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Técnicas Cinematográficas

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Ronaldo Morant 
A Técnica Cinematográfica 
Rio de Janeiro, 2018 
Ronaldo Morant 
 
1 
A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA 
 
Ao se gravar uma cena, apesar de parecer ser fácil, muitos cinegrafistas profissionais 
entendem que a arte de fazer filmes e televisão é muito mais complicada. Dominar técnicas 
básicas é essencial para se realizar a produção de um produto audiovisual. Ela necessita e se 
utiliza de uma variedade de técnicas artísticas, para que os profissionais sejam capazes de 
transmitir emoções ao avançar sua história tirando vantagem da mídia audiovisual. 
 
ENQUADRANDO A SUA IMAGEM 
Quando um personagem está na tela, seu tamanho no quadro determina que tipo de 
tomada está sendo usado. Por exemplo, um "Plano Inteiro ou Aberto" ele mostra seu corpo 
inteiro, enquanto um "Plano Médio", só mostra da cintura para cima. Planos diferentes têm 
efeitos dramáticos distintos no público. Por exemplo, um close – um em que o público vê a 
expressão facial do personagem – é muito mais intimista e com uma carga dramática muito 
maior, o que permite que o público se conecte com o personagem em um nível mais pessoal, 
do que se ele estivesse distante. 
Outros tipos de planos, movimentos e ângulos podem transmitir mais emoções – um 
outro exemplo é o “Ângulo Holandês”, também conhecido como “Plano Holandês”, ele é um 
plano em que a câmera é inclinada em ângulo diagonal. Esse tipo de enquadramento é usado 
para causar confusão, tontura ou loucura. Um plano de ângulo-baixo, em que a câmera é 
posicionada próxima ao chão e apontada para cima, pode ser usado para fazer que algo 
apareça maior ou mais imponente, poderoso ou heroico. 
E é aqui, diante de todas essas técnicas, que começa a nossa jornada. Um caminho 
pelo conhecimento das “Técnicas Audiovisuais” que lhe auxiliarão no desenvolvimento da sua 
profissão de Cinegrafista. 
 
COMEÇANDO PELO BÁSICO: 
 
Campo 
Aquilo que a câmera vê. No espaço, o 
campo tem a forma de uma pirâmide com o 
vértice no centro da objetiva. 
 
 
 
 
 
Quadro 
O retângulo resultante da projeção da 
pirâmide sobre uma superfície plana seja, o filme, 
seja a tela de projeção. 
 
 
 
 
 
 
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Ângulo de visão 
A medida do ângulo formado pelo 
vértice da pirâmide, em graus. O ângulo de visão 
varia em função da distância focal da objetiva e 
das dimensões da janela sobre o filme. Como o 
quadro é retangular, os ângulos de visão 
horizontal, vertical e diagonal são sempre 
distintos. Uma objetiva é classificada em função 
de seu ângulo horizontal: chama-se "normal" quando este mede cerca de 40 graus, "tele" 
quando é menor e "grande angular" quando é maior. 
 
Ponto de Vista, Plano Subjetivo ou Câmera Subjetiva (o enquadramento subjetivo). 
A câmera mostra o ângulo de visão do personagem, gerando no espectador o artifício 
de se encontrar na mente do mesmo e em sua subjetividade. 
É o local do espaço em que se encontra o vértice da pirâmide. Quando ele reproduz o 
ponto de vista de um personagem, chamamos de câmera subjetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELIPSE 
Se refere a uma passagem muito rápida de tempo, ação, diálogo ou acontecimento 
que ficam implícitos entre um plano e outro. São trechos de uma história que não são 
declarados (fragmentos da história que não serão mostrados) por meio de sons, textos ou 
imagens, mas que são subentendidos pelos espectadores. 
 
Elipses de Estrutura 
São subdivididas em objetivas, subjetivas e simbólicas. Elas são motivadas por razões 
dramáticas. 
 
Elipses Objetivas: aparecem geralmente em filmes de caráter policial, dissimulando ao 
espectador um momento decisivo da ação, com o objetivo de suscitar um sentimento de 
expectativa angustiada (suspense). A elipse pode ainda ser exigida pelo tom dramático da 
narrativa e ter por finalidade evitar uma ruptura da unidade de tom, passando em silêncio um 
incidente que não esteja de acordo com a ambiência geral da cena. 
 
Elipses subjetivas: é quando o ponto de escuta de um personagem nos é dado para justificar 
a elipse do som. 
 
Elipses simbólicas: é quando a dissimulação de um elemento da ação não tem função de 
suspense, mas uma significação mais profunda. 
 
Elipses de Conteúdo 
São motivadas por questões de censura social, especialmente se considerarmos a 
primeira metade do século XX. São alguns exemplos: gestos, atitudes e acontecimentos 
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penosos ou delicados que o respeito aos “bons costumes” e pelos tabus sociais não permitem 
mostrar em tela na íntegra, são dissimulados ao espectador e substituídos ou sugeridos de 
diversas formas. 
Algumas possibilidades: acontecimento ocultado no todo ou em parte, por um 
elemento material; acontecimento substituído por um plano do rosto ou dos gestos daqueles 
que o presenciam; acontecimento substituído por sombra ou reflexo, acontecimento 
substituído por um plano detalhe mais ou menos simbólico, cujo conteúdo evoca o que se 
passa “fora de cena”; contraponto sonoro. 
Mas, entretanto, o papel da elipse não se limita a extrair, mas aparar. Nas palavras 
de Marcel Martin: “Não se trata de suprimir momentos vazios, mas sugerir o sólido e o pleno, 
deixando fora de campo o que o espírito do espectador consegue preencher sem dificuldade”. 
 
