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Ronaldo Morant A Técnica Cinematográfica Rio de Janeiro, 2018 Ronaldo Morant 1 A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA Ao se gravar uma cena, apesar de parecer ser fácil, muitos cinegrafistas profissionais entendem que a arte de fazer filmes e televisão é muito mais complicada. Dominar técnicas básicas é essencial para se realizar a produção de um produto audiovisual. Ela necessita e se utiliza de uma variedade de técnicas artísticas, para que os profissionais sejam capazes de transmitir emoções ao avançar sua história tirando vantagem da mídia audiovisual. ENQUADRANDO A SUA IMAGEM Quando um personagem está na tela, seu tamanho no quadro determina que tipo de tomada está sendo usado. Por exemplo, um "Plano Inteiro ou Aberto" ele mostra seu corpo inteiro, enquanto um "Plano Médio", só mostra da cintura para cima. Planos diferentes têm efeitos dramáticos distintos no público. Por exemplo, um close – um em que o público vê a expressão facial do personagem – é muito mais intimista e com uma carga dramática muito maior, o que permite que o público se conecte com o personagem em um nível mais pessoal, do que se ele estivesse distante. Outros tipos de planos, movimentos e ângulos podem transmitir mais emoções – um outro exemplo é o “Ângulo Holandês”, também conhecido como “Plano Holandês”, ele é um plano em que a câmera é inclinada em ângulo diagonal. Esse tipo de enquadramento é usado para causar confusão, tontura ou loucura. Um plano de ângulo-baixo, em que a câmera é posicionada próxima ao chão e apontada para cima, pode ser usado para fazer que algo apareça maior ou mais imponente, poderoso ou heroico. E é aqui, diante de todas essas técnicas, que começa a nossa jornada. Um caminho pelo conhecimento das “Técnicas Audiovisuais” que lhe auxiliarão no desenvolvimento da sua profissão de Cinegrafista. COMEÇANDO PELO BÁSICO: Campo Aquilo que a câmera vê. No espaço, o campo tem a forma de uma pirâmide com o vértice no centro da objetiva. Quadro O retângulo resultante da projeção da pirâmide sobre uma superfície plana seja, o filme, seja a tela de projeção. Ronaldo Morant 2 Ângulo de visão A medida do ângulo formado pelo vértice da pirâmide, em graus. O ângulo de visão varia em função da distância focal da objetiva e das dimensões da janela sobre o filme. Como o quadro é retangular, os ângulos de visão horizontal, vertical e diagonal são sempre distintos. Uma objetiva é classificada em função de seu ângulo horizontal: chama-se "normal" quando este mede cerca de 40 graus, "tele" quando é menor e "grande angular" quando é maior. Ponto de Vista, Plano Subjetivo ou Câmera Subjetiva (o enquadramento subjetivo). A câmera mostra o ângulo de visão do personagem, gerando no espectador o artifício de se encontrar na mente do mesmo e em sua subjetividade. É o local do espaço em que se encontra o vértice da pirâmide. Quando ele reproduz o ponto de vista de um personagem, chamamos de câmera subjetiva. ELIPSE Se refere a uma passagem muito rápida de tempo, ação, diálogo ou acontecimento que ficam implícitos entre um plano e outro. São trechos de uma história que não são declarados (fragmentos da história que não serão mostrados) por meio de sons, textos ou imagens, mas que são subentendidos pelos espectadores. Elipses de Estrutura São subdivididas em objetivas, subjetivas e simbólicas. Elas são motivadas por razões dramáticas. Elipses Objetivas: aparecem geralmente em filmes de caráter policial, dissimulando ao espectador um momento decisivo da ação, com o objetivo de suscitar um sentimento de expectativa angustiada (suspense). A elipse pode ainda ser exigida pelo tom dramático da narrativa e ter por finalidade evitar uma ruptura da unidade de tom, passando em silêncio um incidente que não esteja de acordo com a ambiência geral da cena. Elipses subjetivas: é quando o ponto de escuta de um personagem nos é dado para justificar a elipse do som. Elipses simbólicas: é quando a dissimulação de um elemento da ação não tem função de suspense, mas uma significação mais profunda. Elipses de Conteúdo São motivadas por questões de censura social, especialmente se considerarmos a primeira metade do século XX. São alguns exemplos: gestos, atitudes e acontecimentos Ronaldo Morant 3 penosos ou delicados que o respeito aos “bons costumes” e pelos tabus sociais não permitem mostrar em tela na íntegra, são dissimulados ao espectador e substituídos ou sugeridos de diversas formas. Algumas possibilidades: acontecimento ocultado no todo ou em parte, por um elemento material; acontecimento substituído por um plano do rosto ou dos gestos daqueles que o presenciam; acontecimento substituído por sombra ou reflexo, acontecimento substituído por um plano detalhe mais ou menos simbólico, cujo conteúdo evoca o que se passa “fora de cena”; contraponto sonoro. Mas, entretanto, o