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Potássio UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS Potássio Prof. Me. Juliano Santana Material: Prof. Dr. Leonardo Collier Demanda por K pelas culturas Arroz Feijão Milho Demanda de K (kg K2O t-1 grão) 3 15 6 Recomendação de K (kg K2O ha-1 t-1 grão) 10 20 10Milho Soja Sorgo Trigo 6 20 4 6 10 25 10 10 Importância do K para as plantas Deficiência de K nas plantas � DINÂMICA DO POTÁSSIO NO SOLO K trocávelK trocável K não trocávelK não trocávelK soluçãoK solução K em K em mineraisminerais RÁPIDORÁPIDO LENTOLENTO MUITO MUITO LENTOLENTO PLANTAPLANTA FERTILIZANTESFERTILIZANTES Representação esquemática da dinâmica do potássio no solo. K trocávelK trocável mineraisminerais RÁPIDORÁPIDO LENTOLENTO LENTOLENTO K DISPONÍVEL K DISPONÍVEL RAPIDAMENTERAPIDAMENTE K DISPONÍVELK DISPONÍVEL LENTAMENTE LENTAMENTE K LIBERADO K LIBERADO SOMENTE PELO SOMENTE PELO INTEMPERISMOINTEMPERISMO LIXIVIAÇÃOLIXIVIAÇÃO Formas de Potássio no solo a) Potássio estrutural (não disponível) K contido na estrutura dos minerais. b) Potássio não trocável (lentamente disponível) K “fixado” ou retido entre as lâminas das argilas (2:1). c) Potássio trocável (disponível) K retido na CTC do solo. d) Potássio em solução (disponível) K dissolvido na solução do solo. K estrutural – 90% a 98% K trocável – 1% a 8% Formas de Potássio no solo K em solução – 0,1% a 0,2% Dinâmica do potássio no solo K estrutural K presente nos minerais primários e secundários. - Minerais primários (micas, feldspatos) - Minerais secundários (ilita, vermiculita) Intemperismo dos minerais potássicos KAlSi3O3 + H+ HAlSi3O8 + K+ K não trocável K “fixado” nas K “fixado” nas camadas das argila expansivas do tipo 2:1. (Veja figura ao lado) K trocável K ligado as cargas negativas da CTC do solo, disponível para suprir a solução do solo. Ideal para maioria dos solos cultivados: adequada a saturação por K no solo em torno de 2 a 5 % da CTC.da CTC. K em solução K dissolvido na solução do solo na forma disponível para absorção pelas plantas. Potássio disponível K trocável K em solução Qual das duas formas é mais importante para as culturas no ambiente tropical? Porque? Afetam a disponibilidade do potássio no solo - Água no solo - Equilíbrio com Ca e Mg - Material de origem / Mineralogia - Textura - CTC - pH - Tipo de sistema radicular Como o potássio movimenta-se no solo O potássio movimenta-se por difusão e fluxo de massa. O potássio no solo No solo o K pode: - Ser atraído para a superfície das argilas e matéria orgânica (CTC). - Permanecer na solução do solo - Ser absorvido pelas plantas. - Ser lixiviado em solos arenosos. - Ser fixado ou convertido em formas não disponíveis ou lentamente disponíveis. Fatores do solo que afetam a absorção de K pelas plantas a) Aeração do solo Solos aerados promovem maior absorção de K pelas plantas. b) Nível de K trocávelb) Nível de K trocável Baixo nível de K no solo diminui a absorção pelas plantas c) Fixação do K Solos com alta capacidade de fixação de K, diminuem a disponibilidade para as plantas. d) CTC do solo Alta CTC proporciona maior capacidade de fornecimento de K para as plantas. e) Umidade do solo Fatores do solo que afetam a absorção de K pelas plantas A água é o transportador principal do K para as plantas. Facilita difusão com concentrações normais a baixas g) Profundidade de enraizamento Plantas com maior volume de raízes apresentam maior capacidade de absorção de K. h) pH do solo Fatores do solo que afetam a absorção de K pelas plantas Toxicidade do Al3+ desfavorecem absorção de K. Solos ácidos apresentam aumento de cargas positivas. Perdas de K no solo 140 – 365 kg K2O/ha Exportação pelas culturas Lixiviação do K. A lixiviação do K ocorre em solos com baixa CTC presentes em áreas com alta precipitação.precipitação. Calagem excessiva, acidez, textura arenosa, baixos níveis de M.org também são determinantes Erosão Evitar práticas de manejo que deixem o deixem o solo descoberto Pode chegar a 80 kgha ano Ganhos de K no solo O que existe de comum nas três imagens que pode ajudar a promover menos perdas ou até ganhos de K no sistema? Resumo das perdas e ganhos de K no solo e sistemas agrícolas Perdas: a) Exportação das culturas – qto. mais exigente maiores as perdas b)Lixiviação c) Calagem e Gessagem excessiva b)Lixiviação c) Calagem e Gessagem excessiva d)Erosão Ganhos: Custo baixo – adição de palhadas (cobertura viva e morta) e resíduos orgânicos no solo – proteção e aumento da CTC K no vegetal Plantas que são grandes consumidoras : Cereais com grãos maiores