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Anatomia para Estudantes de Medicina Richard S. Snell

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Titulo: Anatomia - 2ª Ed. 
Autor: Richard S. Snell
Editora: Medsi Editora Médica e Científica Ltda
Publicação: 1984
Anatomia - 2ª Ed. - Capítulo 01 – Introdução
Termos Anatômicos Descritivos
TERMOS REFERENTES À POSIÇÃO
Anatomia é o estudo da estrutura do corpo a inter-relação 
de suas partes constituintes. Todas as descrições do corpo 
humano baseiam-se na suposição de que o indivíduo se 
encontra em posição ereta (em pé), membros superiores 
estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas 
para a frente (Fig. 1-1).
Fig. 1-1. Termos anatômicos usados em relação à posição. 
Observar que as figuras estão de pé na posição anatômica.
Esta é a chamada posição anatômica. As diversas partes do 
corpo são, portanto, descritas em relação a certos planos 
imaginários.
O plano mediano é um plano vertical que divide o corpo 
humano em metades iguais, direita e esquerda (Fig. 1-1). 
Os planos situados de um ou de outro lado do plano 
mediano e paralelos a este são denominados paramedianos 
(planos sagitais). Uma estrutura situada mais próxima do 
plano mediano do corpo do que outra é denominada medial 
em relação àquela. Da mesma forma, uma estrutura mais 
afastada do plano mediano do que outra é lateral em 
relação a esta.
Os planos frontais (coronais) são planos verticais 
imaginários, em ângulo reto em relação ao plano mediano 
(Fig. 1-1). Planos horizontais ou transversais situam-se em 
ângulo reto em relação aos planos mediano e coronal (Fig. 
1-1).
Os termos anterior (ventral) e posterior. (dorsal) são 
utilizados para indicar, respectivamente, a frente ou o 
dorso do corpo (Fig. 1-1); de modo que, para se descrever a 
relação de duas estruturas, diz-se estar anterior ou 
posterior à outra na medida em que estiver mais próxima 
da superfície corporal anterior ou posterior.
Descrevendo-se a mão, utilizam-se os termos faces palmar 
e dorsal em lugar de anterior e posterior, e na descrição do 
pé, os termos faces plantar e dorsal são utilizados em vez 
de face superior e inferior (Fig. 1-1). Os termos proximal e 
distal descrevem as distâncias relativas das raízes dos 
membros; por exemplo, o braço é proximal ao antebraço, e 
a mão é distal ao antebraço.
Os termos superficial e profundo indicam as distâncias 
relativas das estruturas da superfície do cor o, e os termos 
superior e inferior estruturas relativamente altas ou baixas, 
com referência às extremidades superior e inferior do 
corpo.
Os termos interno e externo são utilizados para descrever a 
distância relativa de uma estrutura do centro de um órgão 
ou cavidade; por exemplo, a artéria carótida interna nutre 
as estruturas contidas na cavidade craniana e a artéria 
carótida externa nutre as estruturas situadas fora desta 
cavidade.
O termo ipsilateral refere-se ao mesmo lado do corpo; por 
exemplo, a mão esquerda e o pé esquerdo são ipsilaterais; 
contralateral refere-se a lados opostos do corpo; por 
exemplo, o músculo bíceps braquial esquerdo e o músculo 
reto femoral direito são contralaterais.
A posição supina do corpo é a posição de decúbito dorsal; a 
posição em pronação é a de decúbito ventral.
TERMOS RELACIONADOS AO MOVIMENTO
O ponto em que dois ou mais ossos se conectam é 
conhecido como articulação. Algumas articulações não 
apresentam movimento (suturas do crânio); outras 
possuem apenas movimentos limitados (articulação 
tibiofibular superior), e algumas movimentam-se 
livremente (articulação do ombro).
Flexão é o movimento que tem lugar no plano mediano. Por 
exemplo, a flexão da articulação do cotovelo aproxima a 
superfície anterior do antebraço da superfície anterior do 
braço. É usualmente um movimento anterior, porém é por 
vezes posterior, como no caso da articulação do joelho (Fig. 
1-2).
 
Fig. 1-2. Alguns termos anatômicos utilizados em relação ao 
movimento. Observar a diferença entre flexão do cotovelo e do 
joelho.
Extensão significa uma retificação da articulação, e 
usualmente ocorre numa direção posterior (Fig. 1-2).
Flexão lateral é um movimento do tronco no plano coronal 
frontal (Fig. 1-3).
Fig. 1-3. Termos anatômicos adicionais utilizados em relação ao 
movimento.
Abdução de um membro é um movimento em que este se 
afasta da linha mediana do corpo, no plano coronal (Fig. 1-
2). 
Adução do membro é um movimento em direção ao corpo, 
no plano coronal (Fig. 1-2). Nos dedos das mãos e dos pés, 
a abdução aplica-se no afastamento destas estruturas, e a 
adução aplica-se à aproximação (Fig. 1-3). 
Rotação é o termo aplicado ao movimento de uma parte do 
corpo em torno de seu eixo longitudinal. Rotação medial é o 
movimento que resulta na superfície anterior da parte 
voltada para a linha mediana; rotação lateral é o 
movimento que resulta na superfície anterior da parte 
voltada lateralmente. 
Pronação do antebraço é uma rotação medial do antebraço 
(Fig.1-3). 
Supinação do antebraço é uma rotação lateral deste, a 
partir da posição pronada, de modo que a palma da mão 
esteja voltada anteriormente (Fig. 1-3).
Circundução é a combinação, em seqüência, dos 
movimentos de flexão, extensão, abdução e adução (Fig. 1-
2).
Protração é mover-se para a frente; retração é mover-se 
para trás (usado para descrever o movimento da mandíbula 
para adiante e para trás nas articulações 
temporomandibulares).
Inversão é o movimento do pé de modo que a face plantar 
esteja voltada em direção medial (Fig. 1-3). Eversão é o 
movimento oposto do pé de modo que a face plantar esteja 
voltada lateralmente (Fig. 1-3).
Algumas Estruturas Anatômicas Básicas
PELE
A pele é dividida em duas partes distintas, a parte 
superficial - epiderme -, e a parte profunda - derme (Fig. 1-
4). 
Fig. 1-4. Estruturas geral da pele e sua relação as camadas 
superficial e profunda da fáscia. Observar que os folículos pilosos 
estendem-se para baixo e para dentro da parte mais profunda da 
derme, ou mesmo para dentro da fáscia superficial, enquanto as 
glândulas sudoríparas estendem-se profundamente para dentro da 
fáscia superficial.
A epiderme é um epitélio estratificado cujas células se 
tornam achatadas à medida que envelhecem e afloram à 
superfície. Nas palmas das mãos e plantas dos pés, a 
epiderme é extremamente espessa para suportar o uso e o 
desgaste destas regiões. Em outras áreas do corpo, por 
exemplo na superfície anterior do braço e antebraço, ela é 
fina. A derme é composta de tecido conectivo denso 
contendo muitos vasos sangüíneos, linfáticos e nervos. 
Apresenta uma variação considerável de espessura, em 
diferentes partes do corpo, tendendo a ser mais fina na 
superfície anterior do que na posterior. É também mais fina 
nas mulheres do que nos homens. A derme da pele está 
conectada com a fáscia muscular subjacente ou com os 
ossos, através da tela subcutânea, também conhecida 
como tecido subcutâneo.
Na derme (cório), os feixes de fibras colágenas estão 
dispostos, em sua maioria, em filas paralelas. Uma incisão 
cirúrgica através da pele, feita ao longo ou entre essas 
fileiras, provoca um desarranjo mínimo do colágeno, e a 
ferida cicatriza com um mínimo de tecido cicatricial. Por 
outro lado, uma incisão feita através das filas de colágeno 
rompe e altera a pele, resultando na produção maciça de 
colágeno fresco e na formação de uma cicatriz ampla e de 
mau aspecto. A direção das fileiras de colágeno é conhecida 
como linhas de clivagem (linhas de Langer); elas tendem a 
correr longitudinalmente nos membros e 
circunferencialmente(transversais) no pescoço e no tronco 
(Fig. 1-5).
Fig. 1-5. Linhas de clivagem da pele (modificado de Last).
A pele situada sobre as articulações é sempre dobrada num 
mesmo lugar, a pele enrugada (Fig. 1-6). 
Fig. 1-6. Os diversos sulcos cutâneos na superfície palmar da mão 
e superfície anterior da articulação do punho. A relação da unha 
com as outras estruturas de dedo também é demonstrada.
Nestes pontos a pele é mais fina do que em qualquer outro 
local, estando firmemente fixada às estruturas subjacentes 
por faixas mais fortes de tecido fibroso.
Os apêndices da pele são as unhas, folículos capilares, 
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
As unhas são placas queratinizadas, situadas nas 
superfícies dorsais das extremidades dos dedos das mãos e 
dos pés. A extremidade proximal da placa é a raiz da unha 
(Fig. 1-6). Com exceção da extremidade distal da placa, a 
unha é delimitada e recoberta por camadas de pele 
conhecidas como perioníquio. A superfície da pele coberta 
da unha é o leito ungueal (Fig. 1-6).
Os cabelos crescem dos folículos, que são invaginações da 
epiderme em direção à derme (Fig. 1-4). O folículo situa-se 
obliquamente em relação à superfície cutânea, e suas 
extremidades expandidas, chamadas bulbos capilares, 
penetram até a parte mais profunda da derme. Cada bulbo 
capilar é côncavo na sua extremidade, e a concavidade é 
ocupada por tecido conectivo vascular, a papila capilar. 
