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MONOGRAFIA PEDAGOGIA

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FACULDADE APOGEU 
CURSO DE PEDAGOGIA
ANA RACHEL COSTA MARANHÃO
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ENTRE EDUCADOR E EDUCANDOS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
BRASÍLIA
2017
ANA RACHEL COSTA MARANHÃO
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ENTRE EDUCADOR E EDUCANDOS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Monografia apresentada a Faculdade Apogeu 
 para a obtenção do título de Pedagoga.
Orientador: Professor Jorge Carvalho
BRASÍLIA
2017
FACULDADE APOGEU
CURSO DE PEDAGOGIA
Monografia intitulada “O Processo de Ensino-Aprendizagem entre educador e educandos no contexto educacional, de autoria da aluna “Ana Rachel Costa Maranhão” aprovada pela banca examinadora constituída pelos professores:
Prof. Jorge Carvalho- Orientador
Prof. 
Prof.
BRASÍLIA
2017
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida e pela determinação em alcanças objetivos.
À minha mãe Conceição, pelo amor incondicional, pelos valores transmitidos e por acreditar sempre em minha capacidade e inteligência para vencer esse desafio.
À minha família, pela confiança e carinho dispensados.
À Faculdade Apogeu, pela oportunidade de adquirir novos conhecimentos.
Em especial, ao orientador Profº Jorge Carvalho pela compreensão, apoio e ajuda na realização deste importante trabalho.
E, aos meus amigos Ester, Isaías, Valéria e Miriam por me apoiarem e estarem juntos nessa caminhada comigo.
E, a todos que cruzaram meu caminho nesse tempo dedicado a esse curso; Muito Obrigado pelos ensinamentos compartilhados.
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
PAULO FREIRE
RESUMO
A interação entre educador e educandos é uma das principais variáveis que contribuem no processo de ensino- aprendizagem; um ambiente escolar agradável e amigável incentiva a busca pelo saber, por tornar professor e aluno parceiros na construção do conhecimento. Portanto, muitos fatores concorrem para dificultar a aprendizagem dos alunos, como: a indisciplina, a agressividade, a falta de interesse, a metodologia inadequada, a falta de preparo dos professores, o uso inadequado das redes sociais, e, outros. Por conseguinte, por que a afetividade é tão importante na relação entre Educador e Educandos? Por que o diálogo é necessário em sala de aula para facilitar a aprendizagem? Com efeito, essas são algumas das perguntas que se busca solucionar com esta pesquisa bibliográfica baseada nos ensinamentos de Paulo Freire e Celso Antunes, dois grandes Educadores que nos deixaram sábios ensinamentos. Espera-se contribuir de forma significativa e construtiva ao mostrar uma realidade pouco conhecida por uma grande parte da sociedade.
PALAVRAS- CHAVE: Aprendizagem. Comunicação. Educador. Educandos. Conhecimento.
ABSTRACT
The relation between teacher and pupil is one of the main variable that contributes to the teaching- learning´s process; an agreeable and friendly school surroundings motivates a lot in the search of knowledge, to became teacher and students, partners in the knowledge´s achievement. There are many factors on which contribute to became the students´learning difficult, which are: indiscipline, aggression, uninterest, inappropriated teaching method, unprepared teachers, inappropriated use of socials networks, and others. Why the affection is so important in relation between teacher and pupil? Why the dialogue is necessary in classroom to facilitate the learning? There are some questions that we hope to solve with this bibliography´s survey based in Paulo Freire and Celso Antunes’ideas, two big Teachers that They gave precious knowledge. Wait to contribute by constructive and significant manner to show a reality unusable by a big part of society.
KEY-WORDS: Learning. Comunication. Teacher. Pupil. Knowledge.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------9
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM----------------------------------------------12
A APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DE PAULO FREIRE---------------------14
A CONTRIBUIÇÃO DE CELSO ANTUNES À APRENDIZAGEM----------16
CONTRASTANDO AS IDEIAS DE FREIRE E ANTUNES--------------------19
CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------------------------------------------------23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------26
INTRODUÇÃO
O Ensino Tradicional está perdendo espaço e aceitação no mercado tradicional. Modelos pré-estabelecidos, sistemas de avaliação rígidos, autoritarismo em sala de aula não têm obtido o efeito esperado.
