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Denunciante: papel e riscos

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18/04/2018 Denunciante – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Denunciante 1/4
Denunciante
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Denunciante ou delator  é uma pessoa que expõe uma má conduta, atividade desonesta ou  ilegal que ocorre em
uma organização pública ou privada. Essa exposição pode ser efetuada para a sociedade civil e a opinião pública, bem
como diretamente para as autoridades públicas. A má conduta denunciada pode ser desde a inobservância de uma lei
ou  outro  tipo  de  norma  jurídica  ou  regulamento,  como  fraudes,  violações  à  saúde  e  à  segurança  de  outrem,  e
corrupção, até ameaças ao interesse público e a valores morais. Os denunciantes podem apresentar as suas denúncias
internamente (isto é, para pessoas dentro da organização acusada) ou externamente (aos órgãos públicos reguladores,
fiscalizadores e policiais, aos meios de comunicação ou a um grupo da sociedade civil comprometido com o assunto).
O conceito de "denunciante" se confunde com o de informante. O denunciante, na maioria das vezes, age de boa fé e
boas intenções: não há interesses em receber créditos financeiros ou pessoais, mas divulgar um fato, uma ameaça para
o que considera prejudicial ao bem comum, ao interesse público ou geral. O denunciante assume riscos reais em nome
da causa que pretende defender e difundir: o que, muitas vezes, coloca, em risco, sua situação financeira ou física, sua
tranquilidade ou a de sua família, sua segurança pessoal, e sua imagem (no caso de envolvimento da mídia, seu nome
e  rosto  saem  do  anonimato).  Os  denunciantes,  frequentemente,  enfrentam  represálias,  por  vezes  pelas  mãos  da
organização ou grupo que acusaram, às vezes de organizações relacionadas e, por vezes, nos termos da legislação.
A denúncia se confunde com a delação. A denúncia refere­se a algo que se sabe ser ilegal ou nocivo à sociedade ou a um
indivíduo.  Para  denunciar,  não  é  necessário  que  se  esteja  infiltrado  entre  criminosos.  Já  a  delação  ocorre, muitas
vezes, quando um indivíduo infiltrado se disfarça de criminoso para buscar provas e testemunhar contra os infratores.
Porém, comumente, o delator  faz parte dos criminosos, e ele delata porque é contrariado, porque não  tira  todas as
vantagens do  esquema. Também existem  casos,  no  entanto,  em que  a  delação  é  estratégia  da defesa. O  criminoso
delata somente para conseguir o atenuamento da pena e, em alguns casos, poder cumprir prisão domiciliar. Alguns
críticos  e  advogados  equiparam  esse  caso  ao  das  confissões  obtidas  por meio  de  tortura[1], mas,  na  verdade,  é  de
iniciativa do próprio criminoso, principalmente quando envolve outro criminoso mais poderoso que pode escapar ileso
graças a sua condenação.
No Brasil essa delação é recompensada com o abrandamento da pena e é conhecida como delação premiada.
Já nos países desenvolvidos existe a figura de outro tipo de denunciante, conhecido como Whistleblower, na tradução,
um "tocador de apito"
Questões sobre a legitimidade das denúncias, a responsabilidade moral das denúncias, e a apreciação das denúncias
pelas instituições, fazem parte do campo da ética política.
Sinônimos
Whistleblower[4]
No Brasil
Alguns denunciantes famosos
Nos Estados Unidos
No Brasil
Índice
18/04/2018 Denunciante – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Denunciante 2/4
Referências
Ver também
A  delação  e  o  delator  têm  inúmeros  outros  sinônimos  populares,  principalemnte  de  conteúdo  pejorativoː
alcaguetagem,  cabuetagem,  deduragem,  dedo­de­gesso,  X­9,  dedo­de­seta,  dedo­duro,  caguete,
alcaguete (do árabe al­qawwad).[2]
Essa  terminologia pejorativa é  incentivada por criminosos e corruptos,  inclusive políticos, que não desejam que os
cidadãos  compreendam  a  importância  do  denunciante  para  a  elucidação  de  crimes  e  punição  dos malfeitores. Na
discussão do PL 4.850 os Deputados Federais chegaram a discursar equiparando o Whistleblower a um dedo­duro, o
que dá uma ideia sobre as intenções desses políticos. Sobre esse assunto é importante a leitura do texto de Mario Cesar
Carvalho intitulado "Deputados optam pelo atraso ao enterrar o denunciante[3]".
Diferente da legislação do Brasil, em outros países são comuns grandes recompensas baseadas tanto na recuperação
de ativos, quanto na aplicação de multas.
Os Estados Unidos destacam­se como exemplo desse tipo de atitude.
O  Congresso  dos  Estados  Unidos  criou  o  "The  Whistleblower  Program  (https://www.sec.gov/whistleblower)"
(programa do denuncianteː whistleblower significa, literalmente, "tocador de apito") em 21 de julho de 2010, através
da seção 922 do ato Dodd­Frank. Tal programa chegou a anunciar, em julho de 2017, dois prêmios, sendo um de 1,7
milhão e outro de 2,5 milhões de dólares estadunidenses para o servidor público que ajudasse a Comissão de Títulos e
Câmbio dos Estados Unidos a começar uma investigação.
