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“TODOS CONHECEM TODOS” A CIDADE LOCAL E AS EXPECTATIVAS PARA O FUTURO – UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ARAGUAPAZ - GO artigo plan. terr

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“TODOS CONHECEM TODOS” A CIDADE LOCAL E AS EXPECTATIVAS 
PARA O FUTURO – UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE 
ARAGUAPAZ - GO 
 
Marize Campos Barbosa – Graduanda do curso de geografia da Universidade Federal de Goiás – UFG. 
 E-mail: marqarquitetura@yahoo.com.br 
Rosangela Costa da Silva – Graduanda do curso de geografiaUniversidade Federal de Goiás – UFG. 
 E-mail: rosangelagyn2@yahoo.com.br
Fernanda Oliveira Alves – Graduanda do curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás – UFG. 
E-mail: fernandageografic@hotmail.com 
 
Resumo 
Este trabalho é um recorte de um artigo produzido a partir de uma pesquisa 
desenvolvida na cidade de Araguapaz, intitulada: “Todos conhecem todos” a cidade 
local e as espectativas para o futuro – um estudo de caso no município de Araguapaz – 
GO. A proposta dessa pesquisa é estudar os fatores que impulsionam as pessoas a 
deixarem a cidade e verificar o potencial existente no município. Para tanto, foi 
utilizado uma abordagem qualitativa na coleta de dados em que se lançou mão de visitas 
em campo e pesquisas bibliográficas, e posteriormente foi elaborado um diagnóstico 
diante das realidades do município. O trabalho foi fundamentado nos princípios teóricos 
de autores como SANTOS (1982), CHAVEIRO (2008), CASTILHO (2007), entre 
outros. Entre os resultados do estudo, verifica-se que no município estudado a 
necessidade da promoção de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, além 
da questão a ser trabalhada na cidade ao que se refere ao baixo nível de escolaridade da 
população jovem e a criação de cursos profissionalizantes de modo que as pessoas 
tenham condições de continuar na cidade com qualidade de vida. 
 
Palavras chave: pequenas cidades, cidades local, dinâmica sócioespacial, 
problemáticas do urbano, aglomerados urbanos. 
 
Introdução 
As aglomerações que posteriormente se tornariam centros urbanos, ou seja, as 
cidades se davam nos arredores de rodovias e de ferrovias, outras, a partir de 
fazendeiros que construíram as capelas, que ao seu redor formavam o núcleo povoado. 
 
 
Araguapaz não foi diferente, a cidade foi criada por um pequeno grupo de 
homens que estavam à procura de um lugar onde pudesse morar, trabalhar. Conforme 
verificado em pesquisa de campo uma das características apresentada nesta pequena 
cidade é o contato direto entre os moradores. “Todos conhecem todos. Delegado, 
médico, Professores, Prefeito, Padre, pastor, senhor ‘fulano’. (SANTOS, 1993 apud 
CASTILHO; CHAVEIRO, 2008, p.148) 
Assim, percebemos que desde o início da criação deste povoado, houve um 
prévio planejamento, e como consequência do desbravamento do então lugar seria 
posteriormente construída moradias das pessoas que para aquela região se mudavam, 
uma vez que os ranchos construídos na primeira formação do então povoado se deram 
ao redor da construção da Primeira Igreja católica do lugar. 
Sendo assim temos que considerar o planejamento que ali existiu e também as 
conseqüências deste e com isso podemos também descobrir a lógica/ideologia da 
criação da cidade. 
Araguapaz pode ser considerada como uma cidade local se considerarmos o que 
Santos nos apresenta, onde a cidade pensada deixa de ser pequena, media, etc. para ter 
outro sentido: 
 Poderíamos definir a cidade local como a aglomeração capaz de responder às 
necessidades vitais mínimas, reais ou criadas, de toda uma população, função 
esta que implica uma vida de relações. (SANTOS, 1982 apud CASTILHO; 
CHAVEIRO, 2008, p 135) 
 