Os paradigmas educacionais precisam ser quebrados, modificados, de forma que se adaptem ao cotidiano escolar e a realidade do aluno. Ou seja, a Metodologia de Ensino Tradicionalista, centrada no professor, onde o aluno é submisso e mero reprodutor de informações não tem mais tanto alcance e precisa ser revista para que surja em seu lugar uma que privilegie a interação entre educador e educando, uma didática dialógica, participativa e que prime pela construção em conjunto do conhecimento.
Cabe ao professor detectar “desvios” de comportamento em sala de aula, que estejam afetando diretamente na aprendizagem; analisando as causas e buscando possíveis soluções para o problema; tornando o ambiente escolar agradável e amigável para novas descobertas.
É quase óbvio que o modelo “aula expositiva” não seja um modelo suficiente para que todo o processo de comunicação seja o mais eficiente possível. Pois afinal, são vários fatores que podem criar barreiras na comunicação entre professor e seus alunos. Sendo este problema capaz de impactar severamente o processo de construção e reconstrução do conhecimento, dentro e fora da sala de aula.
O porquê da relação entre educador e educando ser tão importante para a aprendizagem e o porquê da afetividade ser tão necessária nesta relação são algumas das inquietações que levaram a este trabalho monográfico. Para seu desenvolvimento foi consultada algumas referências bibliográficas de Paulo Freire e Celso Antunes, que discorreram de forma tão brilhante sobre o assunto.
Porém, mesmo seguindo a mais moderna forma metodológica de ensino, a comunicação ainda pode ser o ponto fraco do processo educacional, justificando todos os esforços no sentido de torna-la cada vez mais efetiva.
Analisando a prática docente, 1 ele nos diz que alguns itens são fundamentais, como o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como a aprendizagem não e algo apenas de aluno. Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender.[1: ][1: FREIRE,PAULO.PEDAGOGIA DA AUTONOMIA.SÃO PAULO:PAZ E TERRA.1996.págs.23-25]
O grande desafio da Educação Atual é criar um espaço dialógico entre educador e educandos que resgatem histórias de vida, articulando passado e presente, projetando um futuro de possibilidades. É desenvolver nos educandos, valores, atitudes, habilidades que lhes permitam enfrentar e resolver os problemas e desafios da vida real. Aqui consta o objetivo principal deste trabalho, ajudar a construir este ambiente.
2i nos diz que não há mais lugar para o ensino “bancário”, onde o educando é simples reprodutor de informações, e, o professor, a “estrela” do processo educacional; o ensino hoje é dinâmico, contextualizado e centrado no cotidiano discente. O educando é o sujeito de seu próprio conhecimento, tendo no educador, o apoio necessário para continuar buscando o saber. [2: FREIRE, PAULO.PEGAGOGIA DA AUTONOMIA.SÃO PAULO:PAZ E TERRA.1996.pág 69]
A escola atual é efetivamente uma escola em crise; pois não corresponde às necessidades do estudante brasileiro, mas também por que não está emcoerência com uma teoria educacional que justifique sua atuação. Trata-se de uma instituição que abandonou a ideia de ensinar o conhecimento, preparar o alunado para a vida, para ocupar-se apenas com a transmissão de conteúdos fragmentados, conceitos planejados e ultrapassados que sobrecarregam a mente do aluno.
Bons resultados não acontecem por milagre, mas por força de uma ação orientada por uma crença de que ela produzirá bons resultados. É bom lembrar que essa crença não corresponde a um desejo, ou a uma vontade de que as coisas aconteçam sem o nosso esforço. Ela representa, sim, uma atitude mental que tem por base o entendimento de que somos capazes de modificar as situações que nos rodeiam e nos afetam e de que podemos fazer alguma coisa para alcançar nossos ideais.
O que acontece quando julgamos natural que alguns alunos aprendam mais do que os outros e que muitos não gostem de estudar?
