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Teste de Gravidez - Proibição - Considerações - Coleção Trabalhista - FiscoNet

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VERSÃO PARA IMPRESSÃO | Publicada em 30/04/2018 10:40 por FiscoNet
Teste de Gravidez ­ Proibição ­ Considerações
 
1.Introdução
2.Discriminação – Crime
3. Proteção do Trabalho da Empregada
4. Estabilidade da Gestante
5.Contrato de Experiência
     5.1 Súmula n° 244 do TST:
6. Jurisprudência
 
1. Introdução
A Lei nº 9.029/1995 proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de emprego, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado
civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção ao menor no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
2. Discriminação ­ Crime
Constitui crime de prática discriminatória para efeito de acesso e manutenção da relação de emprego a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou
qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou ao estado de gravidez.
Os empregadores que, na admissão de trabalhadores do sexo feminino, bem como durante a vigência do contrato de trabalho, exigirem a comprovação da gravidez, sofrerão
detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
Logo, no momento da rescisão do contrato de trabalho não se pode pedir à empregada a comprovação do seu estado, se grávida ou não, uma vez que a lei proíbe tal exigência
durante a vigência do contrato de trabalho, e tal solicitação seria feita ainda com o contrato em vigor, para então o empregador poder optar pela rescisão do contrato de trabalho
ou não.
Desta forma, também constitui crime de prática discriminatória, com pena de detenção e multa, qualquer outra medida de iniciativa do empregador, que configure:
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento familiar, realizadas através de instituições
públicas ou privadas, submetidas às normas do Sistema Único de Saúde ­ SUS.
3. Proteção do Trabalho da Empregada
 De acordo com a Constituição Federal, Art.5º, Incisos I, II e X, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo­se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Constituição Federal, Art. 5º ­ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo­se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I ­ homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II ­ ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
X ­ são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Observa­se que a Constituição Federal tem como princípio constitucional a igualdade entre homens e mulheres.
4. Estabilidade da Gestante
A partir da confirmação da gravidez a empregada tem direito à estabilidade provisória de emprego e salário, conforme previsão do artigo 10, inciso II, letra “b”, do ADCT (Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias), da Constituição Federal e 1988, inclusive nos casos de contratação por prazo determinado, como no caso de contrato de experiência,
sendo que tal garantia é fixado pela Súmula 244, inciso III do TST.
Inicia­se o prazo de estabilidade, garantia de salário e emprego, da empregada gestante desde a confirmação da gravidez e se estende até 5 (cinco) meses após o parto,
independentemente do conhecimento da empregada ou do empregador. Dispõe o artigo 10, inciso II, letra “b”, do ADCT, da Constituição Federal de 1988:
Artigo 10 do ADCT DA C.F./88:
Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o artigo 7°, I, da Constituição:
(...);
II ­ fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
(...);
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto”.
5. Contrato de Experiência
A legislação garante à empregada gestante o direito à estabilidade provisória, conforme o artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT). 
Referida garantia legal se estende inclusive nos casos de contratação por prazo determinado, inclusive nos casos de contrato de experiência, conforme determina a Súmula
244, inciso III do TST.
5.1 Súmula n° 244 do TST:
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012):
I. O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II. A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe­se aos salários e demais
direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III. A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no artigo 10, inciso II, letra “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese
de admissão mediante contrato por tempo determinado”.
Portanto, ainda que a empregada esteja sob o contrato de experiência, e garantido o direito a estabilidade de salário e emprego, resguarda­se o direito legal e constitucional da
inviolabilidade da vida privada, sendo proibido inclusive nos casos de contrato por prazo determinado a solicitação de exames de gravidez.
6. Jurisprudência
EMENTA ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GRAVIDEZ. CONTRATO A PRAZO DETERMINADO. Comprovada a gravidez no curso do contrato de trabalho, mesmo que a prazo
determinado, e ainda que a ciência tenha se dado após o fim do período de garantia de emprego, tem direito a empregada à estabilidade prevista no art. 10, II, b, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. Acórdao do processo 0021591­87.2016.5.04.0012 (RO) Data:  05/04/2018 Órgão julgador: 6ª Turma.
EMENTA ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE. O desconhecimento da gestação pela reclamante e a ausência de comunicação à empregadora não retiram da
empregada o direito à estabilidade, importando apenas a existência da gravidez em momento anterior ao término do contrato de trabalho, presente que a norma constitucional
visa substancialmente à proteção da maternidade e da subsistência do nascituro. Acórdao do processo 0020640­37.2015.5.04.072 (RO) Data: 09/06/2017 Órgão julgador: 11ª
Turma.
 
Fundamentação Legal: Os citados no texto.

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