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Direito Processual Penal - aula 02

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Livro Eletrônico
Aula 02
Direito Processual Penal p/ PC-MG (Delegado) - Pós Edital
Professor: Renan Araujo
01377082628 - WESLLEY DE OLIVEIRA SILVA
 
 
 
 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 10 
CURSO DE D. PROCESSUAL PENAL PARA PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula 02 Ð Prof. Renan Araujo 
 
AULA 02: PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELAÇÌO 
JURêDICA PROCESSUAL. ELEMENTOS IDENTIFICADORES DA 
RELAÇÌO PROCESSUAL. FORMAS DO PROCEDIMENTO. 
PRETENSÌO PUNITIVA. TIPOS DE PROCESSO PENAL. A‚ÌO 
PENAL. A‚ÌO CIVIL EX DELICTO. 
 
SUMçRIO 
1 PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELA‚ÌO JURêDICA PROCESSUAL ............... 3 
1.1 Elementos identificadores da rela‹o processual ................................. 5 
1.2 Sujeitos processuais ............................................................................ 6 
1.3 Objeto da rela‹o processual ............................................................... 6 
1.4 Pressupostos processuais .................................................................... 7 
1.4.1 Subjetivos ........................................................................................... 7 
1.4.1.1 Quanto ao juiz .............................................................................. 7 
1.4.1.2 Quanto ˆs partes ........................................................................... 8 
1.4.2 Objetivos ............................................................................................ 9 
2 FORMAS DO PROCEDIMENTO ...................................................................... 9 
3 PRETENSÌO PUNITIVA ............................................................................. 10 
4 A‚ÌO PENAL ............................................................................................. 11 
4.1 Condi›es da a‹o penal .................................................................... 11 
4.1.1 Possibilidade Jur’dica do pedido ........................................................... 12 
4.1.2 Interesse de Agir ............................................................................... 12 
4.1.3 Legitimidade ad causam ativa e passiva ................................................ 14 
4.2 EspŽcies de A‹o Penal ...................................................................... 15 
4.2.1 A‹o penal pœblica incondicionada ........................................................ 16 
4.2.2 A‹o penal pœblica condicionada (ˆ representa‹o do ofendido e ˆ requisi‹o 
do Ministro da Justia) ........................................................................................ 19 
4.2.3 A‹o penal privada exclusiva ............................................................... 22 
4.2.3.1 Renœncia, perd‹o e peremp‹o ..................................................... 24 
4.2.4 A‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica .............................................. 26 
4.2.4.1 Atua‹o do MP na a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica .............. 27 
4.2.5 A‹o penal personal’ssima .................................................................. 28 
4.3 Denœncia e queixa: elementos ........................................................... 28 
4.3.1 Exposi‹o do fato criminoso ................................................................ 28 
4.3.2 Qualifica‹o do acusado ...................................................................... 29 
4.3.3 Classifica‹o do delito (tipifica‹o do delito) .......................................... 29 
4.3.4 Rol de testemunhas ............................................................................ 29 
4.3.5 Endereamento ................................................................................. 29 
4.3.6 Reda‹o em vern‡culo ........................................................................ 29 
01377082628 - WESLLEY DE OLIVEIRA SILVA
 
 
 
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Teoria e quest›es 
Aula 02 Ð Prof. Renan Araujo 
 
4.3.7 Subscri‹o ........................................................................................ 29 
5 A‚ÌO CIVIL EX DELICTO ........................................................................... 29 
6 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................... 32 
7 SòMULAS PERTINENTES ........................................................................... 36 
7.1 Sœmulas do STF .................................................................................. 36 
7.2 Sœmulas do STJ .................................................................................. 37 
8 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ................................................................. 37 
9 RESUMO .................................................................................................... 39 
10 LISTA DE EXERCêCIOS ........................................................................... 43 
11 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................... 61 
12 GABARITO ............................................................................................. 98 
 
 
Ol‡, pessoal! 
 
Hoje vamos estudar a a‹o penal, analisando suas caracter’sticas, 
espŽcies, etc. Muita aten‹o ˆ aula de hoje, pois possui alguns pontos 
bem relevantes para fins de prova! 
Veremos, ainda, a a‹o civil ex delicto. 
Antes de tudo isso, porŽm, vamos fazer uma breve introdu‹o sobre o 
processo penal, estudando temas como a diferena entre Òprocesso e 
procedimentoÓ, a natureza da rela‹o jur’dico-processual, etc. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
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1! PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELA‚ÌO 
JURêDICA PROCESSUAL 
 
O processo Ž o meio do qual o Estado se utiliza para exercer a 
jurisdi‹o (o poder de ÒdizerÓ o direito aplic‡vel ao caso concreto). 
ƒ o instrumento necess‡rio para que o Estado-Juiz conhea a pretens‹o do 
autor e, ao final, lhe diga se possui ou n‹o raz‹o. Na cl‡ssica defini‹o 
de HŽlio Tornaghi, o processo Ž Òum caminhar para frente (pro cedere); 
Ž uma sequncia ordenada de atos que se encadeiam numa sucess‹o l—gica 
e com um fim: o de possibilitar, ao juiz, o julgamento.Ó1 
No ‰mbito penal, o processo pode ter in’cio pela iniciativa do 
MinistŽrio Pœblico (a‹o penal pœblica) ou do ofendido (a‹o penal 
privada). 
O procedimento, por outro lado, nada mais Ž do que o rito 
utilizado no processo. Antes de adentrar em uma defini‹o mais tŽcnica, 
podemos compreender a diferena entre processo e procedimento com uma 
simples compara‹o com o instituto do casamento. Como assim? Vamos 
entender a compara‹o! 
Todas as religi›es possuem a celebra‹o do casamento. O 
casamento, assim, Ž a forma pela qual cada uma das religi›es ir‡, ao final, 
dizer que os nubentes est‹o casados. O casamento, assim, Ž o instrumento 
utilizado para que os nubentes adquiram o estado civil de casado. No 
entanto, cada uma das religi›es existentes adota uma forma diferente de 
cerim™nia. Assim, temos que a cerim™nia de casamento dos cat—licos Ž 
diversa da existente entre os muulmanos, que, por sua vez, em nada se 
parece com o casamento dos budistas, etc. No entanto, todos, ao final, 
buscam o casamento. Essa Ž a no‹o de processo e procedimento. 
Enquanto o processo (ou ÒcasamentoÓ) Ž o instrumento pelo qual o Estado 
exercer‡ a jurisdi‹o, o procedimento Ž o caminhoque ser‡ perseguido atŽ 
o objetivo final (na compara‹o, seriam as diferentes formas de celebrar o 
casamento). 
Dito isto, acredito que a no‹o de procedimento fique mais f‡cil de 
ser aprendida. Segundo Frederico Marques, 
ÒQuando os atos se coordenam numa sŽrie sucessiva com um fim determinado, fala-
se que h‡ processo, se o movimento se realiza em fun‹o da atividade jurisdicional; 
se Ž uma atividade administrativa que se desenvolve, o que existe nessa sŽrie de 
atos, que se entrelaam, Ž t‹o-s— procedimento.Ó2 
 
Quanto ˆ natureza jur’dica do processo, diversas foram as teorias que 
se preocuparam em defini-la. Assim, parte da doutrina defendia que o 
 
