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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CLAUDIO MARTINS DE ALMEIDA
JOSÉ GABRIEL DE SOUZA SILVA
ISABELLA DE OLIVEIRA LEITE
MIRELA MENDES CHRISTO
SARAH ELLEN EDUARDO BERNARDO
CICLO DO NITROGÊNIO
Campos dos Goytacazes – RJ
MAIO - 2018
CLAUDIO MARTINS DE ALMEIDA
JOSÉ GABRIEL DE SOUZA SILVA
ISABELLA DE OLIVEIRA LEITE
MIRELA MENDES CHRISTO
SARAH ELLEN EDUARDO BERNARDO
CICLO DO NITROGÊNIO
Trabalho entregue ao professor Ph.D Luciano Pasqualoto Canellas, como parte das exigências para aprovação na disciplina Química e Mineralogia dos Solos na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
Campos dos Goytacazes – RJ
MAIO - 2018
INTRODUÇÃO
O nitrogênio (N) é um elemento fundamental para todos os organismos vivos, e pode limitar a produção primária em ecossistemas aquáticos e terrestres. É necessário em grandes quantidades, pois é um composto primordial para as proteínas, ácidos nucleicos e de outros constituintes celulares.
Esse constituinte é de grande importância na litosfera, difundido nas rochas, no fundo dos oceanos e nos sedimentos, correspondendo a 98 % do N existente no planeta. Este elemento compõe 78% da atmosfera terrestre em sua forma gasosa diatômica não combinada (N2), o que representa o segundo maior reservatório de N presente na terra. O nitrogênio também ser encontrado predominantemente nas plantas em uma concentração de aproximadamente 94%, sendo os outros 6% encontrados nos seres vivos (microbiota e animais); levando-se em consideração que esta quantidade se refere somente aos 4% de nitrogênio orgânico presente em todo o planeta, pois os outros 96% derivam-se de matéria orgânica morta. O N elementar apresenta-se na biomassa a partir de N2 atmosférico, NH4+ e NO3 – (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).
O solo é um reservatório de N de extrema relevância em razão de ser o principal elo entre os componentes da biosfera e o nitrogênio é o elemento que mais sofre transformações bioquímicas no solo no sistema solo-planta-atmosfera, possuindo três subciclos denominados de elementar, autotrófico e heterotrófico, sendo estes descritos abaixo: 
Elementar: configura a interação entre as formas vivas e os compartimentos dominantes na terra e na atmosfera, sendo assim representado pela desnitrificação e fixação de N2 .
Autotrófico: constituído pela atividade vegetal, fotossintética e a formação de compostos orgânicos nitrogenados servindo estes como substratos primários utilizados por microrganismos heterotróficos.
Heterotrófico: inclui a mineralização, dissipação da energia da matéria orgânica e produção de formas inorgânicas de N no solo.
Parte desta biomassa é constantemente transformada no reservatório de matéria orgânica morta, sendo parcialmente mineralizado e parte estabilizada na própria biomassa, tais processos são intensamente estudados. O fluxo de N é coordenado por processos de adição e perdas. Os processos mais importantes de adição são: fixação biológica de N, mineralização do N-orgânico, reposição pelas chuvas e fertilização. Já os de perdas são: lixiviação, erosão do solo, extração pelas culturas, volatilização/desnitrificação de N aplicado e imobilização no próprio solo aplicado via fertilização.
O manejo do solo exerce uma grande influência sobre o ciclo do nitrogênio. Por exemplo, o cultivo intensivo acelera a mineralização da matéria orgânica do solo, já o plantio direto e o cultivo de leguminosas enriquecem o solo em nitrogênio. Portanto, a compreensão do ciclo do nitrogênio é extremamente necessária para o agrônomo e zootecnista para que esses profissionais tenham fundamentação teórica e dimensão da dinâmica desse importante elemento no sistema solo-planta-atmosfera a fim de se obter um correto exercício de suas atividades. Sendo assim, objetiva-se apresentar, nesse documento, as bases teóricas do ciclo do nitrogênio, bem como algumas aplicações relacionadas a práticas que interferem no ciclo.
