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Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 181 DÉCIMO SEGUNDO TEXTO: Neste último material de estudos da quarta etapa de Física Básica, serão estudadas algumas relações e leis ligadas aos textos de Rutherford anteriormente estudados (principalmente no que se refere à absorção de radiação e efeitos elétricos das radiações). Ao terminar o estudo desse material, você deve ter atingido uma compreensão quantitativa de todos os fenômenos já citados nos textos de Física Básica; isto é, deve ser capaz de fazer cálculos relativos a todos os tipos de situações já descritos. Em relação a cada uma das leis apresentadas nessa etapa, você deve ser capaz de aplicar os conhecimentos anteriormente estudados, nas outras etapas. Por exemplo: esboçar gráficos das relações, determinar os valores das constantes, etc. Detivemo-nos durante duas etapas (2a e 3a) para introduzir conhecimentos que eram mais de tipo matemático do que físico; e, agora, todos esses conhecimentos passarão a ser aplicados de modo contínuo. Após estudar este material, reveja a lista de objetivos desta etapa de estudos. Se não souber o significado de algum deles, procure algo semelhante no material desta etapa. Planeje seu estudo de tal forma a atingir os objetivos fixados. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 182 OBJETIVOS DA QUARTA ETAPA DE FÍSICA BÁSICA: Ao final da quarta etapa, você deve ser capaz de: 4.1) Dadas duas grandezas, e citada a situação em que elas são medidas, escrever o tipo de equação que relaciona essas grandezas (1o Caso: essa relação foi estudada exatamente do mesmo modo). 4.2) Dadas duas grandezas, e citada a situação em que elas são medidas, escrever o tipo de equação que relaciona essas grandezas (2o Caso: a relação pedida não foi estudada, mas já foram anteriormente estudadas duas relações que, unidas, levam à relação pedida). 4.3) Conhecida uma relação matemática entre duas grandezas, e dados os valores dessas grandezas, obter as constantes ou os novos valores das grandezas, por aplicação direta de fórmula. 4.4) Dada a descrição de uma situação, identificar quais são as grandezas citadas e escrever todas as relações conhecidas entre essas grandezas. 4.5) Dada a descrição de uma situação, e conhecida a relação entre duas grandezas, esboçar um gráfico que represente essa relação. 4.6) Dada a descrição de uma situação, e conhecida a relação entre duas grandezas, verificar se uma tabela ou gráfico está de acordo ou não está de acordo com a relação conhecida. 4.7) Dado um gráfico que represente a relação entre duas grandezas, determinar valores da rapidez de variação ou da taxa de variação de uma das grandezas em relação à outra, e vice-versa. 4.8) Descrever as respostas das questões com unidades e número correto de algarismos significativos. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 183 No estudo de vários fenômenos ligados à radioatividade, surgem relações do tipo xkay �� ou do tipo xeay ��� , que são formas diferentes de se representar uma função exponencial. A não ser em casos extremamente simples, os cálculos com esses tipos de funções são trabalhosos, e este trabalho pode ser simplificado, quase sempre, por meio de gráficos em papel mono-log. Nesse tipo de gráfico, as funções exponenciais são representadas por retas; são por isso facilmente traçadas e, depois, pode-se utilizar o gráfico obtido para se determinar os valores necessários da função. Considere-se primeiramente uma relação simples, xky � (ou seja, a = 1). Nesse caso, quando x = 0, y = k0 = 1. Logo, o gráfico desTa função teria como ponto de partida o ponto x = 0, y = 1. Um segundo ponto pode sempre ser facilmente calculado: quando x = 1, o valor de y será y = k1 = k. Marcando-se esses dois pontos no papel mono-log e traçando-se uma reta, obtém-se a relação entre x e y (figura 1). Comumente, no