O RACCORD (Conexão) 
Serve para interligar os efeitos visuais, sonoros ou de linguagem cinematográfica 
utilizados para garantir a coerência entre dois planos ou duas cenas subsequentes em um 
filme ou vídeo. 
 
Raccord de Movimento 
Quando um movimento parece manter a continuidade entre um plano e outro. 
 
 
Raccord de direção 
Na sequência de planos no qual um personagem ou veículo se movimenta pela tela, é 
necessário que este objeto ou veículo siga a mesma direção em todos os planos. 
OBS: O objeto deve seguir a sua trajetória na imagem com a direção de acordo com a situação 
geográfica da origem e do seu destino no mundo real. Exemplo, se um automóvel viaja do Rio 
de Janeiro para Belo Horizonte, ele deve se deslocar pela tela da “direita” para a “esquerda”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Raccord por Analogia 
Quando um plano possui uma imagem, objeto, cor, figura ou qualquer outro conteúdo 
da cena que remete a um conteúdo da cena anterior. 
 
Faux Raccord (Jump Cut) 
É a sequência de planos aparentemente sem conexão entre si ou sem uma 
continuidade na ação de uma cena para a outra. Ele serve para: 
• Criar uma sensação de estranhamento no espectador, de modo que ele crie conexões 
próprias entre as imagens; 
• Ilustrar uma série de fatos aparentemente desconexos; 
• Tirar a atenção do público da carga dramática e emocional do filme e evidenciar a sua 
mensagem de forma consciente. 
 
Raccord de Olhar (Regard) 
Quando a direção do olhar do personagem em um plano coincide, na direção, do olhar 
de outro personagem no plano cinematográfico seguinte, dando assim coerência de leitura 
entre os personagens e entre os planos. 
 
Montagem Paralela 
Desenvolvida por D. W. Griffith, é um recurso da construção narrativa no qual há o 
desenvolvimento de partes da ação sendo exibidas de forma alternada, fragmentos de uma e 
outra. Em resumo, é a alternância de duas ou mais linhas de ação de uma narrativa. Podem 
ou não convergirem para um ponto comum. 
 
TOMADA ou “Take” 
É a ação de registrar o número de vezes que o mesmo plano foi rodado. Em uma 
filmagem ou gravação podem ser feitas várias tomadas de um mesmo plano aproveitando 
somente a melhor. 
 
Plano 
O plano tem a dimensão humana como sua 
referência. 
É a de unidade significante mínima do 
filme/vídeo. 
Entende-se por plano o trecho contínuo 
de filme/vídeo contido entre dois cortes consecutivos. 
 
Atenção: Não confundir plano com take. 
 
 
 
Cena 
Pode ser composta por um ou mais planos. São 
agrupados em uma mesma cena os planos que têm uma 
continuidade temporal e espacial entre si. 
 
Sequência 
Pode ser composta por uma ou mais cenas. Define-se pela continuidade da ação. 
 
PLANO INTEIRO (PI) 
PRIMEIRO PLANO (PP) 
PRIMEIRÍSSIMO
PRIMEIRO PLANO (PPP) 
PLANO MÉDIO (PM) 
PLANO AMERICANO (PA) 
PLANO MÉDIO CURTO (PMC) 
MEIO PRIMEIRO PLANO (MPP) 
PRIMEIRÍSSIMO PLANO (PRP) 
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Plano sequência 
 É uma sequência de vários planos, ângulos e movimentos de câmera sussessivos e 
diferentes, feitos em uma única tomada, ou seja, sem cortes. 
 
Campo/contra campo ou Plano/contra plano 
Alternância de planos orientados no mesmo eixo dramático, mas em sentidos opostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano Base ou Master 
É a tomada de câmera em que se mostra toda a ação da cena em uma única tomada e 
enquadramento. 
 
PLANOS DE CÂMERA 
Os planos não são rigorosamente fixados por enquadres exatos. Eles permitem 
variações, sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que 
por medidas formais exatas. 
 
Planos, Corte e Enquadramento 
Quanto ao distanciamento da câmara em relação ao objeto filmado, levando-se em 
conta a organização dos elementos internos do enquadramento, verifica-se que a distinção 
entre os planos não é somente uma diferença formal, cada um possui uma capacidade 
narrativa, um conteúdo dramático próprio. 
É justamente isso que permite que eles formem uma unidade de linguagem, a 
significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e ou dramáticos contidos 
como possibilidades em cada plano. 
Veremos cada plano, usando a nomenclatura cinematográfica para, didaticamente, 
facilitar as definições dos enquadramentos ajudando seu estudo. Os planos se dividem em 
três grupos principais (seguindo-se a nomenclatura cinematográfica): os planos gerais, os 
planos médios, e os primeiros planos. 
Também os planos se definem por três funções importantes: Descritiva, Narrativa e 
Dramática. 
 