REVISÃO DE LITERATURA
Fixação do Nitrogênio
O gás Nitrogênio é o mais abundante na atmosfera, com forma molecular diatômica (N2), constitui 78% da atmosfera terrestre, e é o quarto elemento mais abundante nas plantas, sendo superado apenas pelo carbono, oxigênio e hidrogênio. No entanto, organismos eucariotos, como plantas e animais, não conseguem utilizar este elemento diretamente, ou seja, são incapazes de absorver o N2 e convertê-lo a uma forma assimilável. Em temperatura ambiente os átomos encontram-se unidos de uma maneira muito estável na molécula de nitrogênio, isso quer dizer que a presença da ligação tripla (N≡N) é o problema básico para a fixação desse elemento. O nitrogênio deve ser então, convertido a uma forma assimilável (NH3+), para tal é necessário a redução do N2, que pode ocorrer através de três processos: fixação industrial, fixação química e fixação biológica de nitrogênio, (MARTINEZ-ROMERO, 2006).
Fixação industrial
Consiste no processo de produção de adubos nitrogenados usados nos sistemas agropecuários e florestais. O N2 é transformado em NH3 através de processos industriais, como o Haber-Bosch. Devido de uma tripla ligação que une fortemente os dois átomos de nitrogênio, é necessário temperaturas em torno de 400-600 ºC, pressões em torno de 100-200 atm, grande quantidade de energia e a combinação de Nitrogênio e Hidrogênio para romper a ligação, combinação essa, descrita na Eq. 1. (SOUZA, 2008). 
	N2 + 3H2 2NH3 + Calor
	(1)
Fixação química 
Segundo Noxon (1976), o N2 pode ser oxidado por descargas elétricas na atmosfera e arrastado para o solo através das chuvas, porém apresenta uma baixa contribuição quando comparados com os outros métodos. 
O nitrogênio reage com o oxigênio em condições de alta temperatura e pressão, que podem ser encontradas durante uma tempestade com presença de relâmpagos. A alta energia fornecida pelas descargas elétricas dos relâmpagos quebra a tripla ligação entre os elementos da molécula de N2, que reagem com o Oxigênio, formando Óxidos de nitrogênio, os quais se dissolvem nas águas pluviais, quando precipitam, formam nitrato no solo (DRAPCHO, SISTERSON, KUMAR, 1983).
Fixação biológica do nitrogênio 
A fixação biológica do nitrogênio (FBN) ocorre graças a uma enzima denominada nitrogenase, presente apenas em alguns organismos e com a participação do Fe, Mg, Mo e ATP, em que o N2 é reduzido a NH3 pela ação de microrganismos que podem ser de vida livre, cuja liberação de nitrogênio se dá pela morte de microrganismos; microrganismos associativos, os quais possuem mecanismos de transferência para liberar o nitrogênio para o hospedeiro; ou microrganismos simbiontes que fixa N2, apresentam uma transferência bi-direcional de nitrogênio e fosfonitratos com plantas superiores. Evolutivamente, acredita-se que a FBN tenha se desenvolvido quando as reservas geoquímicas de nitrogênio se tornaram escassas na biosfera. O esgotamento dos óxidos de nitrogênio (nitratos e nitritos) pelos organismos teria, provavelmente, limitado seus crescimentos e ocasionado uma pressão seletiva, que favoreceu o aparecimento da diazotrofia (LEMOS, 2011).
Figura 1. Esquema da ação da nitrogenase.
