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INOVÇÃO TECNOLÓGICA AV1

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AULA 1
INOVÇÃO TECNOLÓGICA
O ciclo de criação/conversão/aplicação do conhecimento é contínuo e contribui fortemente para gerar nas organizações a cultura organizacional inovadora.
Através dessa disciplina, você também vai compreender os processos de criação e transferência do conhecimento e de inovação na área de Tecnologia da Informação, bem como seu relacionamento com o setor produtivo, através da identificação das capacidades tecnológicas materiais e imateriais que devem ser construídas pelas empresas como principais diferenciais competitivos num cenário globalizado, a partir da articulação dos conceitos de ciência, tecnologia e inovação.
Também, serão apresentados e discutidos modelos de mudança tecnológica, com análise do modelo linear, nas suas categorias science-push e market-pull, e dos modelos interativos. Fique tranquilo que você vai compreender todos esses conceitos e aplicá-los oportunamente.
Através de atividades dinâmicas e práticas individuais e/ou cooperativas, você terá a oportunidade de despertar/desenvolver alguns componentes do comportamento empreendedor e inovador, com o emprego de métodos e técnicas específicos.
As principais características e estratégias de empresas inovadoras serão apresentadas e discutidas, através de casos muito interessantes, para compreensão e construção da cultura organizacional fértil para a inovação.
Agora que você já tem uma visão geral dos principais assuntos abordados na disciplina, vamos iniciar nossa disciplina entendendo melhor o que é conhecimento, seu valor e seu processo de criação.
VALOR DO CONHECIMENTO
Uma questão recorrente na sociedade contemporânea é o grande valor do conhecimento e como transformá-lo em ativo ou riqueza, considerado um desafio estratégico para países, corporações e empresas na economia global em que vivemos.
Segundo ranking anual elaborado pela National Science Indicators (NSI), os países que mais produziram conhecimento em 2008 foram:
VALOR DO CONHECIMENTO
Após entender o valor do conhecimento como principal bem de nossa sociedade, você pode perceber que, para o crescimento e desenvolvimento virtuoso de países e corporações, é necessário um fluxo de criação, difusão e utilização do conhecimento. Conceitos, como capacidade de aprendizado, criatividade, flexibilidade e sustentabilidade, surgem como princípios orientadores para conduta de indivíduos e organizações.
CRIAÇÃO, CONHECIMENTO, DIFUSÃO, UTILIZAÇÃO
	
EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DO CONHECIMENTO 
CRIAÇÃO E CONVERSÃO DO CONHECIMENTO
Para compreender o processo de criação do conhecimento é importante a utilização de categorias para os diferentes tipos de conhecimento. Vamos trabalhar inicialmente com as categorias de conhecimento tácito e conhecimento explícito (Nonaka & Takeuchi. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997). 
 “O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos”.
“O conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias”.
O quadro seguinte sintetiza as principais diferenças entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito:
CONHECIMENTO TÁTICO
O grande desafio das empresas é transformar o conhecimento tácito de seus colaboradores em conhecimento explícito, identificado onde e como está armazenado o conhecimento, com todos os seus atributos, e como recuperá-lo.
CONHECIMENTO EXPLÍCITO
A criação de um novo conhecimento numa organização está relacionada a um processo de interação dinâmica e cooperativa entre seus colaboradores, que implica em aprendizado, constituindo-se num processo coletivo e não meramente individual, podendo levar a uma formação organizacional, regional, nacional ou global.
Nonaka & Takeuchi identificaram quatro modos de conversão entre conhecimento tácito e explícito: externalização, internalização, combinação e socialização.
O QUADRO SEGUINTE PERMITE UMA MELHOR VISUALIZAÇÃO E COMPREENSÃO DA INTERAÇÃO E CONVERSÃO DESSES CONHECIMENTOS:
Através desses quatro modos de conversão, é possível transformar o aprendizado individual em coletivo, possibilitando a realização de tarefas que dificilmente poderiam ser realizadas individualmente. O processo de conversão do conhecimento é a base para criação e gestão do conhecimento e os Sistemas de Informação é que vão proporcionar meios adequados para suportar esses quatro modos. Um exemplo de sucesso na criação do conhecimento são as empresas japonesas que usaram esses modos de conversão, transformando conhecimento tácito em conhecimento explícito, permitindo o compartilhamento do conhecimento.