 Para essa pesquisa estamos considerando a cidade não só pelo número de 
habitantes como sendo a sua dimensão territorial, mas sim como a sede de um 
município rico, ponto de encontro para os moradores do campo, local onde as pessoas 
trabalham, onde se concentra os centros políticos e religiosos, onde as pessoas se 
interagem de formas e valores diversos e o local em que as necessidades são satisfeitas 
por bens e serviços. 
Neste contexto, de cidades interioranas que possuem uma população pequena, 
mas com um papel importante para sua microrregião, percebe-se que existe uma grande 
relação das cidades locais com o campo (ao menos no Estado de Goiás), mesmo que 
estas cidades tenham dinâmicas próprias com o espaço rural e Araguapaz não é 
diferente. 
Com o mundo globalizado em que vivemos cada vez mais é preciso que as 
cidades se (re)organizem e isso acaba acarretando na (re)funcionalização das pequenas 
 
 
cidades e conseqüentemente percebemos que a relação entre urbanidade - ruralidade não 
desapareceu, e sim se intensificou. 
Muitas pesquisas são realizadas sobre grandes cidades, sejam por sua potência 
econômica, atrativos turísticos, cultural ou grande potencial de desenvolvimento 
industrial. Enfim, são muitos os fatores que motivam a escolha de um pesquisador da 
área geográfica a interessar-se por determinado lugar, principalmente quando se trata do 
planejamento territorial. Essas pesquisas revelam, muitas vezes, fatos já conhecidos e 
recorrentes, enquanto as pequenas cidades podem estar sendo negligenciadas. Isso 
porque, são poucas as pesquisas que buscam entender o seu planejamento e a sua 
dinâmica, cuja economia gira em torno do setor primário, como por exemplo, a 
agricultura. 
Contudo, tais fatores motivaram essa escolha, pois há a curiosidade de verificar 
um cotidiano pouco explorado e que talvez oculte pistas que podem nos conduzir a 
compreensão das particularidades de determinada cidade pequena. Assim, ao se 
pesquisar a cidade de Araguapaz no estado de Goiás, já se sabe por antecipação que se 
trata de uma cidade que possui grande tradição religiosa, pessoas simples, e economia 
calcada na agricultura e principalmente na pecuária, com destaque para o gado de corte. 
A partir disso, foi elaborado um levantamento geral para compreender melhor a 
dinâmica sócio espacial e seu potencial econômico na busca de soluções adequadas para 
esse pequeno município cuja dinâmica hoje é gira em torno da agropecuária. 
Uma reportagem feita sobre essa cidade, pelo jornal Diário da Manhã (2002), 
mostrou que já em 2002 existia uma crescente vontade da população dessa cidade pela 
instalação de indústrias, inclusive, grande parte da produção já é destinada a atender as 
necessidades das industriais das cidades próximas, como por exemplo, Mozarlândia. 
Desse modo, a economia da cidade passou de agricultura de subsistência, até a década 
de 90, para a pecuária, a priori, já motivada a atender uma demanda do mercado interno 
e externo. Assim, foi constatado de antemão, que a população de Araguapaz vê a 
solução para todos os problemas na implantação de indústrias na cidade. 
Essa vontade de implantar indústrias é alimentada no imaginário das pessoas que 
nem sempre analisam ou simplesmente desconhecem as conseqüências dessa decisão, 
tais como a devastação do meio ambiente e o desequilíbrio das riquezas. Para Milton 
Santos (2007), a vinculação da indústria com a idéia de progresso, conduz a pobreza 
planejada 
 
 
 ...dever-se-á dar aos pobres a impressão, e não somente a esperança, de que 
estão emergindo da pobreza. Eles passarão, portanto a testemunhar um 
aumento em termos absolutos de sua renda, isto é, de seu consumo de bens e 
serviços. Mas como etapa fora de questão reduzir as taxas de acumulação e 
de desigualdade, o que significa a morte do sistema (capitalista), a pobreza 
não será eliminada, apenas mascarada. (SANTOS, 2007, p.29) 
 
