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Organização Criminosa e Associação Criminosa

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Lei de Organizações Criminosas (12.850/13)
Cangaço
O passado nos revela que o primeiro grupo organizado que é o gênese é o Cangaço, no Nordeste, sendo um grupo organizado para praticar crimes graves.
Nós tínhamos no Brasil crimes de concurso necessário (plurisubjetivos) a associação para o tráfico e, na época, quadrilha ou bando, não havendo nada específico contra as organizações criminosas.
Lei 9034/95
A lei 9034/95 foi o primeiro enfrentamento contra o crime organizado no Brasil, trazendo técnicas investigativas contra a criminalidade organizada. Inclusive, foi revogada pela lei que vamos estudar hoje.
Nós tínhamos leis que criavam mecanismos contra organização criminosa, mas o problema é que a lei não definia o que era organização criminosa. Já tínhamos técnicas interessa antes, como a captação ambiental de dados, a infiltração policial, a ação controlada, entretanto, essa lei não dispunha como infiltrar essas técnicas. Se o agente infiltrado praticar um fato como crime, o que faríamos? A lei não dava essa solução.
Convenção de Palermo -2004
Trouxemos a Convenção de Parlemo para o nosso ordenamento jurídico que focou no combate ao crime organizado transnacional (Dec 5015/04 a integralizou).
Ela traz o conceito de organização criminosa transnacional: Grupo criminoso organizado de três ou ais pessoas existentes há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves e enunciadas na Convenção, para obter direta ou indiretamente um benefício econômico ou outro material. Infração grave: privativa de liberdade, pena mínima igual ou superior a 04 anos.
Com a convenção, houve a necessidade de criação de leis para criminalizar o agente do crime organizado e a implementação de técnicas investigativas invasivas.
Apenas na Lei 12.694/2012 que trouxemos uma definição para organização criminosa. Não é a lei que criou o crime, ela trouxe uma resposta ao assassinato de juízes nessa época, como a Patricia Accioli e da VEC do ES, uma série de assassinato de magistrados contra o crime organizado. A resposta legislativa trouxe possibilidade de criar colegiados para medidas cautelares em relação ao crime organizado, mas ele ainda não respondia por nenhum crime específico ainda.
O conceito adotado foi o da Convenção de Palerma: Organização criminosa é a associação de três ou mais pessoas estruturalmente ordenadas e caracterizada pela divisão de tarefas ainda que informalmente para obter vantagem de qualquer natureza, mediante a pratica de crimes de pena máxima é igual ou superior a 04 anos.
O crime específico veio no ano de 2013, após 09 anos da internalização da Convenção.
Para essa nova Lei, que trouxe uma revogação tácita do anterior conceito, organização criminosa é: 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Aumentou-se o número mínimo de participantes e modificou-se o que é infração grave. Porque, hoje, é pena máxima SUPERIOR a 04 anos, a Convenção e a 12.694 fala “IGUAL OU SUPERIOR”. Ainda fala-se em “ou que sejam de caráter transnacional”.
Quais são os três crimes plurisubjetivos mais famosos? Associação para o tráfico (02 ou mais), Associação Criminosa (03 ou mais) e a Organização Criminosa (o4 ou mais).
Art. 2o  Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2o  As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3o  A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
§ 4o  A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
§ 5o  Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6o  A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7o  Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
Aqui estamos punindo a cogitação + preparação.
A organização criminosa é crime permanente e autoriza prisão em flagrante.
Assim como acontece na associação para o tráfico e no art. 288, responde em concurso material pela praticado crime que a organização criminosa praticar. Aqui é uma antecipação do Direito Penal. O iter criminis se divide em cogitação, preparação, execução e consumação. Via de regra, cogitação e preparação não são puníveis, pelo princípio da alteridade que impede que se responsabilize pessoas pelo pensamento. Também, em outra faceta, ele impede a auto-lesão.
Os atos preparatórios não são puníveis, salvo se constituir crime autônomo, como, se alguém compra uma arma para matar alguém, isso por si só já é crime de porte.
Art. 1 - §2:
 I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