Socialização
 Processo de compartilhamento de experiências, permitindo a interação entre conhecimentos tácitos. Dessa forma, o conhecimento pode ser adquirido de outra pessoa através da observação, imitação ou prática, mesmo sem usar alguma linguagem. Os aprendizes trabalham com seus mestres e aprendem sua arte não através da linguagem, mas sim através da observação, imitação e prática.
 Exemplo: Aprendizado de um estagiário na interação com seu orientador numa empresa.
Externalização
 Transformação ou articulação do conhecimento tácito em explícito, com migração do cérebro humano para documentos e mídias diversas, por meio de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. A metáfora é uma forma de perceber ou entender intuitivamente uma coisa imaginando outra coisa simbolicamente. A externalização é considerada a chave para a criação do conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. Esse modo é visto no processo de criação de um conceito e, normalmente, é provocado pelo diálogo ou pela reflexão coletiva. 
Exemplo: Quando ouvimos ou lemos uma metáfora percebemos ou entendemos intuitivamente algo, imaginando outra coisa simbolicamente.
Internalização 
Processo inverso ao da externalização, de migração do conhecimento explícito para o cérebro humano, através de diversas metodologias e atividades de aprendizagem. É a incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito e está intimamente relacionada ao “aprender fazendo”. Exemplo: A leitura de manuais e documentação auxilia o indivíduo a internalizar conhecimento explícito, transformando-o em tácito.
Combinação
Processo de interação entre conhecimentos explícitos para geração de novos conhecimentos. É a sistematização de conceitos por meio da combinação de conjuntos diferentes de conhecimentos explícitos. Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de meios como documentos, reuniões, conversas ao telefone ou redes de comunicação computadorizadas. A reconfiguração das informações existentes através da classificação, do acréscimo, da combinação e da categorização do conhecimento explícito (como realizado em bancos de dados de computadores) pode levar a novos conhecimentos.
Exemplo: A criação de conhecimento através da educação (escola, universidade) ou do treinamento formal.
AULA 2
A sociedade atual se caracteriza pela velocidade em que ocorrem mudanças no ambiente, ocasionadas pela globalização e pelo fácil acesso a informação, o que proporciona a geração contínua de novos conhecimentos. As organizações dessa nova sociedade devem estar preparadas para estas mudanças para que se mantenham competitivas e possam se perpetuar no mercado. Para isto, torna-se fundamental para estas organizações lapidar a informação que recebe transformando-a em conhecimento, para que, através do compartilhamento deste conhecimento seja possível alcançar originalidade, maior vantagem competitiva e inovação produtiva. Como o conhecimento é gerado pelas pessoas, as organizações estão buscando propiciar aos colaboradores novas formas de crescimento profissional e pessoal, de modo a atrair, desenvolver e reter o capital intelectual que agregue valor a organização. Desta forma, propiciam o surgimento de novas idéias e soluções, aumentando o grau de competitividade organizacional. Desta forma,é imprescindível que conheça as condições que promovem a criação do conhecimento numa organização, identificando as fases desse processo e suas características. Então, é fundamental que seus colaboadores conheçam as condições que promovem a criação do conhecimento numa organização, identificando as fases desse processo e suas características de conhecimento. Nesta aula abordaremos esses tópicos, com alguns exemplos.
AULA 2
A ESPIRAL DO CONHECIMETO
Agora que você já conhece a diferença entre conhecimento tácito e explícito e seus modos de conversão, pode compreender melhor o processo de criação do conhecimento, composto por fases e promovido em determinadas condições num tempo definido, como se fosse uma espiral – a espiral do conhecimento. 
A ESPIRAL DO CONHECIMENTO
O conceito de espiral do conhecimento foi amplamente divulgado no início da década de 90, pois explicava e demonstrava de forma prática como as empresas podem desenvolver o fluxo do conhecimento entre as pessoas, parceiros e o mercado.