papel da elipse não se limita a extrair, mas aparar. Nas palavras de Marcel Martin: “Não se trata de suprimir momentos vazios, mas sugerir o sólido e o pleno, deixando fora de campo o que o espírito do espectador consegue preencher sem dificuldade”. O RACCORD (Conexão) Serve para interligar os efeitos visuais, sonoros ou de linguagem cinematográfica utilizados para garantir a coerência entre dois planos ou duas cenas subsequentes em um filme ou vídeo. Raccord de Movimento Quando um movimento parece manter a continuidade entre um plano e outro. Raccord de direção Na sequência de planos no qual um personagem ou veículo se movimenta pela tela, é necessário que este objeto ou veículo siga a mesma direção em todos os planos. OBS: O objeto deve seguir a sua trajetória na imagem com a direção de acordo com a situação geográfica da origem e do seu destino no mundo real. Exemplo, se um automóvel viaja do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, ele deve se deslocar pela tela da “direita” para a “esquerda”. Ronaldo Morant 4 Raccord por Analogia Quando um plano possui uma imagem, objeto, cor, figura ou qualquer outro conteúdo da cena que remete a um conteúdo da cena anterior. Faux Raccord (Jump Cut) É a sequência de planos aparentemente sem conexão entre si ou sem uma continuidade na ação de uma cena para a outra. Ele serve para: • Criar uma sensação de estranhamento no espectador, de modo que ele crie conexões próprias entre as imagens; • Ilustrar uma série de fatos aparentemente desconexos; • Tirar a atenção do público da carga dramática e emocional do filme e evidenciar a sua mensagem de forma consciente. Raccord de Olhar (Regard) Quando a direção do olhar do personagem em um plano coincide, na direção, do olhar de outro personagem no plano cinematográfico seguinte, dando assim coerência de leitura entre os personagens e entre os planos. Montagem Paralela Desenvolvida por D. W. Griffith, é um recurso da construção narrativa no qual há o desenvolvimento de partes da ação sendo exibidas de forma alternada, fragmentos de uma e outra. Em resumo, é a alternância de duas ou mais linhas de ação de uma narrativa. Podem ou não convergirem para um ponto comum. TOMADA ou “Take” É a ação de registrar o número de vezes que o mesmo plano foi rodado. Em uma filmagem ou gravação podem ser feitas várias tomadas de um mesmo plano aproveitando somente a melhor. Plano O plano tem a dimensão humana como sua referência. É a de unidade significante mínima do filme/vídeo. Entende-se por plano o trecho contínuo de filme/vídeo contido entre dois cortes consecutivos. Atenção: Não confundir plano com take. Cena Pode ser composta por um ou mais planos. São agrupados em uma mesma cena os planos que têm uma continuidade temporal e espacial entre si. Sequência Pode ser composta por uma ou mais cenas. Define-se pela continuidade da ação. PLANO INTEIRO (PI) PRIMEIRO PLANO (PP) PRIMEIRÍSSIMO PRIMEIRO PLANO (PPP) PLANO MÉDIO (PM) PLANO AMERICANO (PA) PLANO MÉDIO CURTO (PMC) MEIO PRIMEIRO PLANO (MPP) PRIMEIRÍSSIMO PLANO (PRP) Ronaldo Morant 5 Plano sequência É uma sequência de vários planos, ângulos e movimentos de câmera sussessivos e diferentes, feitos em uma única tomada, ou seja, sem cortes. Campo/contra campo ou Plano/contra plano Alternância de planos orientados no mesmo eixo dramático, mas em sentidos opostos. Plano Base ou Master É a tomada de câmera em que se mostra toda a ação da cena em uma única tomada e enquadramento. PLANOS DE CÂMERA Os planos não são rigorosamente fixados por enquadres exatos. Eles permitem variações, sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que por medidas formais exatas. Planos, Corte e Enquadramento Quanto ao distanciamento da câmara em relação ao objeto filmado, levando-se em conta a organização dos elementos internos do enquadramento, verifica-se que a distinção entre os planos não é somente uma diferença formal, cada um possui uma capacidade narrativa, um conteúdo dramático próprio. É justamente isso que permite que eles formem uma unidade de linguagem, a significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e ou dramáticos contidos como possibilidades em cada plano. Veremos cada plano, usando a nomenclatura cinematográfica para, didaticamente, facilitar as definições dos enquadramentos ajudando seu estudo. Os planos se dividem em três grupos principais (seguindo-se a nomenclatura cinematográfica): os planos gerais, os planos médios, e os primeiros planos. Também os planos se definem por três funções importantes: Descritiva, Narrativa e Dramática. 