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APOSTILA SEDUC PA (2018) CONHECIMENTOS COMUNS

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Prévia do material em texto

Secretaria de Estado da 
Educação do Pará - SEDUC-PA 
 
 
Professor (Comum a Todos) 
 
 
 
Língua Portuguesa 
Compreensão e interpretação de textos; ........................................................................................................................ 1 
Denotação e conotação; ...................................................................................................................................................... 2 
Figuras; .................................................................................................................................................................................. 3 
Coesão e coerência; ............................................................................................................................................................. 6 
Tipologia textual; .............................................................................................................................................................. 10 
Significação das palavras; ............................................................................................................................................... 16 
Emprego das classes de palavras; ................................................................................................................................. 18 
Sintaxe da oração e do período; ..................................................................................................................................... 44 
Pontuação; ......................................................................................................................................................................... 54 
Concordância verbal e nominal; .................................................................................................................................... 55 
Regência verbal e nominal; ............................................................................................................................................. 58 
Estudo da crase; ................................................................................................................................................................ 62 
Semântica e estilística. ..................................................................................................................................................... 64 
Redação Oficial. ................................................................................................................................................................. 67 
 
 
Legislação 
Lei Estadual nº 7442/2010 que dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais da 
Educação Básica da Rede Pública de Ensino do Estado do Pará .................................................................................. 1 
Lei Estadual nº 5810/1994, que dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da 
Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará........................................... 10 
 
 
Conhecimentos Didático-Pedagógicos 
Fundamentos da Educação: conceitos e concepções pedagógicas, seus fins e papel na sociedade ocidental 
contemporânea ..................................................................................................................................................................... 1 
Principais aspectos históricos da Educação Brasileira .................................................................................................. 9 
Aspectos legais e políticos da organização da educação brasileira: as Diretrizes Curriculares Nacionais e suas 
implicações na prática pedagógica................................................................................................................................. 14 
Estatuto da Criança e do Adolescente............................................................................................................................ 43 
LDB Lei Federal nº 9394/96 e alterações posteriores ............................................................................................... 77 
Parâmetros Curriculares Nacionais ............................................................................................................................... 92 
Educação, trabalho, formação profissional e as transformações da Educação Básica........................................ 119 
Função histórica e social da escola: a escola como campo de relações (espaços de diferenças, contradições e 
conflitos), para o exercício e a formação da cidadania, difusão e construção do conhecimento ...................... 124 
Organização do processo didático: planejamento, estratégias e metodologias, avaliação; Avaliação como 
processo contínuo, investigativo e inclusivo .............................................................................................................. 127 
A didática como fundamento epistemológico do fazer docente ............................................................................. 147 
O currículo e cultura, conteúdos curriculares e aprendizagem, projetos de trabalho........................................ 151 
Interdisciplinaridade e contextualização .................................................................................................................... 162 
Multiculturalismo ............................................................................................................................................................ 166 
Apostila Digital Licenciada para PAULO CESAR C NEVES - pccn_3@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
A escola e o Projeto Político Pedagógico ..................................................................................................................... 169 
O espaço da sala de aula como ambiente interativo; a atuação do professor mediador; a atuação do aluno como 
sujeito na construção do conhecimento ...................................................................................................................... 176 
Planejamento e gestão educacional. Gestão da aprendizagem ............................................................................... 191 
O Professor: formação e profissão ............................................................................................................................... 196 
A pesquisa na prática docente ...................................................................................................................................... 198 
A educação em sua dimensão teórico-filosófica: filosofias tradicionais da Educação e teorias educacionais 
contemporâneas .............................................................................................................................................................. 214 
As concepções de aprendizagem/aluno/ensino/professor nessas abordagens teóricas .................................. 218 
Principais Teorias e práticas na educação; As bases empíricas, metodológicas e epistemológicas das diversas 
teorias de aprendizagem; Contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon para a psicologia e pedagogia .......... 218 
Psicologia do desenvolvimento: aspectos históricos e biopsicossociais ............................................................... 222 
Temas contemporâneos: bullying, o papel da escola, a escolha da profissão, transtornos alimentares na 
adolescência, família, escolhas sexuais ....................................................................................................................... 233 
Ética Profissional ............................................................................................................................................................. 258 
 
 
 
Apostila Digital Licenciada para PAULO CESAR C NEVES - pccn_3@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.brA apostila OPÇÃO não está vinculada a empresa organizadora do concurso público a que se destina, 
assim como sua aquisição não garante a inscrição do candidato ou mesmo o seu ingresso na carreira 
pública. 
 