O que permite a aplicação da Lei Penal no crime que começa no Brasil ou termina no Brasil? Temos o lugar do crime e o lugar é a UBIQUIDADE, sendo lugar a ação ou o resultado. Porque adotamos a ubiquidade? Por conta dos crimes a distância, que são aqueles que passa pelo território de mais ou mais países. Para ampliar o espectro de atuação do Direito Penal é que adotamos a ubiquidade quanto a aplicação da lei penal no espaço.
II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016)
Antes era apenas a terrorista internacional, hoje não. Pode se utilizar todas as técnicas investigativas dessa lei. A lei se aplica às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. Isso é previsto no inciso II.
O que é chamada obstrução de justiça?
Art. 2 § 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Essa é a obstrução da justiça.
Esse crime traz em seu bojo um crime formal ou material? É preciso que efetivamente o resultado naturalítico ocorreu com o ato de tentar obstruir para queo crime se consume ou basta que houve ato de obstrução independente de resultado naturalístico? É CRIME FORMAL, NÃO PRECISA PROVA, BASTA CRIAR OBSTÁCULO A MEDIDA INVESTIGATIVA OU AÇAO PENAL – CRIME DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA. Mas deve mostrar inequivocamente.
É necessário que o Judiciário previamente tenha reconhecido a organização criminosa para que ele seja responsabilizado para o embaraçamento ou basta que demonstre que ali há 04 pessoas? O professor entende que não precisa desse reconhecimento judicial. Basta demonstrar pelas provas coligidas que há mais de 04, organizadas, dividindo tarefas etc e que alguém está obstruindo.
No caput é permanente. E no §1º? Vai depender do ato, pode-se transmudar.
 Se o individuo está a todo instante obstaculizando, pode prender enquanto está sendo praticado, parecendo permanente nesse sentido. Por exemplo: Pagando uma mesada para que uma determinada testemunha não fale o que sabe, podendo prender no estado de flagrância (art. 303).Mas também pode ser cometida de maneira instantânea, como apenas um ato para obstruir uma prova. Pode ter efeito instantâneo com efeitos que durarão muito tempo.
A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
A perda de cargo é ex legi, não depende de fundamentação concreta, é a lei que está determinando, é efeito automático da condenação, assim como na Lei de Tortura.
São 08 anos é 08 anos após o cumprimento da pena, não da sentença.
Técnicas Investigativas
Colaboração Premiada – Art. 4º
É um acordo que de um lado tem um integrante de organização criminosa DEVIDAMENTE ACOMPANHADO DE ADVOGADO, para a confecção do ato público, e o Estado, representado pelo Ministério Público ou Delegado de Polícia, para alcançar um dos 5 objetivos do inciso IV.
Em contrapartida, o colaborador poderá como benesse:
Substituição de PPL por PRD, ainda que fora dos permissivos do CP
Diminuição de Pena de 2/3
Perdão Judicial
Art. 4o  O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
Será que o Estado pode estimular traição entre pessoas? Não seria moralmente inadequado? Não há de se falar nisso. A sociedade é muito mais relevante. O acordo de colaboração premiada, analisando o artigo 4º, não prevê só a delação de pessoas, tem outras questões nos incisos, como resgate da vítima. No artigo 4º, temos incisos alternativos. Pode ser que apenas um deles seja atingido, não precisa ser todos. Mas é claro que no âmbito de acordo pode envolver até todos, mas não é necessário.
Faz-se a negociação, com a presença necessária do advogado.
O Delegado pode firmar acordo na fase investigativa! E o MP na investigativa e judicial.
Foi objeto de ADIN 5508, porque a ação penal seria titularidade pelo MP. Ele afirma que o Delegado não tem capacidade postulatória, falando diretamente ao Judiciário. Todas as postulações devem passar pelo MP para que ele referende.
O STF ainda não decidiu essa questão. Então, até então, o DELEGADO PODE. Prejudicaria os acordos já firmados, como por exemplo, pela Polícia Federal.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
Por mais que possa não estar previsto o perdão judicial no acordo, a depender da relevância da colaboração, o Delegado na investigação e o MP em qualquer fase, pode pleitear o perdão judicial. Não é interessante fechar no primeiro acordo, a não ser que sejam muitas informações, mas o melhor é requerer, mesmo que não tenha sido previsto inicialmente.
A colaboração não é uma prova em si. A colaboração é um meio de obtenção de provas. Ele afirma o que pode vir aos autos do processo, para que seja bem instruído. Desse modo, ele deve ser referendado pelas provas do colaborador. Na colaboração só tem propostas.