O pode resultar no agravamento da miséria causando dependências como 
algumas vontades de consumo que são criadas com a intenção de acumulação de renda 
de uma minoria, como o que já ocorre com alguns produtores ruraisde Araguapaz que 
possuem grandes propriedades, não residem na cidade e, algumas vezes, possuem 
apenas interesses econômicos no local. 
Nessa perspectiva, Não se pode esquecer o papel do Estado para a formação e 
existência das cidades locais, para a sua consolidação através de recursos financeiros, de 
instituições, etc. e Milton Santos (ibid, p.30), afirma que até a “infra-estrutura fornecida 
pelo Estado também ajuda a trazer indústrias poluidoras que países desenvolvidos não 
desejam mais”, tudo isso, ocultado pela ideologia do crescimento e geração de emprego. 
Contudo, para o autor, esse tipo de planejamento leva a uma maior subordinação 
tecnológica, funcional e financeira. 
De acordo com Castilho (2007), Goiás possui uma grande quantidade de cidades 
pequenas e para se ter uma compreensão mais ampla do território goiano é preciso 
estudar a dinâmica dessas cidades. Segundo o autor, deve-se ressaltar a importância 
social de se estudar as pequenas cidades, pois tais estudos poderão auxiliar as 
intervenções territoriais e no planejamento. Para Arrais apud Castilho (2007), dos 246 
municípios goianos, 158, caracterizam um grande número de cidades pequenas. Desse 
modo, estudar Araguapaz pode significar um estudo representativo das demais cidades 
pequenas. 
 Assim, procuramos verificar essas características a partir dos acontecimentos e 
transformações ocorridas em Araguapaz, pois, são poucas as pesquisas feitas sobre 
como e o que ocorre nas pequenas cidades que influenciam seu desenvolvimento e sua 
econômica. 
Conforme pesquisa bibliografia no jornal Araguapaz (2007), no início da década 
de sessenta a região era um agreste, sertão apenas habitado por animais selvagens. Em 
1961, entrou o corajoso Dolzane de Paula Bastos, natural de Orizona-Go, junto com 
alguns companheiros de luta, penetraram nas matarias, com seus cargueiros, abrindo 
picada a procura de um lugar para residirem e trabalharem. Estes traziam comestíveis, 
roupas, remédios para alguma emergência, e armas de fogo para se defenderem. 
 
