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PATOLOGIAS DA INFÂNCIA E LACTÂNCIA Profa. Ms. Fabiana Daltro Traumas do Parto Principal causa de morte em neonatos ◦ Lesões: Cabeça, sistema ósseo, supra-renais e nervos periféricos Fratura clavicular, lesão do nervo facial, lesão do plexo braquial, lesão intracraniana, fratura umeral e lacerações ◦ Morbidade: Aguda Tardia ◦ Consequências: Hemorragia intracraniana Caput succedaneum Cefaloematoma DALTRO, F. Infecções Perinatais Transcervicais (ascendentes) ◦ Inalação do fluído amniótico infectado Pneumonia, sepse e meningite ◦ Passagem do feto através de canal infectado Herpes vírus Transpalcentares (hematológicas) ◦ Na maioria infecções virais e parasitárias Toxoplasma, malária Hepatite B, HIV Parvovírus B19 DALTRO, F. Sepse Precoce ◦ Início dentro da primeira semana de vida ◦ Contraída no parto ◦ Sinais e sintomas de: pneumonia, sepse e meningite Tardio ◦ Início de 7 dias a 3 meses após o parto ◦ Período de latencia ◦ Sinais e sintomas de sepse Listeria, Candida DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Causas: ◦ Sedação materna excessiva ◦ Trauma da cabeça fetal durante o parto ◦ Aspiração de sangue ou líquido amniótico ◦ Hipóxia intra-uterina 60.000 casos/ ano (EUA) com 5.000 mortes Incidência inversamente proporcional a idade gestacional DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Etiopatogenia: ◦ Imaturidade dos pulmões ◦ Deficiência do surfactante pulmonar Palmitoil fosfatidilcolina (lecitina) Fosfatidilglicerol Proteínas (hidrófilas e hidrofóbicas) ◦ Consequência: Colapso pulmonar Parede torácica flácida – distensão pulmonar afetada (atelectasia) Exsudato protéico e fibrinoso – formação de membranas hialinas DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Síntese de surfactante ◦ Modulada por: Cortisol, insulina, prolactina, tiroxina e TGF-β. Corticosteróides: Formação de lipídios surfactantes e protéinas surfactantes Surfactantes são suprimidos pela insulina Diabetes gestacional Trabalho de parto induz a síntese de surfactante Cesariana precoce DALTRO, F. DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Macroscopicamente: ◦ Pulmões sólidos e sem ar ( sem criptação) ◦ Afundam em água ◦ Coloração vermelho-púrpura Microscopicamente ◦ Atelectasia ◦ Alvéolos mal desenvolvidos ou colapsados ◦ Detritos celulares em bronquíolos e ductos alveolares ◦ Pequena inflamação DALTRO, F. DALTRO, F. DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Evolução clínica: ◦ Dependente de: Grau de maturidade Peso do neonato Rapidez da terapia ◦ Prevenção e tratamento: Retardo do parto até maturação pulmonar Indução da maturação pulmonar – corticosteróides Administração de surfactante Terapia com oxigênio e suporte ventilatório DALTRO, F. Síndrome da Angústia Respiratória Neonatal (SAR) Complicações do tratamento: ◦ Toxicidade do oxigênio: Liberação de radicais livres do oxigênio Fibroplasia retrocristalina (retinopatia da prematuridade) Aumento de Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) induzido pela hipóxia ◦ Displasia broncopulmonar: Redução do oxigênio – redução da septação pulmonar no estágio sacular Alterações histopatológicas: Hiperplasia epitelial, metaplasia escamosa de vias aéreas, espessamento das paredes alveolares fibrose peribrônquica e intersticial DALTRO, F. Enterocolite necrosante Incidência inversamente proporcional à idade gestacional ◦ 1 a cada 10 neonatos de baixo peso ◦ Multifatorial Sintomas: ◦ Após instituição da alimentação oral (bactérias) Etiologia: ◦ Isquemia intestinal Hipoperfusão reduzida, redução de fluxo sanguíneo ao intestino Inflamação e necrose da mucosa Sepse e choque DALTRO, F. Enterocolite necrosante Evolução clínica: ◦ Fezes sanguinolentas ◦ Distensão abdominal Presença de gás na parede intestinal ◦ Colapso circulatório ◦ Microscopicamente: ◦ Necrose de coagulação ◦ Ulceração ◦ Colônias bacterianas ◦ Bolhas de gás ◦ Tecido de granulação ◦ Fibrose DALTRO, F. DALTRO, F. Hidropsia Fetal Acúmulo de edema no feto (intra-uterino) Causas: ◦ Síndrome de Turner (higroma cístico) ◦ Cardiovascular com falência cardíaca Anemia hemolítica por incompatibilidade Anemia hemolítica hereditária (α-talassemia) Infecção por parvovírus CMV, sífilis, toxoplasmose Defeitos cardíacos congênitos DALTRO, F. DALTRO, F. DALTRO, F. Hidropsia imune Doença hemolítica no recém-nascido ◦ Incompatibilidade de grupo sanguíneo (mãe-feto) ◦ Herança paterna de eritrócitos