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
Pode ser que não tenha dado tempo do colaborador trazer as informações e pode suspender.
§ 4o  Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador. ISSO É UM AMBRADAMENTO DO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE. 
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
§ 5o  Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
Qual a natureza jurídica do §4º? É um verdadeiro pedido de arquivamento de inquérito policial para Márcio Alberto.
§ 5o  Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
Então se for hediondo, pode progredir.
O JUIZ NÃO PARTICIPA DA NEGOCIAÇÃO: § 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
O juiz apenas HOMOLOGA. O que o juiz deve observar aqui é: § 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. 
Ele não adentra no mérito. Pode não homologar, se não tiver os requisitos legais. E PRINCIPALMENTE, SE NÃO FOI VOLUNTARIO. Inclusive tem se recomendado que juízes auxiliares dos Ministros conversem com o réu.
Em colegiado, quem homologa é o relator. E reanalisa quando do julgamento do processo.
Art. 7o  O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.§ 3o  O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5o. NÃO E APÓS A HOMOLOGAÇÃO! Mas na prática, na Jurisprudência, homologa e suspende o sigilo pelo direito a informação da população.
Os acordos são chamados de petição.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
O relator e juiz só olha legalidade, voluntariedade e regularidade. Quando for julgar o processo lá na frente, o juízo deve ver se ele cumpriu o acordo. Se cumpriu, está adstrito aos termos do acordo e tem que reconhecer a benesse que foi acordado. Então não é discricionariedade, TEM QUE HOMOLOGAR. Se não ninguém iria colaborar. Se não cumpriu: pessoa não foi encontrada, não conseguiram a gravação.
§ 14. Nos depoimentosque prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
Ele abre mão do silêncio e da auto não incriminação? O entendimento é de que não se tem prejuízo, porque não esta se obrigando a falar, ele está falando porque quer um benefício. Como o Estado firmaria um acordo se ele pudesse mentir?
Então não viola a não auto incriminação e silencio, majoritariamente, não é violação porque é voluntária a participação e ele quer o benefício.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
É o crime que pode ser cometido pelo colaborador falso. É CRIME PRÓPRIO. 
Art. 18.  Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 20.  Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 21.  Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
Isso inclusive na fase investigativa.
Pode ser condenado apenas na colaboração de provas? Não.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.
O colaborador é um declarante. Poderiamos ferir favor rei e contraditório. Não temos tarifação de prova, uma prova plena, uma prova com mais valia do que outra. O juiz vai passar pelo crive do contraditório e decidir motivadamente. LEMBRAR QUE EM FASE POLICIAL NENHUMA PROVA.
Nem mesmo a confissão do réu, pode. Não é um meio absoluto. Imagine que resta isolado nos autos. Não há nenhuma prova, apenas a confissão. Aplica-se o favor rei e in dubio pro reo.
A força probatória da confissão não pode ser atribuído valor absoluto, de acordo com Fernando da Costa Tourinho Filho, pois existem circunstâncias que podem levar o acusado a se reconhecer culpado, como por exemplo, enfermidade mental, razões de lucro, sacrifício em relação ao amor maternal, paternal, dentre tantas outras.
Por estas razões, é que a confissão não pode ser caracterizada como prova absoluta. Ademais, podemos vislumbrar o artigo 197 do Código de Processo Penal, a qual o legislador dispôs que o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para outros elementos de prova, e para sua apreciação, o juiz deverá confronta-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Desta forma, fica claro e evidente que não basta apenas a confissão para se garantir a liberdade ou a condenação de acusado, pois devem ser analisados os meios e o real motivo a que levou a ser feita a confissão.
Ações Controladas
Está prevista na Lei de Drogas, de Lavagem e na presente lei. A ação controlada na Lei 12.850/13 não precisa de autorização judicial. Pode retardar o flagrante, diferentemente das outras leis, que precisa.
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
O agente público irá aguardar o momento mais interessante para conseguir um resultado mais efizaz. Se fosse agir de pronto, não iria obter.