Quando o professor altera positivamente suas expectativas em relação ao desempenho de seus alunos, passa a agir de forma mais favorável à estimulação de sua aprendizagem e o aluno passa a aprender mais e melhor.
Todos os alunos aprendem com sucesso o que a escola lhes deve ensinar, quando os professores acreditam que podem fazê-lo e criam as estimulações e orientações adequadas para isso.
A metodologia usada foi simples e apoiou-se principalmente na pesquisa bibliográfica em Paulo Freire e Celso Antunes que deu suporte à quase toda pesquisa. Espera-se que sirva de fonte de apoio a futuros estudantes que se interessarem por Educação.
O resultado obtido com o presente trabalho foi muito gratificante por constar da riqueza de experiências compartilhadas no meio educacional; conhecimentos diários oriundos do universo discente e docente. E, comprovar que o amor à profissão é o que impulsiona os professores a exercerem bem seu papel junto à sociedade.
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A aprendizagem ocorre quando os alunos e professores se tornam sujeitos conscientes de seu papel na produção de conhecimentos, quando o professor se sentir sujeito da história, consciente de sua práxis, estabelecendo relações entre a sua e as demais classes sociais, podendo agir na modificação das relações pedagógicas e sociais.
Para Freire, a educação se define como POPULAR, LIBERTADORA, pois acredita na transformação social por meio dela, quando os sujeitos, educador e educandos constroem juntos o conhecimento, por meio do diálogo, não por algo imposto, cheio de regras e normas, como vemos na Escola Tradicional, que ainda impera hoje na sociedade brasileira.
O educador não pode deixar de refletir sobre sua práxis, respeitando o educando quanto a sua identidade cultural e emocional. É importante saber ouvir, dialogar e escutar um ao outro para que o processo de ensino-aprendizagem possa evoluir de forma espontânea e criativa.
A aceitação da mudança nessa relação educador-educandos pode ser o passo inicial para se alcançar o sucesso em direção a uma Pedagogia mais tolerante, mais humana e mais participativa nos processos educativos.
Adotar uma postura de receptividade, sensibilidade, aceitação, estimulo a novas ideias e respeito com as opiniões divergentes se fazem necessárias numa relação de diálogo e cooperação, diminuindo e derrubando as barreiras ao processo de ensino-aprendizagem participativo.
A interação do professor é uma intervenção de ruptura das personalidades, mas de abertura. Sua presença é presença que permite à pessoa se libertar e se autorrealizar.
A conduta do professor influi sobre a motivação e a dedicação do aluno no aprendizado. O aluno se vê influenciado por sua percepção do professor, como o vê e como vê sua relação como ele, e pelo que o professor de fato faz. Comunica expectativas, responde adequadamente, proporciona ajuda estratégica.
O papel esperado dos educandos é a interação com seus mestres para que juntos possam construir o conhecimento.
Segundo 3i o professor deve conhecer estratégias para poder trabalhar a memória do aluno, claro que não uma memória mecânica, repetitiva, mas uma memória onde o aluno contextualiza, onde o aluno associe saberes novos aos que naturalmente ele possui. Além da memória, a atenção. Ele deve saber trabalhar a atenção do aluno, descobrir fórmulas para captá-la. E por fim a motivação desse aluno e fundamentalmente a linguagem. Então, esses quatro mais a emoção são componentes estruturais do processo de aprendizagem.[3: 3. ANTUNES, CELSO. Entrevista concedida sobre o processo de aprendizagem. Disponível em: www.psicopedagogialudica.blogspot.com.br. Acesso em:25 julho 2017. ]
O professor precisa inovar e não ficar preso apenas a aula expositiva, e sim, encontrar outras maneiras de prender a atenção dos alunos, seja por meio de recursos audiovisuais, visitas a bibliotecas, jogos e brincadeiras, até das redes sociais.
O grande crescimento tecnológico, a criação das redes sociais virtuais geraram a necessidade de novas formas de aprendizado que abrangessem esses novos meios e tecnologias. Buscando não somente a inserção destes dentro dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, mas também a mudança do caráter puramente comunicacional destes meios, mas as aplicações educomunicacionais necessárias para o desenvolvimento das estudantes.