O conteúdo dessa apostila almeja abordar os tópicos do edital de forma prática e esquematizada, 
porém, isso não impede que se utilize o manuseio de livros, sites, jornais, revistas, entre outros meios 
que ampliem os conhecimentos do candidato, visando sua melhor preparação. 
 
Atualizações legislativas, que não tenham sido colocadas à disposição até a data da elaboração da 
apostila, poderão ser encontradas gratuitamente no site das apostilas opção, ou nos sites 
governamentais. 
 
Informamos que não são de nossa responsabilidade as alterações e retificações nos editais dos 
concursos, assim como a distribuição gratuita do material retificado, na versão impressa, tendo em vista 
que nossas apostilas são elaboradas de acordo com o edital inicial. Porém, quando isso ocorrer, inserimos 
em nosso site, www.apostilasopcao.com.br, no link “erratas”, a matéria retificada, e disponibilizamos 
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www.apostilasopcao.com.br, e enviar sua dúvida, que será respondida o mais breve possível, assim como 
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Também ficam à disposição do adquirente o telefone (11) 2856-6066, dentro do horário comercial, 
para eventuais consultas. 
 
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Código de Defesa do Consumidor. 
 
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código 
Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA
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1Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
Compreensão e interpretação de 
textos; 
Interpretação de TextoA leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, 
possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, 
primeiro, algumas definições importantes:
Texto
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de 
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um 
símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.
Interlocutor
É a pessoa a quem o texto se dirige.
Texto-modelo“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com 
outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante da sua vida.”
(Revista Capricho)
Modelo de Perguntas
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor preferencial?Um leitor jovem.
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem 
a você identificar o interlocutor preferencial do texto?Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor 
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho 
tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes.A linguagem informal típica dos adolescentes.
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-melhorar-a-
interpretacao-de-textos-em-provas/
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento 
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a 
proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa 
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está 
relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um 
texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que 
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo 
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram 
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam 
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, 
isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do 
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto 
funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós 
leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-interpretacao-texto.html
QuestõesO uso da bicicleta no Brasil
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil 
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países 
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos principais veículosnas ruas. Apesar disso, cada vez 
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa 
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais 
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos 
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores.Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta 
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; 
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o 
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito 
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro, nos impostos.No Brasil, está sendo implantado o sistema de compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, 
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um 
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a 
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2Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃOesse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto 
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, 
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, 
discussões e acidentes que poderiam ser evitados. Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso 
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e 
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos 
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de 
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com 
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de 
locomoção nas metrópoles brasileiras
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra 
devido à falta de regulamentação.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada e pouco salutar.
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta no Brasil.
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de 
locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve dar prioridade ao pedestre.
03. Considere o cartum de Evandro Alves.
Afogado no Trânsito
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
Respostas
1. (B) / 2. (A) / 3. (D)
Denotação e conotação; 
Denotação e ConotaçãoA língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, 
encontrando-se em constante evolução. As palavras não 
apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim 
uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as utilizam.
A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio 
da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu 
significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia 
original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-
nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de 
sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes 
exemplos:A menina está com a cara toda pintada.Aquele cara parece suspeito.
No primeiro exemplo, a palavra cara significa “rosto”, a parte 
que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no 
segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado 
ampliado e, por uma série de associações, entendemos que 
nesse caso significa “pessoa”, “sujeito”, “indivíduo”.Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou 
mais) possibilidades de interpretação. Veja:Marcos quebrou a cara.Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, 
podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como “Marcos não se deu bem”, tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma 
palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, 
basicamente, duas possibilidades:
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou 
denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro 
significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o 
sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou 
modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é 
comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade.
Exemplos de variação no significado das palavras:Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio 
ou literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido 
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam 
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo 
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3Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
(conotação) das palavras. O sentido denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo 
é também conhecido como sentido figurado.
Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ouliteral) 
quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu 
significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente 
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado 
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um 
caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, 
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de 
medicamentos, textos científicos, entre outros.
Exemplos:O elefante é um mamífero.
Já li esta página do livro.A empregada limpou a casa.
Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) 
quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes 
interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. 
Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além 
do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo 
um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade 
que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
Você é o meu sol!Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
Figuras; 
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo, de acordo com Renan Bardine, são empregadas para valorizar o texto, tornando 
a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A 
palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa 
a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
As figuras de linguagem classificam-se em:
1) figuras de palavra;
2) figuras de harmonia;
3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe.
1) FIGURAS DE PALAVRA
As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele 
convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito 
mais expressivo na comunicação.
São figuras de palavras:
 a) comparação e) catacrese
 b) metáfora f) sinestesia
 c) metonímia g) antonomásia
 d) sinédoque h) alegoria
Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece 
aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui 
outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser 
entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.
Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o 
meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.”
Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de 
semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação 
mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, 
real, realizando-se de inúmeros modos:
- A causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia Com suor e com cimento* Erguendo uma casa aqui Adiante um apartamento.” *Com trabalho.
- O lugar de origem ou de produção pelo produto:Comprei uma garrafa do legítimo porto*. *O vinho da cidade do Porto.
- O autor pela obra:Ela parecia ler Jorge Amado*.
 *A obra de Jorge Amado.
- O abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração*. *Sentimento, sensibilidade.
Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de 
um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido 
usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos 
sinédoque nos seguintes casos:
- O todo pela parte e vice-versa:
“A cidade inteira (1) viu assombrada, de queixo caído, o 
pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (2) de seu cavalo.”*1 O povo. 2 Parte das patas.
- O singular pelo plural e vice-versa:
O paulista (3) é tímido; o carioca (4), atrevido.*3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
- O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):
Para os artistas ele foi um mecenas (5). *5 Protetor.
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4Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃOModernamente, a metonímia engloba a sinédoque.
Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente 
nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. 
É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito 
estilístico.” (Othon M. Garcia)
Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, 
montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco.
Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações 
diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser 
físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas 
(subjetivas).
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no 
quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco 
e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação 
visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto 
Meyer)
Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, 
especificativo etc.) do nome próprio.
Exemplos:
“E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,Rasga e enlameia a túnica inconsútil; *1 Cristo
Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão) 
Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas 
referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que 
consiste em expressar uma situação global por meio de outra 
que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor 
e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que 
lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a 
orquestra é excelente… (Machado de Assis)
2) FIGURAS DE HARMONIA
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos 
produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar”sons produzidos por coisas ou seres.
As figuras de linguagem de harmonia ou de som são:
 a) aliteração c) assonância
 b) paronomásia d) onomatopéia
Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetiçãoda mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em 
posição inicial da palavra.
Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na janela.”
Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
Exemplo: “Sou Ana, da camada cana, fulana, bacanaSou Ana de Amsterdam.”
Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução 
de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
Exemplo: “Berro pelo aterro pelo desterroberro por seu berro pelo seu erroquero que você ganhe que você me apanhesou o seu bezerro gritando mamãe.”
Onomatopeia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.
Exemplo: “O silêncio fresco despenca das árvores.
 Veio de longe, das planícies altas, Dos cerrados onde o guaxe passe rápido…
 Vvvvvvvv… passou.”
3) FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se 
referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de linguagem de pensamento:
 a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
 b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
 c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de 
palavras ou expressões de sentidos opostos.
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos 
almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” 
(Castro Alves)
Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que 
se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade 
enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é 
outra designação para paradoxo.
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver;
 É ferida que dói e não se sente;
 É um contentamento descontente;
 É dor que desatina sem doer;” (Camões)
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Ex:“E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir 
 Deus lhe pague” (Chico Buarque)
 *1 paz derradeira: morte
Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de 
palavras que intensificam uma mesma idéia.
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o 
passo.” (Castro Alves)
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma 
idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
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5Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo 
Bilac)
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, 
pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as 
palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
Exemplo: “Moça linda, bem tratada, três séculos de família,
 burra como uma porta:
 um amor.” (Mário de Andrade)
Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou 
personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, 
sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas 
e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O 
peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…”
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” 
(Raul Bopp)
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice 
Lispector)
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de 
palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou 
situação que não se quer nomear.
Exemplo: “Cidade maravilhosa Cheia de encantos mil Cidade maravilhosa
 Coração do meu Brasil.” (André Filho)
4) FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a 
desvios em relação à concordância entre os termos da oração, 
sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
 a) assíndeto e) elipse i) zeugma
 b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
 c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
 d) hipálage h) anacoluto m) silepse
Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras 
deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por 
exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, 
fundindo-se.” (Machado de Assis)
Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou 
oração que facilmente podemos identificar ou subentender no 
contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, 
preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” 
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de 
sandálias…)
Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na 
frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários 
dos Felipes.” 1
 1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
Exemplo: “Depois o areal extenso… Depois o oceano de pó… Depois no horizonte imenso
 Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da 
mesma ideia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para 
reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia Quando com os olhos eu quis ver de perto Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto 
de Oliveira)“Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de 
reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio 
exclusivo, breve alocução, principal protagonista
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição 
enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige 
a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres,e as criadas das burguesinhas ricase as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” 
(Manuel Bandeira)Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples 
inversão de palavras vizinhas (determinante / determinado).
Exemplo: “Tão leve estou (1) que nem sombra tenho.” (Mário 
Quintana) *1 Estou tão leve…
Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” 1 (Carlos 
Drummond de Andrade)*1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta 
de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões)*1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
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6Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do 
adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” 2 (Eça de 
Queiros) *2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a 
seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais 
termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar 
nelas.” (Alcântara Machado)
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre 
os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” 
(Guimarães Rosa)
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância 
envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário 
Barreto)
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o 
sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas 
pessoas.” (Machado de Assis)
Questões
01. Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto 
faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
02. Identifique a figura de linguagem presente na tira 
seguinte:
(A) metonímia 
(B) prosopopeia 
(C) hipérbole 
(D) eufemismo 
(E) onomatopeia
03. 
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 
65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90 ºC. 
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para 
fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem. O 
autor do texto refere-se a qual figura de linguagem? 
(A) Eufemismo.
(B) Hipérbole.
(C) Paradoxo.
(D) Metonímia.
(E) Hipérbato.
Respostas
01. D\02. D\03. B
Coesão e coerência; 
Coerência e Coesão
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: 
introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que 
se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de 
coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário definir os termos: 
coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere - se à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário.Coerência e coesão relacionamse com o processo de 
produção e compreensão do texto, a coesão contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras 
palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma sequência 
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no plano da expressão, as estruturas frasais sejam gramaticalmente 
aceitáveis: há coerência, mas não coesão. 
Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, encontramse textos coerentes sem coesão, ou textos coesos, mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há inúmeros exemplos de textos coerentes, sem coesão gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite essas liberdades, o que não vem ao caso, pois na linguagem acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor esclarecimento do assunto, apresentamse exemplos 
de coerência sem coesão e coesão sem coerência:
“Cidadezinha Qualquer”
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar:
Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar
Devagar.. as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.”
(Andrade, 1973, p. 67)Apesar da aparente falta de nexo, percebe - se nitidamente 
a descrição de uma cidadezinha do interior: a paisagem rural, o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das janelas tudo o que se passa lá fora. No plano sintático, a primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nomi¬nais (cantar pode ser verbo ou substantivo os meu cantares = as 
minhas canções); as demais, não apresentam coesão uma frase 
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7Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação, colaboram para a coerência do texto.
“Do outro lado da parede”
Meu laço de botina.
Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem 
sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração, se bem que ele já 
esteja treinado.
A culpa de tudo quem temna é esse bandido desse coronel do 
Exército Brasileiro que nos inflicitou.
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. Principalmente 
se ainda é tempo! És uma tarada.
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e noite. 
Enfim, adeus.
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos.”
João da Slavonia
(Andrade, O., 1971, p. 201202)Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota - se que, neste texto, não há coerência, não se observa uma linha lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebese vagamente 
que a personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem 
de Joaninha (Recebi a tua comunicação), ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém uma alusão ao poema “O corvo”, de Edgar Alan Poe.
A respeito das relações entre coerência e coesão, Guimarães 
diz:
“O exposto autorizanos a seguinte conclusão: ainda que 
distinguiveis (a coesão diz respeito aos modos de interconexão 
dos componentes textuais, a coerência refere - se aos modos como 
os elementos subjacentes à superfície textual tecem a rede do 
sentido), trata - se de dois aspectos de um mesmo fenômeno a 
coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices 
no processamento da articulação do texto.”A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela 
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística, que permitirá a expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo 