Uma espiral cresce contínua e evolutivamente, assim também acontece com o conhecimento que vai se desenvolvendo em espiral quando se acrescenta mais um passo a cada ciclo.
Pode-se perceber de forma mais clara o fluxo da espiral do conhecimento através da seguinte figura, proposta por Nonaka & Takeuchi:
A aplicação desse conceito traz para as empresas inúmeros benefícios em termos de produtividade, resultados e competitividade. São exemplos dessas empresas:
Abordagem Oriental x Ocidental
Segundo Nonaka e Takeuchi, existem diferenças básicas entre o pensamento japonês e o ocidental sobre o conhecimento. Essas diferenças residiriam no fato do pensamento ocidental ter uma compreensão estreita do que seja conhecimento, consequentemente, também dos meios para a sua exploração, e de não ter se desvencilhado do dualismo cartesiano impregnado no pensamento ocidental.
 
Para os japoneses, o conhecimento vai além dos dados quantificáveis e das informações codificadas, e o dualismo estaria presente em separações, tais como tácito e explícito, corpo e mente, individual e organizacional, burocracia e força-tarefa, racionalismo e empirismo, planejamento e implementação, entre outros. A proposta principal do trabalho desses autores foi formular uma nova teoria sobre a criação de conhecimento no âmbito organizacional. Para isso, eles investigaram três dimensões do tema: ontológica, epistemológica e temporal. Investigaram também as condições necessárias para a sua criação e exploração.
DIMENSÃO TEMPORAL
Quando as interações na dimensão ontológica e epistemológica se sobrepõem ao longo do tempo (terceira dimensão desta teoria), é formada a espiral do conhecimento, que representa a dinâmica do processo de criação do conhecimento.
DIMENSÕES DO CONHECIMENTO
No contexto organizacional, o relevante é que o conhecimento seja difundido, ultrapassando o nível individual para o grupal, do grupal para o organizacional e, de acordo com o caso, do organizacional para o interorganizacional. Quando esse evento é dinâmico e acontece permanentemente, cria-se um clima fértil para a cultura organizacional inovadora. 
DIMENSÃO EPISTEMOLÓGICA( ESTUDO/ TEORIA SOBRE CONHECIMENTO)
Está fundamentada no conhecimento, na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Essa teoria estudou a interação entre o conhecimento tácito e o explícito, identificando quatro modos de conversão. 
DIMENSÃO ONTOLÓGICA
 ( TEORIA OU CIÊNCIA DO SER, INDEPENDENTE DO MODO PELO QUAL SE MANIFESTA)
Está fundamentada no ser e na construção do conhecimento pelo indivíduo, independente do modo pelo qual se manifesta.
Uma empresa ou organização, para desenvolvimento do processo de criação do conhecimento, precisa estabelecer condições básicas para desenvolvimento da espiral, oportunizando situações e ferramentas que facilitem as atividades cooperativas para criação e acúmulo de conhecimento em nível também individual.
Um caso real muito interessante sobre a criação da espiral do conhecimento é o da IBM, que teve uma crise no final da década de 90 relacionada à 
condição de flutuação. Leia, a seguir, um trecho da entrevista com Ricardo Peregrini, presidente da IBM, que cita a crise e sua principal causa.
A flutuação pode ser provocada por novas regulamentações no setor, concorrentes, mudanças no perfil do cliente, avanços tecnológicos, entre outros fatores externos à organização. Nesse caso da IBM, a empresa não estava em estado de flutuação e não percebeu a mudança nas necessidades dos clientes e a concorrência de empresas emergentes no mercado. A IBM entrou em crise, enfrentando uma situação de caos.
Agora que você já compreendeu o conceito de espiral do conhecimento e as condições necessárias para sua criação, vamos verificar que o processo de criação do conhecimento está relacionado à dimensão tempo num modelo integrado de cinco fases.