O professor precisa saber articular o acesso à tecnologia em suas aulas, pois boa parte dos alunos se encontra imersa desde a primeira infância nessa era digital.
Entretanto, é necessário estabelecer os limites e as possibilidades do uso dessas “parafernálias” tecnológicas dentro da sala de aula, para que não passem a ser a ferramenta principal das aulas.
A APRENDIZAGEM SOB Á ÓTICA DE PAULO FREIRE
	Não temos como começar a falar de Paulo Freire e não mencionar seu Método e a revolução que causou na Educação, ao alfabetizar os Adultos com suas ideias bem avançadas para a época. Por pertencer a Tendência Progressista conhecida como Pedagogia Libertadora, onde todos devem ter acesso ao conhecimento, principalmente os menos favorecidos, como forma de garantir alguma ascensão social.
	O seu Método para Alfabetização de Adultos foi tão importante que o galgou a ser reconhecido como um dos mais Influentes Educadores no Mundo; onde o trabalho desenvolvido nas escolas deve ser “com o homem” e não apenas “para o homem”. Os professores deveriam propor técnicas e atividades de socialização, o uso de recursos audiovisuais, fichas de leitura, situações problemas, enfim instrumentos que ultrapassassem as aulas expositivas e discursos pedagógicos.
A Educação precisa ser contextualizada, mais próxima da realidade dos alunos; desta forma, desenvolve-se a criticidade do educando, o levando a opinar sobre os mais variados temas da nossa sociedade. Mas, faz-se necessário o engajamento político do educando para que possa lutar pelos seus ideais, se impondo contra a ideologia dos dominantes. Desta forma, Paulo Freire refere-se a dois tipos de Pedagogias: a Pedagogia dos Dominantes, servindo a Educação como forma de dominação, e a Pedagogia do Oprimido, na qual a Educação funciona como prática de Liberdade.
O educando precisa fazer sua Leitura de Mundo de forma crítica, compartilhando com a classe e o Educador suas experiências de vida; tendo o Diálogo como maneira de expressar ao mundo seus ideais e suas lutas diárias contra um sistema dominante, as palavras se tornam sua voz diante das adversidades. Assim, 4i afirma: Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual se encontra sempre no outro.[4: 4.FREIRE,ANA MARIA.PEDAGOGIA DOS SONHOS POSSIVEIS SÃO PAULO: ED. UNESP.2001.]
O método de ensino freireano evidencia a sala de aula como um espaço dialógico, onde as necessidades dos alunos são descritas e utilizadas no processo de ensino-aprendizagem, como forma de evitar a alienação, a passividadee a acomodação dos educandos. O aluno precisa ser reconhecido como um sujeito produtor de cultura e agente atuante na transformação da sociedade. A Educação é vista como uma prática da Liberdade.
O Educador precisa ouvir, dialogar, fazer de suas aulas momentos livres onde todos podem falar o que pensam, sem censura, compreendendo o querer dos Educandos. Os dois sujeitos precisam dedicar-se, opinar-se, conversar entre si promovendo assim um ambiente educacional saudável, criativo e espontâneo; onde todos ganham a oportunidade de crescer trocando experiências e vivências cotidianas.
A Pedagogia da Autonomia é fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do Educando. É vigilante contra todas as práticas de desumanização. É necessário que o saber fazer da auto reflexão crítica e o saber ser da sabedoria exercitada ajudem a evitar a “degradação humana” e o discurso fatalista da globalização.
A prática docente precisa estar conectada na Teoria/Prática para que não se percam durante o processo de ensino-aprendizagem; o professor precisa compartilhar conhecimentos com os alunos por meio do diálogo, motivando os questionamentos e as curiosidades dos mesmos, de forma que todos se sintam bem em falar o que vier em suas cabeças, estimulando a criticidade deles. A alegria e a esperança devem estar presentes nas salas de aula, tornando as aulas prazerosas e divertidas.
Uma Nova Educação existiria se ocorresse uma grande modificação da sociedade, da política, da ética, do cotidiano dos indivíduos e dos grupos sociais. Para Freire, a Educação é uma prioridade que leva o indivíduo a ascensão social, desde que os investimentos do Governo ocorram nesta área tão defasada.