1 TORNAGHI, HŽlio. A rela‹o Processual Penal. 2» ed. S‹o Paulo: Saraiva, 1987, p‡g. 1. 
2 MARQUES, JosŽ Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Vol. I. Campinas: Bookseller, 
2002, p‡gs. 348/349. 
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processo era um verdadeiro contrato entre as partes. Outros, contudo, 
entendiam que o processo seria um quase-contrato. Atualmente, prevalece 
o entendimento de que, na verdade, o processo possui natureza de 
rela‹o jur’dica. 
O grande idealizador do processo como uma rela‹o jur’dica 
foi o autor Oskar Von BŸlow3. Segundo afirmava BŸlow, h‡ duas 
rela›es processuais distintas: uma de direito material e outra de direito 
processual. 
A rela‹o de direito material, segundo aquele autor, seria a causa 
de pedir da a‹o, consistente na pr—pria rela‹o debatida em ju’zo. Assim, 
no ‰mbito penal, a rela‹o de direito material seria a pr—pria viola‹o da 
norma penal pelo sujeito ativo do crime. 
J‡ a rela‹o de direito processual consistiria naquela estabelecida 
com o pr—prio processo, em que estariam relacionados juiz, autor e rŽu. 
Assim, definia que a rela‹o jur’dica processual era distinta da rela‹o de 
direito material. 
ƒ importante destacar que rela‹o jur’dica Ž o v’nculo entre v‡rias 
pessoas, mediante a qual uma delas pode pretender alguma coisa a que a 
outra est‡ obrigada. Destarte, considerando que as partes em um processo 
tm seus direitos, deveres, ™nus e poderes regulados por lei processual, 
temos, ent‹o, configurada uma rela‹o jur’dica processual. 
Embora a teoria acima tenha surgido no processo civil, sua aplica‹o 
do direito processual penal Ž totalmente v‡lida. Trazendo a quest‹o para a 
esfera processual penal, podemos identificar verdadeira rela‹o jur’dica 
entre o juiz, o —rg‹o de acusa‹o e o acusado, inteiramente regulada por 
leis processuais. O acusado deixa de ser um mero objeto da 
persecu‹o penal para ser verdadeiro sujeito de direito, a quem se 
confere o direito ˆ ampla defesa, ao julgamento por juiz natural, ao 
contradit—rio, de n‹o ser preso se n‹o houver flagrante ou ordem escrita 
da autoridade judici‡ria, ˆ presun‹o de inocncia, entre outros. 
A doutrina costuma identificar 6 caracter’sticas da rela‹o 
jur’dica processual. S‹o elas: 
1 Ð NATUREZA PòBLICA Ð a rela‹o jur’dica processual Ž pœblica, 
tendo em vista que o processo Ž um instrumento de que se vale o Estado 
para exercer uma fun‹o que lhe Ž pr—pria: a jurisdi‹o. 
2 Ð AUTONOMIA Ð significa que a rela‹o de direito processual Ž 
diversa da rela‹o da rela‹o jur’dica de direito material, que dela 
independe. Significa dizer que a rela‹o jur’dica processual independe que 
o autor da a‹o tenha raz‹o em suas alega›es. Mesmo que o acusado seja 
inocente, ou seja, que a suposta rela‹o jur’dica de direito material 
inexista, a rela‹o jur’dica processual permanece h’gida e v‡lida. 
 
3 Em obra lanada em 1868 (A teoria das exce›es processuais e os pressupostos processuais). 
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3 Ð PROGRESSIVIDADE (ou CONTINUIDADE, ou 
DINAMICIDADE) Ð a ideia aqui Ž de que os atos processuais possuem um 
encadeamento l—gico e progressivo atŽ a prola‹o da sentena. 
4 Ð COMPLEXIDADE Ð de acordo com a doutrina, a complexidade 
decorre da progressividade. Significa que o car‡ter complexo da rela‹o 
processual advŽm dos numerosos atos praticados pelas partes, no exerc’cio 
de seus direitos, obriga›es, ™nus e poderes. 
5 Ð UNICIDADE (ou UNIDADE) Ð exprime a ideia de que a rela‹o 
jur’dica processual Ž œnica, permanecendo a mesma do in’cio ao fim. 
6 Ð TRILATERALIDADE Ð trata-se do car‡ter tr’plice da rela‹o 
processual, na qual temos a presena de trs sujeitos distintos: o —rg‹o de 
acusa‹o, o acusado, e o juiz. 
Resumidamente, temos: 
 
 
 
1.1!Elementos identificadores da rela‹o processual 
A configura‹o da rela‹o processual pressup›e a existncia de trs 
elementos: sujeitos, objeto e pressupostos processuais. 
RELA‚ÌO 
JURêDICA 
PROCESSUAL
NATUREZA 
PòBLICA
AUTONOMIA
PROGRESSIVI-
DADE
COMPLEXIDADE
UNICIDADE
TRILATERALI-
DADE
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1.2!Sujeitos processuais 
Quanto aos sujeitos processuais, marcam a existncia da rela‹o 
processual o juiz (ou Estado-Juiz), o autor (—rg‹o do MP ou 
ofendido) e o rŽu (acusado). 
H‡ quem diga que no processo penal n‹o existiriam partes. Isso 
porque, na defini‹o de Francesco Carnelutti, a lide se caracterizaria por 
um conflito de interesses, qualificado por uma pretens‹o resistida. Ocorre 
que, no processo penal, o acusado n‹o precisa necessariamente resistir ˆ 
pretens‹o do MinistŽrio Pœblico. No entanto, ainda que o acusado 
concorde em ser punido, o Estado n‹o poder‡ abrir m‹o da 
utiliza‹o do processo. E mais. N‹o poder‡ sequer condenar o acusado 
com base apenas em sua confiss‹o. ƒ nesse sentido que a defini‹o de 
parte acaba se esvaziando, j‡ que, no processo civil, para que se fale em 
lide (e, por consequncia, em parte), Ž necess‡ria a resistncia ˆ 
pretens‹o. 
Ademais, aqueles que defendem a inexistncia de partes no processo 
penal afirmam que n‹o h‡ um conflito de interesses envolvido. Com efeito, 
no processo civil, o autor objetiva a satisfa‹o de um interesse que lhe Ž 
pr—prio, sendo certo que a condena‹o do rŽu lhe reverter‡ algum 
acrŽscimo patrimonial (na maioria das vezes). Por outro lado, no processo 
penal, a v’tima em nada aproveitaria a condena‹o do rŽu. Ainda que a 
v’tima tenha um forte desejo de puni‹o do acusado, n‹o se pode concluir 
que estar’amos diante de um verdadeiro conflito de interesses. 
Por fim, sustenta-se que a atua‹o do MinistŽrio Pœblico Ž imparcial, 
na medida em que a ele interessa a condena‹o do culpado e a absolvi‹o 
do inocente. Assim, n‹o seria um sujeito parcial. 
Nada obstante, se em sua prova n‹o contiver qualquer alus‹o ˆs 
discuss›es ora trazidas, voc deve entender que os sujeitos da rela‹o 
processual s‹o: o —rg‹o de acusa‹o, o juiz e o acusado. Apesar da 
discuss‹o acerca da existncia ou n‹o de parte no processo penal, sem 
dœvida alguma, juiz, —rg‹o de acusa‹o e acusado s‹o sujeitos do processo. 
Existem outros sujeitos no processo penal, mas eles n‹o 
integram a rela‹o jur’dico-processual (peritos, defensor do acusado, etc.). 
 
1.3!Objeto da rela‹o processual 
Consiste na aplica‹o da lei penalao caso concreto. Dessa forma, 
no caso de um roubo de um aparelho celular, o objeto da rela‹o jur’dica 
processual Ž a sentena, que decidir‡ sobre a aplica‹o da lei penal ao caso 
concreto, conforme pedido do autor. 
 
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1.4!Pressupostos processuais 
S‹o os requisitos necess‡rios para a existncia de uma rela‹o 
jur’dica processual v‡lida. De acordo com a doutrina, podem ser: 
 
1.4.1!Subjetivos 
1.4.1.1! Quanto ao juiz 
I) investidura Ð o juiz deve ser um agente oficial do Estado, 
que tenha ingressado na magistratura por intermŽdio de concurso 
pœblico; 
II) competncia Ð todo juiz possui jurisdi‹o. No entanto, por 
quest‹o convenincia, os diversos —rg‹os jurisdicionais tm sua 
atribui‹o (leia-se: competncia) limitada por lei. Assim, um juiz 
que atua em uma Vara Criminal, por exemplo, n‹o pode decidir 
acerca da nulidade do casamento de uma pessoa. Da mesma 
forma, um juiz que atua na ‡rea c’vel n‹o possui competncia 
para julgar uma demanda trabalhista. Dessa maneira, podemos 
entender que a competncia Ž o poder de exercer a jurisdi‹o 
nos limites definidos pela lei. 
III) imparcialidade Ð a no‹o de imparcialidade do —rg‹o judicial 
Ž pr—pria do sistema acusat—rio, devendo o juiz permanecer em 
uma posi‹o equidistante das partes. Ao contr‡rio do que ocorre 
no sistema inquisitivo, no sistema acusat—rio Ž vedado ao juiz 
praticar atos de persecu‹o penal na fase de investiga‹o, n‹o 
podendo, ainda, ter qualquer rela‹o com as partes, com a causa 
a ser julgada ou com outros ju’zes. Por essa raz‹o, a legisla‹o 
processual penal traz uma sŽrie de motivos causadores de 
suspei‹o, impedimento ou incompatibilidade do juiz (artigos 112, 
252, 253 e 254 do CPP).4 
 