1.Função Descritiva: O plano descreve o que mostra a cena; 2.Função Narrativa: O plano narra o que acontece na cena; 3.Função Dramática O plano transmite a intensidade dramática da cena. Ronaldo Morant 6 Os Planos determinam o distanciamento da câmera em relação ao objeto filmado, levando-se em conta a organização dos elementos dentro do enquadramento realizado. Uma mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele que é responsável por suas características principais. Enquadrar o centro de interesse focalizando objetos que estejam no "Primeiro Plano", nos dá a sensação de profundidade. Usar ou não o enquadramento para uma foto, dependerá de cada novo assunto e mesmo não estando em destaque ou determinando o sentido da foto, têm sua importância. PLANOS GERAIS: 1 – Plano Panorâmico (PAN) ou Extreme Long Shot (XLS) Abrange uma vasta e distante porção de espaço, como uma paisagem. O ambiente é o elemento dominante. O sujeito/objeto pode ser ignorado pela situação geográfica. Seu valor descritivo está na importância da localização geográfica. 2 - Grande Plano Geral (GPG) ou Very Long Shot (VLS) Abrange uma vasta e distante porção de espaço, como uma paisagem. O ambiente é o elemento dominante. O sujeito/objeto é um elemento dominado pela situação geográfica. Objetivamente a área do quadro é preenchida pelo ambiente deixando uma pequena parcela deste espaço para o sujeito que também o dimensiona. Seu valor descritivo está na importância da localização geográfica do sujeito e o seu valor dramático está no envolvimento, ou esmagamento, do sujeito pelo ambiente. Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o homem ou, simbolicamente, a solidão. Os personagens, quando presentes no GPG, não podem ser identificados. 3 - Plano Geral (PG) ou Long Shot (LS) Abrange uma distante porção de espaço bem menor que o GPG. Os personagens, quando presentes no PG, ainda não podem ser identificados os mais algumas de suas características já podem ser percebidas. Neste enquadramento, o ambiente ocupa uma menor parte do quadro: divide, assim, o espaço com o sujeito. Existe aqui uma integração entre eles. Tem grande valor descritivo, situa a ação e situa o Ronaldo Morant 7 homem no ambiente em que ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação existente entre o sujeito e o ambiente. O PG é necessário para localizar o espaço da ação. 4 - Plano Inteiro ou Plano Aberto (PI) ou Full Shot (FS) É o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro. Os pés estão sobre a linha inferior e a cabeça está encostada na linha superior do quadro, ou O sujeito ou assunto fotografado está ocupando boa parte do quadro, deixando espaço para outros elementos que deverão completar a informação. Este plano é bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito. Seu valor narrativo começa a potencializar o valor expresivo e dramático. PLANOS MÉDIOS: 5 - Plano Americano (PA) ou Medium Full Shot (MCS) Um pouco mais próximo, corta os personagens na altura das coxas ou acima dos joelhos. Este plano se originou nos filmes de “Faroestes”, nas cenas de duelo, quando se precisava mostrar o momento do “saque” da arma em conjunto com a expressão do “rosto” do cowboy. Seu valor é narrativo e dramático 6 - Plano Médio (PM) ou Medium Shot (MS) É o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito na cintura, ou seja, enquadra os personagens na altura da cintura (a metade do plano inteiro). O sujeito ou assunto fotografado está ocupando grande parte do quadro, deixando pouco espaço para outros elementos completarem a informação. Este plano é intimista ao mostrar a ação e o sujeito. O seu valor narrativo é grande, aumentando o valor expresivo e dramático. 7 - Plano Médio Curto (PMC) ou Tight Medium Shot (TMS) Enquadramento em que a linha inferior corta o sujeito mais ou menos do umbigo para cima. Este plano é mais intimista ao mostrar detalhes da roupa ou objetos que o sujeito esteja usando ou portando. O seu valor dramático é grande. Ronaldo Morant 8 8 - Meio Primeiro Plano (MPP) ou Loose Close up (LCU) Enquadra na altura do busto os personagens. PRIMEIROS PLANOS: 9 – Primeiro Plano (PP) ou Close up (C) Enquadra apenas o rosto. 10 - Primeiríssimo Primeiro Plano (PPP) ou Super Close up (BC) Enquadra áreas do rosto (expressão nos olhos, boca e nariz etc.). 11 - Primeiríssimo Plano (PRP) ou Extreme Close up (XCU) Enquadra áreas do rosto extremamente próximas (textura ou sinais da pele, suor, fios de cabelo ou barba, cicatrizes etc.). Ronaldo Morant 9 12 - Plano de Detalhe (PD) ou Cut In ou Detail (CI ou D) Enquadra e destaca partes do corpo (um olho, uma mão) ou objetos (uma caneta, relógio ou um pequeno dispositivo sobre uma mesa), por exemplo. 12- Plano de Conjunto (PC) Pode mostrar um grupo de personagens ou objetos, já reconhecíveis, e o ambiente em que se encontram. A relação do plano conjunto está para o seu conteúdo do que para o seu enquadramento. Planos Conjuntos Especiais: 1º. Plano, 2º. Plano, 3º. Plano ... É o posicionamento dimensional do personagem/objeto dentro do campo visual. Um personagem que está mais próximo da câmera é dito que está em 1º. Plano. Já um outro personagem, no mesmo plano, que está mais afastado da câmera está em 2º. Plano e assim por diante. Quanto mais afastados os personagens, tantos planos surgirão. 