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Introdução à Engenharia Prof. Msc. José JANIO de Castro Lima MAIO - 2016 UNIDADE IV: HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO 4.1 – O Engenheiro e a Comunicação 4.2 – Comunicação Escrita 4.3 – Comunicação Gráfica 4.4 – Apresentações Técnicas O Engenheiro e a Comunicação Para ser um bom engenheiro não basta apenas saber usar corretamente os conhecimentos aprendidos num curso universitário. Não é suficiente saber utilizar eximiamente técnicas e instrumentos, saber empregar métodos de cálculo e de análise de sistemas, conhecer em profundidade os procedimentos técnicos pertinentes à profissão. Até porque alguns deles já estarão obsoletos quando chegar a hora de usá-los na prática; e muitos outros conhecimentos vistos nas escolas jamais serão de fato necessários - de forma direta – durante toda a vida profissional. De qualquer forma, todos eles cumprem o seu papel no processo de educação, de formação de uma mentalidade e de abordagem de problemas. O Engenheiro e a Comunicação Um profissional eficiente é, antes de mais nada, aquele que sabe utilizar os seus conhecimentos, a sua memória, o seu raciocínio e a sua capacidade de pesquisar. Mas também é aquele que sabe se expressar, comunicando com eficácia idéias e resultados de seu trabalho. Uma boa solução presa na cabeça de seu criador é praticamente inútil. O Engenheiro e a Comunicação Uma coisa é certa: no seu dia-a-dia, o engenheiro precisa saber se comunicar. Aliás, a comunicação, em especial a escrita, é parte inerente ao seu trabalho. Um engenheiro precisa expedir ordens para os seus subordinados na hierarquia da empresa, realizar projetos para clientes ou órgãos financiadores, confeccionar relatórios para a direção da empresa, preparar manuais de utilização de produtos, divulgar seus trabalhos em congressos, seminários, revistas técnicas etc. O Engenheiro e a Comunicação A capacidade de buscar, selecionar e armazenar informações é um fator preponderante para garantir ao profissional - notadamente da área tecnológica - o acompanhamento do estado da arte de sua profissão. Só assim ele consegue desenvolver bem o seu trabalho e comunicar o que de importante acontece relativo à sua área de atuação. O Engenheiro e a Comunicação No entanto, é bom lembrarmos que alguns estudantes não têm levado muito a sério essa importantíssima ferramenta, pois relegam a segundo plano a importância da comunicação na engenharia. Isso acontece na medida em que refletem a imagem popular de um engenheiro como aquele indivíduo que decide, projeta, calcula etc., assumindo assim que a comunicação – em especial a escrita - é algo inteiramente irrelevante para os futuros profissionais. O Engenheiro e a Comunicação Mas o sucesso profissional depende tanto da qualidade do trabalho realizado quanto da habilidade de fazer com que as pessoas entendam o que foi feito. Ser compreendido é tão importante quanto ser competente tecnicamente. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 1) Emissor: aquele que envia a mensagem; 2) Mensagem: assunto a ser transmitido, que deve relatar com clareza o trabalho realizado e seus resultados; 3) Receptor: aquele que capta e decodifica a mensagem; 4) Canal de Comunicação: o meio de transmissão; a folha de papel, no caso de um relatório escrito; 5) Código: a linguagem, que deve ser entendida por ambos, emissor e receptor; num relatório técnico, o tipo de linguagem – código – e a apresentação gráfica devem ser adequados ao público-alvo – o receptor; 6) Ruído: interferências que dificultam a boa comunicação da mensagem. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Representação gráfica do processo de comunicação REDAÇÃO • Não há atalhos para conseguirmos escrever bem. Para termos chance de executar uma boa redação de um trabalho, é necessário, no mínimo, o domínio do código a ser utilizado para registar as nossas ideias; • O ato de escrever bem também pode ser consequência da prática constante da redação e da boa leitura. Além disso, podemos usar facilitadores para a preparação de um relatório, como ex. a documentação de tudo o que for feito durante o desenvolvimento do trabalho; • Uma boa orientação é redigir com alguma rapidez partes do texto, para depois revisar, mesmo que