 
Construíram seus ranchos, fixaram residências e plantaram roças às margens do Córrego 
Cambuí, numa região conhecida como Cavalo Queimado. Dolzane de Paula Bastos 
mandou lotear cinco alqueires goianos para serem vendido a quem interessasse fixar 
residência no povoado que ora se iniciava. 
Ele e seu sócio, Joaquim Pereira de Faria, fizeram doações de três alqueires de 
terra à Paróquia que ia se construir e aos 3 de maio de 1961 a localidade recebeu a 
honrosa visita do Monsenhor Lincoln Monteiro Barbosa, que levantou o primeiro 
cruzeiro, como marco fundamental do lugar. Celebrou a primeira missa e realizou o 
primeiro casamento. 
As supostas características de terras produtivas da região despertaram interesse 
de grande quantidade de migrantes de vários pontos do país, acelerando o 
desenvolvimento do povoado. 
No início do ano de 1962 existiam 11 ranchos de palha e uma estrada boiadeira 
que demandava à Cidade de Goiás, numa distância de 125 km. Em 05 de fevereiro de 
1962 foi fundada a primeira escola, dirigida pela Profª Maria Soares Lopes da Silva, 
normalista formada na cidade de Formigas - MG; a qual funcionou num rancho de palha 
e recebeu o nome de Escola Tiradentes. 
Nesta mesma época foi instalada a primeira casa comercial, de propriedade de 
José Antônio Cláudio (conhecido com "Zé Melquíedes"), para o fornecimento de 
diversos gêneros necessários aos habitantes do povoado recém criado. 
Devido o lugar estar situado próximo ao Ribeirão Cavalo Queimado ficou 
inicialmente conhecido com este nome. Em 19 de junho de 1963, pela Lei Municipal nº 
42, foi elevado à categoria de distrito, com a área territorial desmembrada do Distrito de 
Mozarlândia, prevalecendo o nome de CAVALO QUEIMADO. Mais tarde passou a 
chamar São Joaquim do Araguaia e posteriormente ARAGUAPAZ. A origem do nome 
Araguapaz é devido à localidade estar situada no vale do Rio Araguaia e próximo ao 
Ribeirão Isabel Paes. 
A localidade tomou grande impulso de desenvolvimento a partir de 1970 com a 
construção de Rodovia GO-164 (Estrada do Boi) ligando a Cidade de Goiás a São 
Miguel do Araguaia e passando pela via de Araguapaz. Com perspectivas do 
aproveitamento do potencial turístico do Rio Araguaia, o Governo Federal construiu 
uma rodovia ligando Araguapaz à Aruanã, ficando a sede do distrito numa localização 
privilegiada. 
 
 
Pela Lei Estadual nº 9.179, de 14 de maio de 1982, é criado o Município de 
Araguapaz, que foi instalado em 01 de fevereiro de 1983, com a posse do Prefeito 
Municipal e dos vereadores eleitos em 15 de novembro de 1982. 
 
 A dinâmica sócioespacial da cidade 
O município está localizado na mesorregião noroeste goiano e na microrregião 
do Rio Vermelho, nas coordenadas geográficas 15º 05’ 27” latitude sul e 50º 37’ 56” 
longitude oeste, a uma altitude de 304m e ocupa uma área de 2.194,0 km² que 
representa 0,645% do Estado, 0,1371% da região e 0,0258% do território brasileiro. 
É uma área privilegiada no nosso Estado, fica próximo a um dos maiores pontos 
turísticos de Goiás, o Rio Araguaia, onde o Ribeirão Cavalo Queimado integra a bacia 
do Rio do Peixe, afluente do Rio Araguaia. A distância da sede do município para a 
capital do Estado, Goiânia é de 257 Km². 
Sua população foi estimada em 2009 com 7.780 habitantes de densidade 
demografica de 3,55 hab./km², cujo gentílico recebe a denominação de Araguapaense. 
Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,729 é o 148º do ranking goiano 
e o 2453º no ranking do Brasil de acordo com o Atlas de Desenvolvimento 
Humano/PNUD (2000). De acordo com o IBGE – 2006 o município contém uma 
população rural de 32% e sua população urbana é de 68%. 
Segundo as estatísticas a população atinge 58,46% com uma faixa etária de 0 a 
30 anos, sendo que de 0 a 9 anos constitui 17,67% de crianças, de 10 a 19 anos cerca 
22,24% de jovens e na faixa etária e 20 a 29 anos 18,50% de adultos, caracterizando 
este município com uma população jovem. 15,29% de adultos na faixa de 30 a 39 anos 
contrastando com as faixas dos jovens e adultos jovens. O restante da população 
encontra distribuído da seguinte forma, 24,67% possui idade de acima de 40 anos sendo 
que de adultos na faixa de 40 a 49 anos é 10,72% e 7,44% de adultos na faixa de 50 a 59 
anos; 4,33% de idosos na faixa de 60 a 69 anos e 2,44% de idosos na acima de 70 anos. 
Desta 51% da população são do sexo masculino e 49% do sexo feminino, acima 
de 10 anos. Em geral o nível educacional caracteriza uma população sem instrução 
sendo 20,20% de analfabetos (estadual e de 10,8%); 22,13% de alfabetizados; 47,38% 
de nível fundamental; 9,26% de nível médio e 1,03% de nível superior . No município 
tem seis escolas de ensino fundamental, sendo quatro no perímetro urbano e duas no 
meio rural para atender 850 crianças e duas escolas de ensino médio. 
 