entanto, a função seria do tipo xkay �� , com .1�a Para obter-se o gráfico dessa função em papel mono-log, traça-se primeiramente a reta correspondente à função simplificada xky � ; depois, traça-se uma reta paralela a esta, e que passe pelo ponto x = 0, y = a, conforme é mostrado na figura 2 abaixo: Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 184 Figura 1 Figura 2 1) Represente em papel mono-log o gráfico da função � �xy 2,3� . Depois, utilizando o gráfico, determine: a) 3,22 b) 3,25 c) 3,23,5 2) Além de potências inteiras ou fracionárias, este método permite, é claro, obter-se os valores de raízes, já que 21nn � e, de um modo geral, é válida a relação vv nn 1� . Utilize essa relação para achar, pelo gráfico traçado na questão anterior, os valores de: a) 2 2,3 b) 3 2,3 3) Represente, em papel mono-log, a relação � �xy 7,1� observando-se que só vão ser urilizados valores de x que variam de 0 até 3. Depois, determine os valores de 1,72, 1,73, 1,71/2, 1,71/3. 4) Represente em papel mono-log a função � �xy 7,17,4 �� , e determine os valores de y(1), y(3) e y(1,9). Para se obter o gráfico de uma função exponencial dada sob a forma xeay ��� , começa-se por obter a reta da função simplificada xey �� da seguinte maneira: para x = 0, o valor de y é igual a 1; e, para x = 1/� , o valor de y é igual a 718,221 1 ���� � eey �� . Logo, basta marcar no papel mono-log os pontos (x=0, y=1) e (x=1/�, y = e), conforme mostramos na Figura 3, abaixo. Após isso, traçando-se pelo ponto x=0, y=a, uma reta paralela à reta encontrada, Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 185 obter-se-á o gráfico da função completa, xeay ��� 6) Trace, em papel mono-log, os gráficos das funções y = 10.e0,3x e y = 2.e0,3x. Determine, nos dois casos, os valores de y(1) e y(3). Nos casos em que a função exponencial é decrescente (k < 1 ou � < 0), deve-se tomar como ponto 1 no eixo das ordenadas o ponto superior ou algum ponto intermediário da escala. Além disso, no caso em que a função seja fornecida sob a forma xeay ��� , o valor 1/� seria negativo; para evitar-se o uso de valores negativos no eixo das abscissas, pode-se utilizar a seguinte regra: toma-se, nesse eixo, o ponto de valor �1 mas, ao invés de se utilizar y =e, considera-se y = e-1 = 1/e = 0,3679, conforme é mostrado na Figura 5 abaixo. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 186 7) Trace, em papel mono-log, os gráficos das funções y = (0,7)x e y = e-0,36x. 8) A intensidade de uma certa radiação decresce segundo a relação I = I0.e-0,36x, onde x é a distância (em cm) percorrida no alumínio. Determine: a) A razão entre o valor da radiação após percorrer 1 cm, no alumínio, e o seu valor inicial. E após percorrer 4 cm. b) A distância que a radiação deve percorrer no alumínio para que sua intensidade se reduza à metade do seu valor inicial. A partir do gráfico de uma função exponencial traçado em papel mono-log, pode-se obter os valores das constantes, da seguinte forma: o valor da constante a é o valor de y que corresponde a x = 0; após obter-se o valor de a, traça-se pelo ponto x=0, y = 1 uma reta paralela à dada, seguindo-se então uma das regras abaixo: 1) Se quiser obter a função sob a forma y = a.kx, a constante k será o valor de y que corresponde a x = 1 (ver a Figura 7). 2) Se quiser obter a função sob sua outra forma, xeay ��� , a constante � será o inverso do valor de x que corresponde a y = e (ver Figura 8). 9) Trace, em papel mono-log, uma reta passando pelospontos (x=2, y=5) e (x=5, y=40). Depois, ache a equação correspondente a essa reta, sob as duas formas, do modo descrito no quadro acima. 10) No sétimo texto de Física Básica (Rutherford), a primeira tabela fornece valores que obedecem a uma relação exponencial. Determine, utilizando um gráfico em papel mono- log, a equação desta relação sob suas duas formas, conforme o quadro acima. Represente o número de camadas por n e a condução elétrica por C. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 187 A absorção de raios X (e outras radiações, em alguns casos) obedece a uma relação exponencial xeII ���� 0 , onde � é o coeficiente linear de absorção. Este coeficiente varia de material para material e, para uma mesma substância, é proporcional à sua densidade, de modo que: d���� . O coeficiente � é denominado “ coeficiente de absorção de massa” , e seu valor, para uma série de substâncias é fornecido nas tabelas abaixo. A tabela indica também a densidade comum do material e o valor de seu coeficiente linear de absorção: Substância � (cm2/g) d (g/cm3) � (/cm) parafina 0,21 0,90 0,19 grafite 0,18 2,25 0,41 alumínio 0,28 2,70 0,76 cobre 1,6 8,9 14 prata 6,0 10,5 63 tungstênio 3,8 19,3 73 chumbo 5,1 11,3 58 Na tabela aparecem as unidades de�, d e � . Os valores dos coeficientes de absorção foram medidos para um tipo específico de raios X, e podem variar dependendo da origem da radiação. Mas a relação entre os coeficientes de absorção dos vários elementos permanece aproximadamente constante. Substância � (cm2/g) d (kg/m3) � (/m) hidrogênio 0,38 0,089 0,0033 nitrogênio 0,15 1,25 0,019 oxigênio 0,18 1,43 0,026 gás carb. 0,18 1,93 0,035 argônio 0,45 1,61 0,072 Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 188 Como as densidades dos gases variam muito (sendo proporcionais à pressão que age sobre o gás), os valores do coeficiente linear de absorção podem mudar bastante. 11) A intensidade de raios X que atinge uma certa parede é de 1 r/h. Utilizando os dados da tabela acima, determine qual será a intensidade da radiação depois de atravessar uma espessura de 1 mm, supondo-se que a parede é recoberta: a) com alumínio; b) com cobre; c) com chumbo. 12) Se em um recipiente houver oxigênio comprimido a uma região de 20 atmosferas, qual será o valor de seus coeficientes de absorção de raios X? 13) Qual é a espessura de nitrogênio que um feixe de raios X do tipo para o qual foi feita a tabela acima deve atravessar para que sua intensidade se reduza à metade da intensidade inicial? Um dos melhores métodos de medida de radiação é a observação da descarga elétrica produzida em aparelhos como o eletroscópio (Figura a seguir). Num eletroscópio simples, o acúmulo de cargas elétricas nas folhas de ouro (A) faz com que elas se afastem uma da outra. A passagem de radiação nas proximidades das folhas, ou próxima à placa superior B do aparelho faz com que sua carga vá diminuindo e, conseqüentemente, as folhas de ouro se aproximam uma da outra. A fim de se estudar melhor o fenômeno, costuma-se separar o aparelho de medida elétrica do dispositivo que recebe a radiação, como esquematizado abaixo. O eletroscópio não mede, diretamente, a carga existente nas placas; mas a carga das folhas de ouro é proporcional à carga das placas metálicas que recebem a radiação. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 189 Em eletroscópios de tipo simples, o ângulo de separação das folhas de ouro (“ divergência” das folhas) é diretamente proporcional ao quadrado da carga elétrica existente nas mesmas. Em outros aparelhos, a relação pode ser diferente, e mesmo nesses eletroscópios, a relação só é válida para ângulos menores que 30o. 14) As folhas de ouro de um eletroscópio estão separadas entre si por um ângulo de 12o, quando a carga contida no mesmo é de 10-10 coulomb. Qual será a carga elétrica quando o ângulo entre as folhas for 6o? e quando o ângulo for 60o? 15) Um eletroscópio está ligado às placas metálicas paralelas de um capacitor; a carga de cada placa é igual a 6 x 10-11 coulomb, e o ângulo de divergência das folhas de ouro do eletroscópio é de 8o. Depois de algum tempo, a carga elétrica das placas se reduziu a 1,5 x 10-11 coulomb. Qual será a divergência das folhas de ouro? Pode-se medir a intensidade de uma radiação medindo-se o tempo gasto para que as folhas de ouro do eletroscópio sofram uma certa variação de divergência – por exemplo, medindo-se o tempo para que as folhas, inicialmente afastadas em 10o, se aproximem até 9o. O tempo gasto é inversamente proporcional à intensidade da radiação. 