Uma faixa de músculo liso, o músculo eretor do pêlo, 
conecta a parte de folículo situada abaixo da superfície com 
a parte superficial da derme (Fig. 1-4). O músculo é 
inervado por fibras simpáticas, e sua contração faz com que 
o pêlo se movimente para uma posição mais vertical; ele 
também comprime a glândula sebácea e provoca a 
eliminação de parte de sua secreção. O estiramento do 
músculo também provoca a ondulação da superfície 
cutânea, assim chamada pele arrepiada. Os pêlos estão 
distribuídos em quantidade variada, sobre toda a superfície 
corporal, exceto nos lábios, palmas das mãos, parte lateral 
dos dedos, glande do pênis e clitóris, lábios menores, 
superfície interna dos lábios maiores, superfície plantar e 
parte lateral dos pés, e na parte lateral dos dedos.
As glândulas sebáceas eliminam sua secreção, o sebo, 
dentro das hastes dos pêlos, quando eles passam através 
do istmo dos folículos. Estão situadas na parte inclinada 
abaixo da superfície dos os folículos e permanecem no 
interior da derme (Fig. 1-4). O sebo é um material oleoso, 
que ajuda a conservar a flexibilidade do pêlo emergente. 
Também lubrifica a epiderme superficial em torno da 
abertura do folículo.
As glândulas sudoríparas são longas, espiraladas e 
tubulares, distribuídas na superfície do corpo, exceto nas 
margens avermelhadas dos lábios, leitos ungueais, glande 
do pênis e clitóris (Fig. 1-4). Estendem-se através de toda a 
espessura da derme e suas extremidades, e podem estar 
situadas na fáscia superficial. Por conseguinte, de todos os 
apêndices epidérmicos, as glândulas sudoríparas são as 
estruturas que penetram mais profundamente.
FÁSCIAS
As fáscias do corpo podem ser divididas em dois tipos: 
superficiais e profundas. Estão situadas entre a pele e os 
músculos e ossos subjacentes.
A tela subcutânea, ou fáscia superficial, é uma mistura de 
tecido adiposo e areolar frouxo que une a derme da pele à 
fáscia profunda subjacente. No couro cabeludo, parte 
posterior do pescoço, palmas das mãos e plantas dos pés, 
ela contém numerosos feixes de fibras colágenas que 
mantêm a pele firmemente ligada às estruturas mais 
profundas. Nas sobrancelhas, orelha, pênis e escroto, e 
clitóris, ela é desprovida de tecido adiposo.
A fáscia muscular é uma camada membranosa de tecido 
conectivo que reveste os músculos e outras estruturas 
profundas (Fig. 1-7). 
Fig. 1-7. Secção transversal ao nível do terço distal do braço direito, 
para demonstrar a disposição das fáscias superficial e profunda. 
Observar como septos fibrosos estendem-se entre grupos de 
músculos, que dividem o braço em compartimentos fasciais.
No pescoço, forma camadas bem definidas que podem 
desempenhar um papel importante, determinando a via de 
propagação de organismos patogênicos durante a 
disseminação da infecção. No tórax e abdome, é 
simplesmente uma película fina de tecido areolar que cobre 
os músculos e aponeuroses. Nos membros, forma uma 
bainha definida ao redor dos músculos e outras estruturas, 
mantendo-os em Posição. Septos fibrosos que se estendem 
a partir da superfície profunda da membrana, entre grupos 
musculares, e em muitos lugares, dividem-se até o interior 
dos membros em compartimentos (Fig. 1-7). Na região das 
articulações, a fáscia profunda pode estar 
consideravelmente espessada, formando faixas de 
retenção, denominadas retináculos (Fig. 1-8).
Fig. 1-8. Retináculo extensor na superfície posterior do punho, 
sustentando os tendões dos músculos extensores em posição.
 Sua função é manter os tendões subjacentes em posição, 
ou servir como roldanas ou polias ao redor das quais os 
tendões podem se movimentar.
MÚSCULOS
Existem três tipos de músculos: esqueléticos, lisos, e 
cardíaco.
MÚSCULO ESQUELÉTICO
Os músculos esqueléticos são os que realizam os 
movimentos do esqueleto; algumas vezes são chamados 
músculos voluntários, e constituem-se de fibras musculares 
estriadas. O músculo esquelético tem duas ou mais 
conexões com os ossos. A conexão que se movimenta 
menos é referida como a origem, e a que se move mais, 
como a inserção (Fig. 1-9). 
Fig. 1-9. Origem, inserção e ventre do músculo braquial.
Sob circunstâncias variadas, o grau de mobilidade das 
conexões pode ser invertido e portanto os termos origem e 
inserção são intercambiáveis. 
A parte carnosa do músculo é denominada ventre (Fig. 1-9). 
As extremidades de um músculo estão ligadas aos ossos, 
cartilagens ou ligamentos por cordões de tecido fibroso 
denominados tendões (Fig. 1-10).
Fig. 1-10. Exemplo de (1) um tendão, (2) uma aponeurose, e (3) 
uma rafe.
Ocasionalmente, músculos planos estão ligados por uma 
lâmina fina mas forte de tecido fibroso denominada 
aponeurose (Fig. 1-10). Uma rafe é uma interdigitação das 
extremidades tendinosas das fibras dos músculos planos 
(Fig. 1-10).
ESTRUTURA INTERNA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
As fibras musculares são mantidas juntas por um delicado 
tecido areolar que se condensa na superfície para formar 
um revestimento fibroso, o epimísio (Fig. 1-11). 
Fig. 1-11. (A) Secção transversal de um músculo, mostrando feixes 
e fibras musculares, envolvidos e suportados por tecido conectivo. 
Observar a entrada do tronco nervoso e dos vasos sangüíneos. (B) 
Músculo em repouso e contraído, demonstrando como fibras 
musculares em contração encurtam de 1/3 a 1/2 seu comprimento 
em repouso. Observar como o músculo fica tumefeito. (C) As 
diferentes formas de estrutura interna de músculo esquelético.
As fibras individuais de um músculo são dispostas em 
sentido paralelo ou oblíquo ao longo eixo do músculo. 
Considerando-se que quando se contrai um músculo 
encurta-se de um terço da metade de seu comprimento em 
repouso, segue-se então que músculos cujas fibras correm 
paralelas à linha de estiramento provocam maior grau de 
movimento, em comparação com aqueles cujas fibras 
correm obliquamente. Exemplos de músculos com fibras 
dispostas em paralelo (Fig. 1-11) são o 
esternocleidomastóideo, o reto do abdome e o sartório.Os músculos cujas fibras correm obliquamente à linha de 
estiramento são denominados músculos peniformes 
(assemelham-se a uma pena) (Fig. 1-11). Um músculo 
unipenado é aquele em que o tendão situa-se ao longo de 
um dos lados do músculo, e as fibras musculares passam 
em sentido oblíquo a ele (por exemplo, extensor digitorum 
longus). Um músculo bipenado é aquele em que o tendão 
situa-se no centro do músculo e as fibras musculares 
passam dos dois lados em relação a ele (p. ex., o reto 
femoral). Um músculo multipenado (1) pode se dispor 
como uma série de músculos bipenados um ao lado do 
outro (por exemplo, fibras acromiais do deltóide); ou (2) 
pode apresentar um tendão no interior do seu centro, as 
fibras musculares passando de todos os lados em relação a 
ele, convergindo à medida que passam (por exemplo, tibial 
anterior).
Para um determinado volume de substâncias musculares, 
os músculos peniformes apresentam muito mais fibras 
quando comparados com os músculos de fibras dispostas 
em paralelo, sendo por conseguinte mais potentes; em 
outras palavras, a amplitude do movimento foi sacrificada 
pela força.
TÔNUS E AÇÃO MUSCULAR
Uma unidade motora consiste em um neurônio motor da 
coluna cinzenta anterior, ou de uma coluna anterior da 
medula espinhal e todas as fibras musculares supridas por 
ele (Fig. 1-12). 
Fig. 1-12. Componentes de uma unidade motora.
Num grande músculo das nádegas, como o glúteo maior, 
onde o controle delicado é desnecessário, um determinado 
neurônio motor pode suprir até 200 fibras musculares. Em 
contraste, nos pequenos músculos das mãos ou nos 
músculos intrínsecos da órbita, onde é necessário um 
controle delicado, uma fibra nervosa supre apenas algumas 
fibras musculares.
Quando em estado de repouso, todo músculo esquelético 
está em parcial estado de contração. Esta condição é 
denominada tônus muscular. Considerando-se que as fibras 
musculares estão totalmente contraídas ou relaxadas, não 
existindo estágio intermediário, poucas fibras musculares 
num determinado músculo estão completamente contraídas 
durante todo o tempo. Para dar origem a este estado e 
evitar fadiga, diferentes grupos de unidades motoras e, 
deste modo, diferentes grupos de fibras musculares são 
postos em ação em diferentes tempos. Isto é realizado pela 
descarga assíncrona dos impulsos nervosos nos neurônios 
motores do como cinzento anterior da medula espinhal.
Basicamente, o tônus muscular depende da integridade de 
um simples arco reflexo monossináptico composto de dois 
neurônios no sistema nervoso (Fig. 1-13). 
Fig. 1-13. (A) Arco reflexo simples, consistindo em um neurônio 
aferente, que se origina nos fusos musculares e fusos tendinosos, e 
de um neurônio eferente, cujo corpo celular situa-se na coluna 
cinzenta anterior da medula espinhal. (B) Axônio do neurônio motor, 
que termina na fibra muscular situada numa placa motora terminal. 
(C) Estrutura do fuso muscular.
O grau de tensão do músculo é detectado por terminações 
sensoriais sensitivas denominadas fusos musculares e fusos 
tendinosos (Fig. 1-13). Os impulsos nervosos atravessam 
neurônios aferentes que entram na medula espinhal. Aí, 
fazem sinapse com os neurônios motores situados na 
coluna cinzenta anterior, que, por sua vez, envia impulsos 
para baixo, através de seus axônios, para as fibras 
musculares (Fig. 1-13). Se as vias aferentes ou eferentes 
deste arco reflexo simples fossem cortadas, o músculo 
perderia imediatamente o seu tônus e tornar-se-ia flácido. 