A autoridade administrativa também poderá realiza-lá. Não necessariamente são agentes de polícia, então, os da receita, poderão realiza-la. Na Lei de Drogas, isso não há. Assim, agentes das receitas estaduais e federal, componentes da Agência Brasileira de Inteligência e Membros de corregedorias, poderão realizar a ação controlada.
§ 1o  O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
Será previamente comunicado. Isso significa pedido de autorização? Não. Diferentemente da Lei de Drogas. É o caso do flagrante retardado. Agora a colaboração premiada depende de homologação judicial e o agente infiltrado precisa de autorização judicial.
Até porque, a diligência seria inoqua. E se for do momento? For final de semana? É organização criminosa.
§ 2o  A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3o  Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.
§ 4o  Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada.
Art. 9o  Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
Infiltração Policial
O agente de polícia é inserido na organização criminosa para ser como se fosse membro dela para colher prova para uma condenação. A primeira lei foi a antiga lei de combate as organizações criminosas, mas não regulamentou o procedimento. 
Depois, veio a lei de drogas, também com prévia autorização judicial, mas não regulamentou. Finalmente, esta lei regulamentou. Veja-se:
Art. 10.  A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
Quem pode pedir?
O Delegado de Polícia pode representar. E o Ministério Público pode requerer. Se for por requerimento do MP obrigatoriamente o Delegado deve ser ouvir.
Quem pode se infiltrar? SOMENTE AGENTES DE POLÍCIA. Há quem defenda que a militar pode, se não tiver efetivo, mas quem investiga é a polícia judiciaria (civil e federal).
Requisitos
1 – Prévia Autoridade Judicial do Juiz Competente
2 – Indícios da infração penal – A LEI NÃO PEDE DE AUTORIA
3 – Indispensabilidade
§ 2o  Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis.
É muito perigoso.
4 – Concordância do Agente
Ele pode se negar ou sair, com direito as medidas de proteção.
Duração
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
QUALQUER PROVA COLHIDA APÓS ESSE TÉRMINO É PROVA ILÍCITA E NO ART .157 É INADMISSÍVEL.
Flagrante Provocado
O agente infiltrado não é agente provocador. Agora se ele agir como esse aprova será ilícita pois o crime é impossível. 
Limites
O juiz é que estabelecerá os limites, o que o agente infiltrado pode fazer, porque algum crime ele vai ter que praticar. E se ele praticar um crime fora da autorização judicial? Renato Brasileiro afirma que os crimes autorizados pelo judiciário deve ser crime de perigo (tráfico de drogas). JAMAIS extorsão mediante sequestro ou homicídio, a não ser que sejainevitável.
Art. 13.  O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único.  Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Então, presente a causa excludente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa, não responde. Mas, no Excesso ele responde, não tem a causa.
Art. 14.  São direitos do agente:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; - NÃO É OBRIGADO! E PODE SAIR A QUALQUER TEMPO
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário; SÓ AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PODE QUEBRAR
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito. CRIME DO ARTIGO 20 DA LEI
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova
Art. 18.  Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 19.  Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20.  Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 21.  Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
Associação Criminosa
Quando as pessoas se unem para cometer crime. A associação em si é um preceito democrático, as pessoas podem unir e se juntar para qualquer finalidade, desde que seja lícita (cf. artigo 5, XVII).
Recentemente houve uma severa alteração neste artigo, em razão de duas leis. A primeira alteração foi pela Lei 12.850/13 (Lei de Organização Criminosa) que modificou até o nome do crime (modificação mais severa) – o antigo nome, da legislação de 40, é o crime de quadrilha ou bando.
A outra lei é a lei 12.720/2012 – 27 de setembro de 2012. Essa lei incluiu um outro crime dentro da estrutura do art. 288 que foi de milícia privada. Ocorre quando a polícia ou segurança pública não comanda o local, são os próprios bandidos que comandam o lugar, cobrando mensalidade, fornecendo gás etc. Às vezes são policiais em exercício e ex-policiais que cometem este crime.