4 ÒArt. 112. O juiz, o —rg‹o do MinistŽrio Pœblico, os serventu‡rios ou funcion‡rios de justia e os 
peritos ou intŽrpretes abster-se-‹o de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou 
impedimento legal, que declarar‹o nos autos. Se n‹o se der a absten‹o, a incompatibilidade ou 
impedimento poder‡ ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exce‹o 
de suspei‹o.Ó 
 
ÒArt. 252. O juiz n‹o poder‡ exercer jurisdi‹o no processo em que: 
I - tiver funcionado seu c™njuge ou parente, consangŸ’neo ou afim, em linha reta ou colateral atŽ o 
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, —rg‹o do MinistŽrio Pœblico, autoridade policial, 
auxiliar da justia ou perito; 
II - ele pr—prio houver desempenhado qualquer dessas fun›es ou servido como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra inst‰ncia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a 
quest‹o; 
IV - ele pr—prio ou seu c™njuge ou parente, consangu’neo ou afim em linha reta ou colateral atŽ o 
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. 
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Parte da doutrina se refere ˆ capacidade do juiz, que se subdividiria 
em objetiva (competncia) e subjetiva (imparcialidade). No entanto, 
entendo que o termo n‹o est‡ correto, na medida em que a capacidade, 
instituto definido pela lei civil5, possui sentido tŽcnico bem diverso. Assim, 
n‹o Ž recomend‡vel a utiliza‹o do mesmo termo para a indica‹o de 
situa›es totalmente distintas. 
 
1.4.1.2! Quanto ˆs partes 
I) capacidade de ser parte Ð trata-se da aptid‹o genŽrica para 
ser autor ou rŽu em a‹o judicial. Dessa forma, menores de 18 
anos de idade n‹o possuem capacidade para ser parte em 
processo penal (n‹o obstante os maiores de 12 anos respondam 
por seus atos na forma do Estatuto da Criana e do Adolescente); 
II) capacidade processual Ð alŽm de ter capacidade para ser 
parte, a pessoa deve ter as condi›es de exercer validamente 
seus direitos; 
III) capacidade postulat—ria Ð aptid‹o para representar a 
parte, caso ela pr—pria n‹o tenha, por fora de lei, capacidade 
para atuar em ju’zo em nome pr—prio. Dessa forma, dever‡ ser 
verificado se a parte encontra-se devidamente representada por 
advogado ou defensor pœblico. Exce‹o ˆ regra: habeas 
corpus (qualquer pessoa pode elaborar um habeas 
corpus). 
 
 
Art. 253. Nos ju’zos coletivos, n‹o poder‹o servir no mesmo processo os ju’zes que forem entre si 
parentes, consangu’neos ou afins, em linha reta ou colateral atŽ o terceiro grau, inclusive. 
Art. 254. O juiz dar-se-‡ por suspeito, e, se n‹o o fizer, poder‡ ser recusado por qualquer das 
partes: 
I - se for amigo ’ntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu c™njuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato 
an‡logo, sobre cujo car‡ter criminoso haja controvŽrsia; 
III - se ele, seu c™njuge, ou parente, consangŸ’neo, ou afim, atŽ o terceiro grau, inclusive, sustentar 
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
 V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
 Vl - se for s—cio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.Ó 
 
 
5 ƒ a aptid‹o para o exerc’cio de direitos, por si pr—prio ou por intermŽdio de representante ou 
assistente. 
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1.4.2!Objetivos 
Extr’nsecos Ð inexistncia de fatos impeditivos, como 
litispendncia e coisa julgada (art. 95, III e V); 
Intr’nsecos Ð procedimento adequado, cita‹o v‡lida do rŽu, 
interven‹o do MinistŽrio Pœblico e da defesa, inexistncia de 
qualquer nulidade prevista na legisla‹o processual etc. 
 
2! FORMAS DO PROCEDIMENTO 
A doutrina divide as formas do procedimento em trs aspectos: de 
lugar, de tempo e de modo. 
 
→ DE LUGAR: em geral, os atos processuais devem ser realizados 
no local da sede do ju’zo. H‡ casos, todavia, que a lei excetua essa regra, 
como a oitiva de uma testemunha que resida em outra comarca, feita por 
intermŽdio de carta precat—ria, ou a busca e a apreens‹o de documentos 
em outro Estado da federa‹o. 
→ DE TEMPO: deve-se considerar a Žpoca em que os atos devem ser 
praticados e lapso temporal entre os diversos atos processuais. 
A classifica‹o mais comum dos prazos pode ser abaixo observada: 
¥! ordin‡rio ou dilat—rio: aqueles que admitem redu‹o ou 
amplia‹o por vontade das partes. 
¥! legais: determinados em lei; 
¥! judiciais: determinado pelo juiz; 
¥! convencionais: estabelecido pela livre vontade das partes; 
¥! perempt—rios: inalter‡veis. Se a parte n‹o praticar o ato no 
prazo determinado, n‹o poder‡ mais faz-lo; 
¥! comuns: quando correm para ambas as partes 
simultaneamente. Na a‹o penal pœblica, a existncia de prazo 
comum n‹o Ž poss’vel ocorrer. Isso porque, no prazo comum, 
em regra, os autos n‹o podem ser retirados do cart—rio. Vamos 
esclarecer melhor essa ideia. Imagine-se que o juiz determine 
ˆs partes a manifesta‹o sobre o laudo pericial produzido nos 
autos. Sendo ambas as partes representadas por advogados, 
ser‹o intimadas por di‡rio oficial. Nesse caso, os advogados 
ter‹o cincia do ato processual na mesma ocasi‹o, contando-se o prazo para manifesta‹o a partir do primeiro dia œtil 
subsequente ˆ publica‹o no di‡rio oficial. Assim, sendo o 
prazo comum, em regra, n‹o poder‹o levar os autos. No 
entanto, o MinistŽrio Pœblico sempre Ž intimado pessoalmente, 
contando-se o prazo para sua manifesta‹o a partir do dia œtil 
seguinte ao da data em que os autos deram entrada no MP. 
Dessa forma, n‹o h‡ como termos prazo em comum na a‹o 
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penal pœblica, na medida em que as partes (MP e acusado) s‹o 
intimadas em momentos e de formas diferentes. 
¥! pr—prios: a n‹o observ‰ncia pode trazer san›es processuais. 
Dessa forma, se o acusado n‹o apresentar a apela‹o no prazo 
fixado, perder‡ a chance de recorrer. 
¥! impr—prios: podem acarretar apenas san›es de car‡ter 
disciplinar. Como exemplo, podemos citar o prazo de 8 (oito) 
dias para a apresenta‹o de raz›es ao recurso de apela‹o. 
Mesmo que n‹o as apresente no prazo, a parte poder‡ 
apresenta-las posteriormente (artigo 601 do CPP). 
 
→ DE MODO: 
¥! quanto ˆ linguagem: temos um sistema misto no processo 
penal, informado pelo princ’pio da oralidade (por exemplo, nas 
alega›es finais, que s‹o feitas oralmente em regra) e pela 
forma escrita (denœncia e defesa prŽvia, por exemplo). 
¥! quanto ˆ atividade: o processo inicia-se pelo impulso das partes 
e desenvolve-se, predominantemente, pelo impulso oficial. 
Cabe ao juiz dar andamento ao feito determinando a pr‡tica de 
atos processuais; 
¥! quanto ao procedimento: Ž escolhido com vistas, em geral, ˆ 
natureza da rela‹o jur’dica material levada ˆ aprecia‹o do 
Judici‡rio. Dessa forma, tratando-se de crime apenado 4 
(quatro) anos ou mais de priva‹o de liberdade, ser‡ observado 
o procedimento ordin‡rio (salvo se houver previs‹o legal de 
outro procedimento especial). Se a san‹o m‡xima for de atŽ 
4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade, ser‡ adotado o 
procedimento sum‡rio, salvo previs‹o legal de outro 
procedimento especial. Por fim, adotar-se-‡ o procedimento 
sumar’ssimo nos crimes do Juizado Especial Criminal (que s‹o 
apenados com atŽ 2 anos de pena privativa de liberdade, 
cumulados ou n‹o com pena de multa).!
 
Os procedimentos especiais est‹o previstos nos artigos 406 a 497 do 
CPP (Tribunal do Jœri), no artigo 514 do CPP (crimes cometidos por 
funcion‡rios pœblicos), no artigo na Lei 11.101/2005 (crimes falimentares), 
no artigo 519 a 523 do CPP (crimes contra a honra a que sejam cominadas 
penas m‡ximas superiores a dois anos de priva‹o de liberdade) e artigos 
524 a 530-I do CPP (crimes contra a propriedade imaterial. 
 