 
A cidade fornece os serviços básicos como Água tratada (79,37%), Energia 
elétrica (87,92%) na cidade e nos dois distritos 100%. A coleta de lixo possui rede de 
distribuição de esgoto (49,95%), sendo que parte do esgoto de águas pluviais é 
despejada em um dos afluentes do córrego que abastece a rede de água da cidade. 
De acordo com a lei orgânica do município datada de 1990, foi instituida área de 
preservação para o Corrego Cambuí, cuja cidade situa próximo as suas margens, a mata 
ciliar se encontra parcilamente preservada, mas além de receber o esgoto pluvial da 
cidade na qual apresenta uma erosão remontante, na periferia da cidade. (figura 04), o 
cemitério se localiza bem próximo a este corrego, observando que não esta se tomando 
o devido cuidado para apreservação deste, pois esta polui o ambiente em quese localiza. 
A cidade de Araguapaz encontra-se a aproximadamente 50 km de Aruanã, 
cidade que desenvolve atividade turistica nos meses junho a setembro devido a baixa do 
nível das águas do Rio Araguaia que banha esta cidade. Esta proximidade é de muita 
importância para o município pois é momento em que há circulação de turistas a 
caminho do rio, esta movimentação ajuda a incrementar a economia da cidade. 
O município possui fitofisionomias diferenciadas do Bioma Cerrado, por 
observações nota-se que é difícil analisar padrões fitogeográficos mínimos para garantir 
a representatividade da biodiversidade do Bioma Cerrado (Figura 01), por meio de 
conservação. 
Figura 01 – Mapa - Uso do Solo 
 
Autor: Marize Campos Barbosa 
 
Além disso, tem grandes áreas com pastagens, poucas áreas agrícolas, e grandes 
manchas de vegetação original, com floresta estacional semidecidual, locais de 
regeneração natural e faixas ciliares do ribeirão Izabel Paes e Ribeirão Cavalo 
 
 
Queimado e pequenos afluentes, a maioria do município está inserida em atividades 
intensa de agropecuária. 
Podemos visualizar também que a região baseia-se em sua composição 
vegetativa em Cerradão, campo sujo e faixas ciliares, sobre relevo acidentado, 
atualmente, a área do município apresenta algumas degradações significativas 
caracterizados pela retirada da cobertura vegetal original e/ou introdução de novas 
espécies vegetais, agricultura e pecuária com vastas pastagens. 
Conforme o senso agropecuário de 2006, cerca de 29.943 hectares utilizam 
terras em matas ou florestas destinadas à preservação permanente ou reserva legal. 
 
Aspectos econômicos do município 
Uma das principais atividades econômica do Município é a produção 
agropecuária de corte e de leite, representando 48,18%, do PIB per capita total que é de 
R$ 6.347. O comércio local varejista com 91 estabelecimentos e outros serviços como a 
mão de obra para indústria Bertin em Mozarlândia, garante os outros 51,82% do PIB. 
De acordo com o Senso (2008), há no município 505 unidades agropecuárias 
cadastradas. Há Também a produção da lavoura temporária como milho, mandioca e o 
abacaxi e de lavoura permanente a banana, coco da Baia e o palmito e nos 
assentamentos destaca-se na produção leite e do gergelim. 
A cidade contém uma instituição financeira com operações de credito no valor 
de R$ 1.273.217,59, uma agencia lotérica e uma unidade de correio, para pagamento de 
contas de outras instituições financeiras. 
 