	
FASES DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
O processo de criação do conhecimento é descrito por Nonaka e Takeuchi (1997) como um modelo de cinco fases, conforme a seguir:
Fases do processo de criação do conhecimento
Quando o conhecimento se torna tangível ou assume a forma de arquétipo (modelo ou protótipo), inicia-se um novo ciclo de criação do conhecimento que se expande horizontal e verticalmente na organização, num ciclo virtuoso de difusão do conhecimento, que pode estabelecer-se somente na organização ou ser difundido para outras empresas por meio da interação dinâmica, como empresas associadas ou afiliadas, clientes, fornecedores, concorrentes e outras organizações externas. Então, pode ser iniciado um processo de transferência de conhecimento e busca da inovação.
A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO
Para que o conhecimento esteja em constante processo de difusão, é necessário que seja transferido do local onde foi criado para outras organizações que continuem a desenvolvê-lo continuamente e o apliquem de forma a gerar inovação.Existem alguns fatores que inibem esse processo de transferência, denominados atritos. O processo de transferência do conhecimento, segundo Bonaccorsi e Piccaluga (1994), possui quatro dimensões:
TEMPO DESPENDIDO NO PROCESSO
APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
IMPLICITABILIDADE DO CONHECIMENTO
UNIVERSALIDADE DO CONHECIMENTO
A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO
Na atual sociedade do conhecimento, é fundamental a troca e produção deste conhecimento para que as organizações permaneçam competitivas em seus segmentos. Para facilitar esta produção de conhecimento, torna-se fundamental as parcerias e cooperações entre estas organizações e as Universidades que, com seus centros de pesquisas, geram conhecimento científico e tecnológico assimilável pelo setor empresarial.
Agora que você já leu o material didático e compreendeu as formas de relação entre universidade X empresa para geração de um ciclo virtuoso de inovação, poderá identificar seus benefícios para a universidade e para a empresa:
UNIVERSIDADE
• Estímulo e melhoria de ensino, pesquisa e extensão.
• Novos problemas e desafios.
• Atualização dos currículos.
• Novas experiências para os alunos.
• Oportunidades de financiamento: bolsas, insumos, equipamentos, infraestrutura etc.
• Disseminação e avanço do conhecimento.
EMPRESA
• Acesso à tecnologia de ponta.
• Estímulo à inovação.
• Identificação e desenvolvimento de talentos.
• Redução de risco e custo em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
• Maior competitividade e sustentação financeira.
	
AULA 3
Introdução
Na sociedade contemporânea, baseada na informação e no conhecimento, o processo de inovação é fundamental para sobrevivência das organizações. Esse processo gera novos bens, produtos, processos e até novas empresas. Quando o resultado gerado pelo processo de inovação constitui-se numa tecnologia que atende às necessidades dos seres humanos temos, então, a inovação tecnológica. Os profissionais da área de Tecnologia da Informação,por exemplo, são atores fundamentais no desenvolvimento da inovação tecnológica, necessitando compreender plenamente esse processo para que possa ser protagonista nas organizações, atuando de forma criativa na solução de problemas e no desenvolvimento de soluções inovadoras.
Um caso de sucesso em inovação tecnológica
Para sua melhor compreensão, vamos tratar o conceito de inovação tecnológica utilizando um caso de grande sucesso na área de Tecnologia da Informação, que é o da empresa Google.
GOOGLE, UM CASO DE INVAÇÃO TECNOLÓGICA
No início dos anos 2000 os americanos Larry Page e Sergey Brin resolveram fazer um download da internet, de forma a baixar todas as informações disponíveis na web sobre um determinado assunto. Perceberam que não havia uma boa ferramenta que possibilitasse fazer uma busca completa, trazendo todas as informações possíveis sobre aquele assunto, de forma rápida.
Surgia, então, uma grande ideia inovadora, que foi transformada em oportunidade com a contratação do iraniano Omid Kordestani para transformá-la num negócio rentável.
Criando uma máquina de busca poderosa, que trazia resultados inigualáveis aos de outros existentes no mercado, o site da Google estabeleceu-se como líder no mercado de buscas na internet. Esse mercado não existia dessa forma, com links patrocinados e totalmente grátis aos usuários. A Google apresentou, através da inovação, um grande diferencial e tornou-se um paradigma de busca na Web. Empresas gigantes na época, como Microsoft e Yahoo, tentaram de todas as formas conquistar esse mercado e superar a Google, sem sucesso.