A enzima nitrogenase é extremamente sensível ao oxigênio, e a proteção da enzima contra a molécula de O2 não é um problema para as bactérias anaeróbias, mas poderia se tornar um grande obstáculo para espécies aeróbias, tais como cianobactérias, bactérias aeróbicas de vida livre (Azotobacter e Beijerinckia) e para as bactérias que fixam o N2 em simbiose com leguminosas. Entretanto, estes microrganismos possuem formas de evitar o contato do O2 com a enzima nitrogenase, como por exemplo, a presença de um elevado metabolismo respiratório mantém baixos os níveis de O2 nas células, outras bactérias são capazes de produzir polissacarídeos extracelulares, que limitam a difusão de O2 para o interior das células. Nas cianobactérias, a fixação do nitrogênio ocorre em células especiais denominadas heterocistos,que possuem somente o fotossistema I (usado para gerar ATP pelas reações mediadas pela luz) e não geram oxigênio. Na associação simbiótica com leguminosas, a fixação do N2 ocorre em estruturas denominadas nódulos, após a formação destes, diversas proteínas são sintetizadas e uma delas, a leghemoglobina, que controla o suprimento de oxigênio para os tecidos nodulares. 
Fixação biológica de nitrogênio em leguminosas 
A fixação biológica do N2 em leguminosas é um processo chave para a sustentabilidade agrícola devido ao seu reduzido impacto no ambiente, em relação à utilização de fertilizantes nitrogenados. Ocorre pela associação simbiótica com bactérias do gênero rizóbio, tal associação se caracteriza pela formação de estruturas hipertróficas nas raízes, denominadas de nódulo. Nos nódulos, o rizóbio na forma pleiomórfica (bacteroide) fixa o N2 atmosférico e o converte para uma forma combinada, a amônia (NH3), que pode ser utilizada pela planta hospedeira. (HOFFMANN, 2007). 
A formação do nódulo é resultante de um processo complexo, que envolve vários estágios. Primeiramente, é necessário o reconhecimento e adesão superficial. Este processo é mediado por substâncias especificas denominada, genericamente, de lecitinas. São moléculas de proteínas presentes nas sementes e superfície dos pelos absorventes das raízes. Estas proteínas apresentam alta especificidade de interação com as moléculas superficiais de rizóbios. 
Após o reconhecimento e adesão, inicia-se o processo de infecção que provoca alterações. As bactérias enviam sinais químicos para a planta, provocando uma curvatura característica do pelo radicular, uma provável função desta curvatura pode está relacionada com a construção de um ambiente favorável a degradação de parede celular por enzimas pécticas secretadas pelo rizóbio (BEGUM et al., 2001). Após degradação da parede celular, segue-se a penetração no pelo formando um canal de infecção através da invaginação da membrana citoplasmática do pelo absorvente, chamado de “cordão” de infecção, que se estende além da base dos pelos absorventes e penetra na região do córtex da raiz. 
De acordo com Beijerinck (1888), ocorre então o desenvolvimento do tecido nodular e a transformação dos rizóbios em bacteroide. Determinadas células da região do córtex interno são estimuladas ao crescimento e reprodução (condição tetraploide 4n). O nódulo emerge lateralmente na raiz.
Ao mesmo tempo em que a formação do bacteroide, observa-se especialização dos mesmos na síntese de um complexo enzimático denominado nitrogenase. Kurtz & La Rue (1975), Bergensen & Gibson (1978) e Dreyfus et al., (1988), demostraram que as células infectadas do tecido nodular iniciam a síntese de um componente decisivo na efetividade do nódulo, síntese de uma proteína denominada leghemoglobina, que tem a função de proteger a nitrogenase dos afeitos danosos do oxigênio. 
Nas leguminosas, a leghemoglobina confere uma cor avermelhada ao interior dos nódulos efetivos. Já os nódulos sem leg-hemoglobina, são brancos e não fixam nitrogênio.
A reação de fixação do nitrogênio caracteriza-se pela redução do N2 à NH3. Portanto, para que a reação ocorra, é necessário que haja um transporte de elétrons, mediado por moléculas aptas a realizá-lo. A enzima nitrogenase é formada por duas unidades protéicas, a Ferro-proteína (Feproteína) e a Molibdênio-Ferro-proteína (MoFe-proteína), ambas capazes de transportar elétrons. Durante a reação de redução do N2, a nitrogenase é auxiliada por uma terceira molécula transportadora de elétrons, a ferridoxina.