Forma e função 
A sede do município se localiza no cruzamento entre duas rodovias uma Federal 
a BR 251 que dá acesso Goiânia/Goiás até a cidade de Aruanã e a rodovia 
Federal/estadual BR 251/GO 164 conhecida como “A estrada do Boi” principal via de 
acesso que vem de Goiânia sentido Mozarlândia. Esta rodovia tem este nome por ter 
sido construída utilizando uma antiga estrada boiadeira, que ligava à cidade de Goiás e 
hoje é utilizada no escoamento da produção agropecuária local. 
A cidade conta com 11 setores, com 2.482 casas registradas na prefeitura (Figura 
02), e mais quatro loteamentos sem registro sendo que somente um está em fase de 
 
 
aprovação, indicando assim uma provável expansão sem planejamento por parte do 
poder público. 
Figura 02 – Mapa da Cidade de Araguapaz 
 
Elaboração: Marize campos Barbosa 
 
O município conta com dois distritos registrados, o de Tiririca e o Recantão e 
apresentam oito (8) assentamentos, um (1) pré-assentamento e dois (2) acampamentos a 
maioria produz leite, destacando também a produção do gergelim. 
A cidade atua como o ponto de encontro e o lugar de moradia executa a função 
de abastecimento e serviços básicos da região, suprindo as necessidades básicas da 
população como alimentação, roupa, calçados, remédios e saúde com um (1) hospital 
municipal e três (3) postos de saúde familiar – PSF, dois localizado na cidade e uma 
unidade móvel. Porém os serviços especializados são supridos pelas cidades vizinhas, 
como o comércio focado para suprimento da agropecuária em Mozarlândia e ensino 
superior em Goiás e os casos médicos graves para Goiânia, causando uma mobilidade 
diária garantindo certa dinâmica territorial no município. 
Outra função específica da cidade são as de suprir as necessidades religiosas e 
culturais, como a festa em louvor a padroeira da cidade “Nossa Senhora da Guia” e 
“São Sebastião” e as necessidades festivas como a Festa do Pião e a tradicional 
cavalgada, que acontece na semana do aniversário da cidade em maio. 
 
Problemáticas 
A partir deste diagnóstico, pode-se concluir que ainda falta a realização do Plano 
Diretor que facilitaria para os gestores melhor organizar políticas públicas para o 
município, o que ressalta a importância das providências a serem tomadas para a 
restauração urbana e ambiental do município. 
 
 
A partir disso, pontuamos questões problemáticas na cidade de Araguapaz. A 
primeira questão é a desvalorização da produção interna, em que os produtores tendem a 
procurar os municípios vizinhos para a comercialização alterando assim, o PIB da 
cidade. Outra questão é a população jovem, que possui uma escolaridade muito baixa e 
nenhuma alternativa de qualificação. A questão da saúde é um problema sério 
enfrentado pela população, sendo obrigada a deslocar-se para os municípios vizinhos 
que possuem melhores estruturas. No entanto, as famílias carentes são as mais 
penalizadas, uma vez que não possuem recursos para a realização de tratamentos que 
requerem equipamentos que a cidade não possui. Por fim, os assentamentos crescem a 
cada dia de uma forma desordenada constituindo-se em uma demanda que precisa ser 
trabalhada. 
 