1.Função Descritiva: O plano descreve o que mostra a cena; 
2.Função Narrativa: O plano narra o que acontece na cena; 
3.Função Dramática O plano transmite a intensidade dramática da cena. 
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Os Planos determinam o distanciamento da câmera em relação ao objeto filmado, 
levando-se em conta a organização dos elementos dentro do enquadramento realizado. Uma 
mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele que é responsável 
por suas características principais. 
Enquadrar o centro de interesse focalizando objetos que estejam no "Primeiro Plano", 
nos dá a sensação de profundidade. Usar ou não o enquadramento para uma foto, dependerá 
de cada novo assunto e mesmo não estando em destaque ou determinando o sentido da foto, 
têm sua importância. 
 
PLANOS GERAIS: 
 
1 – Plano Panorâmico (PAN) ou Extreme Long 
Shot (XLS) 
Abrange uma vasta e distante porção de 
espaço, como uma paisagem. O ambiente é o 
elemento dominante. O sujeito/objeto pode ser 
ignorado pela situação geográfica. Seu valor 
descritivo está na importância da localização 
geográfica. 
 
 
 
 
 
2 - Grande Plano Geral (GPG) ou Very Long Shot 
(VLS) 
Abrange uma vasta e distante porção de 
espaço, como uma paisagem. O ambiente é o 
elemento dominante. O sujeito/objeto é um 
elemento dominado pela situação geográfica. 
Objetivamente a área do quadro é preenchida pelo 
ambiente deixando uma pequena parcela deste 
espaço para o sujeito que também o dimensiona. 
Seu valor descritivo está na importância da 
localização geográfica do sujeito e o seu valor 
dramático está no envolvimento, ou 
esmagamento, do sujeito pelo ambiente. Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o 
homem ou, simbolicamente, a solidão. Os personagens, quando presentes no GPG, não 
podem ser identificados. 
 
3 - Plano Geral (PG) ou Long Shot (LS) 
Abrange uma distante porção de espaço 
bem menor que o GPG. Os personagens, quando 
presentes no PG, ainda não podem ser 
identificados os mais algumas de suas 
características já podem ser percebidas. Neste 
enquadramento, o ambiente ocupa uma menor 
parte do quadro: divide, assim, o espaço com o 
sujeito. Existe aqui uma integração entre eles. Tem 
grande valor descritivo, situa a ação e situa o 
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homem no ambiente em que ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação existente 
entre o sujeito e o ambiente. O PG é necessário para localizar o espaço da ação. 
 
4 - Plano Inteiro ou Plano Aberto (PI) ou 
Full Shot (FS) 
É o enquadramento em que o sujeito 
preenche o quadro. Os pés estão sobre a linha 
inferior e a cabeça está encostada na linha 
superior do quadro, ou O sujeito ou assunto 
fotografado está ocupando boa parte do quadro, 
deixando espaço para outros elementos que 
deverão completar a informação. Este plano é 
bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito. 
Seu valor narrativo começa a potencializar o valor 
expresivo e dramático. 
 
PLANOS MÉDIOS: 
 
5 - Plano Americano (PA) ou Medium Full Shot 
(MCS) 
Um pouco mais próximo, corta os 
personagens na altura das coxas ou acima dos 
joelhos. Este plano se originou nos filmes de 
“Faroestes”, nas cenas de duelo, quando se 
precisava mostrar o momento do “saque” da 
arma em conjunto com a expressão do “rosto” do 
cowboy. Seu valor é narrativo e dramático 
 
6 - Plano Médio (PM) ou Medium Shot (MS) 
É o enquadramento cuja linha inferior 
corte o sujeito na cintura, ou seja, enquadra os 
personagens na altura da cintura (a metade do 
plano inteiro). O sujeito ou assunto fotografado 
está ocupando grande parte do quadro, deixando 
pouco espaço para outros elementos 
completarem a informação. Este plano é intimista 
ao mostrar a ação e o sujeito. O seu valor 
narrativo é grande, aumentando o valor expresivo 
e dramático. 
 
7 - Plano Médio Curto (PMC) ou Tight Medium 
Shot (TMS) 
Enquadramento em que a linha inferior 
corta o sujeito mais ou menos do umbigo para 
cima. Este plano é mais intimista ao mostrar 
detalhes da roupa ou objetos que o sujeito esteja 
usando ou portando. O seu valor dramático é 
grande. 
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8 - Meio Primeiro Plano (MPP) ou Loose Close up 
(LCU) 
Enquadra na altura do busto os 
personagens. 
 
 
 
 
 
 
PRIMEIROS PLANOS: 
 
9 – Primeiro Plano (PP) ou Close up (C) 
Enquadra apenas o rosto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 - Primeiríssimo Primeiro Plano (PPP) ou Super 
Close up (BC) 
Enquadra áreas do rosto (expressão nos 
olhos, boca e nariz etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 - Primeiríssimo Plano (PRP) ou Extreme Close up (XCU) 
Enquadra áreas do rosto extremamente 
próximas (textura ou sinais da pele, suor, fios de 
cabelo ou barba, cicatrizes etc.). 
 
 
 
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12 - Plano de Detalhe (PD) ou Cut In ou Detail (CI 
ou D) 
Enquadra e destaca partes do corpo (um 
olho, uma mão) ou objetos (uma caneta, relógio 
ou um pequeno dispositivo sobre uma mesa), por 
exemplo. 
 
 
 
 
 
12- Plano de Conjunto (PC) 
Pode mostrar um grupo de personagens 
ou objetos, já reconhecíveis, e o ambiente em 
que se encontram. A relação do plano conjunto 
está para o seu conteúdo do que para o seu 
enquadramento. 
 