Além da associação criminosa há outro ilícito penal que prevê a punição, que é aquele em que não comunica as autoridades o que está se discutindo naquela associação, seus fins. Quando se associa para fins secretos é contravenção penal (cf. art. 39 LCP). O STF entende que é um ilícito penal, estando vigente, mas existe discussões quanto a sua constitucionalidade.
A associação criminosa está dentro daquela estrutura dos delitos de impaciência, ou seja, o legislador já pune os atos preparatórios, porque os sujeitos não estão cometendo o crime, estão apenas discutindo, analisando as táticas, ensejando as situações, quais armas utilizarão no assalto ao banco, por exemplo. Não cometeram o crime, mas estão planificando e buscando pessoas para fortalecer a associação. Aqui já há a consumação da associação criminosa, mesmo que não tenham praticado nada do que estão pretendendo, pelo fato de ser um crime de perigo abstrato e formal, colocando em risco, automaticamente, a segurança da pessoa. Pode haver concurso em alguma infração ao Estatuto do Desarmamento com o art. 288 CP.
Evolução Histórica
A nomenclatura antiga dizia quadrilha ou bando. Chamava-se quadrilha por conta da expressão do âmbito do direito militar (4 militares que andavam sob cavalo). Se exigia 04 pessoas para a ocorrência do crime. Bando é sinônimo, não são diferentes, significa um conjunto de criminosos – é uma palavra pejorativa, se referindo a malfeitores, vândalos. Hoje, não é necessário 4 pessoas. Com o mínimo de 3 pessoas já se consuma a associação criminosa. 
Conceito 
Consiste no agrupamento de no mínimo três pessoas que se associam de forma estável e permanente com o objetivo de praticar vários crimes, colocando em risco a paz e a segurança pública.
Sujeito Ativo
O crime é comum e não exige uma condição fática do agente. Sendo assim, qualquer pessoa pode-se juntar a outra para a prática de um crime. Mas veja-se: deve-se analisar algumas questões porque não é tão comum como parece. 
Veja-se que o crime é de concurso necessário, havendo necessidade de vários agentes no polo ativo da conduta, exigindo o tipo penal no mínimo 3 pessoas. Então, haveremos autores, coautores, partícipe – praticando os delitos pelo quais eles se uniram na conduta criminosa.
Há um debate na doutrina sobre partícipe integrar o conceito de Associação Criminosa. Antes, havia corrente que defendia apenas o autor e no coautor, mas, hoje, qualquer que contribui para a conduta é considerado, isto é, seja autor, coautor ou partícipe. Então, aquele que engenha, planeja, lá do presídio, sem estar com a presença física (estar preso ou, por exemplo, está em outro país) também é sujeito ativo deste crime. Desse modo, é um crime plurisubjetivo. O nome técnico deste crime é crime de conduta paralela, porque todos se auxiliam mutuamente.
Hoje, com a reestruturação realizada pela lei 12.850/13, o mínimo é de 3 integrantes. No passado o mínimo era 4 – “quadrilha”. Dois não pode porque se confundiria com a figura do concurso de agentes. Pode haver 4 – 5 – 10 – 15, não falando a lei da quantidade máxima, apenas a mínima. A lei não fala nada sobre a quantidade maior, a lei não prevê, mas, óbvio que quantos mais integrantes a associação têm, mais perigosa ela fica e o juiz pode considerar isso nas circunstâncias judiciais presentes na 1ª fase da dosimetria da pena no tocante a pena-base, podendo eleva-la. A Itália prevê aumento de pena – vai qualificando de acordo com o número.
O número de integrantes da associação devem ser observados pelo critério/plano objetivo, analisando externamente. Então, não se fica analisando o prisma subjetivo, ou seja, a capacidade mental de cada agente. Por exemplo: Há A, B e C. B é menor ou pessoa com deficiência mental. Por pacificação da doutrina e da jurisprudência há associação criminosa. Do mesmo modo se só se encontraram dois, mas há prova de que são três integrantes, mesmo se não se saber o nome. O MENOR OU DEFICIENTE CONTA PARA O CONCEITO
A jurisprudência é pacífica em dizer que o Ministério Público, na hora da denúncia, deve descrever minuciosamente a conduta e comportamento de cada agente. Então, mesmo que não se saiba quem é, deve-se dizer o “papel”, sua “tarefa” dentro da associação.
Por exemplo: se num embate a polícia mata um agente e ficam dois haverá associação do mesmo modo.
Sujeito Passivo
É toda sociedade – é um crime transindividual, atacando a paz pública.
Tipicidade Objetiva
a) núcleo: “associarem-se”.