 
3! PRETENSÌO PUNITIVA 
Violada a norma penal, surge para o Estado o poder/dever de 
punir (jus puniendi). ƒ a express‹o do poder de impŽrio do Estado, 
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visando ˆ puni‹o daqueles que feriram gravemente bens jur’dicos 
penalmente tutelados. 
Pode-se compreender o jus puniendi sob duas perspectivas: in 
abstacto e in concreto. No primeiro caso, tem-se que o Estado possui o jus 
puniendi no momento em que elabora leis penais, cominando penas ao que 
transgredirem uma norma penal. Contudo, no exato momento em que 
determinada pessoa viola a norma penal, surge o jus puniendi in concreto. 
Diversos pensadores tentaram explicar a legitimidade estatal para o 
exerc’cio do jus puniendi. De acordo com John Locke, o Estado teria o 
direito de punir, j‡ que o homem, no estado de natureza, tem o direito de 
punir. Contudo, abre m‹o desse direito para passar a viver em sociedade 
(pactum subjectiones), conferindo ao Estado esse poder, a fim de preservar 
a si pr—prio e a sua liberdade. Rousseau, de outro lado, defendia que os 
homens, ao sa’rem de seu estado de natureza, constitu’am a sociedade por 
intermŽdio de um verdadeiro pacto (contratualismo). O homem abriria m‹o 
de sua liberdade natural em troca da garantia de sua paz e segurana. 
Quanto ˆ sua natureza jur’dica, a doutrina diverge. Parte da doutrina 
entende que o jus puniendi seria um Òdireito penal subjetivoÓ (tese 
capitaneada por Karl Binding). Para outros, o jus puniendi seria um 
verdadeiro poder, n‹o um direito subjetivo (Enrico Ferri). H‡, ainda, 
aqueles que entendem que o jus puniendi seria uma faculdade do Estado 
(Cobo del Rosal e Vives Ant—n). 
Na doutrina brasileira, prevalece o entendimento de que o jus 
puniendi Ž um poder-dever. 
 
4! A‚ÌO PENAL 
Quando alguŽm pratica um fato criminoso, surge para o Estado o 
poder-dever de punir o infrator. Esse poder-dever, esse direito, Ž chamado 
de ius puniendi. 
Entretanto, o Estado, para que exera validamente e legitimamente o 
seu ius puniendi, deve faz-lo mediante a utiliza‹o de um mecanismo 
que possibilite a busca pela verdade material (n‹o meramente a verdade 
formal), mas que ao mesmo tempo respeite os direitos e garantias 
fundamentais do indiv’duo. Esse mecanismo Ž chamado de Processo 
Penal. 
Mas, professor, onde entra a A‹o Penal nisso? A a‹o penal Ž, 
nada mais nada menos que, o ato inicial desse mecanismo todo chamado 
processo penal. 
 
4.1!Condi›es da a‹o penal 
	
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Tal qual ocorre no processo civil, no processo penal a a‹o tambŽm 
deve obedecer a algumas condi›es. Sem elas a a‹o penal ajuizada deve 
ser rejeitada de imediato pelo Juiz. Nesse sentido temos o art. 395, II do 
CPP: 
Art. 395. A denœncia ou queixa ser‡ rejeitada quando: (Reda‹o dada pela Lei 
n¼ 11.719, de 2008). 
(...) 
II - faltar pressuposto processual ou condi‹o para o exerc’cio da a‹o penal; 
ou (Inclu’do pela Lei n¼ 11.719, de 2008). 
 
S‹o condi›es da a‹o penal: 
 
4.1.1!Possibilidade Jur’dica do pedido 
	
Para que esteja configurada essa condi‹o da a‹o, basta que a a‹o 
penal tenha sido ajuizada com base em conduta que se amolde em 
fato t’pico. Assim, n‹o se exige que a conduta tenha sido t’pica, il’cita e o 
agente culp‡vel. Mesmo se o titular da a‹o penal (MP ou ofendido) verificar 
que o crime foi praticado em leg’tima defesa, por exemplo, (exclui a 
ilicitude) a conduta Ž t’pica, estando cumprido o requisito da possibilidade 
jur’dica do pedido. 
 
4.1.2!Interesse de Agir 
Se no processo civil o interesse de agir Ž caracterizado como a 
necessidade da presta‹o da tutela jurisdicional, devendo a parte autora 
comprovar que n‹o h‡ outro meio para a resolu‹o do lit’gio que n‹o seja 
a via judicial, no processo penal Ž um pouco diferente. 
No processo penal a via judicial Ž obrigat—ria, n‹o podendo o 
Estado exercer o seu ius puniendi fora do processo penal. O processo 
civil Ž facultativo, podendo as partes resolver a lide sem a interven‹o do 
Judici‡rio. O processo penal, por sua vez, Ž obrigat—rio, devendo o titular 
da a‹o penal provocar o Judici‡rio para que a lide seja resolvida. 
H‡ quem defenda, inclusive, que n‹o necessariamente h‡ lide 
no processo penal (a lide Ž o fen™meno que ocorre quando uma parte 
possui uma pretens‹o que Ž resistida pela outra parte), pois ainda que o 
acusado reconhea que deve ser punido, a puni‹o s— pode ocorrer ap—s o 
processo penal, dado o interesse pœblico envolvido. 
Noprocesso penal o interesse de agir est‡ mais ligado a quest›es 
como a utiliza‹o da via adequada. Assim, n‹o pode o membro do MP 
oferecer queixa em face de alguŽm que praticou homic’dio, pois se trata 
de crime de a‹o penal pœblica. Nesse caso, o MP Ž parte leg’tima, pois 
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Ž o titular da a‹o penal. No entanto, a via escolhida est‡ errada 
(deveria ter sido ajuizada a‹o penal pœblica, denœncia). 
Alguns autores entendem que o interesse de agir no processo 
penal est‡ relacionado ˆ existncia de lastro probat—rio m’nimo 
(existncia de ind’cios de autoria e prova da materialidade). Esses 
elementos, no entanto, formam o que outra parte da Doutrina entende 
como justa causa. 
Obviamente que os autores que entendem serem estes elementos 
integrantes do conceito de Òinteresse de agirÓ, entendem tambŽm que n‹o 
existe a justa causa como uma condi‹o aut™noma da a‹o penal. 
O CPP, no entanto, em algumas passagens, prev a existncia 
da justa causa: 
Art. 395. A denœncia ou queixa ser‡ rejeitada quando: 
(...) 
III - faltar justa causa para o exerc’cio da a‹o penal. 
[...] 
Art. 648. A coa‹o considerar-se-‡ ilegal: 
I - quando n‹o houver justa causa; 
 
Percebam, no entanto, que em nenhum momento o CPP trata a 
justa causa como uma condi‹o da a‹o. Mais que isso: no momento 
em que o art. 395, II do CPP diz que a denœncia ou queixa ser‡ rejeitada6 
quando faltar alguma das condi›es da a‹o penal, e, logo ap—s, em inciso 
diverso, diz que tambŽm ser‡ rejeitada a denœncia ou queixa quando faltar 
justa causa, est‡, implicitamente, considerando que a justa causa n‹o Ž 
uma condi‹o da a‹o penal. 
O tema Ž bem polmico, e vocs devem saber que h‡ divergncia. Em 
provas discursivas, vale a pena se alongar sobre isso. Em provas objetivas, 
vocs devem ter em mente que, pela literalidade do CPP, a justa causa 
n‹o Ž condi‹o da a‹o, sendo assim considerada apenas por parte 
da Doutrina. 
O STJ, por sua vez, quando da an‡lise de diversos HCs que pretendiam 
o trancamento da a‹o penal por ausncia de justa causa, deixou claro que 
justa causa Ž a existncia de lastro probat—rio m’nimo, apto a justificar o 
ajuizamento da demanda penal em face daqueles sujeitos pela pr‡tica 
daqueles fatos7. 
 