16) Utilizando-se uma aparelhagem como a esquematizada no quadro da página anterior, verificou-se que a colocação de uma amostra de urânio próxima às placas carregadas fazia com que, em 2,6 minutos, o ângulo de divergência das folhas de ouro do eletroscópio variasse de 14o para 12o. Se colocarmos ao lado da primeira amostra uma outra igual de modo a dobrarmos a intensidade de radiação que atinge as placas, qual será o tempo necessário para que as folhas de ouro se aproximem de 14o para 12o? Nas etapas anteriores, nós falamos da ionização. Daremos agora alguns Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 190 detalhes do que é e como ocorre a ionização. Um átomo, como você sabe, é composto de um núcleo formado por partículas com carga elétrica positiva, denominadas prótons, envolto em partículas com cargas elétrica negativa, denominadas elétrons. Em seu estado normal, um átomo possui igual número de cargas elétricas positivas e negativas, sendo chamado de átomo neutro. Se por um motivo qualquer, um átomo ganha ou perde alguns elétrons, ele fica com um excesso ou falta de cargas negativas. Costumamos então dizer que o átomo se transformou em um íon. Se o íon possui um excesso de elétrons ele é chamado de íon negativo. Se há falta de elétrons, o íon é positivo. Uma das maneiras de ionizar um átomo é fazer incidir sobre ele um tipo apropriado de radiação. Por exemplo, alguns tipos de radiação, tais como raios X, partículas � ou �, possuem a propriedade de arrancar elétrons dos átomos dos gases, fazendo com que eles fiquem ionizados. Assim, se fizermos incidir, sobre um certo volume de gás, uma determinada intensidade de radiação surgirá, no gás, um certo número de íons. O número de íons formados por unidade de volume (n) é diretamente proporcional à dose de radiação que atingiu o gás: rkn �� . 17) Calcule o número de íons formados em 20 cm3 de ar quando ele é atingido por uma dose de radiação igual a 0,5 R. Para o ar, k = 2 x 109 R cm3, à temperatura e pressão normais. O número de íons formado por unidade de volume, em um gás, depende não só da dose de radiação que incide sobre o gás, mas também da pressão e do próprio gás considerado. Para um determinado gás, e uma dose de radiação, o número de íons formado por unidade de volume é diretamente proporcional à pressão do gás: n = KP, onde P é a pressão e K é a constante de proporcionalidade. Para uma mesma pressão e uma dose de radiação incidente, o número de íons formados por unidade de volume é diretamente proporcional ao coeficiente de absorção do gás; n = a� , onde a é constante. 18) Sabendo-se que à pressão normal (1 atmosfera ou 760 mmHg), uma intensidade de radiação igual a 10 R produz 20 x 109 íons por centímetro cúbico em um determinado Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 191 gás, calcule o número de íons por centímetro cúbico atingido por uma dosede radiação de 10 R, se sua pressão for aumentada para 1.025 mmHg. 19) O número de íons formados em um gás, à pressão e temperatura normais, por uma determinada dose de raios X, é 18 x 109 íons por centímetro cúbico. Calcule qual será o número de íons formados por unidade de volume, em um outro gás, submetido às mesmas condições do primeiro, sabendo-se que o coeficiente de absorção do primeiro é 0,035 e o do segundo é 0,0005. Nem sempre o processo de ionização é uma simples perda de elétrons por átomos dos gases. Freqüentemente, no caso de gases cujas moléculas são formadas por mais de um átomo, estas são divididas pela incidência de radiação, sendo formado um íon positivo e outro negativo. Tanto no caso em que a molécula se divide, quanto no caso