2º Plano 1º Plano 3º Plano PLANO de 2 PLANO de 3 Ronaldo Morant 10 Foco Seletivo, Foco Diferencial, Repasse de Foco ou Passagem de Foco É a mudança do foco de um tema em 1º. Plano para outro em 2º. Plano, assim por diante e vice-versa. Esse tipo de linguagem é muito usado em diálogo entre personagens que estão no mesmo quadro, mas em planos diferentes, e proporciona um efeito muito elegante na imagem. ANGULOS E POSIÇÕES DE CÂMERA Ângulo da Câmera A câmera pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, como também abaixo ou acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de "cima para baixo" (plongée), ou de "baixo para cima" (contra-plongée) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por esta visão. A câmera na posição de plongée, tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que o contra- plongée pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações vão depender do contexto em que forem usadas. Normal A câmera fica posicionada na horizontal (paralela ao solo) ao nível do olho humano. Ronaldo Morant 11 Plongée ou Picado Câmera posicionada em nível mais ou menos elevado do que o objeto enquadrado, respectivamente. O personagem/objeto fica insignificante, representa fraqueza, evoca pena ou fragilidade, denota situação de perigo, humilhação ou pobreza, impotência. Contra-plongée ou Contra-Picado Câmera posicionada em nível mais ou menos baixo do que o objeto enquadrado. O personagem/objeto ganha importância, representa força, poder, o heroico, a situação positiva, nobre ou de grandeza, domínio. Nadir ou Supino A câmera se coloca completamente por debaixo do personagem/assunto, em um ângulo perpendicular ao solo. O personagem/objeto ganha importância, representa força, poder. Esse ângulo também é chamado de Anti-zenital. Ronaldo Morant 12 Zenital A câmera está completamente por cima do personagem/assunto, em um ângulo também perpendicular ao solo. O personagem/objeto fica insignificante, representa fraqueza, evoca pena ou fragilidade, denota situação de perigo, humilhação. ALTURA DA CÂMERA Normal: A câmera se situa a uma altura do solo equivalente a da visão. Entre 1,50 e 1,80 metros. Câmara baixa: A câmera se situa abaixo de 1,50 m. de altura do solo, como a visão de um menino ou um adulto sentado. Câmera alta: Se situa a uma altura maior a 1,80 metros, a distância do solo é muito elevada, podemos chamar de uma câmera aérea. Normal Colo Alta Baixa Ronaldo Morant 13 MOVIMENTOS PRINCIPAIS DE CÂMERA Tilt Rotação da câmera em torno de seu eixo horizontal para cima ou para baixo. Panorâmica (Pan) Rotação da câmera em torno de seu eixo vertical para a esquerda ou para direita. Arco ou 360° Rotação da câmera em torno do objeto filmado. Travelling Deslocamento da câmera horizontalmente (eixo vetorial Y) para os lados esquerdo ou direito. Dolly Deslocamento da câmera horizontalmente (eixo vetorial X) para frente (dolly-in) ou para trás (dolly-out). Existe também a definição de “dolly-back”, que nesse caso seria o movimento da câmera para trás e o dolly- out passaria a ser definido como “recuo de câmera com mudança de assunto (a câmera anda para trás recompondo o quadro com uma nova imagem ou objeto). Pedestal ou Lift Deslocamento da câmera verticalmente (eixo vetorial Z) para cima (lift-up) ou para baixo (lift-down). Rotação ou Roll Movimento efetuado com a câmera em torno do eixo de suas lentes. Sempre que um objeto se move em frente à câmera, sua imagem projetada sobre o filme ou CCD também se move. Se o movimento do objeto é rápido e o obturador fica aberto, por um tempo relativamente longo, essa imagem ou movimento será registrada como um borrão, um tremor, ou uma forma confusa. Se o tempo de exposição for reduzido, o borrão no movimento também será reduzido ou até eliminado. Um tempo de exposição à luz curto (velocidade alta), pode "congelar" o movimento de um objeto, mostrando sua posição num dado momento. Por outro lado, um tempo de exposição longo (velocidade baixa), pode ser usado deliberadamente para acentuar o borrão ou tremor no movimento sugerindo uma sensação de grande velocidade Uma regra prática para uma velocidade ideal é que o número da velocidade tem que ser maior do que a objetiva que está sendo usada. Ronaldo Morant 14 MOVIMENTOS SECUNDÁRIOS DE CÂMERA Pivô Movimento associado ao produzido pela Grua, que é descrito pela câmera no sentido diagonal, subindo ou descendo, Varredura Também é um movimento associado a Grua, que é quando a câmera em qualquer direção, mas sempre próxima a uma superfície, seja uma multidão, sobre as ondas do mar, por cima de telhados, pilhas de caixotes, etc. Chicote ou Whip Pan (Swish Pan) É o mesmo movimento efetuado com a câmera em Pan ou Tilt, porém com velocidade bem maior. A câmera que