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RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO AV2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE PSICOLOGIA
IZABEL NASCIMENTO - 201510982566 
JOELMA GONÇALVES DO VALE - 201511708123 
LÍLIAN LIMA DE OLIVEIRA - 201511707364 
SÂMYA PEREIRA VASCONCELOS DE ABREU – 201511219882
TURMA 3002
RELATÓRIO SOBRE A VISITA À UMA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA:
Centro Espírita de Umbanda São Sebastião;
RELATÓRIOS INDIVIDUAIS: In treatment, observação da sessão de terapia da Laura.
MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA
Fortaleza
2017
OBSERVAÇÃO - INSTITUIÇÃO RELIGIOSA
OBJETIVO
Os espaços para o cultivo e desenvolvimento da espiritualidade podem ser caracterizados como templos sagrados, que são construções com características próprias em cada religião. São diversos os espaços nas diferentes tradições religiosas, tais como: Sinagogas; Igrejas; Mesquitas; Casas de Oração; Terreiros; Templos e outros. Dentre tantas religiões, tivemos a oportunidade de conhecermos a religião Umbanda.
O objetivo desta observação sistemática, objetiva e participativa é conhecer e descrever a experiência de vivenciar o ritual de uma instituição religiosa a qual não temos contato e compreendermos as suas significâncias e valores, conhecer os diferentes símbolos, ritos e orações presentes no templo religioso visitado; Reconhecer a diversidade religiosa; Despertar o sentimento de respeito à fé do outro. 
Podermos relatar com riqueza os detalhes dos acontecimentos, por termos tido a oportunidade de estarmos presentes, foi muito enriquecedor para cada uma das participantes da equipe, e cada uma ter a sua chance de detalhar a sua percepção do momento aprendido faz-nos refletir ainda mais o que foi visto e sentido.
Compreender a diversidade religiosa é entender o sagrado que está no outro, é transcender, é respeitar preceitos, valores e princípios importantes à realidade do outro. É viver e construir a paz em relacionamentos de alteridade.
DATA, HORÁRIO E LOCAL DA OBSERVAÇÃO
Dia 11 de Novembro de 2017, no intervalo entre 14h às 21h10.
CEUSS – CENTRO ESPIRITA DE UMBANDA SÃO SEBASTIÃO.
Situado na Rua Américo Rocha Lima, 656, no Bairro Vila Manoel Sátiro, na cidade de Fortaleza, estado do Ceará.
HISTÓRICO / CONTEXTUALIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A Umbanda é uma religião brasileira que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs. Formada no início do século XX no sudeste do Brasil a partir da síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo. É considerada uma "religião brasileira por excelência" com um sincretismo que combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena. Diferente do candomblé a religião não admite matança e nem sacrifício de animais, pois acredita que o ultimo cordeiro imolado foi Jesus.
O dia 15 de novembro, já considerado pelos adeptos como a data do surgimento da Umbanda, foi oficializado no Brasil em 18 de maio de 2012 pela Lei 12.644. 
Em 08 de novembro de 2016, após estudos do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a Umbanda foi incluída na lista de patrimônios imateriais, por meio de decreto.
Sobre os rituais da Umbanda, eles visam evocar os orixás ancestrais e toda sua hierarquia composta por Orixás menores, Guias e Protetores. Os rituais não têm forma ou modo definido de modo que variam de casa para casa e estão subordinados às decisões de cada Pai de Santo e cada entidade protetora do terreiro.
A instituição que visitamos foi fundada em 05 de março de 1977 pelo fundador e líder espiritual Pai João de Oxóssi, que é o presidente da instituição até hoje, ela trabalha sem fins lucrativos e tem um projeto social e sustentável chamado de Farmácia Viva que atende a comunidade local com ervas medicinais cultivadas no terreno da casa onde utiliza adubo orgânico e água de poço, onde as ervas são utilizadas para chás, infusões, banhos e defumadores. 