percebamos que, às vezes, alguns trechos fiquem confusos; REDAÇÃO • Escrever é uma arte, que se aprende e se aperfeiçoa. Mais que uma arte, é uma necessidade que todos temos, como cidadão e mais ainda como profissionais; • O ato de escrever bem também pode ser consequência da prática constante da redação e da boa leitura. Além disso, podemos usar facilitadores para a preparação de um relatório, como ex. a documentação de tudo o que for feito durante o desenvolvimento do trabalho; • Para aperfeiçoar a redação técnica, é importante cuidar do vocabulário técnico. Por isso devemos desenvolver o hábito de ler com frequência e consultar dicionários e informações especializadas. LINGUAGEM TÉCNICA • A linguagem técnica deve ser simples, clara, precisa e, tanto quanto possível, expressa em frases curtas. Não devemos recorrer a imagens literárias, metáforas poéticas ou a outros recursos retóricos similares a esses, pois cada palavra deve ser empregada no seu sentido direto, sem dar margem a segundas interpretações; • Captar, compreender e saber utilizar a terminologia usual na área é também uma receita de sucesso na hora de redigir trabalhos técnicos. Mas tudo depende do público- alvo; • Na linguagem técnica é bom evitar o emprego de prosopopeia, ou seja, emprestar atributos que dão vida, ação, movimento e voz as coisas inanimadas. Ex. a “equação X diz que”, “os dados apontam para”; LINGUAGEM TÉCNICA • De forma geral, é interessante que uma redação técnica seja preparada num estilo impessoal, Objetivo e claro. Modéstia e cortesia também são recomendadas na hora de preparar um texto técnico. LINGUAGEM TÉCNICA • Impessoalidade: o formato técnico mais aceito é aquele que utiliza linguagem impessoal. Desta forma, os textos devem ser redigidos na terceira pessoa, evitando expressões como: “meu trabalho”, “minhas conclusões”. Em vez dessas, devemos usar, p.ex. “o presente trabalho” e “conclui-se que”; • Objetividade: a linguagem técnica deve ser objetiva e precisa, evitando o uso exagerado de expressões de reserva ou ressalva. Expressões do tipo “é provável que” ou “possivelmente” devem ser usados comedidamente, e apenas quando extremamente necessárias, pois elas podem ser traduzidas por quem as lê como pontos de dúvida do escritor; Exemplo: L. Objetiva: a sala mede 6 metros de largura por 15 metros de comprimento. L. Subjetivo: a sala é grande e espaçosa. LINGUAGEM TÉCNICA • Clareza: a clareza de ideias é um grande facilitador da comunicação. Se o objetivo do registro é comunicar, o preparo de um relatório deve ser feito tendo isso em mente. Portanto, antes de escrever o texto final, é imprescindível que tenhamos clareza em relação às ideias que vamos registar. Se um assunto está claro na nossa mente, já temos um excelente ponto de partida para o seu registro; • Modéstia e Cortesia: apontar erros e incoerências em trabalhos de outros não é uma atitude condenável. Mas não devemos usar esse recurso para engrandecer o nosso próprio trabalho. Se o que fazemos é bom, tem qualidade, isso se impõe por si mesmo, sem a necessidade de menosprezar ou outros para nos fortalecer. Um pouco de modéstia, inclusive, nos ajuda a ocupar espaços com mais solidez e evita contra-ataques daquelesque se sentirem prejudicados com as críticas. O texto deve ser escrito para registrar resultados e análises dentro do contexto em que foi realizado o trabalho, e não para impressionar o leitor com colocações prepotentes que alimentem o ego do autor. RECURSOS AUXILIARES 1) Título: deve ser o mais conciso possível e sugerir, com clareza, o assunto; 2) Abreviações: para evitar repetição forçosa de palavras e expressões com frequência no texto; 3) Ilustrações: mapas, gravuras, esquemas, fotografias e gráficos são potentes instrumentos de comunicação; 4) Citações: ideias e frases que não de criação própria deverão ser citadas com as devidas referências; 5) Notas de rodapé: quando uma frase ou citação não couber no texto por quebrar a sua sequência, podemos recorrer ao emprego da nota de rodapé para registrar, paralelamente, essa informação. Artigo Científico Título Artigo Científico Abreviações Artigo Científico Ilustrações Artigo Científico Ilustrações Artigo Científico Ilustrações Artigo Científico Citações Artigo Científico Artigo Científico Notas de Rodapé