está enquadrando uma pessoa ou objeto, desloca-se rapidamente para a esquerda (ou direita), em busca de outra pessoa ou objeto. Durante este deslocamento, a imagem torna-se borrada, não permitindo distinguir-se pessoas ou objetos durante o trajeto da câmera. O movimento de Chicote pode ser utilizado para indicar passagem de tempo na estória ou então mudança de local. Neste caso, durante a edição (ou montagem na própria câmera, em tempo de gravação), são justapostos dois movimentos de Chicote: no primeiro, a câmera está enquadrando a pessoa / objeto A e desloca-se para a direita (ou esquerda). A gravação é então interrompida na metade do movimento (ou isso é feito em tempo de edição). A seguir, em outra locação, a câmera inicia a gravação (ou idem montagem durante a edição) em Chicote e desacelera rapidamente até enquadrar a pessoa / objeto B. Como, embora borrados, os fundos das imagens nos 2 Chicotes mudam de cor e aspecto no meio do movimento, transmite-se a noção de passagem de tempo ou mudança de local. Snap Zoom Movimento de aproximação ou afastamento de grande rapidez, efetuado manualmente através da alavanca ou anel de controle do zoom. Ronaldo Morant 15 Zoom ou Travelling Ótico Alteração gradual, dentro de um mesmo plano, do ângulo de visão. Chama-se zoom-in quando este ângulo diminui (a imagem se aproxima) e zoom-out quando ele aumenta (a imagem se afasta). COMPOSIÇÃO DE IMAGEM "A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade..." (Henri Cartier-Bresson) Composição fotográfica é a seleção e o arranjo agradáveis dos assuntos dentro da área a ser fotografada. Na imagem, é a sua sólida composição o que torna mais atraente do que em outra. Arranjos são feitos colocando-se figuras ou objetos em determinadas posições. Às vezes, na mudança do ângulo de tomada você pode deslocar sua câmera suavemente, acarretando uma mudança considerável na composição. Uma foto bem composta exige planejamento e paciência! Como forma de orientar o estudo da fotografia, descrevemos a seguir alguns elementos da linguagem fotográfica e suas finalidades. Composição Composição é o arranjo dos elementos do quadro: o assunto principal, o primeiro plano, os motivos secundários. É a qualidade estética da imagem que inclui textura, equilíbrio de cores e formas e outras variáveis que combinadas formam uma imagem comunicativa e agradável de se ver. A composição da imagem é responsabilidade de muitas pessoas que trabalham na produção. Desde o operador de câmera até o diretor do programa, passando pelo cenógrafo, iluminador e diretor de fotografia, todos têm participação no resultado final. O senso estético pode ser um talento nato ou ser desenvolvido com o estudo e a observação de trabalhos de bons diretores, fotógrafos e artistas. A composição da imagem deve ter como objetivo alcançar um efeito emocional, passar um clima, quebrar a monotonia. Compor não é só criar bonitas imagens, compor é mostrar imagens apropriadas. Deve-se enquadrar levando-se o espectador a olhar o que se deseja, a fixar a atenção em algum ponto da cena. E este centro de interesse pode estar no primeiro plano, no meio ou atrás. É preciso levar em conta a forma, o tamanho, a importância na cena de pessoas ou objetos. Se uma imagem não está bem composta, o espectador desvia sua atenção para um ponto não interessante da cena. Os elementos de uma cena devem estar ordenados de maneira que tenham sentido para o espectador. É importante observar o quadro por inteiro e não só o personagem ou o objeto principal. Com isto evita-se, por exemplo, plantas no fundo da cena que pareçam sair da cabeça de uma pessoa ou interferências que confundem o espectador. Podemos dividir os elementos visuais que compõe uma cena em massa (pessoas, objetos, etc.), profundidade (perspectiva, profundidade real ou aparente da cena), linhas (direção dos movimentos, linhas da cena) e tonalidade (os tons das cores, os brilhos e contrastes presentes na cena). Ronaldo Morant 16 Podemos controlar estes elementos com a adequada colocação da câmera, com a seleção da distância focal, com a iluminação ou mesmo com o arranjo dos objetos e pessoas da cena. Composição de planos para corte Tomadas: Massa O centro geométrico da tela nem sempre é o melhor lugar para situar o centro de interesse de uma cena. Existem algumas regras para composição que são utilizadas na pintura, na fotografia, no cinema e TV que podem auxiliar na composição do quadro, tornando as imagens mais harmoniosas e equilibradas. A regra dos terços, que os antigos gregos chamavam de proporção áurea, é uma delas. 