de codificação referido na página... Deduz - se daí que é difícil, senão impossível, ensinar coerênciatextual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere - se à expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada 
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as 
ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma 
coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
Coerência- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual;- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Coesão- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe. O 
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se 
consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de 
cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao mau emprego 
dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase 
ou período a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do 
vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os meios de 
comunicação e outras.
“Nosso direito é frisado na Constituição.”Nosso direito é assegurado pela Constituição.
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar 
exposta.”Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar sujeita.“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais notícias. “Retomada das rédeas da programação.”Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz 
respeito a programação.
“Os meios de comunicação estão sendo apelativos, 
vulgarizando e deteriorando indivíduos.”
Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes grosseiros vulgarizando o nível dos programas e desrespeitando os telespectadores.
“A discussão deste assunto é inerente à sociedade.”A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete à 
sociedade).
“Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a 
nomenclatura...”Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram) apenas a nomenclatura...
“A ordem e forma de apresentação dos elementos das 
referências bibliográficas são mostradas na NBR 6023 da ABNT”(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas 
vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, 
empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo 
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimentos 
linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de determinada palavra, mas não sabe empregála adequadamente, isso ocorre frequentemente com o emprego dos conectivos 
(preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nominais no interior das frases e 
que as conjunções ligam frases dentro do período; é necessário 
empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.
Exemplos:
“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar 
contra os meios de comunicação; os meios de comunicação sofrem 
a ação verbal, são coagidos.
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de 
comunicação é que exercem a ação de coagir.
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8Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, 
interação.
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos 
fatos, estar informada.
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar.
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” 
significa a liberdade não é ameaça; 
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, 
isto é, a liberdade fica ameaçada.
“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas depois deixou de acreditar 
nele).
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em princípio, faremos a reunião na quartafeira quer dizer que a 
reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver 
possibilidade, porém admite a ideia de mudar a data).
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou 
contra o racismo).Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicionário de verbos e regimes, pois muitos verbos admitem duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um 
significado específico. Lembrese, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar - se 
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere - se à regencia nominal e verbal.
Exemplos:
O verbo assistir admite duas regências: 
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar 
assistência (O médico assiste o doente):Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo da seleção).
Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei o 
dinheiro do presente).
Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar 
alguém de..., tomar ou dar conhecimento de algo para alguém 
(Quero inteirála dos fatos ocorridos...).Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o 
jornal do dia).Pedir que contém uma ordem (A professora pediu que 
fizessem silêncio).Pedir para pedir permissão (Pediu para sair da classe); 
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu 
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo 
a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá - lo); pode 
significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento 
de salário).O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar 
à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empregase no 
qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. 
Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam os seguintes 
exemplos:“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o 
qual) estava sem remetente).“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sensibilidade...”
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas 
(palavras cheias de sensibilidade).“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde 
atribui muitos significados”: havia apenas um papel em branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual).
“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava 
destinatário, apesar que em seu conteúdo havia uma folha em 
branco. ( .. )”
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de 
não ligar corretamente as duas frases, não faz sentido, as frases 
deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em 
seu interior havia uma folha ou: haviarecebido um envelope em meu nome, que não portava destinatário, cujo conteúdo era uma folha em branco.
Essas e outras frases foram observadas em redações, quando 
foi proposto o seguinte tema:
“Imagine a seguinte situação:
 hoje você está completando dezoito anos.
 Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em 
branco, num envelope em seu nome, sem indicação do remetente.
 Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um disco. 
Reflita sobre essa situação.
A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem 
ultrapassar o espaço reservado para redação no caderno de 
respostas.”Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da época, a falta de coerência, as frases sem clareza, pelo mau 
emprego dos conectivos, como as seguintes:
“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois 
concluo que nunca deveria esquecer minha infância.”Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é conclusão da outra, nem ao menos estão relacionadas e gozado deveria ser substituído por engraçado ou estranho.
“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco 
repete sempre a mesma música.”A primeira frase não tem sentido e a segunda não se relaciona com a primeira. O conectivo “mas” deveria sugerir 
ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se 
percebe relação entre “o disco repete sempre a mesma música” e a primeira frase.
“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera 
trazerme uma encomenda.”Observase o emprego de no qual por o qual, melhor ainda 
ficaria que, simplesmente: era apenas o correio que viera 
trazerme uma encomenda.Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram 
nos jornais boas redações como a que se segue:
“A vida hoje me cumprimentou, mandoume minha fotografia 
de garoto, com olhos em expectativa admirando o mundo. Este 
mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo carta 
sem remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o 
futuro, saboreando o fruto do amanhã.
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de 