A U.S.  Commodity  Futures  Trading  Commission  (http://www.cftc.gov/index.htm)  (CFTC),  agência  federal  norte­
americana que regula o mercado de commodities, oferece, ao denunciante que origina uma ação resultante em mais de
1 milhão de dólares estadunidenses em multas, de 10 a 30% sobre o valor de cada sanção penal aplicada. O capítulo
165 ­ Regras do denunciante, da norma 17 do Código de Regulamentos Federais, regulamenta o Commodity Exchange
Act.
No Brasil, são aplicáveis normas internacionais que protegem o trabalhador público ou da iniciativa privada contra
represálias de seus superiores por atos de denúncia. Trata­se da Convenção de Combate à Corrupção de Funcionários
Públicos  Estrangeiros  em  Transações  Comerciais  Internacionais  da  Organização  para  a  Cooperação  e
Desenvolvimento Económico, firmada em 1997 e promulgada no Brasil em 2000, e da Recomendação Anticorrupção
do Conselho para o Combate à Corrupção em Transações Comerciais Internacionais, de 2009.[5]
Outras  normas  internacionais  aplicáveis  no  Brasil  são  a  Convenção  Interamericana  contra  a  Corrupção  (ou
Convenção de Caracas), de 1996 (Organização dos Estados Americanos), e a Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção (ou Convenção de Mérida), de 2003 (Organização das Nações Unidas).[5]
Além disso,  a Lei  de Acesso  à  Informação  ­  LAI,  de  2011,  alterou  o  estatuto  dos  servidores  públicos  federais  para
isentá­los de qualquer punição pelo ato de fazerem denúncia de crimes ou de atos de improbidade administrativa. Há
controvérsias a respeito das alterações promovidas pela LAI, no entanto, e o especialista em inteligência estratégica
Jacinto Murowaniecki,[4], autor do indexador Duraverum,[6] ele próprio um denunciante e vítima de assédio moral
por tal atuação, considera esses mesmos dispositivos legais como uma armadilha. Outros diplomas legais brasileiros
Sinônimos
Whistleblower[4]
No Brasil
18/04/2018 Denunciante – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Denunciante 3/4
que se referem ao dever de denunciar e à proteção do denunciante são os seguintes: Código de Processo Penal, Lei da
Ação  Civil  Pública,  Lei  de  Improbidade  Administrativa,  Lei  da  Ação  Popular,  Lei  do  Abuso  de  Autoridade,  Lei
Orgânica do Tribunal de Contas da União e Lei de Proteção às Testemunhas.[5]
Apesar da existência de diversas normas sobre o assunto no direito brasileiro, o país ainda é considerado atrasado
quando em comparação com a legislação do Japão, África do Sul, Reino Unido, Canadá, México e Estados Unidos.[5]
Críticos apontam que a legislação brasileira desestimula a denúncia e, consequentemente, incentiva a impunidade.[7]
Daniel Ellsberg
W. Mark Felt (Garganta Profunda)
Jeffrey Wigand
Erin Brockovich
Mark Klein
Chelsea Manning (anteriormente Bradley Manning)
Edward Snowden[8]
HervéFalciani
Alberto Youssef (Operação Lava Jato)
Delcídio do Amaral (Operação Lava Jato)
Joaquim Silvério dos Reis (inconfidência mineira)
Paulo Roberto Costa (Operação Lava Jato)
Roberto Jefferson (escândalo do mensalão)
1. Jusbrasil. Disponível em https://portal­justificando.jusbrasil.com.br/noticias/320955281/aceitar­a­delacao­premiada­
como­prova­legaliza­a­tortura­cometida­por­juizes. Acesso em 26 de outubro de 2017.
2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 76.
3. Carvalho, Mario Cesar (1 de dezembro de 2016). «Deputados optam pelo atraso ao enterrar o denunciante» (http://
www1.folha.uol.com.br/poder/2016/12/1837293­deputados­optam­pelo­atraso­ao­enterrar­o­denunciante.shtml).
Folha de São paulo. Consultado em 4 de abril de 2018
4. Murowaniecki, Jacinto (2017). «Whistleblower» (https://sites.google.com/view/whistleblower).
www.duraverum.com. Consultado em 23 de setembro de 2017
5. Mota Junior, João Francisco da (2012). «A Proteção do Servidor Público Denunciante (Whistleblower): Um enfoque
na recente tutela jurídica brasileira» (http://www.derechoycambiosocial.com/revista030/Prote%C3%A7%C3%A3o_a
o_servidor.pdf) (PDF). La Molina, Lima, Peru. Derecho y Cambio Social (30). ISSN 2224­4131 (https://www.worldca
t.org/issn/2224­4131). Consultado em 30 de julho de 2014
6. Murowaniecki, Jacinto. «Indexador Dura Verum, Sed Verum» (http://www.duraverum.com). Indexador Dura Verum.
Consultado em 23 de setembro de 2017
7. Whistleblower. Disponível em https://sites.google.com/view/whistleblower. Acesso em 26 de outubro de 2017
8. «Edward Snowden: the whistleblower behind the NSA surveillance revelations» (http://www.theguardian.com/world/
2013/jun/09/edward­snowden­nsa­whistleblower­surveillance). The Guardian
Informante
Denúncia
Disque Denúncia
Alguns denunciantes famosos
Nos Estados Unidos
Mark Felt, o "Deep Throat",
delatou o caso Watergate.
No Brasil
Referências
Ver também
18/04/2018 Denunciante – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Denunciante 4/4
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Denunciante&oldid=51701362"
Esta página foi editada pela última vez à(s) 17h07min de 4 de abril de 2018.
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