 
 
 
 
Planos Conjuntos Especiais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º. Plano, 2º. Plano, 3º. Plano ... 
 É o posicionamento 
dimensional do personagem/objeto 
dentro do campo visual. Um 
personagem que está mais próximo da 
câmera é dito que está em 1º. Plano. Já 
um outro personagem, no mesmo 
plano, que está mais afastado da 
câmera está em 2º. Plano e assim por 
diante. Quanto mais afastados os 
personagens, tantos planos surgirão. 
 
 
2º Plano 
1º Plano 
3º Plano 
PLANO de 2 PLANO de 3 
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Foco Seletivo, Foco Diferencial, Repasse de Foco ou Passagem de Foco 
 É a mudança do foco de um tema em 1º. Plano para outro em 2º. Plano, assim por 
diante e vice-versa. Esse tipo de linguagem é muito usado em diálogo entre personagens que 
estão no mesmo quadro, mas em planos diferentes, e proporciona um efeito muito elegante 
na imagem. 
 
 
ANGULOS E POSIÇÕES DE CÂMERA 
 
Ângulo da Câmera 
A câmera pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, como também abaixo ou 
acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de "cima para baixo" (plongée), ou de "baixo
para cima" (contra-plongée) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por 
esta visão. 
A câmera na posição de plongée, tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador 
e pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que o contra-
plongée pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações 
vão depender do contexto em que forem usadas. 
 
 
Normal 
A câmera fica posicionada na horizontal (paralela ao solo) ao nível do olho humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Plongée ou Picado 
Câmera posicionada em nível mais ou menos elevado do que o objeto enquadrado, 
respectivamente. O personagem/objeto fica insignificante, representa fraqueza, evoca pena 
ou fragilidade, denota situação de perigo, humilhação ou pobreza, impotência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contra-plongée ou Contra-Picado 
Câmera posicionada em nível mais ou menos baixo do que o objeto enquadrado. O 
personagem/objeto ganha importância, representa força, poder, o heroico, a situação 
positiva, nobre ou de grandeza, domínio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nadir ou Supino 
A câmera se coloca completamente 
por debaixo do personagem/assunto, em um 
ângulo perpendicular ao solo. O 
personagem/objeto ganha importância, 
representa força, poder. Esse ângulo também 
é chamado de Anti-zenital. 
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Zenital 
A câmera está completamente por 
cima do personagem/assunto, em um ângulo 
também perpendicular ao solo. O 
personagem/objeto fica insignificante, 
representa fraqueza, evoca pena ou 
fragilidade, denota situação de perigo, 
humilhação. 
 
 
 
 
ALTURA DA CÂMERA 
 
Normal: A câmera se situa a uma altura do solo equivalente a da visão. Entre 1,50 e 1,80 
metros. 
 
Câmara baixa: A câmera se situa abaixo de 1,50 m. de altura do solo, como a visão de um 
menino ou um adulto sentado. 
 
Câmera alta: Se situa a uma altura maior a 1,80 metros, a distância do solo é muito elevada, 
podemos chamar de uma câmera aérea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Normal 
Colo 
Alta 
Baixa 
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MOVIMENTOS PRINCIPAIS DE CÂMERA 
 
Tilt 
Rotação da câmera em torno de seu eixo horizontal 
para cima ou para baixo. 
 
Panorâmica (Pan) 
Rotação da câmera em torno de seu eixo vertical 
para a esquerda ou para direita. 
 
Arco ou 360° 
Rotação da câmera em torno do objeto filmado. 
 
Travelling 
Deslocamento da câmera horizontalmente (eixo 
vetorial Y) para os lados esquerdo ou direito. 
 
Dolly 
Deslocamento da câmera horizontalmente (eixo 
vetorial X) para frente (dolly-in) ou para trás (dolly-out). 
Existe também a definição de “dolly-back”, que nesse 
caso seria o movimento da câmera para trás e o dolly-
out passaria a ser definido como “recuo de câmera com 
mudança de assunto (a câmera anda para trás 
recompondo o quadro com uma nova imagem ou 
objeto). 
 
Pedestal ou Lift 
Deslocamento da câmera verticalmente (eixo 
vetorial Z) para cima (lift-up) ou para baixo (lift-down). 
 
Rotação ou Roll 
Movimento efetuado com a câmera em torno 
do eixo de suas lentes. 
 
Sempre que um objeto se move em frente à 
câmera, sua imagem projetada sobre o filme ou CCD 
também se move. Se o movimento do objeto é rápido 
e o obturador fica aberto, por um tempo relativamente longo, essa imagem ou movimento 
será registrada como um borrão, um tremor, ou uma forma confusa. 
Se o tempo de exposição for reduzido, o borrão no movimento também será reduzido 
ou até eliminado. 
Um tempo de exposição à luz curto (velocidade alta), pode "congelar" o movimento 
de um objeto, mostrando sua posição num dado momento. Por outro lado, um tempo de 
exposição longo (velocidade baixa), pode ser usado deliberadamente para acentuar o borrão 
ou tremor no movimento sugerindo uma sensação de grande velocidade 
Uma regra prática para uma velocidade ideal é que o número da velocidade tem que 
ser maior do que a objetiva que está sendo usada. 
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MOVIMENTOS SECUNDÁRIOS DE CÂMERA 
 
Pivô 
Movimento associado ao produzido pela Grua, que 
é descrito pela câmera no sentido diagonal, subindo ou 
descendo, 
 
 
 