O músculo flácido é sentido à palpação como uma massa 
pastosa, tendo perdido completamente a sua elasticidade. 
Atrofia-se rapidamente e passa a ter volume reduzido. É 
importante compreender que o grau de atividade das 
células da coluna cinzenta anterior, e por conseguinte o 
grau de tônus muscular, depende da soma dos impulsos 
nervosos recebidos por estas células de outros neurônios 
do sistema nervoso.
O movimento muscular é realizado acionando-se um 
número cada vez maior de unidades motoras e, ao mesmo 
tempo, reduzindo-se a atividade das unidades motoras dos 
músculos que se opõem ou antagonizam o movimento. 
Quando é necessário um esforço máximo, todas as 
unidades motoras de um músculo são postas em ação.
É importante compreender que todos os movimentos são a 
conseqüência da ação coordenada de muitos músculos. 
Entretanto, para compreender a ação de um músculo é 
necessário estudá-lo individualmente.
Um músculo pode trabalhar do seguinte modo: como (1) 
agonista, (2) antagonista, (3) fixador, e (4) sinergista.
AGONISTA. Um músculo é agonista quando é o principal 
músculo ou membro de um grupo principal de músculos 
responsável por um movimento particular. Por exemplo, o 
quadríceps femoral é agonista no movimento de extensão 
da articulação do joelho (Fig. 1-14).
Fig. 1-14. Diferentes tipos de ação muscular. (A) Quadríceps 
femoral estendendo o joelho como agonista, bíceps femoral 
atuando como antagonista. (B) Bíceps femoral fletindo o joelho 
como agonista, e quadríceps atuando como antagonista. (C) 
Músculos situados em torno da cintura escapular fixando a escápula 
de modo que o movimento de abdução na articulação do ombro 
possa ser realizado. (D) Músculos flexor e extensor do carpo 
atuando como sinergistas e estabilizando o carpo de modo que os 
tendões flexor e extensor possam fletir e estender os dedos.
ANTAGONISTA. Qualquer músculo que se opõe à ação do 
agonista é um antagonista. Por exemplo, o bíceps femoral 
opõe-se à ação do quadríceps femoral quando a articulação 
do joelho é estendida (Fig. 1-14). Antes que o agonista 
possa se contrair, deve haver igual relaxamento do 
músculo antagonista; isto é causado pela inibição do 
reflexo nervoso.
FIXADOR. É um músculo que se contrai isometricamente 
para estabilizar a origem do agonista de modo que este 
possa atuar eficientemente. Por exemplo, os músculos que 
unem a cintura escapular ao tronco contraem-se como 
fixadores para permitir ao deltóide atuar sobre a articulação 
do ombro (Fig. 1-14).
SINERGISTA. Existem muitos exemplos no corpo, onde um 
músculo agonista cruza um grande número de articulações 
antes de alcançar aquela em que sua ação principal tem 
lugar. Para impedir um movimento indesejado numa 
articulação intermediária, grupos de músculos denominados 
sinergistas, contraem-se e estabilizam as articulações 
intermediárias. Por exemplo, os músculos flexor e extensor 
do carpo contraem-se para fixar a articulação do punho, o 
que permite aos músculos extensor e flexor longos dos 
dedos trabalhar eficientemente (Fig. 1-14).
Deve-se compreender que estes são os termos aplicados na 
ação de um músculo particular durante um movimento 
particular; muitos músculos podem atuar como agonista, 
antagonista, fixador ou sinergista, dependendo do 
movimento a ser realizado.
INERVAÇÃO DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
O tronco nervoso para um músculo é um nervo misto, cerca 
de 60% motor e 40% sensorial, e também contém algumas 
fibras simpáticas autônomas. O nervo entra no músculo 
próximo da parte média, sob a sua superfície profunda, 
muitas vezes próximo da margem; o local de entrada é 
conhecido como ponto motor (Fig. 1-11). Esta disposição 
permite ao músculo movimentar-se com o mínimo de 
interferência do tronco nervoso
As fibras motoras são de dois tipos: as fibras alfa, maiores, 
derivadas de grandes células da coluna cinzenta anterior, e 
as fibras gama, menores, derivadas de células menores da 
medula espinhal. Todas asfibras são mielinizadas e 
terminam dividindo-se em muitos ramos, cada um dos 
quais termina em uma fibra muscular na placa motora 
terminal (Fig. 1-13). Cada fibra muscular possui pelo menos 
uma placa motora terminal; as fibras mais longas possuem 
mais.
As fibras sensoriais ou sensitivas são mielinizadas e 
originam-se de terminações sensoriais especializadas, 
situando-se no interior dos músculos ou tendões 
denominados fusos musculares ou fusos tendinosos, 
respectivamente. Estas terminações são estimuladas por 
tensão no músculo, que pode ocorrer durante contração 
ativa ou estiramento passivo. A função destas fibras 
sensoriais é dirigir, para o sistema nervoso central, as 
informações relativas ao grau de tensão dos músculos. Isto 
é essencial para a manutenção do tônus muscular e da 
postura corporal, para realizar movimentos voluntários 
coordenados.
As fibras simpáticas são não-mielinizadas e passam para os 
músculos lisos nas paredes dos vasos sangüíneos que 
suprem o músculo. Sua função é regular o fluxo sangüíneo 
para os músculos.
MÚSCULO LISO
O músculo liso consiste em células longas, fusiformes, 
intimamente dispostas em feixes ou camadas. Nos órgãos 
tubulares (ocos), fornecem a força motora para impelir os 
conteúdos através do lúmen. No sistema digestivo, também 
fazem com que os alimentos ingeridos sejam 
completamente misturados com os sucos digestivos. Uma 
onda de contração das fibras dispostas circularmente passa 
ao longo do canal, ordenhando seu conteúdo para a frente. 
Por sua contração, as fibras longitudinais empurram a 
parede do tubo no sentido proximal em relação ao 
conteúdo. Este método de propulsão é denominado 
peristalse.
Nos órgãos de armazenamento, como a bexiga urinária ou 
o útero, as fibras estão irregularmente dispostas e 
entrelaçadas umas com as outras. Sua contração é lenta e 
mantida, e provoca a expulsão do conteúdo dos órgãos. 
Nas paredes dos vasos sangüíneos, as fibras musculares 
lisas são dispostas de modo circular e servem para 
modificar o calibre do lúmen.
Dependendo do órgão, as fibras musculares lisas podem 
determinar a contração pelo estiramento local das fibras, 
por impulsos nervosos dos nervos autônomos, ou por 
estímulo hormonal.
MÚSCULO CARDÍACO
O músculo cardíaco consiste em fibras musculares estriadas 
que se ramificam e se unem umas com as outras. É 
encontrado no miocárdio do coração. Suas fibras tendem a 
se dispor obliquamente e em espirais e apresentam a 
propriedade da contração rítmica e espontânea. As fibras 
musculares cardíacas especializadas formam o sistema de 
condução do coração.
O músculo cardíaco é suprido por fibras nervosas 
autônomas que terminam nos nodos do sistema de 
condução e no miocárdio.
ARTICULAÇÃO
O local onde dois ou mais ossos entram em contato, exista 
ou não movimento entre eles, é denominado articulação. As 
articulações são classificadas de acordo com o tecido que 
existe entre os ossos: articulações fibrosas, cartilaginosas e 
sinoviais.
ARTICULAÇÕES FIBROSAS
As superfícies articulares dos ossos são unidas por tecido 
fibroso (Fig. 1-15), 
Fig. 1-15. Exempla de três tipos de articulação.
e assim os movimentos são muito restritos. O grau de 
movimento depende do comprimento das fibras colágenas 
que unem os ossos. As suturas da abóbada craniana e as 
articulações tibiofibulares inferiores são exemplos de 
articulações fibrosas.
ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS
As articulações cartilagíneas podem ser divididas em dois 
tipos: primárias e secundárias. Uma articulação cartilagínea 
primária é aquela em que os ossos são unidos por uma 
placa ou barra de cartilagem hialina. Desta maneira, a 
união entre a epífise e a diáfise de um osso em crescimento 
e a situada entre a primeira costela e o manúbrio esternal 
constituem exemplos deste tipo de articulação. Nenhum 
movimento é possível.
Numa articulação cartilagínea secundária, os ossos são 
unidos por uma placa de fibrocartilagem; as superfícies 
articulares dos ossos são cobertas por fina camada de 
cartilagem hialina. Exemplos são as articulações 
intervertebrais (Fig. 1-15) e a sínfise púbica. A quantidade 
de movimento possível depende das qualidades físicas da 
fibrocartilagem. (Ver Sínfise Púbica na Gravidez.)
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
As superfícies articulares dos ossos são cobertas por fina 
camada de cartilagem hialina, separada por uma cavidade 
articular sinovial (Fig. 1-15). Esta disposição permite maior 
liberdade de movimentos. A cavidade da articulação é 
limitada por uma membrana sinovial que se estende das 
margens de uma superfície articular às margens da outra. A 
membrana sinovial é protegida do lado externo por uma 
dura membrana fibrosa, denominada cápsula da articulação 
(cápsula articular). As superfícies articulares são 
lubrificadas por um líquido viscoso denominado líquido 
sinovial. Em certas articulações sinoviais, por exemplo, a 
articulação do joelho, discos ou cunhas de fibrocartilagem 
estão interpostos entre as superfícies articulares dos ossos. 
Estes são denominados discos articulares.
Coxins gordurosos são encontrados em algumas 
articulações sinoviais situadas entre a membrana sinovial e 
a cápsula fibrosa ou osso. Exemplos são encontrados na 
bacia (Fig. 1-15) e articulações do joelho.
O grau de movimento em uma articulação sinovial está 
limitado pela forma dos ossos que participam da articulação 
pela aproximação das estruturas anatômicas adjacentes 
(por exemplo, a coxa contra a parede abdominal anterior, 
fletindo-se a articulação da bacia), e a presença de 
ligamentos fibrosos que unem os ossos. A maior parte dos 
ligamentos situa-se fora da cápsula articular, porém no 
joelho, alguns ligamentos importantes, os ligamentos 
cruzados, situam-se dentro da cápsula (Fig. 1-16).