1 2 3 4 2 3 4 Ronaldo Morant 17 Regra dos Terços Antes de se fazer a tomada, imagine a área do seu quadro dividido simultaneamente em 3 terços verticais e horizontais, isto é, trace três linhas paralelas imaginárias no sentido horizontal e no sentido vertical da fotografia. As interseções destas linhas imaginárias sugerem 4 opções para a colocação do centro de interesse para uma boa composição. A opção depende do assunto e como o câmera ou diretor quer que ele seja apresentado. Geralmente, enquadramentos com assuntos centralizados, tendem a ter uma característica mais estática e menos interessante do que os com o assunto fora do centro. Você deve sempre considerar a direção do movimento dos assuntos, e deixar um espaço na frente, dentro do qual possam se movimentar. Pode-se também aplicar a orientação da regra dos terços na colocação da linha do horizonte em seu quadro, pois a linha do horizonte dividindo o quadro ao meio, dá uma sensação de estática. O mesmo vale para assuntos verticais. As melhores imagens são aquelas onde o assunto principal não está no centro e sim em um dos quatro pontos de interseção. A colocação em um destes pontos vai depender do assunto e de como ele deve ser apresentado. Por exemplo, os olhos de um personagem devem ficar na linha superior. O horizonte não deve ficar no centro do quadro e sim na linha superior ou na inferior quando se quiser dar mais ênfase ao primeiro plano Esta é uma regra que deve ser seguida em tomadas normais, mas pode-se por razões dramáticas ou para isolar um objeto do todo, enquadrar de outra maneira. O movimento dentro de uma cena está diretamente relacionado com a linha. Através do movimento podemos chamar a atenção para o centro de interesse de uma imagem. Por exemplo, quando o objeto principal é o único que se move no meio de outros completamente estáticos ou vice-versa. Ou quando é o único que anda em sentido contrário a todos os outros. Os pontos em que as linhas se cruzam são chamados de “Pontos de Ouro”. PINTURA FOTOGRAFIA Imagens composta utilizando a regra dos terços Ronaldo Morant 18 Regra dos quadrantes Define-se em se dividir o quadro em uma metade superior e inferior, bem como uma metade direita e esquerda, assim pode-se dividir a cena para contar duas histórias paralelas e diferentes. A técnica de enquadramento permite que o espectador fique constantemente entretido em sua visualização. Embora a narrativa seja semelhante em cada quadrante, essa técnica mantém os olhos do espectador passeando através do quadro mantendo-os envolvidos no filme. Composição triangular No método de composição triangular o centro de interesse se encontra no vértice de um triângulo que tem como base o estremo inferior do enquadramento. Os elementos são colocados de forma triangular ficando o ponto de interesse muito claro com o apoio dos outros elementos da cena. Imagens composta utilizando a regra dos terços TELEVISÃO CINEMA Ronaldo Morant 19 Tonalidade Os tons mais claros e escuros dos componentes de uma cena são importantes também na composição da imagem. O centro de interesse deve estar sempre na parte mais clara ou de maior contraste. Forma Fechada e Aberta da Imagem A forma fechada tem bem demarcado todo o contorno da imagem, a informação está completa. Já a forma aberta não mostra o limite da imagem nem, portanto, toda a informação visual. Profundidade A imagem do cinema e da televisão são planas, por isto devemos dispor os objetos da cena visando dar a sensação de profundidade e volume, criando a sensação de perspectiva e efeito tridimensional. Colocando-se, por exemplo, um objeto perto da câmera no canto do quadro, aumenta a amplitude da cena. O uso de uma lente grande angular exagera a perspectiva e aumenta a distância aparente entre os objetos. Conseguimos também uma maior profundidade deixando o primeiro plano mais escuro e o fundo mais claro, ou dispondo as linhas de forma diagonal ou convergente. Componha seu plano de forma que a razão de o ter feito fique claramente expressa. Faça com que as demais áreas da imagem complementem harmoniosamente aquilo que foi escolhido como o centro de interesse. Não importa o assunto que tenha sido escolhido para ser filmado, o importante é evitar as fusões. Lembre-se: nós vemos as coisas em três dimensões, portanto, é mais frequente do que se imagina o cinegrafista concentrar-se somente no assunto principal e não perceber que o fundo está interferindo. Você pode estar certo de que a câmera sempre registra as fusões, portanto sempre antes de filmar seu assunto, preste mais atenção ao fundo deste. Cortar cabeças, pés ou pessoas pela metade, também estamos cometendo uma fusão, esta é chamada de fusão de bordas. FORMA FECHADA FORMA ABERTA Ronaldo Morant 20 Quebra de Eixo de Câmera (Regra dos 180 graus) Distingue-se eixo visual da câmera de eixo dramático. O eixo visual é o próprio eixo geométrico da pirâmide, a direção para a qual a câmera está apontada. O eixo dramático, estabelecido pela relação entre dois personagens que se olham frente a frente, por exemplo, é fundamental para situar o espectador espacialmente. A quebra de eixo, nome que se dá ao salto do ponto-de-vista de um lado para o outro