A CONTRIBUIÇÃO DE CELSO ANTUNES NA APRENDIZAGEM
A abordagem de Celso Antunes sobre a Aprendizagem está intimamente ligada ao uso das Inteligências Múltiplas em sala de aula pelo professor perante os alunos.
Esse trabalho em sala de aula com as Inteligências Múltiplas necessita de uma reflexão construtivista, onde as competências dos alunos precisam ser transferidas para a vida, por meio das habilidades desenvolvidas no ambiente escolar. E, essa interação transfere saberes entre todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
5i questiona a aprendizagem quando fala nas Inteligências Múltiplas; sendo essas: a linguística ou verbal, a lógica-matemática, a espacial, a intrapessoal e interpessoal, a musical, a cinestésica corporal e a naturalista. Destacando a importância dessas nos primeiros anos de escolaridade das crianças, acreditando de vital necessidade para uma aprendizagem significativa e coerente dos educandos.[5: ANTUNES, CELSO. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SEUS ESTÍMULOS. IN: www.celsoantunes.com.br .Acesso: 29/07/2017.]
Mas, todos precisam estar inseridos e participarem durante o processo, mesmo que não possuam a princípio a habilidade exigida, essa pode ser praticada e ensinada, como forma de inclusão social em sala de aula.
Celso Antunes fala que a habilidade é produto do treino e do aprimoramento de nossa destreza. Um professor que se negue a “assassinar” a curiosidade do aluno apresentando-lhe uma resposta pronta impede que o mesmo seja instigado de buscar a solução diante daquele problema, assim o processo de busca de conhecimento ficaria impedido de prosseguir. Haveria uma ruptura que prejudicaria a construção do conhecimento no meio educacional e até uma certa retração do aluno por medo de fracassar diante da classe toda.
Precisamos refletir sobre nossas próprias inteligências, conduzindo-nos a um Universo de inovação e crescimento, tanto pessoal como profissional, a primeira vista, parece-nos uma utopia por em prática o desenvolvimento das Inteligências Múltiplas proposto por Celso Antunes, mas com pensamento mais crítico e persistente pode tornar-se possível, como o próprio autor diz em sua obra.
A principal barreira no processo de ensino-aprendizagem é o educador ainda acreditar-se proprietário de um saber, uma verdade absoluta, cuja finalidade seria transmitir esse conhecimento aos educandos, de forma mecânica e banal; elecando pouco valor ao saber adquirido, pois pode ser facilmente adquirido, buscado pelo uso da internet ou num livro, numa revista.
Além das aulas expositivas, o professor poderia instigar a curiosidade e motivar seus alunos por meio de projetos, desafios, situações problemas, jogos educativos; onde os educandos buscariam soluções, caminhos e propostas para resolver a questão proposta, interagindo com os colegas, naturalmente com a mediação do Educador durante esse percurso pelo saber.
A Teoria das Inteligências Múltiplas oferece uma maneira para todos os professores refletirem sobre seus métodos de ensino e compreenderem por que esses métodos funcionam ou porque funcionam bem para alguns alunos e para outros não.
Essa Teoria ajuda os professores a expandirem seu atual repertório de ensino, de modo a incluir uma variedade mais ampla de métodos, materiais e técnicas e atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de aprendizes.
A pedagogia escolhida pelo professor se adequa sempre com sua relação com o outro, no processo de ensino-aprendizagem, sua relação com seus alunos. Desta forma, os objetivos da aprendizagem devem ser adaptados ao cotidiano da sala de aula, relacionando com os conteúdos curriculares, com as atividades desenvolvidas e com os sujeitos ativos desse processo.
É preciso estar atento a volatividade das informações produzidas na interação entre professor e alunos; pois, estas serviram para de adequar os objetos da aprendizagem em tempo real, relativamente de forma simples e contínua, tornando a instituição educacional atraente e eficaz no processo de ensino-aprendizagem.
