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Apostila de Epistêmicos capítulo 1

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Fundamentos Epistêmicos
Capítulo I
O objetivo é possibilitar compreender a psicologia através de uma perspectiva histórica e aprimorar o olhar para a psicologia enquanto ciência.
Definição de conceitos: 
  Epistemologia – Relaciona-se aos conceitos, princípios e resultados de uma determinada teoria. Estuda as articulações da ideias referentes à teoria em questão. A Epistemologia diz respeito às origens, os processos e fronteiras do conhecimento.
 Filosofia da Ciência – Estudo temas mais amplos ou gerais relacionados à ciência; preocupa-se com a visão geral de temas estudados pela ciência. 
  Teoria do Conhecimento – Estuda os diferentes aspectos do conhecimento, inclusive pensando o papel do sujeito do conhecimento e o objeto do conhecimento.
A importância da Epistemologia se dá pelo fato de que ela é importante tanto para a Filosofia da Ciência quanto para a Teoria do Conhecimento, a medida em trata das origens, processos e resultados envolvidos.
Filosofia e suas origens:
Nota-se uma inclinação à racionalidade e à razão, sendo esta a explicação única para algo. Existe ainda um traço do pensamento filosófico que trata de trazer conclusões e respostas para os problemas; passando estas pela análise, crítica, discussão e demonstração. É observável também a necessidade de regras de funcionamento do pensamento, utilizando-se de regras universais para trazer uma “verdade”; e ainda a negação a pré-conceitos ou explicações prévias; e por fim, uma inclinação para a generalização; ou seja; tornar uma explicação válida para diferentes aspectos e problemas.
A Teoria Geral do Conhecimento:
A teoria do conhecimento vem a ser uma interpretação filosófica do ato de conhecer, investigando a natureza e validade do conhecimento. Pode-se considerar que apenas na Idade Moderna a Teoria do Conhecimento surge como uma teoria, através de Immanuel Kant.
Na Teoria do Conhecimento podemos destacar a existência de dois elementos fundamentais: a consciência e o objeto, ou seja, o sujeito e também o objeto. E o que seria este sujeito e este objeto?
A essência do conhecimento prevê que o sujeito é aquele que irá apreender o objeto; o objeto é o que será apreensível. Pode-se afirmar que o conhecimento reside então, nesta íntima relação entre o sujeito e objeto, sendo a função do sujeito apreender o objeto, e a função do objeto, em ser apreendido pelo sujeito. Na visão do sujeito, este realiza uma apreensão, ou seja, ele se projeta para o objeto, entrando em seu campo. Já do ponto de vista do objeto, ele irá ser apreendido pelo sujeito, sendo que deste modo ele irá continuar como algo exterior ao sujeito.
A partir deste processo, tem-se a construção de um processo dinâmico do conhecimento: 1°  O sujeito se projeta em relação ao objeto; 
2°  O sujeito entra, assim, na esfera do objeto; 
3°  O sujeito capta, portanto; as propriedades do objeto; 
4°  O sujeito retorna a si próprio, mas com uma nova consciência: surge a consciência do objeto captado pela imagem.
Deste modo, o sujeito é agora modificado, pois possui em si a imagem do objeto, que será modificada pelo sujeito em sua consciência e sua subjetividade. Assim, temos o processo dinâmico do conhecimento
O Racionalismo e o Empirismo 
As duas respostas para a razão e de onde viria o conhecimento, foi chamada de Racionalismo. A segunda solução foi chamada de Empirismo.
Racionalismo 
Platão: Para o filósofo da Idade Antiga, a razão é inata. O ato de conhecer permite a recordação, ou seja, o ser humano ao se deparar com uma ideia verdadeira, posto que já teria nascido com a verdade, se recordaria da mesma, aquela passando portanto a fazer sentido. Deste modo, o filósofo defende que nasceríamos com a razão e a verdade, e ao longo da vida seria possível reconhecer o verdadeiro quando nos deparamos com ele, sendo a razão, portanto, inerente ao ser humano, ou seja, inata. Afinal, para Platão antes de nascermos de modo físico no mundo, fomos uma alma que existiu no mundo das ideias (que são perfeitas). No mundo sensível, recebemos as cópias criadas das “fôrmas” do mundo das ideias. Neste sentido, a verdade só é acessada através da razão. 
Descartes: O filósofo francês defende a ideia de que o espírito humano possui ideias inatas, ou seja, a pessoa já nasceria com as ideias. Descartes afirma que estas são inteiramente racionais, e são colocadas no espírito humano por Deus. Deste modo, partindo do criador, tais ideias seriam sempre verdadeiras.
Os racionalistas defendem que a razão existente no espírito é o que nos permitiriam avaliar o mundo, reconhecendo um conhecimento como verdadeiro ou falso.
Empirismo
Os pensadores empiristas acreditavam na ideia de que o ser humano é uma tabula rasa, ou papel em branco; ou seja, nada é inato e o conhecimento vai sendo adquirido na vida humana através das experiências. 
John Locke: Defendia a posição de que todos os homens tem direitos naturais, ou seja, o homem quando nasce deve ter algumas necessidades básicas atendidas: o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à propriedade. A criação dos governos nas sociedades serviria para garantir tais direitos. Deste modo, as pessoas teriam direito à revoltarem-se caso não tivessem tais direitos assegurados.
David Hume: Ele defendeu o conceito da razão enquanto o hábito de associar ideias, através da associação de ideias iguais e diferentes. Assim, a experiência humana serviria enquanto uma oportunidade de associar tais ideias, combinando ou separando as noções.
Hume traz também o conceito de causalidade, demonstrando como se forma este princípio. Para o filósofo, a experiência que vai sendo repetida da mesma maneira, de forma constante, deixa o hábito de associar as ideias, trazendo a noção de causalidade. Assim, Hume defende o princípio da causalidade, através da observação dos fatos, e traz a ideia de “causa” e “efeito”.

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