Os encontros acontecem aos sábados sempre trabalhando com uma corrente de sete sábados seguidos, e uma folga de um sábado para se começar uma nova corrente. Para todos os participantes (filhos da casa e convidados) eles fazem o seguinte ritual que começa ainda do lado de fora do terreiro: formam uma fila indiana onde recebem uma “limpeza”, uma espécie de líquido feito com ervas e perfume de seiva de alfazema, para passar no corpo e pedir mentalmente que tudo de ruim se afaste, fazendo um movimento com as mãos como se estivesse tirando coisas ruins para fora e no jogando no tempo.
Em seguida ainda na porta uma das mães de santo defuma a todos com defumador feito de várias ervas e incenso novamente firmando o pensamento para tirar de cima de si tudo o que for de ruim. Finalmente as pessoas entram seguindo a fila que vai até o altar onde se encosta a cabeça (“bater cabeça”) e pedem a Deus que os abençoem, todos também pedem a benção ao Pai de Santo e a Mãe de Santo que ficam sentados em umas cadeiras ao lado do altar.
As pessoas se dirigem para umas filas que ficam nas paredes laterais, um lado masculino da corrente e um lado feminino da corrente, sendo que mulheres vestidas de calça ficaram do lado masculino, respeitando a ordem, primeiro os homens de branco e depois as mulheres de calça.
Nesse momento a casa está preparada para iniciar a gira, não se pode conversar dentro do terreiro, nem se ausentar, para beber água ou usar o banheiro somente quando o atabaque parar de tocar, existe uma autorização escrita, uma espécie de cartão que é entregue para liberação, sendo que só pode se ausentar 3 no máximo e não do mesmo grupo, para evitar conversas paralelas fora do terreiro.
Após o ritual começar, eles fazem uma oração com o Pai Nosso, a Ave Maria e Santa Maria. Só então começam cantar saudações a todos os orixás, sendo que cada um deles tem objetivo e uma área de atuação. 
O primeiro a ser saudado é o Exu, faz-se uma oferenda chamada de padé. Exu é tido como o mensageiro dos homens e é o orixá mais próximo dos humanos. É o momento de pedir prosperidade material, retirada dos inimigos e amor. Algumas pessoas são escolhidas pra levar a oferenda para casa do Exu que fora do terreiro e o mais próximo da rua possível, pois eles também são conhecidos como o povo da rua. 
Após o grupo retornar ao terreiro recomeçam as saudações, com firmação de pensamento na ordem a seguir:
OGUM orixá da guerra, da coragem, o protetor dos templos, das casas, dos caminhos, usando o sincretismo católico é São Jorge, O Guerreiro; pensamento para alcançar as vitórias desejadas, vencer as demandas espirituais, materiais e abrir os caminhos;
OBALUAÊ orixá da cura, da saúde e das doenças, o senhor da terra, no sincretismo católico é São Lázaro; pensamento para pedir saúde; utilizam pipoca para passar em todos os participantes. Significa limpar de qualquer doença física ou espiritual;
PRETOS VELHOS também representam saúde, a família; voltar o pensamento também para os familiares e amigos, até mesmo os que já fizeram a passagem espiritual;
ERÊS são as crianças, Ibeji e Ibejada, que no sincretismo católico são os santos São Cosme e São Damião; representam a alegria de viver, a felicidade e o amor;
XANGÔ é o orixá da justiça, dos raios, do trovão e do fogo, no sincretismo católico é São Jerônimo, porém acredita-se que como somos injustos, devemos pedir a misericórdia de Xangô para vencer todos os atrapalhos;
YANSÃ senhora dos ventos, dos raios, do trovão, das tempestades e do fogo, responsável pelo encaminhamento dos mortos e afastar os espíritos desencarnados que estejam perdidos na terra, no sincretismo católico é Santa Bárbara; pedir para que afaste os espíritos negativos e as perseguições da nossa vida e dos nossos;
YEMANJÁ é a rainha dos mares, no sincretismo católico é Nossa Senhora da Assunção; pedir pela família;
OXUM, orixá das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade, da beleza, também da fertilidade, no sincretismo é Nossa Senhora da Conceição; pensamento para pedir dinheiro e amor;