Fig. 1-16. Os três fatores Principais responsáveis pela estabilização 
de uma articulação. (A) Forma das superfícies articulares, (B) 
ligamentos, e (C) tônus muscular.
ESTABILIDADE ARTICULAR
A estabilidade de uma articulação depende de três fatores 
principais: (1) a forma, o tamanho e a disposição das 
superfícies articulares; (2) os ligamentos; e (3) o tônus dos 
músculos em torno da articulação.
SUPERFÍCIES ARTICULARES
A disposição em bola-e-luva da articulação do quadril (Fig. 
1-16) e a disposição em encaixe da articulação do tornozelo 
são bons exemplos de como a forma do osso desempenha 
um papel importante na estabilidade articular. Existem 
todavia outros exemplos de articulações em que a forma do 
osso contribui pouco, ou nada, para a estabilidade; por 
exemplo, a articulação acromioclavicular, a 
calcaneocubóide, e a articulação do joelho.
LIGAMENTOS
Os ligamentos fibrosos impedem o movimento excessivo 
em uma articulação (Fig. 1-16), porém se o estresse 
continua por tempo excessivamente longo, os ligamentos 
fibrosos se distendem. Por exemplo, os ligamentos 
articulares entre os ossos que formam os arcos dos pés não 
mantêm por si mesmos o peso do corpo. No caso de o 
tônus muscular, que normalmente mantém os arcos, ficar 
prejudicado pela fadiga, os ligamentos se distendem e os 
arcos entram em colapso, causando pés chatos.
Os ligamentos elásticos por outro lado, voltam ao seu 
comprimento original após estiramento. Os ligamentos 
elásticos dos ossículos auditivos desempenham papel ativo 
na manutenção das articulações e ajudam no retorno dos 
ossos à sua posição original após os movimentos.
TÔNUS MUSCULAR
Namaior parte das articulações, o tônus muscular é o 
principal fator para controlar a estabilidade. Por exemplo, o 
tônus muscular dos músculos curtos em torno da 
articulação do ombro mantém a cabeça hemisférica do 
úmero no oco da cavidade glenóide. Sem a ação destes 
músculos, seria necessária uma força muito pequena para 
deslocar essa articulação. A articulação dos joelhos é muito 
instável sem a atividade tônica do músculo quadríceps 
femoral. As articulações entre os pequenos ossos que 
formam os arcos dos pés são, em grande parte, mantidas 
pelo tônus muscular da perna, cujos tendões estão 
inseridos nos ossos dos pés (Fig. 1-16).
INERVAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
A cápsula e os ligamentos recebem abundante inervação 
sensorial. Os vasos sangüíneos recebem fibras simpáticas 
autônomas. A cartilagem que cobre as superfícies 
articulares possui apenas algumas poucas terminações 
nervosas próximo à sua extremidade. A superdistensão da 
cápsula e dos ligamentos produz contração reflexa dos 
músculos situados ao redor da articulação; uma distensão 
excessiva causa dor. Os receptores de distensão situados 
no interior da cápsula e dos ligamentos estão 
continuamente enviando informações proprioceptivas para 
o sistema nervoso central, mantendo-o informado partir 
dos fusos musculares coordenando os movimentos 
voluntários.
As fibras simpáticas controlam o suprimento sangüíneo 
para a articulação.
Lei de Hilton: Um nervo que supre uma articulação também 
supre os músculos que movimentam a articulação e a pele 
sobre as inserções destes músculos.
LIGAMENTOS
O ligamento é um tendão ou uma faixa de tecido conectivo 
que une duas estruturas. Comumente encontrados em 
associação com as articulações, os ligamentos são de dois 
tipos: a maioria é composta de densos feixes de fibras 
colágenas e não podem ser distendidos sob condições 
normais (por exemplo, ligamento iliofemoral da articulação 
do quadril, ligamentos colaterais da articulação do 
tornozelo). O segundo tipo é composto, em grande parte, 
de tecido elástico, e por conseguinte pode refazer o seu 
comprimento original após a distensão (por exemplo, 
ligamento flavo da coluna vertebral e ligamento 
calcaneonavicular do pé).
BOLSAS
Uma bolsa é um aparelho de lubrificação que consiste de um saco 
fibroso- fechado, delimitado por fina membrana lisa. Suas paredes 
são separadas por uma camada de líquido viscoso. As bolsas são 
encontradas sempre que os tendões são atritados contra ossos, 
ligamentos, ou outros tendões. São comumente encontradas 
próximo das articulações, onde a pele se atrita contra estruturas 
ósseas subjacentes, por exemplo, a bolsa pré-patelar (Fig. 1-17). 
Fig. 1-17. (A) Quatro bolsas relacionadas à parte frontal da 
articulação do joelho. Observar que a bolsa suprapatelar comunica-
se com a cavidade da articulação. (H) Bainha sinovial, 
demonstrando como os vasos sanguíneos alcançam o tendão 
através do mesotendão.
Ocasionalmente, a cavidade de uma bolsa comunica-se com a 
cavidade da articulação sinovial. Por exemplo, a bolsa suprapatelar 
comunica-se com a articulação do joelho (Fig. 1-17), e a bolsa 
subescapular comunica-se com a articulação do ombro.
BAINHA SINOVIAL
Uma bainha sinovial é uma bolsa tubular que cerca um tendão. O 
tendão invagina a bolsa de um lado, ficando suspenso no interior da 
bolsa por um mesotendão (Fig. 1-17). Este permite a entrada dos 
vasos sangüíneos no tendão ao longo de seu curso. Em certas 
situações, onde a variação do movimento é extensa, o mesotendão 
desaparece ou permanece na forma de fios estreitos, os vínculos ou 
freios (por exemplo, os tendões flexores longos dos dedos das 
mãos e dos pés).
VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos: artérias, velas e capilares 
(Fig. 1-18).
Fig. 1-18. Esquema geral da circulação sanguínea vascular.
As artérias levam o sangue do coração e o distribuem para os 
vários tecidos do corpo por meio de seus ramos (Figs. 1-18 e 1-19). 
Fig. 1-19. Diferentes tipos de vasos sangüíneos e seus métodos de 
união. Observar a diferença entre a artéria terminal anatômica e a 
artéria terminal funcional.
As artérias menores, inferiores a 0,1 mm, de diâmetro, são 
denominadas arteríolas. A união de ramos das artérias é 
denominada anastomose. Não existem valvas nas artérias.
As artérias terminais anatômicas (Fig. 1-19) são vasos cujos ramos 
terminais não se anastomosam com os ramos das artérias que 
suprem áreas adjacentes. Artérias terminais funcionais são vasos 
cujos ramos terminais se anastomosam com os das artérias 
adjacentes, mas o calibre da anastomose é insuficiente para manter 
vivo o tecido caso uma das artérias se torne ocluída.
As veias são vasos que levam o sangue de volta para o coração; 
multas delas possuem valvas. As veias menores são denominadas 
vênulas (Fig. 1-19). As veias menores, ou tributárias ou afluentes, 
unem-se para formar veias maiores, que comumente se ligam umas 
com as outras para formar plexos venosos. As artérias profundas de 
médio calibre são muitas vezes acompanhadas de duas veias, uma 
de cada lado, denominadas venae comitantes.
As veias que saem do trato gastrointestinal não vão diretamente 
para o coração, mas convergem para a veia porta; esta entra no 
fígado e divide-se novamente em veias de tamanho cada vez 
menor, que por fim se unem aos capilares dos lóbulos hepáticos 
(Fig. 1-19). Assim, o sistema porta é um sistema de vasos 
interpostos entre dois leitos capilares.
Os capilares são vasos microscópicos com a forma de uma rede 
conectando as arteríolas às vênulas (Fig. 1-19).
Em algumas áreas do corpo, sobretudo nas pontas dos dedos das 
mãos e do pé, existem conexões diretas entre as artérias e as 
veias, sem a intervenção de capilares. Os locais destas conexões 
são denominados anastomoses arteriovenosas.
SISTEMA LINFÁTICO
Linfa é o nome dado ao líquido tissular depois de entrar em um 
vaso linfático. Os capilares linfáticos são uma rede de finos vasos 
que drenam a linfa dos tecidos. Estes capilares, por sua vez, são 
drenados por pequenos vasos linfáticos, que se unem para formar 
grandes vasos linfáticos. Os vasos linfáticos apresentam um 
aspecto em contas devido à presença de numerosas valvas ao 
longo de seu curso.
A linfa é por fim drenada na corrente sangüínea, mas antes que isso 
aconteça, ela passa através de pelo menos um nódulo linfático ou 
linfonodo, freqüentemente através de vários linfonodos. Os vasos 
linfáticos que levam a linfa para o linfonodo são denominados vasos 
aferentes (Fig. 1-20); 
Fig. 1-20. (A) Ducto torácico e ducto linfático direito e seus 
principais tributários. (É) Áreas do corpo drenadas no ducto torácico 
(claro), e ducto linfático direito (escurecida). (C) Estrutura geral de 
um linfonodo. (D) Vasos linfáticos e nódulos do membro superior.
os que a transportam para fora do linfonodo são os vasos eferentes. 
A linfa alcança a corrente sangüínea, na raiz do pescoço, por 
grandes vasos linfáticos denominados ducto linfático direito e ducto 
torácico (Fig. 1-20).
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é dividido em duas partes principais: sistema 
nervoso central, composto de cérebro e medula espinhal, e sistema 
nervoso periférico, composto de nervos cranianos e espinhais e 
seus gânglios associados.