antigênicos – produção de anticorpos maternos ◦ Produção de IgG (materno) – destruição de eritrócitos fetal ◦ Principais antígenos: ABO – Rh (antígeno D) DALTRO, F. Hidropsia imune DALTRO, F. Etiopatogenia da hidropsia fetal auto-imune • Destruição excessiva de eritrócitos fetais: • Anemia • Hidropsia • Degradação Hb • Icterícia • Kernecterus DALTRO, F. Hidropsia não-imune Causas: ◦ Aberrações cromossômicas Síndrome de Turner ◦ Defeitos cardiovasculares Cardiopatias congênitas e arritmias Insuficiência cardíaca intra-uterina ◦ Anemia fetal α- talassemia ◦ Infecção transplacentar Parvovírus Parada de maturação eritróide – anemia aplásica DALTRO, F. Hidropsia não-imune Características clínicas: ◦ Sintomatologia variável de acordo com a gravidade ◦ Palidez ◦ Esplenomegalia ◦ Icterícia (moderada à intensa) ◦ Edema generalizado ◦ Sinais de envolvimento neurológico Medidas terapêuticas: ◦ Fototerapia ◦ Exasanguíneo transfusão DALTRO, F. Erros inatos do metabolismo Defeitos metabólicos genéticos Fenilcetonúria (PKU) Galactosemia Fibrose cística DALTRO, F. Fenilcetonúria Doença autossômica – recessiva ◦ Grave deficiência da fenilalanina hidroxilase Hiperfenilalaninemia DALTRO, F. Fenilalanina + O2 Tirosina + H2O Tetraidrobiopterina (BH4) 4-α- HidroxiTetraidrobiopterina NAD NADH Fenilalanina Hidroxilase Diidropteridina Redutase Bloqueio do metabolismo fenilalanina: Ácido fenilacético, ácido fenilático, ácido fenilpirúvico, ácido hidroxifenilpirúvico Fenilcetonúria Consequências patológicas: ◦ Comprometimento no desenvolvimento cerebral ◦ Aos 6 meses: Retardo mental Incapacidade de locomoção e fala Convulsões Decréscimo de pigmentação de pele e cabelo DALTRO, F. Galactosemia Distúrbio autossômico recessivo ◦ Metabolismo galactose DALTRO, F. Galactose + ATP Galactose-1-fosfato + ADP Galactose-1-fosfato + UDP glicose UDP-galactose+glicose-1- fosfato UDP-Galactose UDP-glicose Galactocinase Galactose-1-fosfato uridil transferase UDP-Galactose-4-epimerase Deficiência resulata em formamais grave da patologia Galactosemia Consequência: ◦ Acúmulo de galactose-1-fosfato Fígado, baço, cristalino ocular, rins, músculo cardíaco, córtex cerebral e eritrócitos Quadro clínico: ◦ Órgãos mais acometidos: fígado, olhos e cérebro Hepatomegalia Deposição adiposa e fibrose Opacificação do cristalino (catarata) Absorção de água e tumefação Perda de células nervosas, gliose e edema ◦ Bloqueio do desenvolvimento DALTRO, F. Fibrose cística (Mucoviscidose) Distúrbio disseminado do transporte epitelial ◦ Afeta a secreção de fluídos nas glândulas exócrinas e no revestimento epitelial (trato respiratório, gastrintestinal e reprodutor) ◦ Produção de secreções mucosas viscosas resultando na obstrução de passagens orgânicas Doença pulmonar crônica Insuficiência pancreática Esteatorréia, desnutrição, cirrose hepática Obstrução intestinal Infertilidade masculina DALTRO, F. Fibrose cística (Mucoviscidose) Doença autossômica recessiva ◦ Incidência: 1/3200 nativivos (EUA) População caucasiana DALTRO, F. Fibrose cística (Mucoviscidose) Etiopatogenia ◦ Alteração da proteína do canal de cloro regulada pelo gene regulador da condutância da transmembrana da fibrose cística (CFTR) ◦ Interação CFTR com ENaC Aumento da atividade ENaC Aumento do transporte de Na na membrana apical Glândulas sudoríparas (redução atividade ENaC) Suor salgado DALTRO, F. DALTRO, F. Fibrose cística Gene CFTR : espectro mutacional Descritas mais de 800 mutações Podem ser agrupadas em seis classes: ◦ Mutações graves (classe I, II e III) ◦ Mutações leves (classe IV e V ) Fenótipo é correlacionado com a combinação dos alelos ◦ Relação na maioria das doenças pancreáticas ◦ Correlação menos consistente na doença pulmonar DALTRO, F. Fibrose cística Manifestações clínicas DALTRO, F. Fibrose cística Evolução clínica Sintomatologia variável ◦ Início logo ao nascer ou tardiamente ◦ Envolvimento de um sistema ou mais Pâncreas: ◦ Má absorção de proteínas e lipídios ◦ Manifestações: Fezes volumosas e com mau odor, distensão abdominal e ganho de peso deficiente Avitaminose (A,D,K) Hipoproteinemia (edema) Diarréia persistente (prolapso retal) DALTRO, F. DALTRO, F. DALTRO, F. Fibrose cística Evolução clínica Pulmões ◦ Mais de 95% dos pacientes com fibrose cística morrem por infecções pulmonares S. aureus, , Haemophilus, Pseudomonas ◦ Bromquietactasia Dilatação do lúmem bronquiolar Produção de escarro DALTRO, F.
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