O verbo principal, o núcleo da conduta é associar-se. Essa união, segundo a doutrina e a jurisprudência, não pode ser esporádica, transitória passageira, ocasional, efêmera, que não se estabeleceu um vínculo, laços mais profundos, podendo caracterizar concurso de agentes. Então, não basta a simples união – é necessária uma união estável.
b) a estabilidade
É necessária, então, união estável,mas não hierarquia – isso é característica da organização criminosa. Pode até ser organizadas mas não há estrutura de hierarquia, não tendo chefe, mas pode até ter, mas o plano de hierarquia não é bem definido. A estrutura é mais rudimentar do que da organização e quando eles se unem organiza e estruturadamente caímos na Organização Criminosa.
c) finalidade de cometer crimes indeterminados
A associação se reúne para cometer crimes indeterminados, isto é, seja contra o patrimônio, vida humana, patrimônio ou administração pública. Não precisa nem ser da mesma espécie, pode ser de várias – não há determinabilidade.
Por exemplo: os agentes se reúnem para praticar um “assalto” em uma agência determinada. Se unem estavelmente para planejar aquele assalto. Isso não é associação criminosa, é concurso de agentes, porque há determinabilidade da conduta – do crime – em razão da própria lei que prevê “crimes”. Pode até se ter uma determinabilidade no plano de execução, mas, seria uma determinabilidade dentro num plano genérico de indeterminabilidade.
Não há associação criminosa para contravenções penais, nem atos imorais, mesmo que haja indeterminabilidade ou união estável.
É um crime formal, de perigo abstrato, não sendo necessário uma conduta concreta de risco a sociedade, basta o planejamento, dispensável é a execução. É um crime autônomo em relação aos demais que serão ou não executados. Existem até casos que a associação é descoberta antes da prática do delito planejado. Na prática é comum a prova retrospectiva pela reiteração das condutas dos agentes, como por exemplo vários assaltos a caixa eletrônico. Descobriu-se que foi tal associação pela prática dos seus crimes, mas, como referido, nada impede de se descobrir antes como por interceptação telefônica.
Natureza permanente do delito
O crime é permanente – ou seja, enquanto os agente estiverem reunidos de forma coesa, em união estável, o estão cometendo, podendo até ocorrer a prisão em flagrante em qualquer momento, independente se os outros crimes foram executado. Para invadir a casa precisa-se de um mandado, feito pela autoridade competente, mas, em flagrante, pode-se ingressar no imóvel, e é aqui que se encaixa a associação.
Requisitos da associação criminosa
1) Concurso mínimo de três agentes – SE NÃO É CONCURSO
2) Estabilidade – SE NÃO É CONCURSO
3) finalidade de cometer crimes indeterminados – SE NÃO É CONCURSO
Tipicidade Subjetiva
Crime doloso – vontade livre e consciente de se associar as outras pessoas. Sua natureza é de dolo específico – por que integro a associação? “para cometer crimes indeterminados – qualquer crime”.
Consumação e Tentativa
Crime formal de perigo abstrato – com a associação já há o perigo a sociedade. A doutrina afirma que a associação se consuma no momento ou instante associativo, que é quando a associação é formada. Mas, há doutrinadores que afirmam que é necessária a determinabilidade, como o Guilherme Nucci, mas a corrente majoritária dispensa esse requisito. 
Então, majoritariamente, a consumação ocorre quando se forma a “associeta céleres”.
Não se admite tentativa. A associação criminosa é uma situação de atos preparatórios – os agentes incidem na conduta mesmo sem terem cometido nenhum crime planejado. Como é um ato preparatório não é possível fracionar a conduta pelo entendimento majoritário da Jurisprudência.
Figuras Qualificadas (art. 288 parágrafo único CPP).
a) associação armada
Quando a associação é armada, sua periculosidade é maior, podendo causar um risco maior a segurança pública. Havia um debate acerca se era necessário que todos estivessem armados mas pelo entendimento máximo do Supremo Tribunal Federal basta que apenas um esteja. Outro debate é se deveria ser arma própria, isto é, a de fogo, ou arma branca, imprópria, como a faca - O STF também diz que qualquer tipo de arma, tanto arma de fogo quanto arma branca, ambas se inserem nesse dispositivo, inclusive os integrantes respondem pelo estatuto do desarmamento. Assim, respondem em concurso com o Estatuto do Desarmamento. Por exemplo: se for fuzil responderão pelo artigo 16 do Estatuto do Desarmamento.
b) criança e adolescente
Para desestimular a presença de crianças e adolescentes na associação, pois se utilizavam delas para cometer o crime. Desse modo, criou-se essa qualificadora. Até 18 anos excluindo-se o 18 anos. 0 a 12 incompleto é criança – 12 a 18 é adolescente. Se um integrante comete um crime e o outro está lá fora da casa pode ser aplicada a regra da participação dolosamente distinta ou o partícipe.