O sistema nervoso central é composto de grande número de células 
nervosas e suas ramificações, mantidas por tecido especializado 
denominado neuróglia. Neurônio é o nome dado à célula nervosa e 
todas assuas ramificações. As ramificações longas de uma célula 
nervosa são denominadas axônios, ou fibras nervosas (Fig. 1-23).
Fig. 1-23. (A) Neurônio motor multipolar e neurônio conector 
fazendo sinapse entre si. (B) Secção através do segmento torácico 
da medula espinhal com raízes espinhais e gânglio da raiz 
posterior. (C) Secção transversal do segmento torácico da medula 
espinhal, mostrando raízes, nervo espinhal, ramos anteriores e 
posterior e suas ramificações.
O interior do sistema nervoso central é organizado em substância 
branca e cinzenta. A substância cinzenta consiste em células 
nervosas e das porções proximais; de suas ramificações, 
encerradas em neuróglia. A substância branca consiste em fibras 
nervosas encerradas em neuróglia.
Na dissecção do sistema nervoso periférico, observa-se que os 
nervos cranianos e espinhais são cordões de coloração branco-
acinzentada. São constituídos de feixes de fibras nervosas 
mantidos por fino tecido areolar.
Existem 12 pares de nervos cranianos que partem do cérebro e 
passam através de forâmens do crânio. Existem 31 pares de nervos 
espinhais que partem da medula espinhal e passam através de 
forâmens intervertebrais na coluna vertebral (Figs. 1-21 e 1-22).
Fig. 1-21. Cérebro, medula espinhal, nervos espinhais e plexos dos 
membros.
Fig. 1-22. Associação entre medula espinhal, nervos espinhais e 
troncos simpáticos.
Os nervos espinhais são denominados de acordo com as regiões 
da coluna vertebral com as quais estão associados: 8 cervicais, 12 
torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, e 1 coccígico. Observar que 
existem 8 nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais, e que 
existem um nervo coccígico e 4 vértebras coccígicas.
Cada nervo espinhal é conectado à medula espinhal por duas 
raízes, a raiz anterior e a raiz posterior (Figs. 1-22 e 1-23). A raiz 
anterior consiste em feixes de fibras nervosas que levam impulsos 
nervosos para fora do sistema nervoso central (Fig. 1-23). Estas 
fibras nervosas são denominadas fibras eferentes. As fibras 
eferentes que vão para o músculo esquelético e provocam a sua 
contração são denominadas fibras motoras. Suas células de origem 
situam-se na coluna cinzenta anterior da medula espinhal.
A raiz posterior consiste em feixes de fibras nervosas que levam 
impulsos para o sistema nervoso central, sendo denominadas fibras 
aferentes (Fig. 1-23). Considerando-se que estas fibras estão 
relacionadas com a transmissão de informações sobre as 
sensações de tato, dor, temperatura, e vibrações, elas são 
denominadas fibras sensoriais. Os corpos celulares destas fibras 
nervosas estão situados em uma tumefação da raiz posterior 
denominada gânglio da raiz posterior (Figs. 1-22 e 1-23).
Em cada forâmen intervertebral, as raízes anterior e posterior 
unem-se para formar um nervo espinhal (Fig. 1-22). Aqui, as fibras 
motoras e sensoriais misturam-se entre si, de modo que um nervo 
espinhal é constituído de uma mistura de fibras motoras e 
sensoriais (Fig. 1-23). Saindo do forâmen, o nervo espinhal divide-
se em um grande ramo anterior e um ramo posterior de menor 
calibre. O ramo posterior passa posteriormente, em torno da coluna 
vertebral, para suprir os músculos e a pele do dorso (Figs. 1-22 e 1-
23). O ramo anterior continua anteriormente suprindo os músculos 
da pele situada sobre a parede ântero-lateral do corpo e todos os 
músculos e a pele dos membros.
Na raiz dos membros, os ramos anteriores unem-se entre si para 
formarem complicados plexos nervosos (Fig. 1-21). Na raiz dos 
braços, situam-se os plexos cervical e braquial, e na raiz das 
pernas, os plexos lombar e sacral.
É importante saber que a divisão clássica do sistema nervoso em 
parte central e periférica é puramente artificial e de conveniência 
descritiva, pois as ramificações dos neurônios passam livremente 
entre ambas. Por exemplo, o neurônio motor localizado na coluna 
cinzenta anterior do primeiro segmento torácico da medula espinhal 
dá origem a um axônio que passa através da raiz anterior do 
primeiro nervo torácico (Fig. 1-24),
Fig. 1-24. Dois neurônios que passam do sistema nervoso central 
para o sistema nervoso periférico. (A) Neurônio aferente, que se 
estende do quinto dedo do pé até o cérebro. (B) Neurônio eferente, 
que se estende da coluna cinzenta anterior do primeiro segmento 
torácico da medula espinhal até um músculo curto da mão.
 através do plexo braquial, segue em direção inferior pelo braço e 
antebraço no nervo ulnar e finalmente alcança as placas motoras 
terminais em várias fibras musculares de um pequeno músculo da 
mão - uma distância total de cerca de 90 cm.
Para tomar outro exemplo: considerar a sensação de tato sentida 
na parte lateral do quinto dedo do pé. Esta área da pele é suprida 
pelo primeiro segmento sacral da medula espinhal (S1). Os finos 
ramos terminais do axônio sensorial, denominados dendritos, 
partem dos órgãos sensoriais da pele e unem-se para formar o 
axônio do nervo sensorial. Este sobe pela perna no nervo sural 
(Fig. 1-24) e depois, nos nervos isquiático e tibial, até o plexo 
lombossacral. Passa então através da raiz posterior do primeiro 
nervo sacro para alcançar o corpo celular no gânglio da raiz 
posterior do primeiro nervo sacral. O axônio central entra, agora, no 
funículo posterior da medula espinhal e sobe até o nucleus gracilis 
na medula oblongata - numa distância total de cerca de 1,5 metro. 
Deste modo, um único neurônio estende-se do quinto dedo do pé 
até o interior do cérebro.
Ambos os exemplos ilustram o comprimento extremo de um único 
neurônio.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso 
relacionada com a inervação das estruturas involuntárias, como 
coração, músculos lisos e glândulas, em todo o corpo. É distribuído 
através do sistema nervoso central e periférico. O sistema 
autônomo pode ser dividido em duas partes, o simpático e o 
parassimpático. Em ambas as partes existem fibras nervosas 
aferentes e eferentes.
As atividades da parte simpática do sistema autônomo preparam o 
corpo para uma emergência. Aceleram a freqüência cardíaca, 
provocam a constrição dos vasos sangüíneos periféricos, e elevam 
a pressão sangüínea. A parte simpática do sistema autônomo leva 
a uma redistribuição do sangue, de modo que, partindo de áreas da 
pele e do intestino, ele fica disponível para o cérebro, coração e 
músculos esqueléticos. Ao mesmo tempo, inibe a peristalse do trato 
intestinal e fecha os esfíncteres.
As atividades da parte parassimpática do sistema autônomo têm 
por objetivo conservar e restaurar energia. Diminuem a freqüência 
cardíaca, aumentam a peristalse do intestino e a atividade glandular 
e abrem os esfíncteres.
PARTE SIMPÁTICA DO SISTEMA AUTÔNOMO
FIBRAS NERVOSAS EFERENTES. A substância cinzenta da 
medula espinhal, do primeiro segmento torácico ate o segundo 
segmento lombar, possui uma coluna lateral onde estão localizados 
os corpos celulares dos neurônios simpáticos (Fig. 1-25).
Fig. 1-25. Disposição geral das partes somáticas do sistema 
nervoso (à esquerda), comparadas com as partes autônomas do 
sistema nervoso (à direita).
 Os axônios mielinizados destas células deixam a medula espinhal 
das raízes nervosas anteriores e depois passam, através dos 
ramos comunicantes brancos, para os gânglios paravertebrais do 
tronco simpático (Figs. 1-22, 1-25 e 1-26). 
Fig. 1-26. Partes diferentes do sistema nervoso autônomo. As fibras 
parassimpáticas pré-ganglionares são representadasem linha azul 
contínua; as fibras parassimpáticas pós-ganglionares, em linha azul 
pontilhada. As fibras simpáticas pré-ganglionares são 
representadas em linha vermelha contínua; as fibras simpáticas 
pós-ganglionares são representadas em linha vermelha pontilhada.
Estas fibras celulares são denominadas pré-ganglionares quando 
passam para um gânglio periférico. Depois que as fibras pré-
ganglionares alcançam os gânglios do tronco simpático, elas podem 
ter os seguintes destinos:
1. Podem terminar no gânglio onde entraram, fazendo sinapse com 
uma célula excitadora dentro do gânglio (Fig. 1-25). Uma sinapse 
pode ser definida como o local em que dois neurônios entram em 
estreita proximidade, porém não em continuidade anatômica. O 
intervalo entre dois neurônios é preenchido por uma substância 
neurotransmissora, a acetilcolina. Os axônios dos neurônios 
excitadores deixam o gânglio e são desmielinizados. Estas fibras 
nervosas pós-ganglionares passam agora para os nervos espinhais 
torácicos como ramos comunicantes cinzentos, e são distribuídas 
nos ramos dos nervos espinhais para suprirem os músculos lisos 
das paredes dos vasos sangüíneos, glândulas sudoríparas, e 
músculos eretores do pêlo da pele.
2. As fibras que entram nos gânglios do tronco simpático, na parte 
alta do tórax, podem ascender no tronco simpático até os gânglios 
da região cervical, onde fazem sinapse com as células excitadoras 
(Figs. 1-25 e 1-26). Aqui, novamente, as fibras nervosas pós-
ganglionares deixam o tronco simpático como ramos comunicantes 
cinzentos, e a maior parte delas une-se aos nervos espinhais 
cervicais.