do eixo dramático, pode confundi-lo, portanto deve ser usada com cuidado. Exemplo: em um jogo de futebol, todas as câmeras ficam do mesmo lado do campo. Se um corte for feito para uma câmera colocada depois do eixo, parecerá que os times trocaram de lado. Equivale a mudar repentinamente a câmera que transmite um jogo de futebol para o outro lado do campo: o torcedor que assiste pela TV pode pensar que um gol marcado foi contra, pois não sabe mais para qual lado joga cada time. Em resumo, todas as tomadas devem ser feitas sem ultrapassar uma linha imaginária que passa à frente da câmera (ver ilustração). Se uma tomada for feita a mais de 180 graus, terá cruzado o eixo da ação (dramático) invertendo a direção da cena na tela. ERRADA Ronaldo Morant 21 Continuidade Espaço-Temporal Ë o mesmo conceito da quebra de eixo na regra dos 180°, só que desta vez aplicada a objetos em movimento. . As Linhas Cada uma proporciona um impacto diferente na fotografia e devem ser utilizadas conforme o que você quer transmitir com aquela imagem Ao planejar um plano, verifique quais são as linhas que podem ser utilizadas a seu favor, para proporcionar mais impacto a sua imagem e narrativa. Cada tipo de linha possui um significado. Linhas verticais sugerem dignidade, poder. As horizontais sugerem estabilidade. Linhas paralelas às bordas do quadro criam uma sensação de formalidade e ordem, mas deixam a imagem monótona. Já as que formam um ângulo com as laterais do quadro transmitem mais emoção e vigor. As linhas diagonais são sempre melhores que as horizontais e verticais. As linhas curvas, por sua vez, passam uma sensação de suavidade, tranquilidade, graça, movimento e sensualidade. As dentadas, destruição ou violência. Um corte para uma câmera do outro lado do eixo faz com que o objeto em movimento mude de direção. Para evitar este problema insira entre os cortes uma tomada neutra ou uma tomada feita com a câmera sobre o eixo dramático. Eixo Dramático Eixo Dramático Eixo Dramático Ronaldo Morant 22 Linhas Horizontais: Linhas horizontais, normalmente, são utilizadas para transmitir ESTABILIDADE ou DESCANSO, exemplos: Horizontes, arvores caídas, oceanos, pessoas dormindo, etc. As linhas horizontais também podem transmitir a ideia de PAZ, PERMANÊNCIA e SERENIDADE. Para acentuar calma e tranquilidade às imagens faça composições horizontais. Ao se manter o assunto na parte direita da imagem faz-se com que os olhos do espectador corram da esquerda para a direita. Linhas Verticais: As linhas verticais podem transmitir uma enorme variedade de informações em uma imagem, que vão desde PODER e FORÇA (pense em arranha-céus) até o CRESCIMENTO (pense nas árvores). Linhas Diagonais Elas criam pontos de interesse e geralmente surge uma perspectiva e profundidade assim como DINAMISMO, FELOCIDADE e AÇÃO. O movimento diagonal do canto inferior esquerdo ao canto superior direito deve ser usado para movimentos ascendentes. A inclinação desse jato decolando, se enquadrado dessa maneira, resulta num plano eficaz. Se este plano fosse filmado do ângulo oposto, retrataria o jato com uma linha de transição oposta, que deve ser usada para um movimento descendente. Ronaldo Morant 23 A Perspectiva A perspectiva auxilia a indicação da profundidade e da forma, uma vez que cria a ilusão de espaço tridimensional. Ela se determina a partir de um ponto de convergência que centraliza a linha, ou as linhas principais da fotografia. As fotografias são bidimensionais: possuem largura e comprimento, e para se conseguir o efeito de profundidade é preciso que uma terceira dimensão seja introduzida: a perspectiva. Sem dúvida a perspectiva não passa de uma ilusão de ótica. Quando seguramos um livro, mantendo o braço esticado, este objeto dará a impressão de ser tão grande quanto uma casa situada a uma centena de passos. Quanto mais se reduz a distância entre o livro e a casa, mais os objetos se aproximam de suas verdadeiras dimensões. Só quando o livro se encontra em um plano idêntico ao da casa, é que o tamanho aparente de cada um deles equivale com exatidão ao real. Através da perspectiva, linhas retas e paralelas dão a impressão de convergir, objetos que encobrem parcialmente a outros dão a sensação de profundidade, e através do distanciamento dos objetos temos a sensação de parecerem menores. Podemos utilizar a perspectiva para criar impressões subjetivas, e o caso de efeitos de: "plongée" filmar com a câmera num ângulo superior ao assunto, diminuindo-o com relação ao espectador; e "Contra- plongée " a câmera num ângulo inferior ao assunto criando uma sensação de poder, força e grandeza. Cada um destes recursos deverá ser utilizado de acordo com o contexto e o objetivo do fotógrafo. O desenho pode transformar-se em um tema, e introduzir ordem e ritmo em uma imagem que, sem ele, talvez parecesse caótica. Nos casos onde o seu efeito é muito grande, ele