OXOSSI é o orixá das florestas, da caça, dos animais, da fartura, do sustento, no sincretismoé São Sebastião; pensamento pelo emprego, prosperidade nos negócios, para que nunca falte comida a mesa;
NANÃ é a mais ancestral dos orixás, dos mangues, do pântano, senhora da morte, responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne) das almas, no sincretismo católico é Nossa Senhora Santana; pedir sabedoria para tomar as decisões certas na vida;
OXALÁ é considerado o maior orixá, associado à criação do mundo e da espécie humana, no sincretismo católico é Jesus; pedir misericórdia, paz, luz e força.
DIAGRAMA DA SALA PRINCIPAL DOS RITUAIS
RELATO AMBIENTE FÍSICO E SOCIAL
O Centro espiritual de umbanda São Sebastião está localizado em uma rua residencial e asfaltada.
É um prédio que ainda conserva um aspecto antigo (de casa dos anos 70) o qual possui 04 (quatro) pavimentos, os quais estão distribuídos da seguinte forma: o prédio principal que é dividido em 03 (três) seguimentos sendo que o maior é o salão onde ocorrem os principais rituais, chamados de gira, os demais espaços estão na área externa do prédio principal circundados por um belo e bem cuidado jardim das mais variadas espécies de plantas. Esses espaços são, respectivamente, a sala de Exu, situado, á direita de quem chega, ao lado do portão de entrada. Em seguida, em uma linha reta, passando por um banco de cimento verde á esquerda no percurso até o final do jardim, encontra-se a sala, onde as pessoas que participam dos rituais utilizam para trocar a roupa. Ao lado e à direita estão os banheiros e uma pequena área de serviço, composta por dois bancos pequenos de cimento e duas cadeiras de plásticos além, de uma pia. E, vizinho ao prédio principal, encontra-se uma espécie de cozinha com o objetivo de preparar as oferendas para as entidades do centro.
Completa também este cenário o Cruzeiro das Almas, situada bem em frente ao prédio principal, onde ocorrem os “banhos de limpeza” para dar início ao ritual.
Na sequência ao lado da porta principal, à esquerda está uma imagem de São Jerônimo, representando Xangô. E, à esquerda, encontra-se uma imagem de Obaluaê que tem sincretismo com São Lázaro.
O salão principal dos rituais (onde ocorrem as Giras propriamente ditas) é uma sala com 59,74m2. É disposto no solo, ao centro, um “banquete” de oferendas para as entidades. À direita encontra-se um gelágua, uma lixeira, ao lado uma espécie de “altar” onde estão algumas imagens dos Orixás, caboclos, guias, preto velhos, pomba giras e algumas pedras, uma imagem grande de seu Zé Pilitra e uma urna. Havia também água e vela para os benfeitores (os pretos velhos da umbanda). À direita estavam dispostas 09 (nove) cadeiras, especialmente para os visitantes, assim como também em uma fileira à direita (de frente para o centro do salão) com cinco cadeiras. Essas cadeiras destinam-se as mães de santo do Centro e autoridades. Atrás das cadeiras na lateral ao fundo ficam os instrumentos musicais (atabaques, triângulo, maracas e agogô). Nas paredes estão pintadas 08 ilustrações de Orixás. E, no final (ao centro) encontra-se um altar repleto dos santos da religião católica formando assim o sincretismo religioso. E, nas laterais do altar, duas cadeiras de destaques com uma mesinha ao lado de cada cadeira, uma em cada lado para os líderes religiosos da casa, o Pai João de Oxóssi e a outra é ocupada pela Mãe Regina de Iemanjá.
Para finalizar observamos que o público que compõem a casa é formado por pessoas dos mais diversos níveis sociais e culturais, como empresários, funcionários públicos, poder judiciário, arquiteto, economista, estudantes, profissionais liberais. Era composto por 34 pessoas ao todo, sendo 26 mulheres (contando com nós quatro), 07 homens e 01 criança.
Observamos também que, na Umbanda, tudo é organizado, coerente e lógico. Dentro deste contexto, os rituais ou giras, seguem uma sequência e o cenário é disposto para que isto ocorra de acordo com a programação do centro que tem um tempo médio de 04 (quatro) horas de realização podendo se estender o horário além do previsto caso haja algum trabalho solicitado. 
 
