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Aula 5 II

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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
É o primeiro requisito para existência do negócio jurídico;
Necessária, além da vontade intrínseca (subjetiva), a sua declaração (objetiva);
Manifestação pode ser expressa ou tácita (art.111 do CC);
Expressa quando por meio de sinais, escritos ou orais;
Tácita quando a lei não a exigir, a forma expressa, ou quando ela mesma autorizar (432, 539, 512, CC)
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE
Pode um pré-contrato ou comportamento anterior dos contratantes estabelecer a possibilidade de sua perfectibilização (conclusão) pelo silêncio, quando este se denomina “silêncio qualificado” (e não se confunde com a forma tácita). 
Ex.: Cliente habitual de livraria que adquire obras de determinado autor. Quando a loja mandar, sem ele pedir, deve recusar imediatamente.
Atentar para a situação concreta, pois nem sempre o silêncio importa em aceitação (ex.: cartão de crédito não solicitado enviado por correio; obs: art. 39, III, do CDC).
O Direito reconhece o silêncio como equiparação à exteriorização da vontade, mas com esta não se confunde.
Existem previsões expressas na legislação, as quais estabelecem que o silêncio tem relevância. Ex.:art.1224 CC
Contrato: duas manifestações de vontade: oferta (proposta, policitação ou oblação) e aceitação;
Fase da puntuação: antes da oferta, negociações com conversas, estudos, etc.
Nesta fase não há vinculação ao negócio, pois são manifestações unilaterais (as partes se vinculam ao que manifestaram tão-somente)
As negociações preliminares não geram obrigações para quaisquer participantes;
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
Negociações preliminares fazem surgir deveres anexos para os contratantes (decorrência do princípio da boa-fé)
Principais deveres: lealdade, correção, informação, proteção, cooperação...
Gera direito a perdas e danos, mas pela responsabilidade civil extracontratual (artigo 186 e 187 do CC) 
					 ↓
Se demonstrada a intenção de contratar, com falsa manifestação de interesse para lesar o outro (impedir de realizar o negócio com outro ou gerar danos).
 FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A PROPOSTA OU OFERTA 
A Oferta é a vontade de contratar nas bases oferecidas, não mais sujeita a discussões;
Trata-se de Negócio Jurídico unilateral, elemento da formação contratual;
São sinônimos: proposta, oferta, oblação, policitação;
“É uma declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra, por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.”
DEFINIÇÃO
Cria no aceitante a convicção do contrato em perspectiva, levando-o à realização de projetos e às vezes a despesas e à cessação de alguma atividade;
Policitante responde por todas essas consequências se injustificadamente retira o negócio;
CONTEÚDO
Além de séria e consciente, DEVE CONTER TODOS OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO PROPOSTO! (preço, quantidade, data de entrega, forma de pagamento, etc)
A proposta deve ser clara, objetiva, formulada com linguagem simples, compreensível pelo oblato – art. 427 do CC;
AINDA NÃO EQUIVALE AO CONTRATO;
É negócio jurídico receptício se for endereçada a pessoa determinada ou se for oferta aberta ao público;
Para desvincular-se, o ofertante deve encaminhar ao destinatário sua retratação por meio mais rápido que o primeiro, para chegar antes ou junto à oferta;
OFERTA A PESSOA AUSENTE
- Ausente é aquele que não pode ser imediatamente contatado pelo ofertante;
-TEORIAS SOBRE O MOMENTO DA OFERTA(ausente): 
expedição da oferta; (adotada no Brasil!!!!)
recepção da oferta pelo destinatário; 
da informação (quando o destinatário toma conhecimento dela); 
da declaração (quando o ofertante declara sua vontade, antes da expedição)
A oferta a pessoa ausente deixa de ser obrigatória quando:
Houver prazo para o destinatário se manifestar, e ficar silente;
Quando não houver prazo, mas houver transcorrido prazo razoável para a resposta, consideradas as circunstâncias e natureza do negócio;
Obs.: Quando a aceitação chegar tarde ao ofertante,por circunstâncias alheias a sua vontade, a oferta não permanece, mas deve informar o fato a quem enviou a aceitação, sob pena de responder por perdas e danos.