O modelo proposto para a evolução da reação pode ser entendido do seguinte modo:
A ferridoxina, na sua forma reduzida , transfere um elétron para a unidade Fe-proteína da nitrogenase. 
A Fe-proteína, então reduzida, doa o elétron recebido para a MoFe-proteína. 
A MoFe-proteína acumula os elétrons. Após 8 transferências, essa unidade terá acumulado 8 elétrons e, então, fará a redução do N2 a NH3. 
Para cada elétron transferido da Fe-proteína para a MoFe-proteína são consumidos 2 ATPs. Para reduzir uma molécula de N2 são necessários 8 elétrons e, portanto, 16 ATPs. 
São reações de oxido-redução (transferência e-) e a energia necessária para o processo é fornecida pelo ATP, que provém: 
1) Da oxidação de produtos da fotossíntese, causada por simbiontes e associativos. 
2) E da oxidação de produtos como etanol, piruvato e glicerol, proveniente de Vida livre.
 
Assimilação do NH4+ produzido nos nódulos 
A fixação do nitrogênio atmosférico dá origem à amônia (NH3), que em contato com o substrato aquoso do citoplasma dos bacterióides é convertida, rapidamente, em íon amônio (NH4+). 
O íon amônio (NH4+) inibe a fixação do nitrogênio, não podendo acumular-se no interior dos bacterióides. Assim, logo depois de ser formado, ele é retirado dos bacterióides, atingindo o citoplasma da célula vegetal hospedeira, célula da região central do nódulo radicular. Para as células vegetais, o NH4+ também é prejudicial, promovendo a dissociação entre a formação de ATP e o transporte de elétrons na respiração e na fotossíntese. Logo, o NH4+ que atinge o citoplasma das células vegetais da região central do nódulo precisa ser assimilado em moléculas que não possuem efeito tóxico (WONG et al., 2008). 
Duas enzimas, a glutamina sintetase (GS) e a glutamato sintase (GOGAT), são responsáveis pela conversão do NH4+ em aminoácidos. Os aminoácidos gerados pela ação dessas enzimas são a glutamina e o glutamato. 
Sabe-se que leguminosas de origem temperada (ex. ervilha), normalmente, sintetizam um terceiro tipo aminoácido, a asparagina, que será utilizado para a exportação de nitrogênio para o restante da planta (através das conexões vasculares que unem o nódulo ao xilema do cilindro central da raiz). Da mesma forma, as leguminosas de origem tropical (ex. soja), frequentemente, produzem ureídeos para a exportação do nitrogênio ao longo do organismo vegetal (VIEIRA, 2017).
 Influência de fatores edafoclimáticos na nodulação e fixação simbiótica do N2 em leguminosas 
Em geral, a fixação simbiótica do N2, é influenciada por efeitos diretos sobre a formação e função dos nódulos, e pela diminuição da capacidade da planta em realizar simbiose som os nódulos. Abaixo estão descritos alguns fatores que interferem na fixação de nitrogênio por leguminosas:
Temperatura
A temperatura influencia a sobrevivência do rizóbio no solo, o desenvolvimento dos nódulos e o período de tempo em que eles permanecem ativos. As temperaturas ótimas para nodulação e fixação de nitrogênio variam de acordo com as espécies de rizóbio, mas ficam dentro de uma estreita faixa na vizinhança dos 30°C. 
Baixa umidade no solo
A fixação do N2 em leguminosas é altamente sensível à deficiência de água no solo. A resposta do processo simbiótico ao estresse de umidade depende do estágio de crescimento da planta. Em geral, ele é mais prejudicial à nodulação e fixação do N2, quando ocorre durante o crescimento vegetativo do hospedeiro.
