiqueta ou rótulo (materializados em atestado de antecedentes, folha corrida
criminal, divulgação de jornais sensacionalistas etc.) acaba por impregnar o indivíduo,
causando a expectativa social de que a conduta venha a ser praticada, perpetuando o
comportamento delinquente e aproximando os indivíduos rotulados uns dos outros.
As consequências políticas da teoria do labelling approach são reduzidas àquilo
que se convencionou chamar “política dos quatro Ds” (Descriminalização, Diversão,
Devido processo legal e Desinstitucionalização). 
No plano jurídicopenal, os efeitos criminológicos dessa teoria se deram no sentido
da prudente não intervenção ou do direito penal mínimo,uma tendência garantista, de
não prisionização, de progressão dos regimes de pena, de abolitio criminis etc.
A crítica à Teoria da Rotulação reside no fato de se pensar a criminalidade
apenas como subproduto de uma rotulação policial ou judicial. 
Ao se aboservar o crime organizado, por exemplo, uma verdadeira empresa
multinacional, com produção, gerências regionais, inteligência, infiltração nas
universidades e no Poder Público, lavagem de dinheiro, hierarquia, disciplina, controle
informal dos presídios, se constata não ser produto apenas de etiquetamento.
Entrentanto, alguns autores insistem na minimização do direito penal, na
exarcebação de direitos dos presos, sendo “etiquetada” de reacionária, démodé ou
“conservadora” qualquer medida de contenção e ordem imposta pelo Estado.
Criminalidade legal, criminalidade oculta, cifra negra e cifra dourada
A criminalidade legal: é a que aparece registrada nas estatísticas oficiais.
A criminalidade oculta: relaciona-se com duas modalidades de criminalidade: a
criminalidade tradicional e a criminalidade econômica. 
Na primeira hipótese, temos as cifras negras; na segunda as cifras douradas.
A cifra negra: representa a diferença entre a criminalidade real (quantidade de
delitos cometidos em determinada circunscrição) e a criminalidade aparente (presente nas
estatísticas).
As cifras douradas: representam a criminalidade do colarinho branco.
7) Teoria do Delito como Eleição Racional
O Neoclassicismo
É uma das duas teorias neoclássicas, apontadas pela doutrina por retomarem
alguns postulados da Escola Clássica do século XVIII, que surgem no último quarto do
século XX, sobretudo nos países anglo-saxões.
A principal razão para este renascimento foi a decepção com as idéias de
ressocialização, que estavam sendo colocadas em questão no final dos anos 1960.
Quando apesar das diversas tentativas de reabilitar os infratores, muitos não obtinham
sucesso e voltavam a praticar delitos, causando um ceticismo acerca da possibilidade
efetiva de que isto possa de fato acontecer. 
Por isso o enfoque voltou a ser a prevenção, como era na escola clássica.
O princípio básico do neoclassicismo é de que o homem é um ser livre e racional
(livre arbítrio clássico), o que foi incentivado pelas teorias econômicas do final do século
XX, que consideravam o homem como um ser que sempre faz avaliações entre os custos
e os benefícios de cada ato.
Na realidade houve uma retomada, de um modo geral, da filosofia utilitarista de Jeremy 
Bentham e John Stuart Mill, em que o homem aparece como um ser racional em busca do
prazer, calculando, para tanto, o total de razer que pode auferir com um ato e o total de 
custo que isto impõe. O que influenciou, inclusive, as teorias econômicas da época.
As principais teorias neoclássicas, portanto, são a "rational choice theory" (teoria
da escolha racional) e a "routine activity theoriy" (teoria das atividades rotineiras).
Teoria da escolha racional
As origens intelectuais desta teoria remontam, como já dito, o utilitarismo do século
XIX, e com Gary Becker (1930-2014), um economista norte-americano, premiado
exatamente por ter estendido os domínios da análise microeconômica para
comportamento e interação humana.
Para Becker a ocorrência delitiva dependerá da utilidade esperada, ou seja,
ocorrerá se for positiva ou quando os benefícios superarem os custos. De acordo com
esta idéia, se a utilidade esperada for negativa, ou seja, se os custos superarem os
ganhos, então o indivíduo não se engajará no ato criminoso.
Os principais representantes desta teoria, porém, são Ronald Clarke e Derek
Cornish, para eles não se trata de uma única escolha, mas uma seqüência de decisões
influenciadas por um número de fatores sociais e psicológicos. 
Embora a teoria da escolha racional tenha em comum com a escola clássica a sua
concepção de um ser humano racional, ambas divergem quanto ao grau de liberdade
desta racionalidade.
A imagem projetada pelo iluminismo de um ser humano racional, capaz de uma
racionalidade pura ao estilo de Kant, foi introduzida no âmbito das questões criminais pela
escola clássica, não sendo a mesma imagem trazida por esta teoria contemporânea. 
Para a teoria da escolha racional, o homem tem a sua racionalidade limitada
por diversos fatores, como grau de conhecimento do fato e de suas conseqüências ou até
mesmo constrições psicológicas ou sociais.
Cornish e Clarke resumem, inclusive, quais seriam as principais limitações.