passos marchando para o futuro, ao som de melodias de cirandas 
esquecidas do meninomoço de outrora, e do moçohomem de hoje, 
que completa dezoito anos.
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente 
que me comunica a vida. Vejo, na fotografia de mim mesmo, o 
homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e 
com seu espírito ambicioso, os frutos do destino.
E a música dos passosfuturos na cadência do menino que 
deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre as dificuldades, a minha 
consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma 
afirmação dentro da sociedade.” C. G.
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das 
frases, aconselhase levar em conta as seguintes sugestões para 
o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, 
preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
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9Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação 
sintática se faz por meio de conjunções adversativas: mas, porém, 
todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto). 
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e 
locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada 
à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, 
conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.
A articulação sintática de causa pode ser feita por meio 
de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por 
isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser 
empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por 
causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência 
de, por motivo de, por razões de.O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o 
time ganhar esse jogo, será campeão. Podese também expressar 
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde 
que, a menos que, a não ser que.
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de 
expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros para 
que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. 
“Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros 
articuladores que expressam finalidade: afim de, com o propósito 
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o 
fito de, com o intuito de.A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos 
articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por 
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão empregase ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além 
disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, 
apresentado como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o argumento contrário.
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito empregamse os articuladores: 
isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do 
discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, 
e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa 
escala achamse: mesmo, até, até mesmo; outros situamse no 
plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
Questões
1. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES - 2014). Assinale 
a alternativa que preserva as relações morfossintáticas e 
semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, 
transformando-se em um dos principais itens de exportação, 
desde o Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6).
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, porém transformou-
se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se 
em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, 
adquiriu importância no mercado, todavia, desde o Império até os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um dos 
principais itens de exportação.
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, e, conquanto, transformou-se 
em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias 
atuais, em um dos principais itens de exportação por que sua 
adaptação ao solo e ao clima foi rápida.
2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014). Leia o trecho do primeiro parágrafo para responder à questão. Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês 
meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”. Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos 
aos quais se subordinam sentido de:
(A) comparação.
(B) intensidade.
(C) igualdade.
(D) dúvida.
(E) quantidade.
3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014). Assinale a alternativa em que a seguinte passagem – Mas o 
vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) – está reescrita com o acréscimo de um termo que estabelece uma 
relação de conclusão, consequência, entre as orações.
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papelse perdeu.
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
(E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.
4. (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – 
UPENET/2014). Observe o fragmento de texto abaixo:“Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado justamente na hora da prova?”
Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:
I. O termo “Mas” é classificado como conjunção subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído por “desde que”.
II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal.
III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra “conteúdo”.
IV. Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras 
invariáveis, classificadas como substantivos.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) I e II.
5. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE 
AMBULÂNCIA – FGV/2014). 
Dificuldades no combate à dengueA epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos da 
doença, segundo dados da Prefeitura. 
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe 
um protocolo para identificar os focos de reprodução do mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas 
quando alguém fica doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece.
 (Saúde Uol). “Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano 
(A) em que apareceu a dengue pela primeira vez. 
(B) em que o texto foi produzido. 
(C) em que o leitor vai ler a reportagem. 
(D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo. 
(E) em que começaram a ser registrados os casos da doença. 
Respostas
1. (B)
O item que reproduz o enunciado de maneira adequada é: O 
produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, 
adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos 
principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
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10Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃO
2. (B)
Muito interessantes / bem difícil = ambos os advérbios 
mantêm relação com adjetivos, dando-lhes noção de intensidade.
3. (B)Nas alternativas A, C, D e E são apresentadas conjunções adversativas – que nos dão ideia contrária à apresentada 
anteriormente; já na B, temos uma conjunção conclusiva (assim).
4. (D)
I. O termo “Mas” é classificado como conjunção subordinativa 
= é conjunção coordenativa adversativa
II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal = correta
III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra “conteúdo” = correta
IV. “Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras 
invariáveis, classificadas como substantivos = são substantivos, mas variáveis (conteúdos, horas e provas. Lembrando que 
“prova” e “provas” podem ser verbo: Ele prova todos os doces! 
Tu provas também?)
5. (B)O ano em questão corresponde ao ano em que foi feita a matéria.
Tipologia textual; 
Tipos TextuaisPara escrever um texto, necessitamos de técnicas que implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois 
momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) 
e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). 
Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre determinado assunto. E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de 
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação.
Descrição
 Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma visão;