3. Acidez 
Em solos com pH baixo, a FBN pode ser reduzida em consequência do efeito direto da concentração de cátions (H+), pela presença de níveis tóxicos de alumínio e manganês ou, ainda, pela deficiência de cálcio, fósforo ou molibdênio. A acidez pode diminuir o número de rizóbios no solo e limitar a ligação das bactérias aos pelos radiculares (VIEIRA, 2017).
4. Nitrogênio
Quando em baixas concentrações, ocorre um efeito negativo nos processos de adesão das bactérias às raízes, de infecção e desenvolvimento nodular e na atividade da nitrogenase. Nesses casos não se recomenda adubação nitrogenada para as culturas leguminosas que podem fixar o N2. Porém, dependendo da espécie e das condições fenológicas das plantas, a aplicação de uma pequena dose de N no plantio pode estimular a FBN, (GAN et al., 2004).
5. Fósforo 
Presente em vários processos bioquímicos e moleculares da planta, particularmente nos processos energéticos. Baixos teores no solo limitam a FBN, com reflexo na redução do númeroe da biomassa dos nódulos, bem como na diminuição da atividade da nitrogenase (SULIEMAN; TRAN, 2015). 
6. Molibdênio
Compõe os dois tipos de nitrogenases essenciais à fixação biológica do N2. Almeida et al. (2013) relataram que sementes de feijão enriquecidas com alta concentração de Mo, aumentaram a atividade da nitrogenase no estágio vegetativo, em plantas inoculadas com rizóbio. Do mesmo modo, Vieira et al (1998) obtiveram maior atividade da nitrogenase em plantas de feijão que foram fertilizadas com Mo.
Mineralização e Imobilização de Nitrogênio
Nitrificação
A nitrificação é um processo que consiste em duas etapas envolvendo reações de oxidação: a primeira é a nitritação, que é a conversão da amônia (NH3) em nitrito (NO2 -); e a segunda é a nitratação: conversão do nitrito (NO2 -) em nitrato (NO3 -). 
As bactérias do gênero Nitrosomonas, também chamadas de nitrificadores primários, são as responsáveis por transformar a amônia em nitrito. A nitritação é iniciada quando a enzima monooxigenase da amônia (MOA), uma proteína integral de membrana, converte amônia em hidroxilamina (NH2OH), como é observado na Eq. 2:
	NH4+ + 2H + 2 e- + O2 NH2OH + H2O
	(2)
	Em seguida, a enzima oxidoredutase da hidroxilamina (ORH), uma enzima periplasmática, age convertendo a hidroxilamina em nitrito (Eq. 3), por meio de etapas ainda não elucidadas.
	NH2OH + H2O HNO2 + 4 e- + 4H+
	(3)
Na oxidação da amônia em nitrito há a transferência de 6 elétrons, o que sugere a formação de, no mínimo, dois compostos intermediários: a hidroxilamina (NH2OH) e nitroxil (NOH) (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Além disso, ocorre a liberação de uma energia de 65 kcal.mol-1, que os microrganismos utilizam para fixar o dióxido de carbono. Já a Equação. 
Quatro elétrons são produzidos na Eq. 3, dois deles são passados para o oxigênio através da cadeia transportadora de elétrons e os outro dois são usados na reação da Eq. 2.
Posteriormente, o nitrito (NO2 -) é convertido em nitrato (NO3 -) pelas bactérias do gênero Nitrobacter no processo de nitratação. Essa reação (Eq. 4) de oxidação é realizada por uma enzima ligada à membrana, chamada de oxidoredutase do nitrito. O oxigênio, o agente oxidante, é proveniente da molécula de água. A nitratação rende apenas 17,8 kcal.mol-1 de nitrito. Porém, essa baixa quantidade é importante para que o nitrito não se acumule no solo e a atividade das Nitrosomonas não seja inibida, uma vez que é interrompida pela alta concentração de nitrito.