 
Varredura 
 Também é um movimento associado a Grua, que é quando a câmera em qualquer 
direção, mas sempre próxima a uma superfície, seja uma multidão, sobre as ondas do mar, 
por cima de telhados, pilhas de caixotes, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Chicote ou Whip Pan (Swish Pan) 
É o mesmo movimento efetuado com a câmera em Pan ou Tilt, porém com velocidade 
bem maior. A câmera que está enquadrando uma pessoa ou objeto, desloca-se rapidamente 
para a esquerda (ou direita), em busca de outra pessoa ou objeto. Durante este deslocamento, 
a imagem torna-se borrada, não permitindo distinguir-se pessoas ou objetos durante o trajeto 
da câmera. 
O movimento de Chicote pode ser utilizado para indicar passagem de tempo na estória 
ou então mudança de local. Neste caso, durante a edição (ou montagem na própria câmera, 
em tempo de gravação), são justapostos dois movimentos de Chicote: no primeiro, a câmera 
está enquadrando a pessoa / objeto A e desloca-se para a direita (ou esquerda). A gravação é 
então interrompida na metade do movimento (ou isso é feito em tempo de edição). A seguir, 
em outra locação, a câmera inicia a gravação (ou idem montagem durante a edição) em 
Chicote e desacelera rapidamente até enquadrar a pessoa / objeto B. Como, embora borrados, 
os fundos das imagens nos 2 Chicotes mudam de cor e aspecto no meio do movimento, 
transmite-se a noção de passagem de tempo ou mudança de local. 
 
Snap Zoom 
Movimento de aproximação ou afastamento de grande rapidez, efetuado 
manualmente através da alavanca ou anel de controle do zoom. 
 
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Zoom ou Travelling Ótico 
Alteração gradual, dentro de um mesmo plano, do ângulo de visão. Chama-se zoom-in 
quando este ângulo diminui (a imagem se aproxima) e zoom-out quando ele aumenta (a 
imagem se afasta). 
 
COMPOSIÇÃO DE IMAGEM 
 
"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos 
prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade..." 
(Henri Cartier-Bresson) 
 
Composição fotográfica é a seleção e o arranjo agradáveis dos assuntos dentro da área 
a ser fotografada. 
Na imagem, é a sua sólida composição o que torna mais atraente do que em outra. 
Arranjos são feitos colocando-se figuras ou objetos em determinadas posições. Às 
vezes, na mudança do ângulo de tomada você pode deslocar sua câmera suavemente, 
acarretando uma mudança considerável na composição. 
Uma foto bem composta exige planejamento e paciência! Como forma de orientar o 
estudo da fotografia, descrevemos a seguir alguns elementos da linguagem fotográfica e suas 
finalidades. 
 
Composição 
Composição é o arranjo dos elementos do quadro: o assunto principal, o primeiro plano, 
os motivos secundários. É a qualidade estética da imagem que inclui textura, equilíbrio de 
cores e formas e outras variáveis que combinadas formam uma imagem comunicativa e 
agradável de se ver. 
A composição da imagem é responsabilidade de muitas pessoas que trabalham na 
produção. Desde o operador de câmera até o diretor do programa, passando pelo cenógrafo, 
iluminador e diretor de fotografia, todos têm participação no resultado final. 
O senso estético pode ser um talento nato ou ser desenvolvido com o estudo e a 
observação de trabalhos de bons diretores, fotógrafos e artistas. 
A composição da imagem deve ter como objetivo alcançar um efeito emocional, passar 
um clima, quebrar a monotonia. Compor não é só criar bonitas imagens, compor é mostrar 
imagens apropriadas. Deve-se enquadrar levando-se o espectador a olhar o que se deseja, a 
fixar a atenção em algum ponto da cena. E este centro de interesse pode estar no primeiro 
plano, no meio ou atrás. É preciso levar em conta a forma, o tamanho, a importância na cena 
de pessoas ou objetos. Se uma imagem não está bem composta, o espectador
desvia sua 
atenção para um ponto não interessante da cena. 
Os elementos de uma cena devem estar ordenados de maneira que tenham sentido para 
o espectador. 
É importante observar o quadro por inteiro e não só o personagem ou o objeto principal. 
Com isto evita-se, por exemplo, plantas no fundo da cena que pareçam sair da cabeça de uma 
pessoa ou interferências que confundem o espectador. 
Podemos dividir os elementos visuais que compõe uma cena em massa (pessoas, 
objetos, etc.), profundidade (perspectiva, profundidade real ou aparente da cena), linhas 
(direção dos movimentos, linhas da cena) e tonalidade (os tons das cores, os brilhos e 
contrastes presentes na cena). 
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Podemos controlar estes elementos com a adequada colocação da câmera, com a 
seleção da distância focal, com a iluminação ou mesmo com o arranjo dos objetos e pessoas 
da cena. 
 