CONCEITOS SOBRE INIVAÇÃO TECNOLÓGICA
E não é apenas no caso da empresa Google que a inovação foi o grande diferencial. Atualmente, a inovação é considerada ferramenta básica em quase todos os setores e segmentos de mercado para a sustentabilidade das organizações em nossa sociedade globalizada, baseada na informação e no conhecimento. É importante esclarecermos que o termo Inovação Tecnológica é utilizado de maneira ampla, mas, para nossos estudos, vamos no ater ao conceito de inovação tecnológica.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Desenvolvimento, produção ou aprimoramento de um produto, bem, processo, empresa ou mercado em que a tecnologia desenvolvida atenda as necessidades ou anseios humanos, incorporando-se às atividades humanas. Quando dizemos que a inovação é compreendida como a criação de um produto ou processo novo, podemos estar nos referindo apenas à substituição de um material já existente em um produto ou um melhor meio de comercializar, distribuir ou fornecer um produto ou serviço. Além desta classificação de inovação quanto ao objeto (produto ou processo), podemos classificar a inovação levando em conta o impacto que esta inovação provoca: 
• Incremental: Quando se incorpora alguma característica nova.
• Radical: Quando se muda drasticamente o produto/serviço, provocando sua substituição.
No caso da Google, por exemplo, havia uma grande necessidade humana de realizar buscas mais eficazes nos bilhões de sites disponíveis na Internet. Percebendo essa necessidade humana, foi desenvolvido um produto: um motor de busca global, baseado num programa de computador, que pesquisa todos os documentos na rede e apresenta resultados de forma aleatória, baseados no ranking de acessos aos sites encontrados. Essa tecnologia atendeu as necessidades humanas com grande sucesso e excelente desempenho.
Desta forma, o Google pode ser considerado como uma inovação tecnológica em várias dimensões:
Fontes de inovação e dinâmica da Inovação Tecnológica
Pode-se perceber que o caso do Google não foi uma inovação simples e despendeu pesquisa e desenvolvimento dessa nova ferramenta de busca, que revolucionou os sistemas de busca na Internet. Portanto, trata-se de uma inovação de valor, que agrega alguns outros conceitos: Atendimento de necessidades não satisfeitas de forma inovadora; Criação de uma grande demanda, suficiente para a abertura de um novo mercado; Viabilidade financeira da inovação.
O Google é uma inovação tecnológica tão relevante para a sociedade que se tornou um fenômeno cultural, tendo seu nome incluído no dicionário da língua inglesa como um verbete sinônimo de buscas na internet. Atualmente, tornou-se um verbo frequentemente utilizado em vários países. E para manter-se no mercado a Google não parou por aí! Seu processo de inovação é contínuo, incorporando ou desenvolvendo constantemente novos recursos, como: busca avançada, busca por imagens, notícias atualizadas, busca de livros raros, visualização de mapas por satélite, site de relacionamento (rede social), entre outros.
PERSONAS IMPORTANTES NO PROCESSO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Para que uma inovação aconteça é preciso que existam pessoas que façam com que ela aconteça. Estas pessoas, consideradas inovadoras, destacam-
se por serem criativas e cheias de energia, prontas para criar, experimentar, inspirar e construir a partir de novas ideias. Quando agrupamos pessoas inovadoras de acordo com suas características específicas podemos utilizar o termo “personas”, que representa certas personagens que devem fazer parte da estrutura de cada um dos inovadores.
Tom Kelley apresenta em seu livro 10 Personas importantes no processo de inovação tecnológica, divididas em 3 classes:
O desenvolvimento de uma inovação tecnológica não implica diretamente na obtenção de produtos ou processos radicalmente novos. Geralmente se dá através de um processo incremental, interativo ou de aprimoramento sobre outros bens, produtos ou processos já existentes. Em um mercado competitivo a tecnologia e as inovações se traduzem na contínua invenção e reinvenção de bens, produtos e serviços.
O CONHECIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
O desenvolvimento de uma inovação tecnológica não implica diretamente na obtenção de produtos ou processos radicalmente novos. Geralmente se dá através de um processo incremental, interativo ou de aprimoramento sobre outros bens, produtos ou processos já existentes. Em um mercado competitivo a tecnologia e as inovações se traduzem na contínua invenção e reinvenção de bens, produtos e serviços.
Podemos afirmar que a economia da atual sociedade do conhecimento demanda um trabalhador capaz de pensar, raciocinar, decidir e, principalmente, compartilhar conhecimento. Conhecimento este que é uma condição imprescindível para que a inovação tecnológica ocorra. Para que o processo de inovação aconteça é essencial a participação de diversos agentes, de modo interativo, que contribuem com seus conhecimentos na busca por soluções para problemas tecnológicos. Na aula 2 discutimos os processos de criação e transferência do conhecimento, essencias para o processo de inovação, pois colaboram para a aprendizagem e o desenvolvimento desta capacitação científica e tecnológica.
Através da espiral do conhecimento, uma organização pode fomentar a inovação em seu ambiente organizacional e expandir esse conhecimento com geração de inovações tecnológicas e mais conhecimento. Ressalta-se o valor das instituições de pesquisa e universidades, que fornecem a base do desenvolvimento científico e tecnológico para a geração de conhecimentos e capacitação de pessoas, bem como os projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) realizados por diversas empresas, algumas vezes em parceria com universidades.
A difusão do conhecimento e da tecnologia é parte central da inovação. Sem a difusão uma inovação não teria impacto no sistema econômico e, isoladamente, não provocaria mudanças no ambiente e não geraria novos conhecimentos.
Agora que você compreendeu um pouco mais sobre dinâmica da inovação tecnológica e sua relação com o processo de geração de conhecimento, vamos destacar alguns itens importantes na interação entre as Universidades e as Empresas na busca deste conhecimento para a inovação.
INTERAÇÃO UNIVERSIDADE – EMPRESA
A interação entre universidades e empresas é um fator importante no processo da inovação, contribuindo para o desenvolvimentocientífico e tecnológico dos países, tendo a universidade como geradora do conhecimento e a empresa desempenhando o papel de tradutora das ideias geradas em algo novo e lançar no mercado esses novos produtos e processos.
Do lado das universidades:
1- Possibilidade de captar recursos públicos e privados para a pesquisa universitária e para a capacitação dos laboratórios, além da expectativa de que os produtos e processos desenvolvidos sejam utilizados pelo setor privado, em função do maior potencial de aplicação de seus resultados na produção;
2- Interesse da comunidade acadêmica em legitimar seu trabalho junto à sociedade que é, em grande medida, a responsável pela manutenção das instituições universitárias;
3- Interesse de desenvolver pesquisas em novas áreas, que resultem em produtos e processos de alto valor tecnológico.
Do lado das empresas:
1- Base de conhecimento e infraestrutura de laboratórios disponível nas universidades e institutos de pesquisa;
2- Custo crescente da pesquisa relacionada ao desenvolvimento de produtos e serviços necessários para assegurar posições vantajosas num mercado cada vez mais competitivo;
3- Necessidade de compartilhar o risco e o custo das pesquisas pré-competitivas com outras instituições que dispõem de suporte financeiro governamental;
4-Necessidade de acelerar o processo de pesquisa, em decorrência do elevado ritmo de introdução de inovações no setor produtivo e da redução do intervalo de tempo que decorre entre a obtenção dos resultados de pesquisa e sua aplicação.
AULA 4
O Processo de Inovação Tecnológica
A necessidade de inovação na atual economia é entendida e compreendida por todos, tornando o comportamento inovador um de seus principais diferenciais. Os avanços tecnológicos, a crescente competição e a globalização resultam em novas oportunidades e ameaças e exigem que as empresas desenvolvam cada vez mais sua capacidade de inovação. Para falar de inovação é necessário entender o processo em que ela ocorre desde sua origem até sua aceitação pela sociedade. A inovação começa como uma invenção, e uma invenção tem início na criatividade que se originou de uma ideia, da imaginação.