	NO2- + 1/2 O2 NO3-
	(4)
Os principais organismos que realizam a nitrificação são as bactérias quimioautotróficas, que utilizam a amônia ou o nitrito como fonte de energia para fixação de CO2. Porém, a nitrificação também pode ser realizada na parte aérea de leguminosas fixadoras de N2 ou por alguns fungos, sendo esse processo denominado de nitrificação heterotrófica (VIEIRA, 2017).
Vários fatores podem influenciar a nitrificação bacteriana, a saber:
Aeração: a nitrificação é acelerada quando se aumenta a aeração do solo, pois é um processo estritamente aeróbio;
Temperatura: a faixa ótima para a nitrificação é entre 26 a 32ºC, sendo interrompida acima de 51ºC;
Umidade: a taxa de umidade considerada favorável para a nitrificação é a mesma que a exigida pelos microrganismos e vegetais superiores para crescerem;
pH: a faixa de pH favorável para a nitrificação é de 6,6 a 8,0. Em solos com pH abaixo de 6,0 a nitrificação é reduzida, sendo nula abaixo de 4,5. Isso acontece devido a demanda por elevados teores de bases trocáveis no processo de oxidação. Porém, em solos mais ácidos podem existir microabitats com pH elevado, sendo assim, a nitrificação não é limitada;
Fertilizantes: a amônia, formada na presença de teores elevados de fertilizantes amoniacais em solos alcalinos, é tóxica a Nitrobacter. Consequentemente, a nitratação é inibida e podem ser acumuladas quantidades tóxicas de nitrito no solo;
Matéria orgânica e relação C:N: a imobilização de nitrogênio mineral pode ser causada por elevadas relações C:N, provocando a inibição da nitrificação por falta de substrato e deficiência de N para as plantas. A microbiota quimiorganotrófica torna-se ativa quando elevada quantidade de resíduos orgânicos com alta relação C:N é adicionada ao solo, assim, uma alta taxa de CO2 é produzida na decomposição da matéria orgânica e as taxas de nitrato e amônio são reduzidas drasticamente no solo;
Fatores tóxicos: alguns metais e substâncias orgânicas alelopáticas e xenobióticos em concentrações elevadas podem impedir o crescimento dos nitrificadores, inibindo a nitrificação.
O nitrato disponível no solo poderá seguir por várias rotas. Ele pode ser absorvido pelas plantas, reutilizado pela atividade microbiana do solo em condições favoráveis à imobilização, lixiviado em condições de alta umidade e fluxo descendente de água ou sofrer redução em baixa concentração de oxigênio (VICTORIA et al., 1992).
O processo de nitrificação tem uma grande importância ecológica e agronômica, sendo a capacidade nitrificadora um bom indicador de fertilidade do solo, pois o desenvolvimento das plantas depende do nitrato, que é a forma de N que as plantas preferem assimilar (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Entretanto, a alta concentração de nitrato quando este é lixiviado pode causar danos: contaminação do lençol freático e desnitrificação. Já o acúmulo de nitrito no solo é prejudicial, pois ele e os produtos de sua conversão são agentes carcinogênicos.
Processos de Redução do Nitrato
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F. F. D.; ARAÚJO, A. P.; ALVES, B. J. R. Sementes com alta concentração de molibdênio aumentaram o crescimento e a aquisição de nitrogênio de plantas de feijoeiro inoculadas com rizóbio ou sob fertilização nitrogenada. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 37, n. 2, p. 367-378, 2013.
BEGUM, A. A.; LEIBOVITCH, S.; MIGNER, P.; ZHANG, F. Inoculation of pea (Pisum sativum L.) by Rhizobium leguminosarum bv. viceae preincubated with naringenin and hesperetin or application of naringenin and hesperetin directly into soil increased pea nodulation under short season conditions. Plant and Soil, v. 237, n. 1, p. 71-80, 2001.
BEIJERINCK, M. W. Rhizobial systematic. Botany Zeitung, v. 46, p. 796-804, 1888.
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