A aprendizagem é um processo solitário, quando se acredita no mito que os alunos aprendem sozinhos e por conta própria, qualquer conteúdo, pela simples observação. Entretanto, essa ilusão do professor acaba caindo por si mesma, pois o conhecimento é produzido pelas muitas interações cotidianas dos alunos entre si e dos professores com alunos e, de todos com o meio em que se encontram inseridos.
Diante do atual contexto escolar brasileiro, os educadores necessitam de alternativas pedagógicas que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem de forma mais eficiente. O uso de recursos audiovisuais, as redes sociais, a informática, os jogos educativos são inseridos como objetos utéis e diversificados para a promoção do conhecimento; despertando assim o interesse e a curiosidade dos educandos, motivando-os a praticar, experimentar e criar maneiras criativas de interagir com as situações propostas.
A introdução da informática e seus amplos recursos em sala de aula como meio educacional acontece juntamente com o questionamento da função da escola e com o papel do professor, surgindo como uma reflexão sobre sua práxis pedagógica e seus efeitos em todo contexto educacional.
CONTRASTANDO AS IDEIAS DE PAULO FREIRE E CELSO ANTUNES
	Na Pedagogia do Cuidado temos a aprendizagem como um modelo de Educação Social; onde é retratada a realidade dura em uma favela. As crianças são testadas todos os dias até os limites de sua residência, e onde a vida vale pouco menos que quase nada.
Em outro momento no livro é mostrada a Educação imersa em meio as drogas, a prostituição infantil, o estupro e a morte. Enfim, as tragédias humanas vivenciadas diariamente na favela. Onde inocentes se misturam a criminosos, e que suas vidas correm riscos o tempo todo.
É preciso educar com cuidado, dando apoio e ensinando a apoiarem-se mutuamente. É preciso preocupar-se com o outro; não apenas no campo dos sentimentos. Deve-se ajudar o outro em seu crescimento.
No livro Pedagogia do Cuidado, descreve-se o cotidiano de crianças da periferia por meio da Casa do Zezinho, localizada em um dos bairros mais violentos do mundo, segundo análise e classificação de insuspeitos organismos internacionais. É um centro de educação, diversão e cultura criada para crianças materialmentecarentes e que residem no imenso complexo de 60 favelas que se esparramam “pelo lado de lá do Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo.
Todos os educadores que trabalham e se entregam às surpresas e aos desafios da Casa do Zezinho tem plena consciência de que as bases estruturais e a fundamentação filosófica que inspira seu trabalho estão apoiadas na Pedagogia Social de Paulo Freire; mas também mescla ensinamentos de Piaget, Dewey, Freinet, Makarenko, Vygotsky e muitos outros. Mas são educadores que compreendem que essas linhas educacionais servem para concepções sobre como o ser humano pensa, aprende e se motiva, todavia necessitam se ajustar ao cotidiano e aos desafios que o mesmo sugere.
Uma criança que nasce em um lar pleno de ternura e repleto de carinho, sempre tem muitas coisas. Além do afago que estimula a autoestima e da atenção dos que a cercam e se instituem como imprescindíveis modelos, por menos rica materialmente que seja, pode sempre contar com um ou outro brinquedo que seja efetivamente seu, algumas peças de roupa que se afiguram como propriedade indiscutível.
É inerente a todo professor pensar seus alunos a luz dos próprios valores. Querer que vivam num lar amoroso, onde o amor abunde e que o respeito e a compreensão estejam presentes. Mas, nem sempre isso ocorre. Infelizmente, a violência tem estado presente em muitos lares, desfeitos também pelo efeito do álcool, drogas e outras tragédias sociais.
As palavras adultas somente marcam a educação de uma criança quando se fazem acompanhar de integral inserção na realidade de seu mundo. A importância de mostrar à criança a imensa segurança que se transmite com a coragem. É preciso respeitar os sentimentos da criança, não criticando ou punindo, antes compreendendo e, por compreender, transformando.
Uma missão essencial, talvez a mais importante na vida de qualquer educador é fazer dos conteúdos que transmite uma oportunidade para ensinar valores, levar seus alunos a perceber na matéria que aprende que o ser humano não se constrói apenas pelo que sabe, mas pela maneira como faz dos valores morais o fundamento da estrada a percorrer.