6 Apesar de o recebimento ou rejei‹o da inicial acusat—ria ocorrer inicialmente antes da 
apresenta‹o da resposta ˆ acusa‹o, nada impede que o Juiz avalie novamente a regularidade da 
denœncia ap—s a apresenta‹o da defesa e, neste caso, poder‡ rejeitar a denœncia neste momento. 
7 Ver, por todos: Ò(...)1. A alegada ausncia de justa causa para o prosseguimento da a‹o penal - 
em raz‹o da inexistncia de elementos de prova que demonstrem ter o paciente participado dos 
fatos narrados na denœncia e da ausncia de v’nculo entre ele e os supostos mandantes do crime - 
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4.1.3!Legitimidade ad causam ativa e passiva 
A legitimidade (e aqui nos aproximamos do processo civil) Ž o 
que se pode chamar de pertinncia subjetiva para a demanda. 
Assim, a presena do MP no polo ativo de uma denœncia pelo crime de 
homic’dio Ž pertinente, pois a Constitui‹o o coloca como titular exclusivo 
da A‹o Penal, o que Ž corroborado pelo CPP. TambŽm deve haver 
legitimidade passiva, ou seja, quem deve figurar no polo passivo (ser o rŽu 
da a‹o) Ž quem efetivamente praticou o crime8, ou seja, o sujeito ativo 
do crime. 
CUIDADO! O sujeito ativo do crime (infrator) ser‡, no processo penal, 
o sujeito passivo na rela‹o processual! 
 
Parte da Doutrina entende que os inimput‡veis s‹o partes ileg’timas 
para figurar no polo passivo da a‹o penal. Entretanto, essa posi‹o merece 
algumas considera›es. 
A inimputabilidade por critŽrio meramente biol—gico Ž somente 
uma, e refere-se ˆ menoridade penal. Ou seja, somente o menor de 18 
anos ser‡ sempre inimput‡vel, sem que se exija qualquer an‡lise do 
mŽrito da demanda. De plano se pode considerar sua ilegitimidade, 
conforme prev o art. 27 do CP: 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, 
ficando sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla‹o especial. (Redação	dada	
pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984) 
 
Assim, se o titular da a‹o penal aju’za a a‹o em face de um menor 
de 18 anos, falta uma das condi›es da a‹o, que Ž a imputabilidade penal, 
pois de maneira nenhuma pode o menor de 18 anos responder 
criminalmente, estando sujeito ˆs normas do ECA. 
Entretanto, se estivermos diante dos demais casos de 
inimputabilidade, a hip—tese n‹o Ž de ilegitimidade passiva, pois a 
an‡lise da imputabilidade do agente depender‡ da avalia‹o dos 
fatores, das circunst‰ncias do delito, podendo se concluir pela sua 
 
demanda a an‡lise de fatos e provas, providncia incab’vel na via estreita do habeas corpus, carente 
de dila‹o probat—ria. 
2. O trancamento da a‹o penal pela via do habeas corpus Ž cab’vel apenas quando demonstrada a 
atipicidade da conduta, a extin‹o da punibilidade ou a manifesta ausncia de provas da existncia 
do crime e de ind’cios de autoria. 
(...)Ó 
(HC 197.886/RS, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/04/2012, 
DJe 25/04/2012) 
8 NinguŽm pode responder por crime alheio, j‡ que se adota o princ’pio da INTRANSCENDæNCIA 
da pena. 
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inimputabilidade. ƒ o que ocorre com os doentes mentais que ao tempo 
do crime eram inteiramente incapazes de compreender o car‡ter il’cito da 
conduta e se comportar conforme o direito. 
A prova mais cabal de que nesse caso n‹o h‡ ilegitimidade Ž que, 
considerando o Juiz que o agente era inimput‡vel ˆ Žpoca do fato, n‹o 
rejeitar‡ a denœncia ou queixa (o que deveria ser feito, em raz‹o do art. 
395, II do CPP), mas absolver‡ o acusado e aplicar‡ medida de segurana 
(absolvi‹o impr—pria). Assim, o Juiz adentrar‡ ao mŽrito da causa. Ora, 
se a ausncia de condi‹o da a‹o obsta a aprecia‹o do mŽrito, 
fica claro que nessa hip—tese n‹o h‡ ilegitimidade. 
Quanto ˆ pessoa jur’dica, Ž pac’fico o entendimento doutrin‡rio e 
jurisprudencial no sentido de que a Pessoa Jur’dica pode figurar no polo 
ativo (podem ser autoras) do processo penal, atŽ porque h‡ previs‹o 
expressa nesse sentido: 
Art. 37. As funda›es, associa›es ou sociedades legalmente constitu’das 
poder‹o exercer a a‹o penal, devendo ser representadas por quem os 
respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silncio destes, pelos 
seus diretores ou s—cios-gerentes. 
 
Quanto ˆ possibilidade de a pessoa jur’dica ser sujeito passivo no 
processo penal, ou seja, quanto ˆ sua legitimidade passiva, a Doutrina se 
divide, uns entendendo n‹o ser poss’vel, outros pugnando pela 
possibilidade. 
O STF e o STJ entendem que a Pessoa Jur’dica pode figurar no 
polo passivo de a‹o penal por crime ambiental, conforme previsto no 
art. 225, ¤ 3¡ da CF/88, regulamentado pela Lei 9.605/98. Quanto aos 
crimes contra a ordem econ™mica, por n‹o haver regulamenta‹o legal, a 
jurisprudncia n‹o vem admitindo que a pessoa jur’dicaresponda por tais 
crimes9. 
 
4.2!EspŽcies de A‹o Penal 
A a‹o penal pode ser pœblica incondicionada, pœblica 
condicionada, ou privada. Nos termos do quadro esquem‡tico, para 
facilitar a compreens‹o de vocs: 
 
 
 
9 A jurisprudncia CLçSSICA adota a teoria da DUPLA IMPUTA‚ÌO para que a pessoa jur’dica possa 
ser sujeito PASSIVO NO PROCESSO (sujeito ativo do crime), exigindo a indica‹o, tambŽm, da 
pessoa f’sica que agiu em seu nome. Contudo, h‡ decis›es recentes no STF e no STJ admitindo 
a puni‹o da pessoa jur’dica sem que haja necessidade de se imputar o fato, tambŽm, a 
uma pessoa f’sica, dispensando, portanto, a dupla imputa‹o. Contudo, n‹o sabemos se ir‡ se 
confirmar como ÒjurisprudnciaÓ. 
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Assim pode se resumir, graficamente, as espŽcies de a‹o penal 
previstas no CPP10. 
Vamos estudar, agora, cada uma das seis espŽcies de a‹o penal: 
 
4.2.1!A‹o penal pœblica incondicionada 
ƒ a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua 
titularidade pertence ao MinistŽrio Pœblico, de forma privativa, nos termos 
do art. 129, I da Constitui‹o da Repœblica. 
Apesar de ser a regra, existem exce›es, Ž claro. N‹o precisamos, 
contudo, saber quais s‹o as exce›es. Precisamos saber que, 
independentemente de qual seja o crime, quando praticado em 
detrimento do patrim™nio ou interesse da Uni‹o, Estado e 
Munic’pio, a a‹o penal ser‡ pœblica. ƒ o que prev o art. 24, ¤2¼ do 
CPP: 
Art. 24 (...) ¤ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do 
patrim™nio ou interesse da Uni‹o, Estado e Munic’pio, a a‹o penal ser‡ 
pœblica. (Inclu’do pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993) 
 
Por se tratar de uma a‹o penal em que h‡ forte interesse pœblico na 
puni‹o do autor do fato, qualquer pessoa do povo poder‡ provocar a 
atua‹o do MP: 
 
10 A Doutrina cita, ainda, a a‹o penal popular, prevista na Lei 1.079/50, mas essa espŽcie Ž 
polmica e n‹o possui previs‹o no CPP, motivo pelo qual, n‹o ser‡ objeto do nosso estudo. 
A‚ÌO PENAL 
PòBLICA 
PRIVADA 
INCONDICIONADA CONDICIONADA 
REPRESENTA‚ÌO DO 
OFENDIDO 
REQUISI‚ÌO DO 
MINISTRO DA JUSTI‚A 
EXCLUSIVA PERSONALêSSIMA SUBSIDIçRIA DA 
PòBLICA 
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Art. 27. Qualquer pessoa do povo poder‡ provocar a iniciativa do MinistŽrio 
Pœblico, nos casos em que caiba a a‹o pœblica, fornecendo-lhe, por escrito, 
informa›es sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os 
elementos de convic‹o. 
 