OBSERVAÇÕES GERAIS
Chegamos ao local às 14h, como fora pedido pelo Pai João de Oxóssi para que ele nos atendesse e nos passasse as informações necessárias a respeito do local e dos rituais que são realizados por eles. Ele estava em atendimento a um casal e ficamos aguardando, conversamos com alguns frequentadores que já estavam chegando e após algum tempo Mãe Lili e Mãe Regina nos chamaram e nos apresentaram os locais que são importantes e utilizados nos rituais, explicou o significado de cada imagem, o que cada entidade representa e o sincretismo religioso que é adotado na religião umbandista e que faz referência aos santos e a Jesus na igreja católica. Foi autorizado que tirássemos fotos, fizéssemos filmagens e gravações.
Exatamente às 16h teve o início o ritual que é realizado todos os sábados, cada sábado é destinado a uma entidade, todos os participantes estavam vestidos com roupas de cores claras, não é permitido decotes e nem roupas curtas, já os umbandistas utilizam vestimentas apropriadas, totalmente brancas, os que são batizados na religião usam uma faixa verde e os que já são Pais, Mães e Filhos de santo utilizam colares coloridos que são chamados de guias, muito bem paramentados. No terreiro não é permitido entrar calçado, pois através deles levamos muitas sujeiras trazidas da rua, os pés no chão fazem conexão com o elemento terra e pregam a humildade e igualdade entre todos. Antes de entrarmos no salão nos foi oferecido um líquido de cheiro forte para que passássemos na cabeça e no corpo e passamos por uma Mãe de santo que estava com um defumador para que entrássemos purificados, já dentro do terreiro fizemos reverência ao altar, que na verdade a reverência não é feita aos santos, mas sim as quartinhas (vasos) que representam as entidades que ficam por trás do altar. E só depois fomos aos lugares que nos foi indicado.
Todo o ritual é constituído de muitas músicas, danças e manifestações das entidades nos participantes da religião, eles recebem os espíritos dos orixás, cada música é direcionada a uma entidade, assim como cada uma tem uma dança específica. Há muito respeito e fé por parte das pessoas que frequentam o local. 
Às 18h15 o Pai João de Oxóssi nos chamou pra conversar com ele em sua sala de consultas e nos atendeu com muita gentileza, respondeu a todas as perguntas que fizemos e ele demonstrou uma atenção diferenciada a uma das participantes por ela ser de uma religião protestante, fez algumas colocações a respeito de alguns atos praticados por eles, mas em nenhum momento a tratou mal. Ele nos apresentou toda a história de sua vida, a sua iniciação na religião umbandista, a construção do terreiro e como são realizados todos os trabalhos da casa, nos autorizou fotos e filmagens para que possamos propagar e desmistificar o que é pensado e falado pelo senso comum de que é um lugar ruim, onde é feito somente bruxarias. Segundo ele, umbanda é ciência, filosofia e religião, é ciência porque testa e aplica, é filosofia porque está à procura de novos métodos para amenizar o sofrimento da humanidade e é religião porque nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo. Durante esse momento o qual estivemos com o Pai João de Oxóssi a gira continuou sendo realizado no terreiro. Após uma hora e dez minutos de conversa voltamos para o salão e continuamos observando o ritual.
Começou então o Tributo as Almas que só ocorre em giras de Exu e Ogum, foi realizado pela Mãe Regina de Iemanjá incorporada com Seu Tranca Rua das Almas que é o Exu de Ogum, ele quem detém a chave do portal entre o mundo espiritual e o terreno, no momento em que ela “recebeu a entidade” vestiram-na com uma espécie de capa preta e um chapéu preto. O momento consiste em um pagamento das dividas espirituais com o astral, todos os presentes recebem velas que são acesas e recolhidas pelo Seu Tranca Rua. É obrigatório no momento do recolhimento das velas terem os 04 elementos, fogo das velas,água, ar (incenso) e a terra (pé no chão). Após o recolhimento de todas as velas, elas foram levadas para o Cruzeiro das Almas pela entidade.
Às 20h Pai João de Oxóssi entrou no terreiro e deu início ao trabalho de desmanche de feitiço que foi feito para dois participantes que se encontravam lá e que os mesmos haviam solicitado, foram momentos muito intensos, o ritual foi repleto de músicas, danças, orações, e houve várias manifestações de diversas entidades, recebemos bênçãos. A finalização dos trabalhos ocorreu às 21h10. Agradecemos a todos e o Pai João de Oxóssi se colocou à disposição para outros esclarecimentos e inclusive se dispôs a ir ao Centro Universitário para realização de debates, palestras e afins.
Frases ditas por Pai João de Oxóssi durante a entrevista:
“O povo não sabe mais fazer coisa ruim, o povo virou coisa ruim”.
“Todo mundo faz o que não presta e quem leva a culpa é o diabo”.
“É mais fácil se formar em medicina do que se tornar Pai de santo, são sete anos pra se formar”.
Está disponível no Youtube um debate entre o Pai João de Oxóssi e o Missionário André que foi realizado pela TV Jangadeiro no programa Além da notícia com Kézia Diniz, no data de 29 de junho de 2012.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Izabel Nascimento 
Com o desenvolver desse trabalho foi possível para os envolvidos desmitificar alguns tabus que possuíam a respeito da Umbanda, pejorativamente chamado pela sociedade (de um modo geral), como “macumba”. Mencionaremos a seguir algumas dessas crendices: 
Candomblé e Umbanda são vertentes religiosas distintas. A primeira é um culto afro-brasileiro e a segunda é uma religião genuinamente brasileira.
Na Umbanda não há, como prática religiosa, o abate de animais.