Muitas das fibras pré-ganglionares que entram na parte inferior do 
tronco simpático a partir dos segmentos torácicos inferiores e dos 
dois segmentos lombares superiores da medula espinhal seguem 
inferiormente até gânglios das regiões lombar inferior e sacra, onde 
fazem sinapse com as células excitadoras (Fig. 1-26). As fibras 
pós-ganglionares deixam o tronco simpático como ramos 
comunicantes cinzentos, que unem os nervos espinhais lombar, 
sacral e coccígico.
3. As fibras pré-ganglionares podem passar através dos gânglios 
para a parte torácica do tronco simpático sem fazerem sinapse. 
Estas fibras mielinizadas formam os nervos esplâncnicos (Fig. 1-
26), dos quais existem três.
O nervo esplâncnico maior origina-se do quinto ao nono gânglio 
torácico, atravessa o diafragma, e faz sinapse com as células 
excitadoras dentro dos gânglios do plexo celíaco. Os nervos 
esplâncnicos menores originam-se do 10.º e 11.º gânglios, 
atravessam o diafragma, e fazem sinapse com as células 
excitadoras; dos gânglios da parte inferior do plexo celíaco. O nervo 
esplâncnico imo (inferior) (quando presente) origina-se no 
12.ºgânglio torácico, atravessa o diafragma, e faz sinapse com as 
células excitadoras; dos gânglios do plexo renal. Os nervos 
esplâncnicos são, portanto, compostos de fibras pré-ganglionares. 
As fibras pós-ganglionares originam-se das células excitadoras dos 
plexos periféricos anteriormente citados, sendo distribuídas para os 
músculos lisos e glândulas das vísceras. Algumas fibras pré-
ganglionares passam pelo nervo esplâncnico maior e terminam 
diretamente nas células da medula supra-renal. Estas células 
medulares podem ser consideradas células excitadoras simpáticas 
modificadas.
FIBRAS NERVOSAS AFERENTES. As fibras nervosas aferentes 
mielinizadas partem das vísceras através dos gânglios simpáticos, 
sem fazerem sinapse (Fig. 1-25). Entram no nervo espinhal através 
dos ramos comunicantes brancos e alcançam seus corpos celulares 
no gânglio da raiz posterior do nervo espinhal correspondente. Os 
axônios centrais entram na medula espinhal e podem formar o 
componente aferente de um arco reflexo local. Outros podem 
ascender até os centros autônomos mais elevados, situados no 
cérebro.
PARTE PARASSIMPÁTICA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
FIBRAS NERVOSAS EFERENTES. As células conectoras desta 
parte do sistema estão localizadas no cérebro e nos segmentos 
sacrais da medula espinhal (Fig. 1-26). As do cérebro formam parte 
do núcleo de origem dos nervos cranianos 3, 7, 9 e 10 e os axônios 
emergem do cérebro contido nos nervos cranianos 
correspondentes.
As células parassimpáticas sacrais são encontradas na substância 
cinzenta do segundo, terceiro e quarto segmentos sacrais da 
medula. Estas células não são suficientemente numerosas para 
formarem uma coluna cinzenta lateral, como fazem as células pré-
ganglionares simpáticas da região toracolombar. Os axônios 
mielinizados deixam a medula espinhal nas raízes nervosas 
anteriores e espinhais correspondentes. Em seguida, saem dos 
nervos sacrais e formam os nervos esplâncnicos pélvicos.
Todas as fibras eferentes até agora descritas são pré-ganglionares 
e fazem sinapse com células excitadoras dos gânglios periféricos, 
usualmente situadas próximo das vísceras às quais inervam. As 
fibras pré-ganglionares cranianas comunicam-se com os gânglios 
ciliares, pterigopalatinos submandibulares e óticos (Fig. 1-26). As 
fibras pré-ganglionares dos nervos esplâncnicos pélvicos fazem 
comunicação nos gânglios dos plexos pélvicos. 
Caracteristicamente, as fibras pós-ganglionares são 
desmielinizadas e de comprimento relativamente curto quando 
comparadas com as fibras simpáticas pós-ganglionares.
FIBRAS NERVOSAS AFERENTES. As fibras aferentes 
mielinizadas passam das vísceras para os seus corpos celulares, 
localizados ou nos gânglios sensoriais dos nervos cranianos ou nos 
gânglios da raiz posterior dos nervos sacrais. Em seguida, os 
axônios centrais entram no sistema nervoso central e tomam parte 
na formação de arcos reflexos locais, ou passam para centros mais 
elevados do sistema nervoso autônomo.
É importante saber que o componente aferente do sistema 
autônomo é, na realidade, idêntico ao componente aferente dos 
nervos somáticos e forma parte do segmento aferente geral de todo 
o sistema nervoso. As terminações nervosas do componente 
aferente autônomo podem não ser ativadas por sensações como 
calor ou tato e sim por distensão ou privação de oxigênio. Depois 
que as fibras aferentes entraram no cérebro ou na medula espinhal, 
acredita-se que elas passem ao longo das fibras aferentes 
somáticas, ou sejam misturadas com elas.
MEMBRANAS MUCOSAS
Membrana mucosa é o nome dado ao revestimento dos órgãos 
tubulares ou de passagens que se comunicam com a superfície do 
corpo. Uma membrana mucosa consiste, essencialmente, em uma 
camada de epitélio ligada por uma camada de tecido conectivo, a 
lâmina própria. Algumas vezes, no tecido conectivo está presente 
músculo liso, denominado muscularis mucosae. Uma membrana 
mucosa pode ou não secretar muco em sua superfície.
MEMBRANAS SEROSAS
As membranas serosas delimitam as cavidades do tronco refletidas 
no interior das vísceras móveis que se situam dentro destas 
cavidades (Fig. 1-27). 
Fig. 1-27. Disposição da pleura no interior da cavidade torácica. 
Observar que, sob condições normais, a cavidade pleural é um 
espaço semelhante a uma fenda, e as camadas parietal e visceral 
da pleura estão separadas por pequena quantidade de líquido 
seroso.
Consistem em uma camada lisa de mesotélio, mantida por uma fina 
camada de tecido conectivo. A membrana serosa que delimita a 
parede da cavidade é denominada camada parietal, e a que cobre 
as vísceras é denominada camada visceral. O estreito intervalo em 
forma de fenda que separa estas camadasforma as cavidades 
pleural, pericárdica e peritoneal e contém pequena quantidade de 
líquido seroso, o líquido pleural. Este lubrifica a superfície das 
membranas e permite que as duas camadas deslizem facilmente 
uma sobre a outra.
Os mesentérios, omenta e ligamentos serosos são descritos em 
outros capítulos deste livro.
Inervação
A camada parietal da membrana serosa desenvolve-se a partir da 
somatopleura, sendo ricamente suprida por nervos espinhais. Por 
conseguinte, é sensível a todas as sensações comuns, como tato e 
dor. A camada visceral desenvolve-se a partir da esplancnopleura, 
sendo suprida por nervos autônomos. É insensível ao tato e à 
temperatura, porém muito sensível à distensão.
OSSO
O osso é um tecido vivo capaz de modificar sua estrutura em 
conseqüência do estresse a que está sujeito. Como outros tecidos 
conectivos, consiste em células, fibras e matriz. É duro devido à 
calcificação de sua matriz extracelular e possui um grau de 
elasticidade devido à presença de fibras orgânicas. O osso possui 
uma função protetora; por exemplo, o crânio e a coluna vertebral 
protegem o cérebro e a medula espinhal das lesões; o esterno e as 
costelas protegem as vísceras torácicas e abdominais superiores 
(Fig. 1-28).
Fig. 1-28. O esqueleto. (A) Vista anterior. (B) Vista lateral.
 Serve como alavanca, conforme se observa nos ossos longos dos 
membros. É uma importante área de armazenamento de sais de 
cálcio. Abriga e protege, em suas cavidades, a delicada medula 
óssea formadora do sangue.
O osso existe sob duas formas: compacto e esponjoso. O osso 
compacto aparece como uma massa sólida; o osso esponjoso 
(trabecular) consiste em uma rede de ramificações de trabéculas 
(Fig. 1-29). 
Fig. 1-29. Secções de diferentes tipos de ossos. (A) Osso longo 
(úmero). (B) Osso irregular (calcâneo). (C) Osso plano (os dois 
ossos parietais separados pela sutura sagital). (D) Osso sesamóide 
(patela ou rótula). (E) Observar a disposição das trabéculas que 
atuam como estruturas que resistem às forças de compressão e 
tensão na extremidade proximal do fêmur.
As trabéculas são dispostas de tal maneira que resistem ao 
estresse e se distendem quando o osso é exposto.
Os ossos podem ser classificados, de acordo com. sua forma geral, 
como se segue: (1) ossos longos e curtos, (2) ossos irregulares, (3) 
ossos chatos e (4) ossos sesamóides. Os ossos longos e curtos são 
encontrados nos membros; os ossos chatos e irregulares, no crânio, 
coluna vertebral e cinturas dos membros; e os ossos sesamóides, 
em certos tendões (por exemplo, os do quadríceps femorais e do 
flexor longo do hálux).
A medula óssea ocupa a cavidade da medula nos ossos longos e 
curtos e os interstícios dos ossos esponjosos nos ossos chatos e 
irregulares. Por ocasião do nascimento, a medula de todos os ossos 
do organismo é vermelha e hematopoiética. Esta atividade 
formadora de sangue diminui gradualmente com a idade, e a 
medula vermelha é substituída por medula amarela. Aos 7 anos de 
idade, a medula amarela começa a aparecer nos ossos distais dos 
membros. Esta substituição da medula gradualmente se desloca no 
sentido proximal, de modo que, quando o indivíduo se torna adulto, 
a medula vermelha está restrita aos ossos do crânio, da coluna 
vertebral, da caixa torácica, das cinturas escapular e pélvica, e à 
cabeça do úmero e do fêmur.