Importante ressaltar que este artigo se aplica, inclusive, ˆs a›es 
penais pœblicas condicionadas. 
Alguns princ’pios regem a a‹o penal pœblica incondicionada: 
¥! Obrigatoriedade Ð Havendo ind’cios de autoria e prova da 
materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a 
denœncia, n‹o podendo deixar de faz-lo, pois n‹o pode 
dispor da a‹o penal. Atualmente esta regra est‡ 
excepcionada pela previs‹o de transa‹o penal nos Juizados 
especiais (Lei 9.099/95), que Ž hip—tese na qual o titular da a‹o 
penal e o infrator transacionam, de forma a evitar o ajuizamento 
da demanda. A previs‹o n‹o Ž inconstitucional, pois a pr—pria 
Constitui‹o a prev, em seu art. 98, I. A Doutrina admite que, 
estando presentes causas excludentes da ilicitude, de maneira 
inequ’voca, poder‡ o membro do MP deixar de oferecer 
denœncia. 
¥! Indisponibilidade Ð Uma vez ajuizada a a‹o penal pœblica, 
n‹o pode seu titular dela desistir ou transigir, nos termos do art. 
42 do CPP: Art. 42. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ desistir 
da a‹o penal. Esta regra tambŽm est‡ excepcionada pela 
previs‹o de transa‹o penal e suspens‹o condicional do 
processo, que s‹o institutos previstos na Lei dos Juizados 
Especiais (Lei 9.099/95). 
¥! Oficialidade Ð A a‹o penal pœblica ser‡ ajuizada por um 
—rg‹o oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode ocorrer de, 
transcorrido o prazo legal para que o MP oferea a denœncia, 
este n‹o o faa nem promova o arquivamento do IP, ou seja, 
fique inerte. Nesse caso, a lei prev que o ofendido poder‡ 
promover a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica (que 
estudaremos melhor daqui a pouco). Assim, podemos 
concluir que a a‹o penal pœblica Ž exclusiva do MP, 
durante o prazo legal. Findo este prazo, a lei estabelece um 
prazo de seis meses no qual tanto o MP quanto o ofendido pode 
ajuizar a a‹o penal, numa verdadeira hip—tese de legitima‹o 
concorrente: Art. 29. Ser‡ admitida a‹o privada nos crimes de a‹o 
pœblica, se esta n‹o for intentada no prazo legal, cabendo ao MinistŽrio 
Pœblico aditar a queixa, repudi‡-la e oferecer denœncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recurso e, a todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a 
a‹o como parte principal. Findo este prazo de seis meses no qual o 
ofendido pode ajuizar a a‹o penal privada subsidi‡ria da 
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pœblica, a legitimidade volta a ser do MP, exclusivamente, desde 
que ainda n‹o esteja extinta a punibilidade. 
¥! Divisibilidade Ð Havendo mais de um infrator (autor do crime), 
pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou 
alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento 
em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo 
para reunir elementos de prova. N‹o nenhum —bice quanto a 
isso, e esta pr‡tica n‹o configura preclus‹o para o MP, podendo 
aditar a denœncia posteriormente, a fim de incluir os demais 
autores do crime ou, ainda, promover outra a‹o penal em face 
dos outros autores do crime. 
 
Com rela‹o ˆ divisibilidade, Ž importante notar que este Ž um 
princ’pio que, por si s—, pulveriza a tese de arquivamento impl’cito. 
Inclusive essa Ž a orienta‹o firmada pelo pr—prio STJ: 
 
 
(...) 3 - N‹o vigora o princ’pio da indivisibilidade na a‹o penal pœblica. O 
Parquet Ž livre para formar sua convic‹o incluindo na increpa‹o as pessoas 
que entenda terem praticados il’citos penais, ou seja, mediante a constata‹o 
de ind’cios de autoria e materialidade, n‹o se podendo falar em arquivamento 
impl’cito em rela‹o a quem n‹o foi denunciado. 
4 - Recurso n‹o conhecido. 
(RHC 34.233/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 06/05/2014, DJe 14/05/2014) 
 
Importante ressaltar que o membro do MP n‹o est‡ obrigado a ajuizar 
a denœncia sempre que for instaurado um inquŽrito policial. Ele s— ajuizar‡ 
a denœncia se estiverem presentes dois requisitos: 
¥! Prova da materialidade 
¥! Ind’cios de autoria 
 
Caso n‹o estejam presentes estes requisitos, o membro do MP dever‡ 
requerer o arquivamento do INQUƒRITO POLICIAL, ou seja, n‹o ir‡ ajuizar 
a denœncia. 
Mas e se o Juiz n‹o concordar com o requerimento de 
arquivamento formulado pelo MP? Neste caso, o Juiz dever‡ remeter o 
caso para aprecia‹o pelo Chefe do MP (PGJ), que Ž quem decidir‡ o caso: 
Art. 28. Se o —rg‹o do MinistŽrio Pœblico, ao invŽs de apresentar a denœncia, 
requerer o arquivamento do inquŽrito policial ou de quaisquer peas de 
informa‹o, ojuiz, no caso de considerar improcedentes as raz›es invocadas, 
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far‡ remessa do inquŽrito ou peas de informa‹o ao procurador-geral, e este 
oferecer‡ a denœncia, designar‡ outro —rg‹o do MinistŽrio Pœblico para oferec-
la, ou insistir‡ no pedido de arquivamento, ao qual s— ent‹o estar‡ o juiz 
obrigado a atender. 
 
O PGJ poder‡: 
¥! Concordar com o membro do MP Ð Neste caso o Juiz deve 
proceder ao arquivamento. 
¥! Discordar do membro do MP Ð Neste caso, ele mesmo (PGJ) 
dever‡ ajuizar a denœncia ou deve indicar outro membro do MP 
para oferece-la. 
 
Ali‡s, se o membro do MP j‡ dispuser destes elementos, poder‡ 
dispensar a instaura‹o do IP. 
Mas qual Ž o prazo para que o membro do MP oferea a 
denœncia? Em regra, 05 dias no caso de rŽu preso e 15 dias no caso de 
rŽu solto. 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denœncia, estando o rŽu preso, ser‡ de 
5 dias, contado da data em que o —rg‹o do MinistŽrio Pœblico receber os autos 
do inquŽrito policial, e de 15 dias, se o rŽu estiver solto ou afianado. No œltimo 
caso, se houver devolu‹o do inquŽrito ˆ autoridade policial (art. 16), contar-
se-‡ o prazo da data em que o —rg‹o do MinistŽrio Pœblico receber novamente 
os autos. 
¤ 1o Quando o MinistŽrio Pœblico dispensar o inquŽrito policial, o prazo para o 
oferecimento da denœncia contar-se-‡ da data em que tiver recebido as peas 
de informa›es ou a representa‹o 
 
O oferecimento em momento posterior n‹o implica nulidade da 
denœncia, que pode ser oferecida enquanto n‹o estiver extinta a 
punibilidade do delito. 
 
4.2.2!A‹o penal pœblica condicionada (ˆ representa‹o do ofendido e ˆ 
requisi‹o do Ministro da Justia) 
Temos, aqui, duas hip—teses pertencentes ˆ mesma categoria de a‹o 
penal, a a‹o penal pœblica condicionada. 
Aplica-se a esta espŽcie de a‹o penal tudo o que foi dito a respeito 
da a‹o penal pœblica, havendo, no entanto, alguns pontos especiais. 
Aqui, para que o MP (titular da a‹o penal) possa exercer 
legitimamente o seu direito de ajuizar a a‹o penal pœblica, dever‡ estar 
presente uma condi‹o de procedibilidade11, que Ž a representa‹o do 
 
11 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu‹o penal. 12.¼ edi‹o. Ed. 
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 152/153 
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ofendido ou a requisi‹o do Ministro da Justia, a depender do caso. Frise-
se que, em regra, a a‹o penal Ž pœblica e incondicionada. Somente ser‡ 
condicionada se a lei expressamente dispuser neste sentido. 
Para facilitar o estudo de vocs, elaborei os seguintes quadros com as 
peculiaridades da a‹o penal pœblica condicionada, tanto no caso de 
condicionamento ˆ representa‹o do ofendido quanto no caso de requisi‹o 
do Ministro da Justia. 
A‚ÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA Ë REPRESENTA‚ÌO DO OFENDIDO 
Ø! Trata-se de condi‹o imprescind’vel, nos termos do art. 24 do CPP. 
Ø! A representa‹o admite retrata‹o, mas somente atŽ o 
oferecimento da denœncia (cuidado! Costumam colocar em 
provas de concurso que a retrata‹o pode ocorrer atŽ o 
recebimento da denœncia. Isto est‡ errado! ƒ uma pegadinha!) 
Ø! Admite-se, ainda, a retrata‹o da retrata‹o. Ou seja, a v’tima 
oferece a representa‹o e se retrata (volta atr‡s). Posteriormente, 
a v’tima resolve oferecer novamente a representa‹o. 
Ø! Caso ajuizada a a‹o penal sem a representa‹o, esta nulidade 
processual pode ser sanada posteriormente, caso a v’tima a 
apresente em Ju’zo (desde que realizada dentro do prazo de seis 
meses que a v’tima possui para representar, nos termos do art. 38 
do CP). 
Ø! N‹o se exige forma espec’fica para a representa‹o, bastando que 
descreva claramente a inten‹o de ver o infrator ser processado. 
Pode ser escrita ou oral12 (neste œltimo caso, dever‡ ser reduzida 
a termo, ou seja, ser Òpassada para o papelÓ). A jurisprudncia 
admite que o simples registro de ocorrncia em sede policial, 
desde que conste informa‹o de que a v’tima pretende ver o 
infrator punido, PODE ser considerado como representa‹o. 
Ø! A representa‹o n‹o pode ser dividida quanto aos autores 
do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou n‹o h‡ 
representa‹o, pois esta n‹o se refere propriamente aos agentes 
que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a v’tima representa, 
est‡ manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de a‹o 
penal para que sejam punidos os respons‡veis. Entretanto, 
embora n‹o possa haver fracionamento da representa‹o, 
isso n‹o impede que o MP denuncie apenas um ou alguns 
dos infratores, pois um dos princ’pios da a‹o penal pœblica 
Ž a divisibilidade. 
Ø! A legitimidade para oferecer a representa‹o Ž do ofendido, se 
maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). Embora o dispositivo 
 