Plantas produtoras de amido, açúcar e fibras Exportadoras de frutos pequenos e grandes Gramíneas x Leguminosas - Qual conclusão se tira do Gramíneas x Leguminosas - Qual conclusão se tira do quadro abaixo? Teores de K em % Folhas Planta inteira Parte colhida Arroz 2,0 0,18 0,23 Milho 2,0 1,16 0,70 Feijão 2,0 3,10 2,20 Amendoim 1,5 1,89 4,70 Quantidades de nutrientes reciclados nas palhadas de milheto e aveia utilizadas como cobertura de solo em plantio direto e nas palhadas de milho e soja após a colheita dos grãos. Selvíria, MS. Cultura Produtividade Nutrientes (kg/ha) (m. s - t/ha)1/ N P K Ca Mg(m. s - t/ha) N P K Ca Mg Milheto 7,10 122 16 124 26 17 Aveia 3,10 62 8 60 12 4 Milho 7,65 78 16 90 34 12 Soja 5,42 54 8 77 28 15 1/m.s = matéria seca a 65°C. Fonte: modificada de Marques et al. (2002). Solos onde ocorre a deficiência e a adubação tem mais respostas Conversão de K para K2O e vice-versa K = K2O x 0,83 K O = K x 1,2K2O = K x 1,2 Ex.: Converter 20 kg K para K2O Ex.: Converter 150 kg de K2O para K. Fonte de fertilizantes potássicos Cloreto de potássio (KCl) Solúvel e contém 60 % de K2O. Apresenta alto índice salino. Sulfato de potássio (K2SO4)Sulfato de potássio (K2SO4) Solúvel e contém cerca de 50 % de K2O e 18 % de S. Nitrato de potássio (KNO3) Contém cerca de 44 % de K2O e 13 % de N. Sulfato de Potássio e Magnésio (K2SO4. 2MgSO4) Menos solúvel que os anteriores, por isso incentivados pela Agricultura orgânica, contém cerca de 22 % de K2O, 22 % de S e 11% Mg. Salitre de potássio (KNO3.NaNO3) Solúvel e contém 14 % de K2O, 15%N e o Na pode trazer Problemas - índice salino. Existem outras fontes menos convencionais? Análise do K disponível = trocável mais solúvel Padrão – NH4COOH 1,0 molL-1 Mehlich 1 – o mesmo do P assimilável – HCl (0,05 molL-1)+H2SO4 (0,025 molL-1) Resina de troca catiônica (SP)Resina de troca catiônica (SP) Conversão de K de cmolc para mg.dm-3 (ou ppm) K em cmolc = K em ppm/ 391 (peso atômico x 10) K em ppm = K em cmolc x 391K em ppm = K em cmolc x 391 Porque estou fazendo isso? Preciso saber se estou Fazendo a consulta às tabelas com o valor Correto – senão erro toda recomendação de adubação Exemplos com a análise anterior Recomendação de potássio para um solo onde será realizado um plantio de uma cultura de ciclo curto Recomendação de potássio Recomendação de potássio onde será realizado o plantio de uma forragem Recomendação de potássio onde a forragem já se encontra estabelecida Interpretação da análise de solo (Região dos Cerrados) K (extraído por Mehlich 1) Teor de K em mg dm-3 Interpretação Dose de adubo kg K2O ha-1 CTC < 4,0 cmolc dm-3 ou argila< 20% <15 Baixo 50 16-40 Médio 25 >40 Adequado10 Quase igual anterior >40 Adequado 0 CTC > 4,0 cmolc dm-3 ou argila> 20% < 25 Baixo 100 26-80 Médio 50 >80 Adequado1 0 Milho Embrapa Cerrados – recomenda suprir a demanda que será retirada com os grãos para manter nível após a corretiva Se vc não quiser fazer a adubação corretiva – vá direto para tabela da cultura Para estabelecimento de pastagens a EMBRAPA recomenda Para fase de manutenção (embora pode usar no estabelecimento também): Ex: Nível crítico entre 50-60 mgdm-3 , o teor da análise é de 30 mgdm-3 , o teor de K a adicionar seria de 48-72 kg K2O/ha Adubação com K. A quantidade de K a ser aplicada depende do teor de K no solo, espécie vegetal e a expectativa de produção. Dependendo do teor de K no solo (muito baixo aDependendo do teor de K no solo (muito baixo a baixo) há a necessidade de utilizar uma adubação corretiva com K, com o objetivo de elevar a saturação por K no solo. Manejo da adubação potássica a) Textura, tipo de solo e CTC. b) Parcelamento da adubação Solos arenosos, com baixa CTC e sujeito a chuvas intensas:intensas: - Adubação parcelada, principalmente em grandes quantidades, em linha ou sulco de plantio. Solos argilosos e com alta CTC: - pode-se optar por adubação total ou parcelada, de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra. Sulco Lanço Sulco + cobertura Dose (K2O) 0 60 60 LVA Argiloso kg ha-1 1045 1392 1457 NQ kg ha-1 2252 2618 2881 Modo de aplicação de K sobre o rendimento da soja em dois solos Sulco + cobertura 60 30 + 30 1457 1464 2881 2979 361 kg72 kg Manejo da adubação potássica c) Adubação potássica corretiva No caso da adubação corretiva deve-se distribuir o fertilizante a lanço e incorporar (observar que a saturação por K deve ser de 2 a 5% da CTC a pH 7,0.)saturação por K deve ser de 2 a 5% da CTC a pH 7,0.) d) Manejo dos restos culturais A grande parte do K absorvido pelas planta encontra- se nos restos culturais.