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TRABALHO DE APS 5º SEMESTRE

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Compareceu em nosso escritório o senhor Nestor Augusto, relatando que a pedido de um amigo de infância fosse seu fiador em um contrato de crédito junto ao Banco Moderno S/A firmado em 21/02/2017, sendo que o pagamento do empréstimo estava previsto para 24 parcelas, segundo relatos esse amigo sumiu e não pagou a dívida junto ao banco e desapareceu sem deixar notícias. Nestor nos informou que assinou o contrato de fiador sem anuência de sua esposa com quem é casado a mais de 28 anos, sob regime de comunhão parcial de bens, sendo assim nosso parecer seria:
O contrato fiança, celebrado sem outorga uxória é ato nulo, tornando o ato inválido por inteiro, com efeito ex tunc, sendo nulo o ato não se pode limitar seus efeitos à meação da mulher, pois atinge a integralidade do bem do casal, facultando o Art. 1048 do CPC à mulher ingressar com embargos de terceiros até (5) dias, depois da arrematação, adjudicação ou remissão, e havendo esta interposto embargos, dentro deste prazo, não poderá se falar em prescrição. Para a solução é claro que optaremos pela qual seja mais benéfica para nosso cliente. Como entendemos nos artigos a seguir:
CPC art. 1048, CPC art. 1046, Sum 134, do STJ, CC art.235, lll, CC art. 82, CC art. 145, CCart.146, CPC art. 585.
“CIVIL. FIANÇA PRESTADA SEM A OUTORGA
UXÓRIA. ANULABILIDADE. Cabe privativamente à
mulher (ou aos seus herdeiros) demandar a anulação
dos atos do marido praticados sem a outorga uxória.
Precedentes: RESP 5377/RS, DJ 05/08/1991, Relator
Min. Athos Carneiro, RESP 52153/RS, DJ 20/03/1995,
Relator Min. Ruy Rosado de Aguiar, dentre outros.
Recurso conhecido pelo dissídio, mas improvido. (STJ,
Acórdão RESP 158509/RS; RECURSO ESPECIAL
1997/0090057-6, Fonte DJ, DATA: 21/02/2000, G:
00129, Relator(a) Min. CÉSAR ASFOR ROCHA,
QUARTA TURMA, Data da Decisão 16/11/1999)”.
Mas existem outras formas as quais, possuem entendimentos diferentes de alguns magistrados para tanto salientamos que deixaremos todas as formas explícitas bem especificadas, para que não haja nenhuma dúvida em relação ao que poderá ser feito também.
Outra opção para o fiador é o Benefício de Ordem, direito que o personagem tem de exigir ao credor que acione primeiro o devedor principal, com os bens dele sendo executados antes do fiador. Tal benefício não é válido, porém, se o contrato apontar a renúncia à opção, caso o fiador seja pagador principal ou devedor solidário, ou se o locatário devedor for insolvente ou falido. A alegação de abusividade da cláusula de renúncia, já que a renúncia é regulamentada pelo artigo 828 do Código Civil. E no que tange ao mérito da validade ou não da fiança prestada, tem firmado o entendimento de que a garantia por um dos cônjuges sem o consentimento do outro é nula de pleno direito e invalida o ato por inteiro, alcançando inclusive a meação da outra parte. Com a anulação da fiança, esta passará a não gerar mais efeitos jurídicos.
Mas ainda existem casos em que a Magistrados que entendam que o caso não é totalmente nulo, onde não se excluiria o fiador de acordo com o princípio da boa-fé objetiva, estampado no art. 422 do CC, que afirma que os contratantes são obrigados a guardar, na conclusão do contrato em sua execução, os princípios da integridade e da boa-fé, que não se pode admitir que o avalista, ao faltar com o dever de lealdade contratual, seja beneficiado com sua própria torpeza. Ou seja, não informou seu estado civil (o que dispensaria a anuência de qualquer outra pessoa para a garantia dada), quando na verdade era casado pelo regime da comunhão parcial de bens, que, segundo as normas vigentes, implica a necessidade de autorização do outro cônjuge. Ao assim agir, feriu o princípio da boa-fé objetiva, pois, reafirmo, descumpriu os deveres anexos de lealdade. Deve se ver que a anulação deste ato merece flexibilidade, na medida em que, ao se pensar diferente, reafirmamos, importaria em beneficiar o próprio autor da falácia prestada quanto a seu estado civil. Não se pode fazer uma interpretação que nos leve ao contrassenso.
Para tanto temos um caso concreto:
Dados do caso - Em 2010, o marido foi fiador em contrato firmado entre um banco e uma empresa, assinando o contrato sem o conhecimento da esposa e se comprometendo a sanar a fiança durante o prazo do contrato, que termina em março do próximo ano. Entretanto, como o devedor não está quitando a dívida, o fiador está arcando com as mensalidades, no valor de R$ 3.176,00. De acordo com a esposa, esse compromisso financeiro está privando a família de itens essenciais para a subsistência familiar e, por isso, a mesma ajuizou ação solicitando a anulação da aceitação de aval dada pelo marido no contrato firmado. Já o banco envolvido no caso alegou que não agiu de forma ilícita, pois o fiador não informou que era casado; com isso, não foi gerada a necessidade de anuência da esposa.
O juiz da 14ª Vara Cível de Belo Horizonte, Marco Aurélio Ferrara Marcolino, julgou o pedido parcialmente procedente, pois entendeu que, como o avalista induziu o banco ao erro, ao se declarar solteiro, não era o caso de se anular totalmente o aval prestado. Com isso, o juiz decidiu que apenas deve ser protegida a meação do outro cônjuge que não participou da relação obrigacional. Apesar da decisão, a esposa entrou com recurso contra a determinação, mas o desembargador Wanderley Paiva confirmou a sentença. O desembargador reconheceu que a anulação do aval prestado pelo cônjuge implicaria no afastamento da responsabilidade pessoal assumida pelo mesmo, que ocultou seu real estado civil, e assim resta apenas a necessidade de preservar a meação
da esposa.
 
Bibliografia:
https://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/170919634
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-exoneracao-da-responsabilidade-dos-fiadores-nos-contratos-bancarios-de-mutuo,45915.html
https://www.conjur.com.br/2013-fev-12/fianca-assinada-marido-aval-mulher-nula-decide-tj-rs
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1414706/fianca-prestada-sem-outorga-marital?ref=doc-topics

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