Uma das dificuldades neste processo está exatamente no processamento das ideias que, muitas vezes, são partes de outras ideias que precisam ser lapidadas, agrupadas e transformadas em resultado. Para entendermos melhor este aspecto precisamos compreender alguns processos contínuos do desenvolvimento humano, diferentes entre si, mas muito importantes na cadeia de construção do conhecimento:
- Encontrar algo que já existia. É considerada uma descoberta quando tem muito valor para a humanidade. Ex.: O átomo.
- Criação de um novo produto ou processo inédito. Ex.: o computador.
- Introdução, com êxito, no mercado, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente, ou contendo alguma característica nova e diferente do padrão em vigor (FINEP). Ex: notebook.
Quando a inovação é fortemente expandida para uso comercial acontece o processo de difusão. Um exemplo do processo de difusão é o telefone celular, que é uma inovação do telefone fixo (invenção) e que foi fortemente difundido na sociedade, gerando um valor comercial muito grande e movimentando cifras muito elevadas nessa indústria.  
O PROCESSO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
O modelo linear, como único caminho para a inovação, foi superado por ter como base muito forte a pesquisa científica para geração de novas tecnologias, partindo da descoberta científica para a invenção e, finalmente, para a industrialização e mercado. Nem sempre a inovação acontece nessa ordem, de forma tão linear, baseada somente em construção de artefatos e de desenvolvimento de conhecimentos específicos relacionados com produtos e processos. A inovação é um processo social e pode ser gerada em diferentes ambientes e com diferentes metodologias.
Modelos interativos
As abordagens não-lineares ou interativas surgiram, então, trazendo novos modelos para o desenvolvimento da inovação, baseados na premissa de que a inovação se desenvolve a partir de um processo social, com a participação de diferentes atores, com várias retroações. Nos modelos interativos a identificação de necessidades de mercado ou de nichos específicos tem papel muito importante, além do papel do design (projetista) e de outros atores no processo de desenvolvimento da inovação.
Este modelo combina interações no interior das empresas e interações entre as empresas individuais e o sistema de Ciência e Tecnologia mais abrangente em que elas operam. Então, o centro da inovação é a empresa, combinando interações internas e externas a ela, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo.
- Caminho central da inovação Iniciando no mercado e tendo como centro a empresa.
- Caminho das retroalimentações A partir de mudanças incrementais num produto ou processo a partir de seu uso, seguindo um ciclo de fases que retroagem, gerando sempre um produto modificado.
- Caminho direto de e para a pesquisa A partir de uma necessidade detectada na empresa ou uma pesquisa aproveitada pela empresa.
- Caminho da tecnologia gerando ciência A partir das necessidades da indústria por instrumentos, ferramentas ou tecnologias.
ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DAS EMPRESAS E AS FORMAS DE ACESSO À TECNOLOGIA
Para que uma empresa seja efetivamente produtora de inovação tecnológica é necessário que sejam criados um ambiente e uma cultura de inovação tecnológica. Quanto mais uma organização tem domínio e experiência no processo de inovação tecnológica maior é sua capacidade tecnológica. Essa capacidade tecnológica é construída através de um processo que envolve obtenção de capacidades tecnológicas: materiais e imateriais.
MATERIAIS- Licenças de patentes, manuais de procedimentos, tecnologia e ferramentas de apoio ao desenvolvimento de novos produtos.
IMATERIAIS- Conhecimento dos funcionários sobre áreas tecnológicas, processos, procedimentos e produtos da organização, bem como sobre o mercado
Para desenvolver as capacidades tecnológicas materiais e imateriais, a organização necessita definir estratégias tecnológicas apropriadas. As estratégias tecnológicas mais conhecidas são:
Quando a organização já tem a dimensão do seu grau de capacidade tecnológica e definiu suas estratégias tecnológicas para desenvolver o clima organizacional inovador é chegado o momento de identificar as formas necessárias para o acesso à tecnologia. As formas de acesso a tecnologia mais usuais são:

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