pode dominar a imagem, a ponto de os outros componentes perderem quase por completo sua importância. As linhas constituem um importante papel na composição, e linhas diagonais são muito dinâmicas. Você pode usar linhas diagonais como linhas de condução a fim de proporcionar Ponto de Fuga (PF) x Ronaldo Morant 24 um direcionamento na foto. Podemos usar linhas repetidas para chamar a atenção do observador para o centro de interesse, ou também podemos usar qualquer outra simples forma geométrica para ajudar na composição das fotos. Uma das mais atrativas linhas usadas na composição é a chamada curva em "S". Desenvolve-se mais senso artístico, estudando fotos de forma a encontrar a força de suas linhas, as formas geométricas e o equilíbrio. Linhas e formas podem ser usadas para criar imagens abstratas, subjetivas, ou para desviar a atenção do assunto principal de uma fotografia. Linhas Convergentes ou Vetores Dinâmicos da Imagem As linhas reais de uma cena, aquelas formadas pelos objetos, pelas pessoas e pela direção do movimento podem proporcionar um clima e conduzir a atenção do espectador ao centro de interesse, elas possuem a força e dinâmica das linhas vetoriais. As bordas dos objetos são formadas por linhas. Estas linhas direcionam nossa atenção para determinados lugares. Trabalhando estas linhas conseguimos chamar a atenção para determinado ponto da cena. O movimento dentro de uma cena está diretamente relacionado com a linha. Através do movimento podemos chamar a atenção para o centro de interesse de uma imagem. Por exemplo, quando o objeto principal é o único que se move no meio de outros completamente estáticos ou vice-versa. Ou quando é o único que anda em sentido contrário a todos os outros. ENQUADRAMENTOS CERTOS E ERRADOS O Big Close: Em um Big Close, havendo a necessidade de se cortar o personagem no enquadramento. Nunca corte o queixo do personagem. CERTO ERRADO O olhar do espectador é conduzido para o homem em pé, que é o ponto de interesse da cena. Cena do filme Captain Blood - 1935 Ronaldo Morant 25 Em Diálogos: Em um diálogo entre dois personagens, sempre localize suas posições no espaço cênico. Movimentos: Enquadramento de objetos que descrevem um movimento. Sempre coloque um espaço à frente do objeto na direção do seu deslocamento. Equilíbrio, Composição, Balanço, Ponto de Vista e Arranjo Visual Dos Elementos. Composição é o arranjo visual dos elementos, e o equilíbrio é produzido pela interação destes componentes visuais. O equilíbrio perfeito independe dos elementos individuais, mas sim do relativo peso que o fotógrafo dá a cada elemento. Desta maneira, considera-se que o mais importante para o equilíbrio é o interesse que determinará a composição dos outros elementos. Equilíbrio perfeito é simplesmente arranjar as formas, o volume, a localização, as cores, a conceituação, e as áreas de luz e sombras que se complementam mutuamente para dar uma aparência bem equilibrada. Como todos os outros elementos, o equilíbrio será conseguido de acordo com os propósitos do fotógrafo, de evocar ou não estabilidade, conforto, harmonia, etc. A capacidade para selecionar e dispor os elementos de uma imagem depende em grande parte do ponto de vista do fotógrafo. Na verdade, o lugar onde ele decide se colocar para bater uma foto constitui uma de suas decisões mais críticas. Muitas vezes uma alteração, mesmo mínima, do ponto de vista, pode alterar de forma drástica o equilíbrio e a estrutura da foto. Por isso torna-se indispensável andar de um lado para o outro, aproximar-se e afastar- se da cena, colocar-se em um ponto superior ou inferior a ela, a fim de observar o efeito CERTO CERTO ERRADO AR AR Ronaldo Morant 26 produzido na imagem por todas essas variações. A composição nada mais é do que a arte de dispor os elementos, do assunto a ser mostrado, da forma que melhor atenda nossos objetivos. Explore o equilíbrio simétrico, e explore também o equilíbrio não simétrico, que em geral é muito mais interessante que o equilíbrio simétrico. Dê às suas fotos uma sensação de informalidade e descontração. Regra dos 30º Se um personagem aparece em dois planos sucessivos e muito semelhantes, a diferença entre o primeiro plano e o segundo deve ser um ângulo acima de 30º. Ou seja, para gravar o segundo plano, a câmera deve estar posicionada em um ângulo acima de Raccord de direção Na sequência de planos no qual um personagem ou veículo se movimenta pela tela, é necessário que este objeto ou veículo siga a mesma direção em todos os planos. OBS: O objeto deve seguir a sua trajetória na imagem com a direção de acordo com a situação geográfica da origem e do seu destino no mundo real. Exemplo, se um automóvel viaja do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, ele deve se deslocar pela tela da “direita” para a “esquerda”. 30º +30º +30º
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