Em relação ao Sincretismo Religioso na Umbanda é relacionado com a Pajelança do índio, com o culto aos Orixás do negro africano e com a vertente Católica dos europeus.
Na Umbanda há um trabalho voltado para prática da caridade através do reconhecimento nas entidades de trabalho que são os espíritos de pessoas que desencarnaram e ao transcender atingiram o grau de mestres espirituais que voltam à terra (por meio da incorporação do médium). 
Uma característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, preto-velhos, crianças etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito etc. 
Na Umbanda, o branco significa proximidade com a clareza, paz de espírito e abertura de seu corpo para as coisas boas, uma vez que o preto significa luto – corpo fechado. Se a pessoa quer receber uma graça, ela deve estar receptiva para que isso aconteça. Cada orixá vibra em uma cor. Por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha.
Pra finalizar o presente trabalho nos permitiu adquirir um conhecimento mais profundo acerca dessa religião ainda tão cercado de mistério e preconceito.
 Joelma Gonçalves do Vale
A experiência de conhecer e ficar tão próximo de uma religião que é cheia de preconceitos e perseguição foi indizivelmente enriquecedor, pois por meio dela pude me aproximar e ter contato com pessoas que talvez outrora não tivesse e talvez não quisesse contato.
Sou de uma religião protestante e fui ensinada desde cedo que de certas práticas, que dentro da minha crença são condenáveis e que devemos nos abster de qualquer tipo de contato. Mas eu como pessoa, nunca procurei julgar sem conhecer, sempre dei chance ao outro antes, procurando conhecer o lado do outro.
Pude ver a dedicação e o respeito de cada pessoa ali, que fazem com seriedade e amor cada detalhe para que tudo saia da melhor forma, vi pessoas de várias classes sociais com o mesmo intuito, que é o de buscar o que é bom para si e também na coletividade.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi do Pai de Santo, que no momento que soube da religião que eu sigo, procurou mostrar que o que ele fazia ali, era algo bom e sadio, explicando a filantropia junto com a sua fé. Mas compreendi o porquê daquela preocupação da parte dele, afinal, há muita condenação às suas práticas e infelizmente é do meio evangélico que vem as mais fortes, onde muitas vezes o mandamento de amar ao próximo passa longe de ser cumprido, então entendo o seu comportamento.
Enfim, só tenho o que agradecer pela oportunidade, foi de extrema importância vivenciá-la, pois levarei comigo esse aprendizado e reforçarei ainda mais a tolerância com a escolha do outro, que é uma das chaves para vivermos em harmonia.
Lilian Lima de Oliveira
Foi uma experiência muito intensa e cheia de descobertas, já tive curiosidade em conhecer as religiões afrodescendentes, principalmente porque na infância vizinho minha casa havia um terreiro de umbanda, mas por conta do preconceito de minha família que é muito católica, era proibida de ir ao local. No entanto, confesso que sentia dentro de mim um chamado muito forte.
Devido a essa curiosidade, no momento em que foi sugerida a visita a uma instituição religiosa como atividade na disciplina, eu pensei em ir ao centro de umbanda, até mesmo porque tenho pessoas próximas a mim que frequentam o CEUSS e achei que seria mais fácil o acesso para nossa equipe.
O local me transmitiu paz, pois logo que chegamos vi um jardim e a música de fundo era muito calma (Enya) que me fez relaxar e voltar os pensamentos para dentro de mim.
Eu já havia lido um pouco sobre a religião, mas vivenciar foi bem diferente, senti uma energia muito forte desde o primeiro momento da limpeza na entrada até ouvir o som do atabaque, tudo me envolveu muito. Como os cânticos (pontos) são de frases repetitivas, em vários momentos me peguei cantando junto com todos os participantes.
Pude perceber que todos os filhos de santo tem um respeito muito grande aos orixás e ao pai de santo. Seguem a risca tudo que lhes é transmitido, as regras da casa são realmente leis. No entanto, não as cumprem de uma forma rígida, mas sim com uma enorme alegria, fé e satisfação por estarem servindo ao que lhes é sagrado.
Particularmente nunca tive preconceito com a religião, mas uma espécie de medo, que após a observação pude entender e passar a respeitar ainda mais o que é tão rico de cultura e místico.
Sâmya Pereira Vasconcelos de Abreu
Desde que foi citado pela professora sobre a visita a uma instituição religiosa como atividade estruturada para AV2, me veio imediatamente o desejo de conhecer uma religião que fosse bem diferente das que eu já frequentei, queria uma que causasse impacto, que fosse vista com preconceito não só por mim, mas por parte da maioria das pessoas as quais eu convivo, sendo assim, escolhemos a umbanda.
Apesar da minha curiosidade, as religiões que envolvem espíritos, transe e magias, sempre me causaram medo, mas diante de tudo que tenho estudado vejo a necessidade de vivenciar situações que nunca vivi antes. Na semana que antecedeu a visita fiquei muito ansiosa e até cogitei a possibilidade de desistir e tentar convencer a equipe para mudarmos por outra religião, mas ao mesmo tempo não achei que seria justo me privar de algo novo. Cheguei ao local muito tensa e esse sentimento me acompanhou por todo o tempo que permanecemos lá, mesmo assim participei de todo o ritual, mas não consegui relaxar.
Em relação aos participantes da casa, consegui ver neles muita alegria, dedicação, fé e acima de tudo o respeito que eles emanam pela religião. Fomos muito bem recebidas, nos deram atenção e acolhimento, e levarei essa experiência pra vida, meu preconceito pela umbanda diminuiu, mas não é uma religião que me agrada e não quero mais voltar lá. 
	CALENDÁRIO DA UMBANDA
		Janeiro
	01 - Confraternização Universal
	