Vamos imaginar que uma associação se reúne para praticar roubo ou furto. Esses delitos preveem uma qualificadora ou majorante quando mais de um cometem o crime, aumentando-se a pena em razão do concurso de agentes. A essência dos dois é a pluralidade de agentes (as disposições desses crimes com a associação). Não incidiria no “Non bis in idem”? 
1ª corrente: se o crime já é qualificado pelo concurso, esta circunstância qualificadora ou causa de aumento decorrente do concurso de agentes não pode ser inserida no caso em concreto porque os agentes já estarão sendo punidos pela associação criminosa. Só responderá pela associação + o crime na modalidade simples ou outra qualificadora – não pode ser a supracitada.
2ª corrente: Pode ser aplicado as duas questões ao mesmo tempo, podendo ele responder pela associação criminosa + a modalidade qualificadora ou majorante em concurso material. Para essa segunda corrente não há bis in idem – são circunstâncias diferentes – os crimes são autônomos, absolutamente diferentes. Essa segunda corrente afirma que a associação já estava consumada antes do roubo acontecer e este crime é autônomo e independente - é diferente do crime de roubo ou furto. É um crime formal, de perigo abstrato, com bem jurídico diferente – e o de roubo e o de furto são crimes diferentes, contra o patrimônio, materiais, com bens jurídicos totalmente díspares, são independentes e autônomos em relação um ao outro. Essa corrente predomina e é reiterada e pacífica no STF.
13 – Associação criminosa para a prática de crimes hediondos (art. 8º da Lei nº 8072/90)
É a associação criminosa especial para a doutrina, isto é, quando ela é formada para a prática de crimes hediondos, incidindo-se no artigo 8º da Lei 8072/90, sendo que a pena aqui é de 3 a 6 anos. São os crimes hediondos contidos no art. 1º da mesma lei. “Uma associação criminosa para praticar estupro”. Também abrange os crimes hediondos equiparados (tortura, terrorismo e tráfico), além dos ordinários. Mas, se há união estável para o tráfico de drogas caímos no artigo 35 da Lei 11.343/06 – associação para o tráfico, que tem outros requisitos, inclusive o número de integrantes, bastando dois.
Quanto a tortura, se aplica o art. 8º - não havendo especificidade na lei 9455/97 (Lei do crime de tortura). Há uma questão interessante quanto ao terrorismo. A lei 13.260/16 (16 de março de 2016) prevê um artigo 3º que fala sobre as pessoas que se unem para a prática de terrorismo – ele é muito sucinto, mas há uma união de previsão específica de associação para o terrorismo.
Nos crimes envolvendo associação criminosa para fins de prática de crimes hediondos, há uma causa de diminuição de pena que é uma prática de delação premiada para o integrante da associação criminosa que a denunciar. Há autores como Damásio de Jesus que não utiliza delação premiada – ele usa traição benéfica. Se reduz de 1 a 2/3.
O artigo 8º parágrafo único não foi alterado pela lei, ainda existindo bando ou quadrilha – mas estamos diante de uma situação de analogia in bonan parte (para doutrina e jurisprudência).
Esse tipo de delação só se aplica a prática de crimes hediondos. Existem várias outras delações. Na associação comum pode ser beneficiado pela delação premiada, mas não esta do art. 8º e sim a regra prevista numa lei própria (a lei 9807/99) – reduz no mesmo patamar – 1 a 2/3, da proteção especial as testemunhas, no artigo 14.
Associação Comum: Art. 14 – Lei 9807/99
Associação para CrimesHediondos: Art. 8 8072/90
Associação ao Terrorismo ou Tráfico: Lei Específica
	
DIFERENÇAS QUANTO
	
ASSOCIAÇAO CRIMINOSA
	
ORGANIZAÇAO CRIMINOSA
	
NÚMERO DE INTEGRANTES
	
03
	
04
	
*** ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
	
Não se exige rudimentar. É a principal circunstância diferenciadora. Na associação é rudimentar, pode até ter uma certa organização mas a organização há uma estrutura quase que empresarial, com planos, tarefas e divisão de funções, e hierarquia.
	
É ordenada, existe hierarquia e divisão de tarefas
	
DELITOS PRATICADOS
	
É simples, hediondo, de pequeno potencial ofensivo.
PODE SER GRAVE OU NÃO
	
Simples, hediondos, crimes graves
SEMPRE GRAVE
	
PENA DO CRIME
	
Simples: 01 a 03 anos
Hediondos: 03 a 06 anos
	
03 a 08 anos
	
PREVISAO LEGAL
	
Artigo 288, CP 
Lei nº 8.072/90
Lei nº 12.720/12
Lei nº 12.850/13
	
Artigo 2º da Lei nº 12.850/13

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