12 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu‹o penal. 12.¼ edi‹o. Ed. 
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 154/155 
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legal estabelea que se o ofendido tiver mais de 18 e menos de 21 
anos tanto ele quanto seu representante legal possam apresentar 
a representa‹o, este artigo perdeu o sentido com o advento 
do Novo C—digo Civil em 2002, que estabeleceu a maioridade 
civil em 18 anos. 
Ø! Se o ofendido for menor ou incapaz, ter‡ legitimidade o seu 
representante legal. PorŽm, se o ofendido n‹o possuir 
representante legal ou os seus interesses colidirem com o do 
representante, o Juiz deve nomear curador, por fora do art. 33 do 
CPP (por analogia). Este curador n‹o est‡ obrigado a oferecer 
a representa‹o, devendo apenas analisar se Ž salutar ou n‹o 
para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas Ž 
controvertido). 
Ø! Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitima‹o 
prevista no art. 24, ¤ 1¡ do CPP13. ƒ importante observar que 
essa ordem deve ser observada14. A Doutrina equipara o 
companheiro ao c™njuge. 
Ø! O prazo para representa‹o Ž de SEIS MESES, contados da 
data em que veio a saber quem Ž o autor do delito (art. 38 do 
CPP).15 
Ø! Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, s— comea a 
fluir quando este completar 18 anos. 
Ø! Se a v’tima vier a falecer, o prazo comea a correr para os 
legitimados (c™njuge, ascendente, etc.) quando tomarem 
conhecimento do fato ou de sua autoria (art. 38, ¤ œnico do CPP) 
ou, no caso de j‡ ser conhecido, da data do —bito da v’tima. 
Ø! A representa‹o pode ser oferecida perante o MP, a autoridade 
policial ou mesmo perante o Juiz. 
 
J‡ quanto ˆ a‹o penal pœblica condicionada ˆ requisi‹o do Ministro 
da Justia: 
 
A‚ÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA Ë REQUISI‚ÌO DO MINISTRO DA 
JUSTI‚A 
 
13 Art. 24 (...) ¤ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decis‹o judicial, 
o direito de representa‹o passar‡ ao c™njuge, ascendente, descendente ou irm‹o. (Par‡grafo œnico 
renumerado pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993). 
14 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 156 
15 Art. 38. Salvo disposi‹o em contr‡rio, o ofendido, ou seu representante legal, decair‡ nodireito 
de queixa ou de representa‹o, se n‹o o exercer dentro do prazo de seis meses, contado 
do dia em que vier a saber quem Ž o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se 
esgotar o prazo para o oferecimento da denœncia; 
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Ø! Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um 
ju’zo pol’tico acerca da convenincia em v-los apurados ou n‹o. 
S‹o poucas as hip—teses, citando, como exemplo, o crime cometido 
contra a honra do Presidente da Repœblica (art. 141, I, c/c art. 145, 
¤ œnico, do CP). 
Ø! Diferentemente do que ocorre com a representa‹o, n‹o h‡ prazo 
decadencial para o oferecimento da requisi‹o, podendo esta 
ocorrer enquanto n‹o estiver extinta a punibilidade do crime. 
Ø! A maioria da Doutrina entende que n‹o cabe retrata‹o 
dessa requisi‹o16, ao contr‡rio do que ocorre com a 
representa‹o do ofendido, por n‹o haver previs‹o legal e por se 
tratar a requisi‹o, de um ato administrativo. 
Ø! O MP n‹o est‡ vinculado ˆ requisi‹o, podendo deixar de ajuizar a 
a‹o penal. 
 
4.2.3!A‹o penal privada exclusiva 
ƒ a modalidade de a‹o penal privada cl‡ssica. ƒ aquela na qual a Lei 
entende que a vontade do ofendido em ver ou n‹o o crime apurado e o 
infrator processado s‹o superiores ao interesse pœblico em apurar o fato. 
Alguns princ’pios regem a a‹o penal privada: 
⇒!Oportunidade Ð Diferentemente do que ocorre com rela‹o ˆ a‹o 
penal pœblica, que Ž obrigat—ria para o MP, na a‹o penal privada 
compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder ˆ an‡lise da 
convenincia do ajuizamento da a‹o. 
⇒!Disponibilidade Ð TambŽm de maneira diversa do que ocorre na a‹o 
penal pœblica, aqui o titular da a‹o penal (ofendido) pode desistir 
da a‹o penal proposta (art. 51 do CPP). 
⇒! Indivisibilidade Ð Outra caracter’stica diversa Ž a impossibilidade 
de se fracionar o exerc’cio da a‹o penal em rela‹o aos 
infratores. O ofendido n‹o Ž obrigado a ajuizar a queixa, mas se o 
fizer, deve ajuizar a queixa em face de todos os agentes que cometeram 
o crime, sob pena de se caracterizar a RENòNCIA em rela‹o 
ˆqueles que n‹o foram inclu’dos no polo passivo da a‹o. Assim, 
considerando que houve a renœncia ao direito de queixa em rela‹o a 
alguns dos criminosos, o benef’cio se estende tambŽm aos agentes que 
foram acionados judicialmente, por fora do art. 48 do CP: 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigar‡ ao processo 
de todos, e o MinistŽrio Pœblico velar‡ pela sua indivisibilidade. 
 
 
16 Nesse sentido, TOURINHO FILHO, FREDERICO MARQUES e MIRABETE. Em sentido contr‡rio, 
NUCCI. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 157/158 
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O prazo para ajuizamento da a‹o penal privada (queixa) Ž 
decadencial de seis meses, e comea a fluir da data em que o ofendido 
tomou cincia de quem foi o autor do delito. O STF e o STJ entendem 
que se a queixa foi ajuizada dentro do prazo legal, mas perante 
ju’zo incompetente, mesmo assim ter‡ sido interrompido o prazo 
decadencial, pois o ofendido n‹o ficou inerte.17 
A queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador, desde 
que se trate de procura‹o com poderes especiais, nos termos do art. 
44 do CPP. 
Caso o ofendido venha a falecer, poder‹o ajuizar a a‹o penal: 
§! C™njuge 
§! Ascendente 
§! Descendente 
§! Irm‹o 
 
Importante ressaltar que deve ser respeitada esta ordem, ou seja, 
se aparecer mais de uma pessoa para exercer o direito de queixa, dever‡ 
ter preferncia primeiramente o c™njuge, depois os ascendentes, e por a’ 
vai (art. 36 do CPP). 
Essas mesmas pessoas tambŽm tm legitimidade para dar 
SEGUIMENTO ˆ a‹o penal, caso o ofendido aju’ze a queixa e, 
posteriormente, venha a falecer. 
 
⇒!Quando o comea a correr o prazo para estes legitimados? O 
prazo, neste caso, varia: 
§! Se j‡ foi ajuizada a a‹o penal Ð Possuem o prazo de 60 
dias, sob pena de peremp‹o. 
§! Se ainda n‹o foi ajuizada a a‹o penal Ð O prazo comea a 
correr a partir do —bito do ofendido, exceto se ainda n‹o se 
sabia, nesse momento, quem era o prov‡vel infrator. 
 