em que os elétrons são arrancados dos átomos, se o gás é deixado em um recipiente fechado, sem que se exerça nenhuma ação externa sobre ele, os íons podem se recombinar, formando novamente átomos ou moléculas em estado neutro. A relação entre o número de íons existentes por unidade de volume de gás, após ter cessado a incidência da radiação e o tempo, é dada por 1/n – 1/n´ = bt, onde n é o número de íons existentes no gás após um certo tempo t, n´ é o número de íons existentes no início da contagem do tempo e b é uma constante de proporcionalidade, igual a 1,6 x 10-6 íons/cm3s, para o ar, à pressão e temperatura normais. 20) Em um certo instante, existem 4 x 105 íons por centímetro cúbico de ar, à pressão e temperatura normais. Quantos íons existirão após 20 minutos? 21) Sobre um certo volume de um gás, fazendo-se incidir uma intensidade de radiação de 0,5 R/s, formando 3.200 íons por unidade de volume. Dez minutos após cessar a incidência de radiação, o número de íons é 1.400. Quantos íons por unidade de volume existirão transcorridos mais 15 minutos? Ao perder ou ganhar um elétron, um átomo fica com um excesso de carga positiva ou negativa. Podemos então nos referir à carga de um íon como sendo igual à carga do elétron que ele perdeu ou adquiriu. Se em um certo volume de gás existem N íons, sejam eles positivos ou negativos, podemos dizer que o gás possui uma carga igual a N vezes a carga do elétron, o que pode ser indicado por Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 192 eNQ ��� , onde e é a carga do elétron (e = 1,6 x 10-19 coulombs). 22) Qual é a carga elétrica existente em 12 cm3 de gás, sabendo que ele contém 2,4 x 106 íons com carga igual à do elétron? Qual é a carga existente por centímetro cúbico de gás? Se colocarmos um gás entre duas placas metálicas paralelas, ligadas aos pólos opostos de uma bateria e conseqüentemente carregadas com cargas de mesmo sinal que os pólos a que estão ligados, e fizermos incidir sobre o gás uma certa intensidade de radiação, ionizando-o, os íons formados se dirigirão às placas de sinais opostos aos seus. Ao tocar as placas, cada íon anulará uma quantidade de carga igual à sua, retirando ou doando elétrons para a placa, conforme ela seja negativa ou positiva. A quantidade de carga que chega ou sai de uma placa por unidade de tempo, é o que chamamos de intensidade de corrente através do gás t Qi � � � , onde Q� é a quantidade total de carga que chegou à placa durante o intervalo de tempo t� , e i é a intensidade de corrente. A unidade de intensidade de corrente é C/s (coulomb por segundo) ou, como é comumente chamada, ampère (A). 23) Entre duas placas metálicas paralelas, ligadas a uma bateria de 90 volts, está colocado um gás ionizado. Qual é a intensidade de corrente que passa através do gás, se eles transportam para as placas uma carga de 250 C em 8 segundos? 24) Qual é a intensidade de corrente, através de um gás submetido à ação de uma bateria de 50 volts, sabendo-se que chegam às placas metálicas um total de 6 x 1020 íons, cada qual transportando uma carga igual à do elétron, em 30 segundos? O número de íons que chegam às placas metálicas, no caso descrito no quadro anterior, nem sempre é igual ao número de íons formado pela radiação, no gás. Caso a velocidade de deslocamento dos íons até as placas não seja suficientemente grande, podem ocorrer recombinações durante o Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 193 trajeto e, portanto, destruição de íons. A rapidez com que os íons se deslocam depende da bateria utilizada. Se usarmos uma bateria de 50 volts, eles se deslocam com uma certa rapidez. Se a bateria for de 100 V, o deslocamento será duas vezes mais rápido que o anterior. Se aplicarmos a um certo gás baterias com voltagens diferentes e medirmos a intensidade de corrente conduzida, para cada bateria utilizada, poderemos construir um gráfico da