Todas as superfícies ósseas, exceto as de articulação, estão 
cobertas por uma espessa camada de tecido fibroso denominado 
periósteo. O periósteo apresenta abundante suprimento vascular, e 
as células de sua superfície mais profunda são osteogênicas. O 
periósteo é particularmente bem unido ao osso em locais onde 
músculos, tendões e ligamentos estão ligados ao osso. Feixes de 
fibras colágenas conhecidas como fibras de Sharpey estendem-se 
do periósteo até o osso subjacente. O periósteo recebe um rico 
suprimento nervoso e é muito sensível.
Desenvolvimento do Osso
O osso se desenvolve por dois métodos: (1) membranoso e (2) 
endocondral. No primeiro método, o osso se desenvolve 
diretamente de uma membrana de tecido conectivo; no segundo, 
um modelo cartilaginoso é inicialmente estabelecido, sendo mais 
tarde substituído por osso. Para detalhes das alterações celulares 
envolvidas, deve-se consultar obras de histologia ou embriologia.
Os ossos da abóbada craniana desenvolvem-se rapidamente, pelo 
método membranoso, no embrião; isto serve para proteger o 
cérebro subjacente em desenvolvimento. Por ocasião do 
nascimento, persistem pequenas áreas de membrana entre os 
ossos, o que é clinicamente importante pois permite aos ossos 
certos graus de mobilidade, de modo que o cérebro pode sofrer 
uma moldagem durante a sua descida através do canal do parto.
Os ossos longos dos membros são desenvolvidos por ossificação 
endocondral. É um processo lento e que só se completa no 18.º ao 
20.º ano, ou até mais tarde. O centro de formação óssea 
encontrado na haste do osso é denominado diáfise, e os centros 
nas extremidades do osso são chamados epífises. A placa de 
cartilagem de cada extremidade situada entre a epífise e a diáfise 
do osso em crescimento é denominada cartilagem epifisária. A 
metáfise é a parte da diáfise que está em contato com a placa 
epifisária.
CARTILAGEM
A cartilagem é uma forma de tecido conectivo em que as células e 
fibras estão embebidas em uma matriz semelhante a um gel, 
responsável por sua firmeza e elasticidade. Exceto nas superfícies 
expostas das articulações, é recoberta por uma membrana fibrosa 
denominada pericôndrio. Existem três tipos de cartilagens: hialina, 
fibrosa e elástica. A cartilagem hialina apresenta uma alta 
proporção de matriz amorfa e possui o mesmo índice de refração 
das fibras nela mergulhadas. Durante toda a infância e 
adolescência, desempenha papel importante no crescimento em 
comprimento dos ossos longos (as cartilagens epifisárias; são 
compostas de cartilagem hialina). Apresenta maior resistência ao 
desgaste e recobre as superfícies articulares e de todas as 
articulações sinoviais. É incapaz de ser reparada quando fraturada; 
o defeito é preenchido com tecido fibroso.
A cartilagem fibrosa (ou fibrocartilagem) apresenta grande número 
de fibras colágenas imersas numa pequena quantidade de matriz. É 
encontrada nos discos situados no interior das articulações (por 
exemplo, as articulações temporomandibular, esternoclavicular, e 
nos joelhos) e sobre as superfícies articulares da mandíbula e da 
clavícula. Quando lesada, sofre reparação lenta de modo 
semelhante ao do tecido fibroso de qualquer outro local. Os discos 
articulares são mal supridos de sangue e, portanto, não sofrem 
reparação quando lesados.
A cartilagem elástica possui grande número de fibras elásticas 
imersas na matriz. Como seria de se esperar, é muito flexível, e 
encontrada na orelha, meato auditivo externo, tuba auditiva, e 
epiglote. Se lesada, sofre reparação com tecido fibroso.
A cartilagem hialina e a fibrocartilagem tendem a se calcificar, ou 
mesmo a se ossificar na vida mais tardia.
Efeitos do Sexo, Raça e Idade Sobre a Estrutura
A anatomia descritiva tende a se concentrar em uma forma 
descritiva fixa. O médico deve sempre lembrar que existem 
diferenças sexuais e raciais, e que a estrutura do organismo e suas 
funções modificam-se à medida que a pessoa cresce e se torna 
mais idosa.
O homem adulto tende a ser mais alto do que a mulher adulta e 
possui pernas mais longas; seus ossos são maiores e mais 
pesados,e seus músculos também são maiores. Tem menos 
gordura subcutânea, o que torna seu aspecto mais angular. Sua 
laringe é maior, e as cordas vocais mais longas, de modo que a voz 
é mais profunda. Apresenta barba e pêlos corporais vulgares. 
Possui pêlos nas regiões axilar e pubiana que se estendem até a 
região do umbigo.
A mulher adulta tende a ter menor estatura do que o homem adulto 
e possui ossos menores e músculos menos volumosos. Apresenta 
mais gordura subcutânea, acúmulo de gordura nas mamas, 
nádegas e coxas o que lhe confere um aspecto mais arredondado. 
O cabelo da cabeça é mais fino, e sua pele de aspecto mais liso. 
Apresenta pêlos nas regiões axilar e pubiana, mas estes não se 
estendem até o umbigo. A mulher adulta possui mamas maiores, e 
uma pelves mais larga do que o homem. Apresenta um ângulo 
maior de movimentação no cotovelo, o que resulta em um maior 
desvio lateral do antebraço sobre o braço.
Até a idade de aproximadamente 10 anos, meninos e meninas 
crescem mais ou menos na mesma proporção. Por volta dos 12 
anos, os meninos muitas vezes começam a crescer mais depressa 
do que as meninas, de modo que os homens alcançam a idade 
adulta mais altos do que as mulheres. A puberdade começa entre 
os 10 e os 14 anos nas meninas, e entre os 12 e os 15 nos 
meninos. Na menina, durante a puberdade, as mamas aumentam 
de tamanho e a pelve se alarga. Por este mesmo tempo, crescem 
no menino o pênis, testículo e escroto e em ambos os sexos 
aparecem pêlos axilares e pubianos.
Diferenças raciais podem ser observadas na cor da pele, dos 
cabelos e olhos, e na forma e tamanho dos olhos, nariz e lábios. 
Africanos e escandinavos tendem a ser mais altos devido às pernas 
mais longas, enquanto os orientais tendem a ser baixos, com 
pernas curtas. As cabeças dos centro-europeus e orientais também 
tendem a ser arredondadas e alargadas.
Após o nascimento e durante a infância, as funções orgânicas 
tornam-se progressivamente mais eficazes, alcançando o seu grau 
máximo de eficácia no adulto jovem. Durante a idade adulta mais 
tardia e na velhice, muitas funções orgânicas se tornam menos 
eficientes.
Observações Clínicas
Temos Anatômicos Descritivos
É importante que o estudante de medicina possua uma sólida 
compreensão destes termos. Sem eles, é impossível discutir ou 
registrar exatamente as funções anormais das articulações, ações 
dos músculos, alteração da posição dos órgãos, a exata localização 
de tumefações ou tumores, e assim por diante.
PELE
O conhecimento geral da orientação das linhas de clivagem ajuda 
bastante o cirurgião na realização de incisões que resultam em 
cicatrizes esteticamente aceitáveis. Isto é particularmente 
importante no caso de mulheres e nas áreas do corpo normalmente 
não cobertas pelas roupas. Por exemplo, um vendedor pode perder 
o emprego se uma operação deixar-lhe uma medonha cicatriz no 
rosto.
As dobras ungueais, folículos pilosos e glândulas sebáceas são 
pontos comuns de entrada nos tecidos subjacentes de organismos 
patogênicos, como o Staphylococcus aureus. A infecção que ocorre 
entre a unha e a dobra ungueal é denominada paroníquia. A 
infecção do folículo piloso e da glândula sebácea é responsável 
pelo furúnculo comum. Um carbúnculo é uma infecção 
estafilocócica da fáscia superficial que ocorre com frequência na 
nuca e geralmente começa como uma infecção de um folículo 
piloso ou um grupo de folículos pilosos.
Um cisto sebáceo é devido à obstrução da abertura de um ducto 
sebáceo, podendo ser causado por lesão causada por pente ou por 
infecção. Ocorre com maior freqüência no couro cabeludo.
Um paciente em estado de choque está pálido e apresenta uma 
pele arrepiada devido a hiperatividade do sistema simpático que 
determina vasoconstricção das arteríolas dérmicas e contração dos 
músculos eretores do pêlo.
A profundidade de uma queimadura determina o método e o grau 
de cicatrização. Uma queimadura da pele de espessura parcial 
cicatriza a partir das células dos folículos pilosos, glândulas 
sebáceas e sudoríparas, bem como das células situadas nas 
extremidades da queimadura Outra que se estende mais 
profundamente do que as glândulas sudoríparas cicatriza-se muito 
lentamente, apenas a partir das extremidades, havendo uma 
considerável contratura causada pelo tecido fibroso. Para acelerar a 
cicatrização e reduzir a incidência de contratura, deve-se realizar 
um enxerto em uma queimadura profunda.
Os enxertos de pele são de dois tipos principais: enxerto de meia 
espessura e de espessura completa. No enxerto de meia 
espessura, a maior parte da epiderme, inclusive as pontas das 
papilas dérmicas, é removida da parte doadora e colocada sobre a 
receptora. Isto deixa na parte doadora, com objetivo de 
reconstrução, as células epidérmicas situadas ao lado das papilas 
dérmicas, e as células dos folículos e glândulas sudoríparas.
Um enxerto cutâneo de espessura completa inclui a epiderme e a 
derme, e para sobreviver exige um rápido estabelecimento de uma 
nova circulação no seu interior, na parte receptora. A parte doadora 
é usualmente coberta por enxerto de meia espessura, realizado sob 
a forma de um enxerto pediculado, no qual um retalho cutâneo de 
espessura completa é retirado e suturado em posição, na parte 
receptora, deixando a base do retalho com seu suprimento 
sangüíneo intacto na parte doadora.
