Buscar

TRABALHO CRIMONOLOGIA CESARE BECCARIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

– Da interpretação das leis de acordo com Cesare Beccaria.
Beccaria defende que os juízes não poderiam interpretar as leis penais, pelo fato de não serem legisladores.
Importante dizer, que ele frisa que os juízes não receberam as leis como um testamento de seus avós , no qual a eles fosse deixada apenas a missão de obedecer. Os juízes recebem as leis de uma sociedade que muda, por isso viva ou por meio de um soberano que é o depositário desta vontade geral.
De acordo com Beccaria, se cada cidadão tem obrigações para cumprir com a sociedade, em contraposição a sociedade tem igualmente obrigações para cumprir com cada cidadão, pois um contrato consiste em obrigar as duas partes contratantes.
Tais obrigações mútuas têm como finalidade o interesse público, no qual deve se observar as convenções úteis a maioria. Em sendo violada em uma de tais convenções , são nulas, pois não há como se falar em vontades que não existiram.
As leis devem guiar os interesses particulares para o bem geral, pois o soberano é o depositário das vontades atuais de todos, e nunca o juiz a quem caberia apenas examinar se tal homem cometeu ou não um ato ofensivo as leis .
O juiz deveria partir de um silogismo perfeito, no qual a premissa maior deveria ser a lei geral, a menor, a ação conforme ou não à lei, a consequência, a liberdade ou a pena.
Cada homem traz sua maneira de ver, sendo que este mesmo homem vê de formas diferentes o mesmo objeto. O espírito da lei estaria, no resultado da boa ou má lógica de um juiz, da debilidade de um acusado, da violência das paixões do magistrado, das suas relações com o ofendido, ou seja, de pequenas causas que acabam por modificar as aparências e transmutá-las, bem como a natureza dos objetos no espírito mutável do homem.
Beccaria defende que as leis deveriam ser fixas e literais, frisando mais uma vez que só caberia se ao magistrado examinar os atos dos cidadãos , para indicar se estes estão conforme à lei escrita, ou se a contrariam , no instante em que a regra do justo e do injusto, que deve orientar em todos os seus atos , o homem sem instrução e o instruído , e não for motivo de polêmica , e sim simples questão de fato, não se terá mais cidadãos submetidos a tiranos , cuja crueldade é proporcional, não às suas forças , mas aos obstáculos que lhes são impostos.
Sendo as leis penais cumpridas “à risca”, de forma literal, qualquer cidadão já saberá as conseqüências provenientes de seus atos, sendo isto, de acordo com Beccaria útil, visto que tal conhecimento poderá fazer com que nem queira praticar crime.
Desta forma, o cidadão poderá usufruir, de sua liberdade e de seus bens; e isso é justo,pois e o que leva os homens a se reunirem em sociedade.
Os cidadãos conquistarão certo espírito de independência, se tornando menos sujeitos aos que ousaram atribuir o nome sagrado de virtude à covardia, às complacências cegas.
Tais princípios desagradarão aos déspotas subalternos que acham no direito de esmagar os seus inferiores com o peso da tirania que suportam. Beccaria encerra frisando que os tiranos não lêem.
1.2 – Pontos positivos e negativos da interpretação da lei de Beccaria.
Partindo da tese defendida por Beccaria, podemos auferir tanto pontos positivos como negativos. Dentre esses, e fazendo uma relação com a atualidade traçamos que : 
Um dos pontos negativos defendidos por Beccaria é afirmar que não cabe ao juiz interpretar as leis e que as vontades do povo devem ser depositadas no soberano. Pois bem,correlacionando com a atualidade,defendemos que essa função de interpretação, de hermenêutica é sim do juiz, pois, munido de imparcialidade, conforme disposto pelo artigo 93, IX da nossa atual Carta Magna todas as suas decisões serão fundamentadas, além de serem todos os julgamentos públicos .
Imaginemos que, se seguíssemos atualmente, a visão de Beccaria no concernente ao depósito das vontades do povo nas mãos dos soberanos e, sem querer fazer qualquer defesa partidária, Donald Trump , Luis Inácio Lula da Silva ou até mesmo Michel Temer,seriam estes soberanos. Como estaria agora neste momento aqueles que invadiram as fronteiras do México e vivem clandestinamente nos Estados Unidos ou como estariam os investigados pela “Lava Jato” , se ao juiz Sérgio Moro fosse dado apenas a oportunidade de analisar se os envolvidos cometeram ou não um crime, sendo impedido de interpretar a lei , podendo o Executivo , interferir na esfera do Judiciário?
O ponto positivo de Beccaria é que a lei realmente pode ser um meio de coibir a tirania, todavia, o ponto negativo é dizer que ela deve ser vista deve ser vista como fixa e literal, desprovida de interpretação. Dentro dos limites dados ao juiz, conforme artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, como decisões fundamentadas, julgamentos públicos, é importante a hermenêutica, pois uma pessoa que praticou um homicídio pode em um momento ter sido intencionada por um motivo torpe, outra por motivo fútil e isso só a interpretação, a analise da lei poderá dizer. 
Sem interpretação, claro que de forma fundamentada, é que se corre o risco de se cair nas mãos de tiranos e não com interpretação, conforme Beccaria acreditava. 
Outro ponto, que pode ser considerado como positivo na tese de Beccaria é que os tiranos realmente não lêem. Em pesquisa recente feita por uma revista, perguntado ao Donald Trump qual último livro ele havia lido, o mesmo afirmou que nem se lembrava. Perguntado ao ex- presidente Luis Inácio Lula da Silva, o mesmo disse que prefere uma novela ou algum programa no qual não tenha que refletir. 
Enfim Beccaria ainda continua muito certo na afirmação: “os tiranos não lêem”. Que possamos ler muito boas literaturas, para que assim não corramos o risco de se tornar tiranos nas vidas das pessoas ou tiranos nos meios políticos, se optarmos por seguir esse. 
Bibliografia : 
Angher, Anne Joyce ,organização -26.ed.- São Paulo: Rideel, 2018 (Série Vade Mecum).
Beccaria , Cesare Bonesana, Marches di , 1738-1794. Dos delitos e das penas- São Paulo, 2014.

Outros materiais