Composição de planos para corte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tomadas: 
 
Massa 
O centro geométrico da tela nem sempre é o melhor lugar para situar o centro de 
interesse de uma cena. Existem algumas regras para composição que são utilizadas na pintura, 
na fotografia, no cinema e TV que podem auxiliar na composição do quadro, tornando as 
imagens mais harmoniosas e equilibradas. A regra dos terços, que os antigos gregos 
chamavam de proporção áurea, é uma delas. 
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3 4 
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Regra dos Terços 
Antes de se fazer a tomada, imagine a área do seu quadro dividido simultaneamente 
em 3 terços verticais e horizontais, isto é, trace três linhas paralelas imaginárias no sentido 
horizontal e no sentido vertical da fotografia. 
As interseções destas linhas imaginárias sugerem 4 
opções para a colocação do centro de interesse para uma boa 
composição. A opção depende do assunto e como o câmera ou 
diretor quer que ele seja apresentado. 
Geralmente, enquadramentos com assuntos 
centralizados, tendem a ter uma característica mais estática e 
menos interessante do que os com o assunto fora do centro. 
Você deve sempre considerar a direção do movimento dos 
assuntos, e deixar um espaço na frente, dentro do qual possam 
se movimentar. 
Pode-se também aplicar a orientação da regra dos 
terços na colocação da linha do horizonte em seu quadro, pois a linha do horizonte dividindo 
o quadro ao meio, dá uma sensação de estática. O mesmo vale para assuntos verticais. 
As melhores imagens são aquelas onde o assunto principal não está no centro e sim 
em um dos quatro pontos de interseção. A colocação em um destes pontos vai depender do 
assunto e de como ele deve ser apresentado. 
Por exemplo, os olhos de 
um personagem devem ficar na 
linha superior. O horizonte não 
deve ficar no centro do quadro e 
sim na linha superior ou na 
inferior quando se quiser dar mais 
ênfase ao primeiro plano 
Esta é uma regra que deve 
ser seguida em tomadas normais, mas pode-se por razões dramáticas ou para isolar um objeto 
do todo, enquadrar de outra maneira. 
O movimento dentro de uma cena está diretamente relacionado com a linha. Através 
do movimento podemos chamar a atenção para o centro de interesse de uma imagem. Por 
exemplo, quando o objeto principal é o único que se move no meio de outros completamente 
estáticos ou vice-versa. Ou quando é o único que anda em sentido contrário a todos os outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os pontos em que as linhas 
se cruzam são chamados de 
“Pontos de Ouro”. 
PINTURA FOTOGRAFIA 
Imagens composta utilizando a regra dos terços 
Ronaldo Morant 
 
18 
 
 
Regra dos quadrantes 
Define-se em se dividir o quadro em uma metade superior e inferior, bem como uma 
metade direita e esquerda, assim pode-se dividir a cena para contar duas histórias paralelas e 
diferentes. A técnica de enquadramento permite que o espectador fique constantemente 
entretido em sua visualização. 
Embora a narrativa seja semelhante em cada quadrante, essa técnica mantém os olhos 
do espectador passeando através do quadro mantendo-os envolvidos no filme. 
 
Composição triangular 
No método de composição triangular o centro de interesse se encontra no vértice de 
um triângulo que tem como base o estremo inferior do enquadramento. Os elementos são 
colocados de forma triangular ficando o ponto de interesse muito claro com o apoio dos 
outros elementos da cena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens composta utilizando a regra dos terços 
TELEVISÃO CINEMA 
Ronaldo Morant 
 
19 
Tonalidade 
Os tons mais claros e escuros dos 
componentes de uma cena são importantes também 
na composição da imagem. O centro de interesse 
deve estar sempre na parte mais clara ou de maior 
contraste. 
 
 
 
 
Forma Fechada e Aberta da Imagem 
A forma fechada tem bem demarcado todo o contorno da imagem, a informação está 
completa. Já a forma aberta não mostra o limite da imagem nem, portanto, toda a informação 
visual. 
 
Profundidade 
A imagem do cinema e da televisão 
são planas, por isto devemos dispor os 
objetos da cena visando dar a sensação de 
profundidade e volume, criando a sensação 
de perspectiva e efeito tridimensional. 
Colocando-se, por exemplo, um objeto perto 
da câmera no canto do quadro, aumenta a 
amplitude da cena. O uso de uma lente 
grande angular exagera a perspectiva e 
aumenta a distância aparente entre os 
objetos. Conseguimos também uma maior 
profundidade deixando o primeiro plano mais escuro e o fundo mais claro, ou dispondo as 
linhas de forma diagonal ou convergente. 
Componha seu plano de forma que a razão de o ter feito fique claramente expressa. 
Faça com que as demais áreas da imagem complementem harmoniosamente aquilo que foi 
escolhido como o centro de interesse. 
Não importa o assunto que tenha sido escolhido para ser filmado, o importante é evitar 
as fusões. Lembre-se: nós vemos as coisas em três dimensões, portanto, é mais frequente do 
que se imagina o cinegrafista concentrar-se somente no assunto principal e não perceber que 
o fundo está interferindo. Você pode estar certo de que a câmera sempre registra as fusões, 
portanto sempre antes de filmar seu assunto, preste mais atenção ao fundo deste. 
Cortar cabeças, pés ou pessoas pela metade, também estamos cometendo uma fusão, 
esta é chamada de fusão de bordas. 
FORMA 
FECHADA 
FORMA 
ABERTA 
Ronaldo Morant 
 