	17 - Festa do Bonfim
	
	20 - São Sebastião - Oxóssi
	Fevereiro
	02 - N. S. dos Navegantes - Yemanjá (BA)
	Abril
	23 - São Jorge - Ogum
	Maio
	13 - Pretos Velhos
	Junho
	11- Pomba Gira
	
	24 - São João 
	
	29 - São Pedro e São Paulo 
	Julho
	26 - N. S. Santana
	Agosto
	15 - N. S. da Glória
	
	15 - N.S da Assunção – Yemanjá (CE)
16 - S. Roque
	
	24 - Toques para Exu
	Setembro
	27 - Cosme e Damião - Erês
	
	29 - S. Miguel Arcanjo 
	
	30 - S. Jerônimo - Xangô
	Outubro
	28 - Festa dos Boiadeiros
	Novembro
	02 - Finados - Omulú - Exu
	
	15 - Fundação da Umbanda (1908)
	Dezembro
	04 - Sta. Bárbara - Yansã
	
	08 - Nsa Sra da Conceição - Oxum
	
	23 - Chegadas dos Caboclos
	
	25 - Natal - Oxalá
	
	27 - S. Benedito e N. S. do Rosário
	
	31 - Iemanjá (RJ)
IN TREATMENT - OBSERVAÇÃO DA SESSÃO DE TERAPIA DA LAURA 
Observação Sâmya Pereira Vasconcelos de Abreu
No dia 26 de outubro de 2017 às 21h até às 21h30, assistimos em sala de aula um episódio da série In Treatment, sala E 404 do Centro Universitário Estácio Pólo Via Corpvs, situada na Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, Água Fria, Fortaleza – CE. Depois de muitas tentativas para projetar, pois tivemos alguns problemas técnicos, assistimos uma parte do episódio da série In Treatment em que Paul faz o atendimento psicoterápico de Laura. É uma série que eu não conhecia e vou relatar o que observei nesse dia.
Laura chega para a sessão um pouco eufórica, vestida em um vestido sensual, e com aparência de que foi de uma festa direto para a terapia, a mesma conta que estava muito ansiosa por este momento, mas que algumas vezes pensou na possibilidade de não ir. Em sua fala demonstra-se bastante frágil, chora, e relata tudo o que aconteceu na noite anterior e em alguns momentos ela é incoerente no que diz respeito as suas falas em relação as suas ações, mas sempre com muita sensualidade. Ela passa mal, vai ao banheiro, vomita e depois se arruma toda para voltar à sessão, e por fim diz ao Paul que está apaixonada por ele e acredita que a recíproca é verdadeira, mas Paul a frustra afirmando que não.
Paul recebe Laura cordialmente em seu consultório, que fica em sua casa, ouve sempre com muita atenção tudo o que é relatado por Laura, demostra cuidado e atenção quando a mesma diz que está com frio e ele lhe oferece uma manta. Por vezes suas feições são bem explícitas, demostrando dúvida, desconfiança e a questiona veementemente quando Laura faz colocações contraditórias, age sempre com profissionalismo e seriedade, até mesmo quando Laura afirma que está apaixonada por ele.

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