 É um tipo de texto figurativo; Retrato de pessoas, ambientes, objetos; Predomínio de atributos;
 Uso de verbos de ligação;
 Frequente emprego de metáforas, comparações e outras 
figuras de linguagem;
 Tem como resultado a imagem física ou psicológica.
Narração
 Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta 
antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
 É um tipo de texto sequencial; Relato de fatos;
 Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
 Apresentação de um conflito;
 Uso de verbos de ação;
 Geralmente, é mesclada de descrições; O diálogo direto é frequente.
Dissertação
Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;
É um tipo de texto argumentativo.
Defesa de um argumento:
a) apresentação de uma tese que será defendida,
b) desenvolvimento ou argumentação,
c) fechamento;Predomínio da linguagem objetiva;
Prevalece a denotação.
Carta
 Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário;
 É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor;
 É necessário que se utilize uma linguagem adequada com o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a visão daquele para quem o texto está sendo escrito.
Descrição
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação 
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares 
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em imagens.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa 
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do 
observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma, o que será importante ser analisado para um, não será para outro.
A vivência de quem descreve também influencia na hora de 
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, 
pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
Exemplos:
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.” (extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o 
cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São 
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.)
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o escritor frequentava. 
Deve-se notar:
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha 
grande medo ao pai); - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é 
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11Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃOcronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato, 
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não 
traçar a cronologia de suas ações); 
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em 
relação a um marco temporal instalado no texto (nocaso, o ano 
de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) 
e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não 
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar 
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes...
Características:
- Ao fazer a descrição enumeramos características, 
comparações e inúmeros elementos sensoriais;
- As personagens podem ser caracterizadas física e 
psicologicamente, ou pelas ações;
- A descrição pode ser considerada um dos elementos 
constitutivos da dissertação e da argumentação;
- é impossível separar narração de descrição;- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a 
capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza;
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo: 
“(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo 
desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que 
parecem conformados expressamente para esposas da multidão 
(...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não 
existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados;- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que se usem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indiquem estado ou fenômeno.
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.A característica fundamental de um texto descritivo é essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam 
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente 
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa 
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em 
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto.
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um 
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, 
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso 
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...
Características Linguísticas:
O enunciado narrativo, por ter a representação de um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela 
temporalidade, na relação situação inicial e situação final, 
enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação, é atemporal. Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: 
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, 
situar-se, existir, ficar). 
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é descrito; 
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, 
sinestesias). 
- Uso de advérbios de localização espacial. 
Recursos:
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. 
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. - Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu sereno, uma pureza de cristal. 
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da 
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente. 
A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua 
altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, 
pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”.
 Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: “ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central 
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais 
velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda 
que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha 
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú 
de Ossos)
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da 
emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são 
transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é 
que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações 
gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! 
Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, 
calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra 
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de sobregoverno.” 
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos 
descritivos:Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão 
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do 
ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos de sentido distintos.Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de 
Bocage:Magro, de olhos azuis, carão moreno,bem servido de pés, meão de altura,
triste de facha, o mesmo de figura,nariz alto no meio, e não pequeno.
Incapaz de assistir num só terreno,mais propenso ao furor do que à ternura;
bebendo em níveas mãos por taça escurade zelos infernais letal veneno.
 
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.
O poeta descreve-se das características físicas para as 
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria 
o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
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12Língua Portuguesa
APOSTILAS OPÇÃOO objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a 
visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características 
exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou 
suas características psicológicas e até emocionais (descrição 
subjetiva).
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos, 
também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou 
depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
- Introdução: observações de caráter geral referentes à 
procedência ou localização do objeto descrito.
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação 
com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões 
(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)
- Desenvolvimento:

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