FÁSCIAS
Um conhecimento da disposição das fáscias profundas muitas 
vezes explica o caminho tomado por uma infecção quando esta se 
dissemina a partir de seu ponto primário. Por exemplo, no pescoço, 
os diversos planos fasciais explicam como a infecção pode se 
estender a partir da região do assoalho da boca para a laringe.
MÚSCULO
A determinação do tônus do músculo é um exame clínico 
importante. Quando um músculo está flácido os neurônios aferentes 
ou eferentes, ou ambos, envolvidos no arco reflexo necessário para 
a produção do tônus muscular são interrompidos. Por exemplo, se 
um tronco nervoso de um músculo é seccionado, ambos os 
neurônios serão interrompidos. Se a poliomielite comprometer as 
células cinzentas da coluna cinzenta anterior ao nível da medula 
espinhal que inerva o músculo, os neurônios motores eferentes não 
funcionarão. Por outro lado, quando um músculo se encontra 
hipertônico, existe a possibilidade de uma lesão comprometendo 
neurônios motores superiores na medula espinhal ou no cérebro.
É desnecessário destacar a importância de se conhecer as ligações 
de todos os principais músculos do corpo. Apenas com este 
conhecimento é possível compreender-se as ações normais ou 
anormais de músculos individuais ou grupos musculares. Como se 
pode até tentar analisar, por exemplo, a marcha anormal de um 
paciente sem essa informação?
O aspecto geral e a forma dos músculos também devem ser 
observados, pois um músculo paralisado ou um que não é utilizado 
(como ocorre quando se imobiliza um membro num molde de 
gesso) atrofia-se rapidamente e muda de forma. No caso dos 
membros, vale sempre lembrar que para fim de comparação existe 
outro músculo do lado oposto do corpo.
ARTICULAÇÕES
Devemos nos certificar da variação normal do movimento de todas 
as articulações. Quando os ossos de uma articulação não estiverem 
mais em sua relação anatômica normal entre si, diz-se então que a 
articulação está deslocada (luxada). Algumas das articulações são 
particularmente suscetíveis ao deslocamento devido à falta de 
suporte pelos ligamentos, à má forma das superfíciesarticulares, ou 
à ausência de suporte muscular adequado. Constituem exemplos 
as articulações do ombro, temporomandibular e acromioclavicular. 
O deslocamento do quadril é geralmente congênito, causado pelo 
desenvolvimento inadequado da cavidade que normalmente 
mantém a cabeça do fêmur firmemente em posição.
A presença de discos cartilaginosos; no interior das articulações, 
sobretudo aquelas que suportam peso, como no caso do joelho, as 
torna particularmente suscetíveis a lesões nos esportes. Durante 
um movimento rápido, o disco perde a sua relação normal com os 
ossos e fica esmagado entre superfícies que suportam o peso.
Em certas doenças do sistema nervoso (por exemplo, na 
siringomielia), a sensação de dor articular é perdida. Isto significa 
que sensações da dor sentida quando uma articulação se 
movimenta além de sua faixa normal de movimento não são 
experimentadas. Este fenômeno resulta na destruição da 
articulação.
É de grande valor o conhecimento da classificação das articulações, 
pois sabe-se que certas doenças acometem somente certos tipos 
de articulações. Por exemplo, a artrite gonocócica compromete as 
grandes articulações sinoviais, como tornozelo, cotovelo ou punho. 
A artrite tuberculosa também afeta as articulações sinoviais, 
podendo começar na membrana sinovial ou no osso.
Também é importante lembrar que mais de uma articulação pode 
receber a mesma inervação. Por exemplo, as articulações da bacia 
e do joelho são supridas pelo nervo obturador. Assim, o paciente 
com uma doença limitada a uma destas articulações pode sentir dor 
em ambas.
BOLSAS E BAINHAS SINOVIAIS
olsas e bainhas sinoviais são, geralmente, local de doenças 
traumáticas ou infecciosas. Por exemplo, as bainhas tendinosas do 
extensor da mão podem ficar inflamadas após uso excessivo ou 
inabitual; pode ocorrer uma inflamação da bolsa pré-patelar em 
conseqüência de trauma pelo ato repetido de se ajoelhar sobre uma 
superfície dura.
VASOS SANGÜÍNEOS
As doenças dos vasos sangüíneos são muito comuns. A anatomia 
superficial das artérias principais, sobretudo a dos membros, deve 
ser aprendida nas seções apropriadas deste livro. A circulação 
colateral da maior parte das grandes artérias deve ser 
compreendida, devendo-se fazer a distinção entre artérias terminais 
anatômicas e artérias terminais funcionais.
Todas as grandes artérias que cruzam uma articulação apresentam 
tendência a serem torcidas durante movimentos da articulação. 
Entretanto, o fluxo distal de sangue não é interrompido, pois 
geralmente existe uma anastomose adequada entre ramos da 
artéria que se originam dos lados proximal e distal em relação à 
articulação. Os canais sangüíneos alternativos, que se dilatam sob 
estas circunstâncias, formam a circulação colateral. O 
conhecimento da existência e posição desta circulação pode ser de 
importância vital caso seja necessário ligar uma grande artéria 
lesada por trauma ou doença.
As artérias coronárias são artérias terminais funcionais, e caso 
sejam bloqueadas por doença (a oclusão arterial coronária é 
comum), o músculo cardíaco, normalmente suprido por esta artéria, 
receberá sangue insuficiente e sofrerá necrose. O bloqueio de uma 
grande artéria coronária resulta na morte do paciente.
SISTEMA LINFÁTICO
O sistema linfático não é, muitas vezes, destacado pelos 
anatomistas por ser de difícil observação num cadáver. Entretanto, 
é de vital importância para um médico praticante, e a drenagem 
linfática de todos os órgãos principais do corpo, inclusive a pele, 
deve ser conhecida
O paciente pode se queixar de uma tumefação produzida pelo 
aumento de um linfonodo. O médico deve conhecer as áreas do 
corpo que drenam a linfa para um linfonodo particular, se for capaz 
de encontrar o local primário da doença. Com muita freqüência, o 
paciente ignora a doença primária, que pode ser um pequeno e 
indolor câncer da pele.
Inversamente, o paciente pode se queixar de uma úlcera dolorosa 
da língua, por exemplo, e o médico deve conhecer a drenagem 
linfática da língua para ser capaz de determinar se a doença 
disseminou-se além dos limites da língua.
SISTEMA NERVOSO
A área da pele suprida por um único nervo espinhal, e portanto um 
único segmento da medula espinhal, é denominada dermátomo. No 
tronco, dermátomos adjacentes interpõem-se em extensão 
considerável, de modo que para se produzir uma região de 
anestesia completa pelo menos três nervos espinhais contíguos 
devem ser seccionados. As tabelas dos dermátomos das 
superfícies anterior e posterior- do corpo estão apresentadas nas 
Figs. 1-30 e 1-31.
Fig. 1-30. Dermátomos na fáscia anterior do corpo.
Fig. 1-31. Dermátomos na fáscia posterior do corpo.
Nos membros, a disposição dos dermátomos é mais complicada, o 
que se deve às alterações embriológicas que têm lugar quando os 
membros crescem para fora da parede torácica. Para detalhes, 
consultar as Figs. 1-30 e 1-31.
Um médico deve ter um conhecimento funcionante da inervação 
segmentar (por dermátomos) da pele, pois, com a ajuda de um 
alfinete ou de um pedaço de algodão, ele pode determinar se a 
função sensorial de um nervo espinhal particular, ou de um 
segmento da medula espinhal, está ou não funcionando 
normalmente.
Os músculos esqueléticos também recebem uma inervação 
segmentar. A maior parte destes músculos é inervada por dois, três 
ou quatro nervos espinhais, e por conseguinte pelo mesmo número 
de segmentos da medula espinhal. Para paralisar um músculo 
completamente seria então necessário seccionar vários nervos 
espinhais, ou destruir vários segmentos da medula espinhal.
Aprender a inervação segmentar de todos os músculos do 
organismo é tarefa impossível. Não obstante, a inervação 
segmentar dos seguintes músculos deve ser conhecida, pois é 
possível testá-los provocando reflexos musculares no paciente (Fig. 
1-32).
Fig. 1-32. Reflexo do tendão do bíceps braquial. Observar que o 
arco reflexo Passa através do quinto e sexto segmentos cervicais 
da medula espinhal.
Reflexo do tendão do bíceps braquial C5-6 (flexão da articulação do 
cotovelo, batendo-se de leve no tendão do bíceps).
Reflexo do tendão do tríceps C6-8 (extensão da articulação do 
cotovelo, batendo-se de leve no tendão do tríceps).
Reflexo do tendão braquiorradial C7-8 (supinação das articulações 
radioulnares, batendo-se de leve na inserção do tendão 
braquiorradial).
Reflexos abdominais superficiais (contração dos músculos 
abdominais subjacentes, riscando-se a pele). Pele do abdome 
superior T6-7; pele do abdome médio T8-9; pele do abdome inferior 
T10-12.
Reflexo do tendão patelar (impulsão dos joelhos) L2-4 (extensão da 
articulação do joelho, batendo-se de leve no tendão patelar).
Reflexo do tendão de Aquiles (impulsão do tornozelo) L5-S2 (flexão 
plantar da articulação do tornozelo, batendo-se de leve no tendão 
de Aquiles).
Reflexo Plantar superficial L5-S2 (flexão dos artelhos, riscando-se 
firmemente a sola do pé).
Sistema Nervoso Autônomo
Existem muitas drogas e procedimentos cirúrgicos que podem 
modificar a atividade do sistema nervoso autônomo. Por exemplo, 
podem ser administradas drogas para diminuir a pressão 
sangüínea, afetando a função normal dos gânglios simpáticos e 
provocando vasodilatação dos vasos sangüíneos periféricos. Em 
paciente com doença arterial grave, comprometendo as artérias 
principais do membro inferior, este pode, algumas vezes, ser salvo, 
seccionando-se a inervação simpática para os vasos sangüíneos.

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