intensidade de corrente em função da voltagem das baterias, onde observaremos que inicialmente a corrente cresce com o aumento de volts e que a partir de uma certa voltagem, ela atinge o ponto que chamamos corrente de saturação, mantendo-se praticamente constante a partir daí, para uma ampla faixa de diferença de potencial (voltagem). Ocorre que, quando aumentamos a voltagem das baterias, vamos aumentando a rapidez de deslocamento dos íons em direção à placa tornando, portanto, mais difícil a sua recombinação durante o trajeto. Para uma certa diferença de potencial, o deslocamento dos íons será tão rápido, que teremos um número de íons chegando às placas, por unidade de tempo, igual ao número de íons formado pela radiação incidente, por unidade de tempo. Teremos, assim, a corrente máxima. A intensidade de corrente de saturação poderá então ser calculada de teNi ��� / , onde i é a intensidade de corrente de saturação, N é o número de íons formados no tempo t e e é a carga transportada por cada íon. Se os N íons transportados foram formados em um volume V, o número de íons por unidade de volume será VNn /� . Logo, t Veni � �� � . Sabemos que Rkn ��� ; portanto, t VReki � ���� � . Como t RI � � � é a intensidade da radiação incidente, podemos escrever que VIeki ���� . 25) O gráfico abaixo mostra a variação da intensidade de corrente em um gás, em função da diferença de potencial aplicada. Qual é o número de íons que chagam às placas, em 6 segundos, quando é aplicada uma diferença de potencial de 22 V, se cada um deles transporta uma carga igual a carga do elétrons? Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 194 26) Qual seria a intensidade da radiação incidente sobre o gás do problema anterior, se seu volume é 18 cm3 e k = 2 x 109/Rcm3? O aparelho (placas paralelas, carregadas) que utilizamos nos problemas anteriores é comumente denominado de capacitor de placas paralelas. A principal característica de um capacitor é armazenar cargas em suas placas, permanecendo carregado durante longos tempos, mesmo depois de ter sido desligado da bateria que o carregou. Ressalve-se que isto só é verdadeiro quando o material que está colocado entre as suas placas é isolante, o que ocorre para os gases em seu estado neutro, mas não para gases ionizados. Realmente, se carregarmos um capacitor e fizermos incidir radiação no gás existente entre as suas placas, ionizando-o, o capacitor irá gradativamente perdendo a sua carga. Para correntes próximas à de saturação, o tempo que um capacitor leva para perder uma certa quantidade de carga é diretamente proporcional a ela; ou seja, Qat ��� , onde a é constante. 27) Um capacitor de placas paralelas perdeu uma carga de 25 C em 11 segundos. Quanto tempo ele demorará para dissipar uma carga de 84 C, admitindo que ele está sempre submetido à mesma intensidade de radiação? O tempo necessário para um capacitor se descarregardepende de uma série de fatores, além da carga, tais como a intensidade de radiação incidente, a área das placas, a distância entre elas, etc. Para valores de corrente próximos à corrente de saturação, podemos estabelecer as seguintes relações entre o tempo de descarga e esses elementos: Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 195 a) O tempo de descarga é inversamente proporcional à distância entre as placas do capacitor, desde que acarga e a intensidade de radiação incidente sejam constantes: dzt � , onde d é a distância entre as placas e z é uma constante. b) O tempo de descarga é inversamente proporcional à área das placas do capacitor, desde que a carga, a intensidade de radiação incidente e a distância entre as placas do capacitor sejam mantidas constantes: Sbt � , onde S é a área e b uma constante. c) O tempo de descarga é inversamente proporcional à intensidade de radiação incidente, desde que a área, a distância e a carga sejam mantidas constantes: I ut � , sendo u uma constante. 