Ocorre que em análise acerca desta teoria, alguns autores questionam até mesmo
a racionalidade limitada apresentada pela teoria da escolha racional, afirmando que na
prática, trouxe apenas uma confirmação de outras teorias, uma vez que os fatores
psicológicos e sociais são elementos já postulados por outras teorias para explicar a
conduta delituosa.
Entretanto, vale ressaltar o novo discurso da teoria vista numa perspectiva de
criminologia atuarial: 
A proposta de uma mudança de paradigma, com o abandono do discurso
correcionalista, característico do "welfare state" (estado do bem estar social), e do debate
a respeito das causas do delito.
Ou seja, a teoria não procura estudar as causas do comportamento criminoso
ignorando os possíveis fatores que influenciaram seu autor nesta escolha.
A pena, para esta teoria, revela-se em instrumento de dissuasão afim de incutir na
mente de cada membro do corpo social que o benefício alcançado com o delito é
substancialmente inferior ao mal advindo de sua prática.
Teorias bioantropológicas
Pode-se afirmar que os primeiros estudos bioantropológicos, ou melhor, biológicos,
foram desenvolvidos por Lombroso, com predomínio das análises morfológicas e
fisiognômicas. 
Nesse prisma, ganhou relevo a antropometria (estudos das medidas e proporções
do organismo humano para fins de estatística e comparação), que serviria de base para
os estudos subsequentes. 
Destaca-se a Teoria das Predisposições Agressivas
Da Escola Positivista, tendo Cesare Lombroso como principal expoente. Esta 
teoria é o ponto de partida da Escola Biológica da Criminologia, que acreditava ser o
atavismo, isto é, caracteres físicos e morais que existiam em um antepassado e podiam
reaparecer em seus descendentes, a causa da existência de um criminoso nato (Ferri)
caracterizado por sinais físicos e psíquicos como a forma da calota craniana e da face,
maxilar, das fartas sobrancelhas, dessimetria corporal, etc.
Na era pós-lombrosiana desenvolveram-se estudos biotipológicos,
endocrinológicos e psicopatológicos, estes três relacionados sobretudo à criminologia
clínica, conforme veremos adiante.
Na medida em que as teses anatômicas acerca da conduta humana foram se
revelando insuficientes para a causalidade criminal, surgiram novas teses, se bem que
críticas, de conteúdo psiquiátrico.
Merecem destaque as teorias dos tipos de autor (Kretschmer, 1921) e das
personalidades psicóticas (Schneider, 1923). 
Kretschmer (tipos de autor) diferenciou quatro tipos de constituição corporal:
1) Leptossômicos: alta estatura, tórax largo, peito fundo, cabeça pequena, pés e mãos
curtos, cabelos crespos (propensão ao furto e estelionato).
2) Atléticos: estatura média, tórax largo, musculoso, forte estrutura óssea, rosto uniforme,
pés e mãos grandes, cabelos fortes (crimes violentos).
3) Pícnicos: tórax pequeno, fundo, curvado, formas arredondadas e femininas, pescoço
curto, cabeça grande e redonda, rosto largo e pés, mãos e cabelos curtos (menor
propensão ao crime).
4) Displásicos: pessoas com corpo desproporcional, com crescimento anormal (crimes
sexuais).
As maiores críticas a essa corrente foram no sentidode que tinham forte tendência
discriminatória, adotadas pelo nazi-facismo para justificar a eliminação de “raças
inferiores”. 
Por seu turno, Kurt Schneider (1923) desenvolveu o conceito de personalidades
psicóticas, sustentando tratar-se de personalidades alteradas na afetividade e nos
sentimentos individuais. Importante notar que, para essa teoria, as anomalias são mais de
caráter que de inteligência, conforme a lição de Winfried Hassemer e Muñoz Conde.
Teorias bioantropológicas modernas
Estas teorias acreditam que há pessoas predispostas para o crime, cuja explicação
depende de variáveis congênitas (relativas à estrutura orgânica do indivíduo). 
O criminoso é um ser organicamente diferente do cidadão normal. Desde a
segunda metade do séculoXX, a genética médica vem procurando destacar a
possibilidade de transmissão de fatores hereditários na gênese do delito. É certo que os
fatores genéticos são transmitidos por meio dos cromossomos, valendo citar que o
homem tem 46 deles. 
Por outro lado, sabe-se, igualmente, que o substrato da hereditariedade é o
denominado DNA (ácido desoxirribonucleico), molécula em duplo espiral que contém até
200 mil genes, encontrada com mais quantidade nos glóbulos brancos, fios de cabelo,
esperma etc. 
O DNA é formado pela associação de bases nitrogenadas na seguinte
conformidade: adenina/timina; citosina/guanina.
A partir do ano 2000 vários cientistas começam a decifrar o genoma humano,
traçando o esboço do mapa genético de três cromossomos (11% do todo). Sustenta-se
que a herança genética se manifesta ao mesmo tempo por semelhanças e diferenças. As
semelhanças derivam diretamente dos caracteres passados de pai para filho, ao passo
que as diferenças aparecem em consequência da herança de outros ancestrais
(atavismo). Assim, na bagagem genética estariam inseridos os caracteres morfológicos
(sexo, raça, estatura etc.), fisiológicos (sexualidade, força muscular etc.) e psicológicos
(sensibilidade, inteligência etc.). 