Morte do ofertante:
Antes da aceitação: não apaga a vinculação (a aceitação chega ao herdeiro ou sucessor) se não restar diferente nos termos da oferta, ou pela natureza do negócio ou circunstâncias do caso (427, 428, IV e 138 do CC)
OFERTA (ABERTA) AO PÚBLICO (429 do CC)
Quando se utiliza meio de divulgação coletiva e/ou indeterminada;
É igual à pessoa determinada quanto ao vínculo;
Para cessar a vinculação, deve usar o mesmo meio;
Na oferta ao público considera-se perfeita e acabada quando há aceitação por qualquer destinatário;
PECULIARIDADES:
Por ter destinatários indeterminados, não se pode exigir que o ofertante atenda a toda coletividade, pois tem como limites: o número de produtos ou serviços(capacidade) disponíveis; deverá anunciar previamente os limites, para não ser propaganda enganosa; a desvinculação total da oferta deverá ser pelas mesmas vias utilizadas.
Vinculação, assim, não é absoluta
Ementa: COMINATÓRIA. OFERTA DE COMPUTADORES PELA INTERNET. CUMPRIMENTO DO CONTRATO. Venda de computadores. Oferta pública pela Internet que equivale a uma proposta e obriga o proponente. Pretensão de revogar a proposta após a aceitação. Impossibilidade. Interpretação dos arts. 427 e 429, CCB, e 35, CDC. Ação procedente. Deram provimento. (Apelação Cível Nº 70038302063, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Rafael dos Santos Júnior, Julgado em 12/07/2011)
Jurisprudência
Proposta não obrigatória
Apesar do art. 427 do CC, existem exceções:
Quando houver cláusula expressa a respeito (ex.: proposta sujeita a confirmação, ou não vale como proposta);
Pela natureza do negócio, exemplo da oferta ao público – 429 do CC
Em razão das circunstâncias do caso, conforme art. 428 do CC
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 
OFERTA NO CDC (Arts. 30 a 35 do CDC)
Regra: Destinatários - Oferta aberta ao público (no CC, à pessoa determinada)
Efeitos: recusa indevida de cumprimento – gera execução específica (35, I e 84 do CDC)
pode aceitar outro produto ou serviço (35, II)
rescindir o contrato, com devolução da quantia eventualmente antecipada (35, III)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TEMPESTIVIDADE RECURSAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PROPAGANDA ENGANOSA. ART. 35 DO CDC. PEDIDOS DE RESCISÃO DE CONTRATO E DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. MEROS ABORRECIMENTOS. 1. Tempestividade recursal aferida com base nos arts. 184 e 508 do Código de Processo Civil. 2. O autor foi chamado por anúncio publicitário veiculado pela ré no jornal Zero Hora, no qual estava sendo oferecida a venda do veículo Ford Focus Hatch nas seguintes condições: 60% de entrada e o restante em 36 parcelas sem juros (taxa de 0% ao mês). Diante disso, dirigiu-se à loja para adquirir o bem, sendo, então, informado pelo gerente de que houvera um equívoco na propaganda, e que a promoção dos juros zero somente se aplicava quando pagos 60% de entrada e financiado o restante em 12 parcelas. A requerida havia publicado errata. 3. O autor não firmou qualquer contrato com a ré, seja ele nas condições da oferta publicitária ou fora dela. Não adquiriu o bem posto à venda, de modo que é no mínimo inócuo e incoerente pedido de rescisão de um contrato que jamais existiu. 4. Não tendo havido contratação,
é inaplicável o inc. III do art. 35 do Código de Defesa do Consumidor. Tal regra serve para os casos em que o fornecedor negou-se a cumprir com a oferta que lhe vinculava, mais vantajosa ao consumidor, e este acabou por contratar condição que lhe era menos favorável. 5. No que tange ao dano material, o autor quer obter a vantagem pecuniária que teria caso contratasse, mas não quer, por outro lado, a contratação. Alcançar ao requerente montante pecuniário a esse título implicaria enriquecimento ilícito, uma vez que a vantagem não foi auferida por opção daquele próprio, que, dispondo dos meios necessários para obter a contratação conforme a publicação, não a quis. 6. Dano moral não configurado. O fato de o autor ter-se dirigido à loja ré e não ter conseguido adquirir o produto nas condições anunciadas, são circunstâncias que, por si sós, não são suficientemente idôneas a gerar abalo moral. 7. Qualificam-se as circunstâncias do caso concreto como meras contrariedades a interesses pessoais do autor, normais dentro do grupo social em que se inserem. As pequenas contrariedades da vida, os dissabores, aborrecimentos, não são tidos como causa de indenização econômica. Se assim fosse, inviabilizar-se-ia a convivência social. Não bastam meros aborrecimentos a embasar pedido de indenização por danos morais. Responsabilidade civil não configurada. 8. Determinada a expedição de ofício ao Ministério Público, para a Promotoria de Defesa do Consumidor, acompanhado de cópia da íntegra dos autos, para a verificação da prática de ilícito penal. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70018927038, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 25/04/2007)

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