28) Um capacitor de placas paralelas, carregado inicialmente a 50 C, perde 18 C de carga em 3 segundos, quando a distância entre suas placas é 2 cm. Nas mesmas condições, mas aumentando-se a distância para 8 cm, em quanto tempo ele perderá os 18 coulombs? 29) Um capacitor com placas de área 50 cm2, submetido a uma intensidade de radiação de 0,72 R/s, carregado inicialmente a uma carga de 93 C, dissipa 10% de sua carga em 32 segundos. Qual será o tempo para que ele dissipe a mesma carga, se todas as outras condições forem mantidas, mas se sua área for duplicada? 30) Sobre um capacitor com carga igual a 394 C incide uma intensidade de radiação de 7,2 R/s, fazendo com que em 8 segundos o capacitor dissipe 40% de sua carga. Mantidas as mesmas condições iniciais, em quanto tempo o capacitor dissipará a mesma carga se a intensidade de radiação for aumentada de 10%? Como já dissemos anteriormente, a intensidade de corrente em um gás depende da diferença de potencial aplicada entre suas placas. Para correntes abaixo da corrente de ionização, sua relação com a diferença de potencial aplicada é estabelecida pela equação 2iBiAV ���� , onde V é a diferença de potencial, medida em volts. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 196 31) Para um determinado gás, obteve-se a seguinte tabela relacionando a intensidade de corrente abaixo do nível de saturação, com a diferença de potencial aplicada entre as placas do capacitor utilizado para estudo: V (volts) i (ampères) 4 0,9 10,2 2,0 17,6 3,2 27,5 12,1 Obtenha, para esse caso, as constantes da relação entre V e i. 32) A intensidade de corrente elétrica através de um gás depende ou não do volume do gás considerado? Se depende, Rutherford estava certo ou errado no sétimo texto, ao dizer que a rapidez de condução (corrente elétrica) é proporcional à intensidade de radiação que sai do urânio? 33) Em um volume de 28 cm3 de gás, incide uma intensidade de radiação de 2,0 R/s, fazendo com que uma intensidade de corrente igual a 5 ampères passe através do gás. Qual será a intensidade de corrente que passará através de 50 cm3 do mesmo gás, se fizermos incidir sobre ele uma intensidade de radiação de 0,5 R/s? Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 197 RESPOSTAS: 1) a) 10,2 b) 336 c) 59. 2) a) 1,8 b) 1,5. 3) 2,9 4,9 1,3 1,2. 4) y(1) = 8,0 y(3) = 23 y(1,9) = 13. 5) y(1) = 1,35 y(3) = 2,5 y(1,7) = 1,7. 6) Para a primeira função, y(1) = 13,5 y(3) = 25. Para a segunda função, y(1) = 2,7 y(3) = 4,9. 7) Os dois gráficos são coincidentes. Estas são duas formas diferentes de se escrever a mesma função. 8) Utilizando-se o gráfico da questão 7, obtém-se: a) 0,7 e 0,24 b) 1,9 cm. 9) a = 1,2 k = 2,03 71,04,1/1 ��� �� y = 1,2.2,03x ou y = 1,2.e0,71x 10) a = 95 (pela reta); k = 0,80; � � 22,06,4/1 ��� �� Observe que a exponencial é decrescente; é preciso utilizar as regras expostas no quadro anterior. As equações seriam C = 95.(0,80n) C = 95.e-0,22n 11) 0,93 r/h 0,25r/h 0,0030. 12) 18,0�� ; 52,0�� . 13) 36 metros. 14) Se o ângulo for a metade, a carga será quatro vezes menor: 0,25 x 10-10 coulombs. Se o ângulo for de 60o, nada se pode afirmar. Apostila de Física Básica - QUARTA ETAPA - Texto 12 198 15) 4o. 16) 1,3 minutos. 17) n = 2 x 109 x 0,5 = 1 x 109; N = 20.n = 20 x 109. 18) 27 x 109 íons/cm3. 19) 2,5 x 108 íons/cm3. 20) 5,2 x 102 íons/cm3. 21) 770 íons por unidade de volume. 22) 3,6 x 10-13 C no volume todo, e 3,0 x 10-13C/cm3. 23) 31,3 A. 24) A carga total que os íons transportaram para as placas foi Q = 6 x 1020 x 1,6 x 10-19 = 96 C. Assim, i = 96C/30s = 3,2 ampères. 25) 9,4 x 1011 26) 0,71 R/s. 27) 36 segundos. 28) 0,75 segundos. 29) 16 segundos. 30) 7,3 segundos. 31) A = 3 e B = 1, aproximadamente. 32) Sim. Rutherford estava certo porque ele trabalhou com um volume constante de gás. 33) 2,2 ampères.
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