Existem ainda estudos sobre gêmeos e sobre alterações cromossômicas, que
fogem do proposto a este trabalho. 
Por fim, comungamos do pensamento de Hassemer (2008), no sentido de que só
pode ser estudada a desviação criminal por meio de investigações sobre a pessoa "in
concreto" e sobre sua interação com o ambiente e a sociedade.
9) Teoria Behaviorista ou Comportamentalista
O behaviorismo é um movimento da psicologia que surgiu no início do século XX 
nos Estados Unidos, e tem como objeto o estudo do comportamento em termos de 
estímulo e resposta. Do inglês Behavior = Comportamento é o conjunto de abordagens 
que propõe o comportamento como objeto de estudo da psicologia. Alguns consideram 
John B. Watson (1878-1958) o fundador do behaviorismo por conta de seu manifesto, de
1913, "A Psicologia como um comportamentista a vê".
Para Watson, a psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupações 
introspectivas, filosóficas ou motivacionais, mas apenas e simplesmente os 
comportamentos objetivos, concretos e observáveis.
A Finalidade desta teoria é prever e controlar o comportamento.
A doutrina do behaviorismo tornou-se proeminente na década de 1920, embora
tenha perdido sua popularidade devido à ascensão da psicologia cognitiva. O mais
famoso behaviorista, Ivan Pavlov (1849-1936), realizou experimentos com animais em
que associava sons à comida, levando os animais a executar certas ações. Burrhus
Frederic Skinner (1904-1990) explorou as implicações sociais dessa teoria, defendendo
uma sociedade baseada nos princípios behavioristas em seu livro, "Walden Two." Em sua
utopia determinista, sistemas de risco/recompensa sociais criam cidadãos-modelo e uma
sociedade padronizada
A teori transpõe os métodos da psicologia animal aplicáveis tanto aos homens
como aos animais para esta ciência, revelando sua natureza objetiva e empírica, em
franca contraposição ao estudo introspectivo da consciência. Parte-se da ideia de que os
organismos humanos e animais se adaptam ao meio ambiente por meio de fatores
hereditários e hábito, e alguns estímulos conduzem os organismos a apresentar
respostas.
A simplicidade da psicologia behaviorista tornou a teoria muito atraente para os
sistemas penais. O sistema judiciário pune e recompensa criminosos até que sejam
reabilitados. À parte das prisões, programas sociais para jovens em situação de risco
também podem ser concebidos de acordo com os princípios behavioristas. Teoricamente,
qualquer sistema que utilize cenouras e varas, indiretamente reduz o crime através do
behaviorismo. Pode ser útil na escola, na família e nas organizações sociais.
Diversos instrumentos são utilizados para influenciar e alterar o comportamento
criminoso, e vão desde o castigo passando pelo diálogo até chegar a sistemas mais
complexos, como a educação, distribuição de renda, etc.
Um exemplo clássico de behaviorismo criminal na prática é a terapia da aversão.
Muitos estados americanos exigem que pedófilos se submetam a tratamentos que os
ajudem a superar o desvio comportamental. Eles podem, por exemplo, ser forçados a ver
a imagem de uma criança enquanto inalam um odor tóxico. Como esse procedimento é
repetido várias vezes, o pedófilo associa a imagem da criança a náuseas, ao invés de
associá-la à excitação. Menos diretamente, as prisões, que recompensam o bom
comportamento com privilégios e punem o mau comportamento com "a solitária",
baseiam-se na mesma ideia
Para esta teoria a pena continua sendo o principal meio de controle do
comportamento, mas entende que só deve ser aplicada como última medida, quando os
demais meios de controle já falharam.
Crítica
O filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick ilustra um dos principais
inconvenientes do behaviorismo. Em sua cena mais famosa, o bandido protagonista Alex
é forçado a assistir filmes com cenas de crimes e atrocidades, enquanto recebe uma
droga que faz com que ele fique mal fisicamente. 
Embora o tratamento o impeça de cometer atos violentos, não se leva em conta o
livre-arbítrio e a internalização da moralidade. Como resultado, o behaviorismo pode não
funcionar adequadamente quando aplicado à sociedade. À parte das implicações
filosóficas, psicólogos cognitivistas e neurocientistas acreditam que os seres humanos
interagem com o seu ambiente de maneiras muito mais complexas, sendo estas
interações mediadas pelo cérebro.
7. (Polícia Civil/SP/2009) Segundo a teoria behaviorista, o homem comete um
delito porque o seu comportamento
a) é uma resposta às causas ou fatores que o levam à prática do crime.
b) decorre de sua própria natureza humana, independentemente de fatores
internos ou externos.
c) é dominado por uma vontade insana de praticar um crime.
d) não permite a distinção entre o bem e o mal.
e) impede-o de entender o caráter delituoso da ação praticada.

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