A escola precisa urgentemente re-significar a sua função social e política bem como perseguir exaustivamente a minimização do descompasso existente entre o quê e como tem realizado o processo escolar e o quê e como precisa realiza-lo. Só assim, poderá a aprendizagem do aluno ser prazerosa, através do estímulo constante de sua inteligência a fim de possibilitá-lo a construir novos conhecimentos e novos saberes.
Começou a se dar ênfase à criatividade do aluno, o estímulo que a escola passou a propiciar no sentido de dar liberdade ao aprendiz de uma maior participação no processo escolar, podendo argumentar, sugerir e principalmente, socializar os conhecimentos.
E importante se estimular a “Aprendizagem Significativa” a qual propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados, para que possam construir estruturais mentais utilizando, como meio, mapas conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos, caracterizando, assim, uma aprendizagem prazerosa a eficaz.
Precisamos entender que o que é aprendido pode ser ensinado; e que temos o potencial para mudar o que foi aprendido por meio de uma nova aprendizagem. E, que a experiência é a chave da aprendizagem.
Um dos principais problemas existentes é o distanciamento entre os avanços tecnológicos e a real situação da maioria de nossas escolas e a inexpressiva formação continuada de professores. Assim ocorre um descompasso entre os recursos didáticos quase sempre utilizados pelos docentes, muitas vezes limitando-se ao uso do quadro branco e pincel, o que via de regra, transforma o seu trabalho em uma prática enfadonha e desinteressante.
Novas demandas sociais implicam a necessidade de que a escola assuma novas funções pedagógicas e papéis diferenciados frente à diversidade étnica, cultural e social; a sociedade define e anseia por um novo espaço escolar, onde o surgimento e o desenvolvimento de práticas escolares alternativas sejam capazes de aperfeiçoar os processos de ensino-aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem costumam ocorrer no início da escolarização ou durante todo o período escolar.
Para Freire, o professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de rebeldia legitima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.
Transparece claramente que a realidade do mundo é o mundo da consciência, pois esta não existe sem aquele. É por esta razão que estudar a realidade é estudar o pensar do sujeito sobre a realidade. O educador, através de método da problematização, busca desvelar a realidade do pensamento dos educandos. Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Parece ser possível realizar o processo de reflexão que problematiza o pensar sem a mediação da teoria, pois não se trata de investigar a realidade objetiva no sentido do realismo filosófico, mas de problematizar a realidade enquanto o pensar do sujeito sobre a mesma.
Os sujeitos oprimidos são o ponto de partida da transformação. A luta pela humanização inicia-se com os oprimidos. Somente eles entendem o significado terrível de uma sociedade opressora. Mas, os oprimidos necessitam descobrir o opressor que está dentro deles, para assim, “libertarem-se a si e aos opressores”. No entanto, faz-se necessária uma Pedagogia que seja forjada com eles, e não para eles, para que a opressão seja objeto de reflexão deles mesmos.
O ponto de partida da educação é a realidade dos oprimidos. Tudo tem de partir deles e com eles. Esta concepção múltipla da realidade se deve ao pressuposto filosófico de Paulo Freire, a qual enseja que a realidade é singular por ser a percepção que os sujeitos apresentam da mesma. Cada “povo” ou classe social tem a sua realidade.
A finalidade da educação é a humanização dos homens. De forma tal que quanto mais as massas populares desvelam a realidade objetiva e desafiadora sobre a qual elas devem incidir sua ação transformadora, tanto mais se “inserem” nela criticamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A questão da excelência do processo de ensino-aprendizagem não é algo que pode ser garantido apenas pelo professor e pelas suas estratégias didático-pedagógicas. Ela é uma conquista e supõe o diálogo, a participação efetiva do aluno e, sobretudo, a construção de relações de proximidade e empatia com os estudantes.
Precisamos mudar o paradigma que trata os educandos como meros sujeitos mecânicos, passivos, que almejam apenas as notas e que nada ou pouco contribuem para a sua aprendizagem.