20 
Quebra de Eixo de Câmera (Regra dos 180 graus) 
Distingue-se eixo 
visual da câmera de eixo 
dramático. O eixo visual é 
o próprio eixo 
geométrico da pirâmide, 
a direção para a qual a 
câmera está apontada. O 
eixo dramático, 
estabelecido pela relação 
entre dois personagens 
que se olham frente a 
frente, por exemplo, é 
fundamental para situar 
o espectador 
espacialmente. A quebra 
de eixo, nome que se dá 
ao salto do ponto-de-vista de um lado para o outro do eixo dramático, pode confundi-lo, 
portanto deve ser usada com cuidado. Exemplo: em um jogo de futebol, todas as câmeras 
ficam do mesmo lado do campo. Se um corte for feito para uma câmera colocada depois do 
eixo, parecerá que os times trocaram de lado. 
Equivale a mudar repentinamente a câmera que transmite um jogo de futebol para o 
outro lado do campo: o 
torcedor que assiste pela 
TV pode pensar que um gol 
marcado foi contra, pois 
não sabe mais para qual 
lado joga cada time. 
Em resumo, todas 
as tomadas devem ser 
feitas sem ultrapassar uma 
linha imaginária que passa 
à frente da câmera (ver 
ilustração). Se uma tomada 
for feita a mais de 180 
graus, terá cruzado o eixo 
da ação (dramático) 
invertendo a direção da 
cena na tela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ERRADA 
Ronaldo Morant 
 
21 
Continuidade Espaço-Temporal 
Ë o mesmo conceito da quebra de eixo na regra dos 180°, só que desta vez aplicada a 
objetos em movimento. 
 
 
 
. 
 
As Linhas 
Cada uma proporciona um impacto diferente na fotografia e devem ser utilizadas 
conforme o que você quer transmitir com aquela imagem 
Ao planejar um plano, verifique quais são as linhas que podem ser utilizadas a seu 
favor, para proporcionar mais impacto a sua imagem e narrativa.
Cada tipo de linha possui um significado. Linhas verticais sugerem dignidade, poder. 
As horizontais sugerem estabilidade. Linhas paralelas às bordas do quadro criam uma 
sensação de formalidade e ordem, mas deixam a imagem monótona. Já as que formam um 
ângulo com as laterais do quadro transmitem mais emoção e vigor. As linhas diagonais são 
sempre melhores que as horizontais e verticais. As linhas curvas, por sua vez, passam uma 
sensação de suavidade, tranquilidade, graça, movimento e sensualidade. As dentadas, 
destruição ou violência. 
 
 
 
 
 
Um corte para uma câmera do outro lado do eixo faz com que o objeto em movimento mude de direção. Para 
evitar este problema insira entre os cortes uma tomada neutra ou uma tomada feita com a câmera sobre o 
eixo dramático. 
Eixo Dramático 
Eixo Dramático 
Eixo Dramático 
Ronaldo Morant 
 
22 
Linhas Horizontais: 
Linhas horizontais, normalmente, são utilizadas para transmitir ESTABILIDADE ou 
DESCANSO, exemplos: Horizontes, arvores caídas, oceanos, pessoas dormindo, etc. 
As linhas horizontais também podem 
transmitir a ideia de PAZ, PERMANÊNCIA e 
SERENIDADE. 
Para acentuar calma e tranquilidade às 
imagens faça composições horizontais. Ao se 
manter o assunto na parte direita da imagem faz-se 
com que os olhos do espectador corram da 
esquerda para a direita. 
 
 
Linhas Verticais: 
As linhas verticais podem transmitir uma 
enorme variedade de informações em uma 
imagem, que vão desde PODER e FORÇA (pense em 
arranha-céus) até o CRESCIMENTO (pense nas 
árvores). 
 
 
 
 
Linhas Diagonais 
Elas criam pontos de interesse e geralmente 
surge uma perspectiva e profundidade assim como 
DINAMISMO, FELOCIDADE e AÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O movimento diagonal do canto inferior esquerdo ao canto superior direito deve ser 
usado para movimentos ascendentes. A inclinação desse jato decolando, se enquadrado dessa 
maneira, resulta num plano eficaz. Se este plano fosse filmado do ângulo oposto, retrataria o 
jato com uma linha de transição oposta, que deve ser usada para um movimento descendente. 
Ronaldo Morant 
 
23 
A Perspectiva 
A perspectiva auxilia a indicação da profundidade e da forma, uma vez que cria a ilusão 
de espaço tridimensional. Ela se determina a partir de um ponto de convergência que 
centraliza a linha, ou as linhas principais da fotografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fotografias são bidimensionais: possuem largura e comprimento, e para se 
conseguir o efeito de profundidade é preciso que uma terceira dimensão seja introduzida: a 
perspectiva. 
Sem dúvida a perspectiva não passa de 
uma ilusão de ótica. Quando seguramos um 
livro, mantendo o braço esticado, este objeto 
dará a impressão de ser tão grande quanto uma 
casa situada a uma centena de passos. Quanto 
mais se reduz a distância entre o livro e a casa, 
mais os objetos se aproximam de suas 
verdadeiras dimensões. Só quando o livro se 
encontra em um plano idêntico ao da casa, é 
que o tamanho aparente de cada um deles 
equivale com exatidão ao real. 
Através da perspectiva, linhas retas e 
paralelas dão a impressão de convergir, objetos que encobrem parcialmente a outros dão a 
sensação de profundidade, e através do distanciamento dos objetos temos a sensação de 
parecerem menores. 
Podemos utilizar a perspectiva para criar impressões subjetivas, e o caso de efeitos de: 
"plongée" filmar com a câmera num ângulo superior ao assunto, diminuindo-o com relação 
ao espectador; e "Contra- plongée " a câmera num ângulo inferior ao assunto criando uma 
sensação de poder, força e grandeza. Cada um destes recursos deverá ser utilizado de acordo 
com o contexto e o objetivo do fotógrafo. 
O desenho pode transformar-se em um tema, e introduzir ordem e ritmo em uma 
imagem que, sem ele, talvez parecesse caótica. Nos casos onde o seu efeito é muito grande, 
ele pode dominar a imagem, a ponto de os outros componentes perderem quase por 
completo sua importância. 
As linhas constituem um importante papel na composição, e linhas diagonais são muito 
dinâmicas. Você pode usar linhas diagonais como linhas de condução a fim de proporcionar 
Ponto de Fuga 
(PF) 
x 
Ronaldo Morant 
 