Considerações finais 
É necessário reconhecer a importância do diagnóstico como ferramenta 
indispensável para a realização de um planejamento urbano e que para o município 
deverá vir acompanhado também do planejamento ambiental, de forma integrada com 
os municípios vizinhos, pois a cidade se situa em uma área de preservação ambiental, 
que permitirá não apenas o desenvolvimento do processo de regularização, mas também 
a construção de um sistema de gestão sustentável. As fiscalizações deverão ser 
efetivadas para fazer cumprir as leis ambientais vigentes pelos vereadores com a ajuda 
da comunidade. 
É de competência dos gestores da cidade proibir a deposição de resíduos sólidos 
nas ruas, a fim de evitar o despejo destes diretamente ao rio. O plano de manejo deverá 
ser implantado pelos gestores. Proporcionar um conjunto de ações e atividades 
necessárias ao alcance dos objetivos da conservação desta área protegida, incluindo as 
atividades como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem 
como as atividades de administração ou gerenciamento. 
Diante do levantamento geral feito na cidade de Araguapaz foi possível 
compreender melhor a dinâmica sócio-espacial e seu potencial econômico e identificar 
alguns problemas emergenciais na cidade. A primeira questão, já citada acima, é em 
relação à economia, embora o setor terciário seja significativo, conforme apresentado no 
PIB da cidade, tornou-se visível neste trabalho que a agropecuária predomina na prática. 
Além disso, existe a manifestação de uma agricultura diversificada, como por exemplo, 
 
 
a produção de lavouras temporária: milho, mandioca e abacaxi e lavouras permanentes: 
banana, coco da Bahia e palmito. Assim, recomendamos uma maior valorização do 
mercado interno com a potencialização da feira livre e a criação de um dia típico para a 
exposição dos principais produtos feitos na cidade. 
Nesse sentido, a segunda questão a ser trabalhada na cidade é o baixo nível de 
escolaridade da populaçãojovem. Os órgãos gestores precisam desenvolver políticas 
focadas na qualificação com a promoção de cursos técnicos, uma alternativa é acionar 
institutos como: SEBRAE, SENAI ou SENAC. Além disso, há a necessidade de 
estimular o aspecto cultural e de lazer na cidade, uma sugestão é a criação de Centro 
Cultural com eventos típicos, danças, manifestações artísticas e a instalação de um telão 
para a projeção de filmes culturais, para dessa forma, amenizar a migração desse 
potencial humano para cidades maiores. 
A questão da saúde da cidade também precisa ser melhorada, pois a cidade 
apresenta apenas um hospital sem estrutura para procedimentos que atendam acidentes 
graves como cirurgias emergenciais. Dessa forma, a prefeitura junto com órgãos 
gestores deve proporcionar uma política mais efetiva na saúde social da comunidade 
implantando mais postos de saúde para um primeiro atendimento e implementar a 
estrutura do hospital local. 
Assim, outra medida que pode contribuir para o desenvolvimento da cidade é a 
promoção de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, como por exemplo, 
lavoura comunitária, horta comunitária e viveiro comunitário para resolver outra 
questão crítica enfrentada pela cidade, o grande número de assentamentos. Embora 
essas ações já ocorram, faltam incentivos e orientação para o tratamento da terra e uma 
melhor aplicação dos recursos. 
 
Referências Bibliográficas 
CASTILHO, Denis. Tempo do espaço, tempo da vida: uma leitura socioespacial de 
Heitoraí. Goiânia: editora e gráfica Ellos, 2007. 91 p. 
 
CASTILHO, Denis; CHAVEIRO, Egmar Felício. As cidades Locais no território 
Goiano. Temas Geográficos. As cidades locais no território goiano. Goiânia. 
UFG/IESA, p.133-153, 2008 
 
 
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Gabinete Civil da Governadoria, Superintendência de Legislação. 
 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico da Vegetação 
Brasileira. Rio de Janeiro, RJ, 92 p., 2002. 
 
_____.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível 
em:<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=520215#>. Acesso 
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Jornal. Araguapaz. Da Fundação á Atualidade. ANO I – nº 1. 2007. 
 
Jornal. Diário da Manhã. Documento. Municípios 2002. Goiás em Raio X. 2002
 
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Sites Visitados 
<http://www.goias.go.gov.br/index.php?idMateria=59903>. Acesso em: 17 Jun. 2010 
<http://www.cnm.org.br/dado_geral/mumain.asp?iIDMUN=100152026>. Acesso em: 
16 jun. 2010 
<http://www.seplan.go.gov.br/sepin/>. Acesso em: 25 maio 2010.

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