 A sociedade está repleta de teorias e tudo o que ela precisa é de mais reprodutores de teorias ultrapassadas e nada precisa; precisamos de homens que pensam por si e com seus pensamentos transforme o espaço ao seu redor.
É muito importante revermos a formação que estamos tendo e reelaborarmos os pressupostos teóricos e metodológicos que nos norteiam, a fim de termos subsídios para enfrentar a realidade que nos rodeia. Para mudar o mundo, precisamos mudar a nós mesmos.
Para os educadores não basta ter um plano de aula bem estruturado, organizado e fundamentado. Da mesma forma, fica revelado que o plano de ensinar e do aprender supõe a construção de relações de proximidade, empatia e significado que vão além dos conteúdos estabelecidos pelo professor e de suas estratégias didático-pedagógicas. A construção dessas relações tem a ver com a concepção e a prática docente no que se refere ao próprio processo de ensino – aprendizageme ao modo como os professores vêem os alunos, seu lugar e papel na ação pedagógica.
O processo de ensino-aprendizagem decorre então de uma relação entre parceiros, onde todos ensinam e todos aprendem. Numa relação como essa, onde professores e alunos se sentem acolhidos em seus saberes e experiências, constroem juntos o conhecimento, alegram-se juntos pelas descobertas que fazem, percebem juntos o movimento da vida e da convivência no ato de ensinar e aprender coletivamente, produzindo proximidade, empatia e significado.
Assim, a proximidade e a empatia podem ser consideradas como um instrumento da dialogicidade, na medida em que, quando nos juntamos para descobrir, conhecer, resolver problemas, ficar juntos e referendar o outro no seu jeito de ver o mundo, de explica-lo e mobilizar as experiências e saberes de que é portador, vivenciamos uma relação ontológica, uma relação de totalidade do ser, existencialmente produtivos, nunca uma busca objetiva do conhecimento, muito menos um esforço de uso do parceiro.
É necessário construir coletivamente um ambiente de aprendizagem onde todos precisam ser escutados, sentirem-se acolhidos e valorizados em seus saberes e experiências, implicando o conhecimento das histórias, trajetórias, perfil dos alunos, de seus gostos, problemas e dificuldades.
Estabelecer em cada aula ou espaço de ensino-aprendizagem, condições alegres e bonitas para se trabalhar, vivenciando momentos de inquietação epistemológicos, produção individual e coletiva, sistematização e valorização das descobertas, procurando identificar os significados de convivência pedagógica.
Não haverá excelência no processo de ensino-aprendizagem se não houver uma busca permanente por uma excelência nas relações de convivência, no ambiente ou espaço de aprendizagem, entre professores e alunos. É no espaço de convivência, onde se dá a proximidade e a empatia, que o ato de ensinar e aprender se efetiva, ganha sentido e significado.
O sistema escolar brasileiro precisa de uma reestruturação capaz de atender as necessidades educacionais atuais, assim como dar condições técnico- científicas aos agentes educativos a fim de se desenvolverem um processo ensino-aprendizagem de melhor qualidade, com a utilização de modernas práticas.
Somos carentes de uma consciência crítica e ela é básica para nos levar a novas pistas, a questionar e até perceber novos caminhos na elaboração de uma práxis pedagógica mais humana, que por ser dialética nos faz abandonar a mesmice, a rotina.
É preciso se ter Autonomia tanto por parte dos professores quanto dos alunos para se construa uma Educação significativa, fundamentada no respeito, na dignidade e na ética.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos. IN: www.celsoantunes.com.br Acessado em: 29/07/2017
ANTUNES, Celso. Entrevista concedida sobre o processo de aprendizagem. Disponível em: www.psicopedagogialuduca.blogspot.com.br Acessado em: 25/07/2017
ANTUNES, Celso. Como desenvolver conteúdos explorando as inteligências múltiplas. Petropólis: RJ, Vozes. 2001.
ANTUNES, Celso & GARROUX, Dagmar. Pedagogia do Cuidado: um modelo de educação social. Editora Vozes. 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra. 1996. 
FREIRE, Ana Maria. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. São Paulo: UNESP. 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

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