24 
um direcionamento na foto. Podemos usar linhas repetidas para chamar a atenção do 
observador para o centro de interesse, ou também podemos usar qualquer outra simples 
forma geométrica para ajudar na composição das fotos. Uma das mais atrativas linhas usadas 
na composição é a chamada curva em "S". Desenvolve-se mais senso artístico, estudando 
fotos de forma a encontrar a força de suas linhas, as formas geométricas e o equilíbrio. 
Linhas e formas podem ser usadas para criar imagens abstratas, subjetivas, ou para 
desviar a atenção do assunto principal de uma fotografia. 
 
Linhas Convergentes ou Vetores Dinâmicos da Imagem 
As linhas reais de uma cena, aquelas formadas pelos objetos, pelas pessoas e pela 
direção do movimento podem 
proporcionar um clima e conduzir a 
atenção do espectador ao centro de 
interesse, elas possuem a força e 
dinâmica das linhas vetoriais. 
As bordas dos objetos são 
formadas por linhas. Estas linhas 
direcionam nossa atenção para 
determinados lugares. Trabalhando 
estas linhas conseguimos chamar a 
atenção para determinado ponto da 
cena. 
O movimento dentro de uma cena 
está diretamente relacionado com a 
linha. Através do movimento podemos 
chamar a atenção para o centro de interesse 
de uma imagem. Por exemplo, quando o objeto principal é o único que se move no meio de 
outros completamente estáticos ou vice-versa. Ou quando é o único que anda em sentido 
contrário a todos os outros. 
 
 
ENQUADRAMENTOS CERTOS E ERRADOS 
 
O Big Close: Em um Big Close, havendo a necessidade de se cortar o personagem no 
enquadramento. Nunca corte o queixo do personagem. 
 
 
CERTO ERRADO 
O olhar do espectador é conduzido para o homem 
em pé, que é o ponto de interesse da cena. 
Cena do filme Captain Blood - 1935 
Ronaldo Morant 
 
25 
Em Diálogos: Em um diálogo entre dois personagens, sempre localize suas posições no 
espaço cênico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimentos: Enquadramento de objetos que descrevem um movimento. 
Sempre coloque um espaço à frente do objeto na direção do seu deslocamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equilíbrio, Composição, Balanço, Ponto de Vista e Arranjo Visual Dos Elementos. 
Composição é o arranjo visual dos elementos, e o equilíbrio é produzido pela interação 
destes componentes visuais. 
O equilíbrio perfeito independe dos elementos individuais, mas sim do relativo peso 
que o fotógrafo dá a cada elemento. Desta maneira, considera-se que o mais importante para 
o equilíbrio é o interesse que determinará a composição dos outros elementos. Equilíbrio 
perfeito é simplesmente arranjar as formas, o volume, a localização, as cores, a conceituação, 
e as áreas de luz e sombras que se complementam mutuamente para dar uma aparência bem 
equilibrada. Como todos os outros elementos, o equilíbrio será conseguido de acordo com os 
propósitos do fotógrafo, de evocar ou não estabilidade, conforto, harmonia, etc. 
A capacidade para selecionar e dispor os elementos de uma imagem depende em 
grande parte do ponto de vista do fotógrafo. Na verdade, o lugar onde ele decide se colocar 
para bater uma foto constitui uma de suas decisões mais críticas. Muitas vezes uma alteração, 
mesmo mínima, do ponto de vista, pode alterar de forma drástica o equilíbrio e a estrutura 
da foto. 
Por isso torna-se indispensável andar de um lado para o outro, aproximar-se e afastar-
se da cena, colocar-se em um ponto superior ou inferior a ela, a fim de observar o efeito 
CERTO 
CERTO ERRADO 
AR AR 
Ronaldo Morant 
 
26 
produzido na imagem por todas essas variações. A composição nada mais é do que a arte de 
dispor os elementos, do assunto a ser mostrado, da forma que melhor atenda nossos 
objetivos. 
Explore o equilíbrio simétrico, e explore também o equilíbrio não simétrico, que em 
geral é muito mais interessante que
o equilíbrio simétrico. Dê às suas fotos uma sensação de 
informalidade e descontração. 
 
Regra dos 30º 
Se um personagem 
aparece em dois planos 
sucessivos e muito semelhantes, 
a diferença entre o primeiro 
plano e o segundo deve ser um 
ângulo acima de 30º. Ou seja, 
para gravar o segundo plano, a 
câmera deve estar posicionada 
em um ângulo acima de 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raccord de direção 
Na sequência de planos no qual um personagem ou veículo se movimenta pela tela, é 
necessário que este objeto ou veículo siga a mesma direção em todos os planos. 
OBS: O objeto deve seguir a sua trajetória na imagem com a direção de acordo com a situação 
geográfica da origem e do seu destino no mundo real. Exemplo, se um automóvel viaja do Rio 
de Janeiro para Belo Horizonte, ele deve se deslocar pela tela da “direita” para a “esquerda”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30º 
+30º +30º

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