⇒!No caso de j‡ ter se iniciado o prazo decadencial de seis 
meses, com a morte do ofendido esse prazo recomea do 
zero? N‹o. Os sucessores, neste caso, ter‹o como prazo aquele que 
faltava para o ofendido. Ex.: Se havia transcorrido 04 meses do 
prazo, os sucessores ter‹o apenas 02 meses para ajuizar a a‹o 
penal. 
 
 
17 (RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 
25/08/2011) 
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4.2.3.1! Renœncia, perd‹o e peremp‹o 
O ofendido pode renunciar ao direito de ajuizar a a‹o (queixa), e 
se o fizer somente a um dos infratores, a todos se estender‡, por fora do 
art. 49 do CPP: 
Art. 49. A renœncia ao exerc’cio do direito de queixa, em rela‹o a um dos 
autores do crime, a todos se estender‡. 
 
A renœncia s— pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda 
e pode ser expressa ou t‡cita. Com rela‹o ˆ renœncia t‡cita 
(decorrente da n‹o inclus‹o de algum dos infratores na a‹o penal), o STJ 
firmou entendimento no sentido de que a omiss‹o do querelante 
(ausncia de inclus‹o de algum dos infratores) deve ter sido 
VOLUNTçRIA, ou seja, ele deve ter, de fato, querido n‹o processar o 
infrator. Em se tratando de omiss‹o INVOLUNTçRIA (mero esquecimento, 
por exemplo), n‹o se pode considerar ter ocorrido renœncia t‡cita, devendo 
o MP requerer a intima‹o do querelante para que se manifeste quanto aos 
demais infratores.18 
Ap—s o ajuizamento da demanda o que poder‡ ocorrer Ž o 
perd‹o do ofendido. Nos termos do art. 51 do CPP: 
Art. 51. O perd‹o concedido a um dos querelados aproveitar‡ a todos, sem que 
produza, todavia, efeito em rela‹o ao que o recusar. 
 
A utiliza‹o do termo querelado denota que s— pode ocorrer o perd‹o 
depois de ajuizada a queixa, pois s— ap—s este momento h‡ querelante 
(ofendido) e querelado (autor do crime). 
O perd‹o, ˆ semelhana do que ocorre com a renœncia ao direito de 
queixa, tambŽm pode ser expresso ou t‡cito. No primeiro caso, Ž simples, 
decorre de manifesta‹o expressa do querelante no sentido de que perdoa 
o infrator. No segundo caso, decorre da pr‡tica de algum ato incompat’vel 
com a inten‹o de processar o infrator (ex.: Casar-se com o infrator). 
O perd‹o pode ser: 
¥! Judicial (processual) Ð quando oferecido pelo querelante 
dentro do processo 
¥! Extrajudicial (extraprocessual) Ð quando o querelante 
oferece o perd‹o FORA do processo (n‹o o faz em manifesta‹o 
processual) 
 
Diferentemente da renœncia, que Ž ato unilateral (n‹o depende de 
aceita‹o), o perd‹o Ž ato bilateral, ou seja, deve ser aceito pelo 
querelado: 
 
18 (RHC 55.142/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 12/05/2015, DJe 
21/05/2015) 
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Art. 58. Concedido o perd‹o, mediante declara‹o expressa nos autos, o 
querelado ser‡ intimado a dizer, dentro de trs dias, se o aceita, devendo, ao 
mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silncio importar‡ aceita‹o. 
Par‡grafo œnico. Aceito o perd‹o, o juiz julgar‡ extinta a punibilidade. 
 
Assim, uma vez oferecido o perd‹o, o querelado ser‡ intimado para, 
em 03 dias, dizer se aceita o perd‹o, valendo o silncio como aceita‹o. 
Todavia, Ž importante ressaltar que, em raz‹o do princ’pio da 
indivisibilidade da a‹o penal privada, o perd‹o oferecido a um dos 
infratores se estende aos demais. PorŽm, se algum deles recusar, isso 
n‹o prejudica o direito dos demais. 
 
EXEMPLO: Maria ajuizou queixa-crime contra JosŽ, Pedro e Paulo. Todavia, 
durante o processo, oferecer o perd‹o a JosŽ (mas n‹o a Pedro e Paulo). 
Este perd‹o, porŽm, se estender‡ a Pedro e Paulo. A partir de agora, JosŽ, 
Pedro e Paulo consideram-se perdoados e, cada um deles poder‡ escolher 
se aceita, ou n‹o, o perd‹o. 
 
O perd‹o pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu 
representante legal) ou por procurador com poderes especiais. 
 
Na a‹o penal privada pode ocorrer, ainda, a peremp‹o da a‹o 
penal, que Ž a perda do direito de prosseguir na a‹o como puni‹o ao 
querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hip—teses est‹o 
previstas no art. 60 do CPP: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-‡ perempta a a‹o penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, n‹o 
comparecer em ju’zo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber faz-lo, ressalvado o 
disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o 
pedido de condena‹o nas alega›es finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jur’dica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
Com rela‹o ao inciso I (deixar de dar andamento ao processo por 30 
dias seguidos), a Doutrina19 Ž pac’fica no sentido de que n‹o Ž poss’vel 
falar em peremp‹o quando o querelante deixa de dar seguimento ao 
 
19 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 166 
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processo por v‡rias vezes, mas todas elas em per’odo inferior a 30 dias (25 
dias em uma vez, 15 em outra, etc.). 
 
4.2.4!A‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica 
Trata-se de hip—tese na qual a a‹o penal Ž, na verdade, pœblica, ou 
seja, o seu titular Ž o MP. No entanto, em raz‹o da inŽrcia do MP em 
oferecer a denœncia no prazo legal (em regra, 15 dias se indiciado solto, ou 
05 dias se indiciado preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar 
uma a‹o penal privada (queixa) que substitui a a‹o penal pœblica. Esta 
previs‹o est‡ contida no art. 29 do CPP: 
Art. 29. Ser‡ admitida a‹o privada nos crimes de a‹o pœblica, se esta 
n‹o for intentada no prazo legal, cabendo ao MinistŽrio Pœblico aditar a queixa, 
repudi‡-la e oferecer denœncia substitutiva, intervir em todos os termos do 
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no 
caso de negligncia do querelante, retomar a a‹o como parte principal. 
 
Entretanto, o ofendido tem um prazo de seis meses para 
oferecer a a‹o penal privada, que comea a correr no dia em que 
se esgota o prazo do MP para oferecer a denœncia, conforme art. 38 
do CPP: 
Art. 38. Salvo disposi‹o em contr‡rio, o ofendido, ou seu representante legal, 
decair‡ no direito de queixa ou de representa‹o, se n‹o o exercer 
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem Ž 
o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denœncia. 
 
Importante ressaltar que, a partir do momento em que se inicia o 
prazo para a v’tima, tanto ela quanto o MP possuem legitimidade para 
ajuizar a a‹o penal (a v’tima para ajuizar a a‹o penal privada subsidi‡ria 
e o MP para ajuizar a a‹o penal pœblica). Trata-se, portanto, de 
legitimidade concorrente. 
 
CUIDADO! Ao final do prazo de seis meses, a v’tima perde o direito de 
ajuizar a queixa-crime subsidi‡ria, ocorrendo a decadncia do direito. 
Todavia, o MP continua podendo ajuizar a a‹o penal pœblica. Da’, 
portanto, boa parte da Doutrina chamar esta decadncia de decadncia 
impr—pria, eis que n‹o gera a extin‹o da punibilidade (apenas a perda 
do direito de ajuizamento pela v’tima). 
 
Para que surja o direito de ajuizamento da queixa-crime subsidi‡ria, Ž 
necess‡rio que haja INƒRCIA do MP. Assim, n‹o cabe a‹o penal privada 
subsidi‡ria da pœblica se: 
§! O MP requer a realiza‹o de novas diligncias 
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§! Promove o arquivamento do IP 
§! Adota outras providncias 
 
Nestes casos n‹o se pode admitir a a‹o penal privada, pois esta 
somente existe para os casos nos quais o MP permaneceu inerte, 
sem nada fazer. Se o MP pratica uma destas condutas, n‹o h‡ inŽrcia, 
mas apenas a pr‡tica de atos que lhe s‹o permitidos.20 
Por fim, n‹o Ž admiss’vel o perd‹o do ofendido na a‹o penal 
privada subsidi‡ria da pœblica, pois se trata de a‹o originariamente 
pœblica, na qual s— se admitiu o manejo da a‹o privada em raz‹o de uma 
circunst‰ncia temporal. Tanto Ž assim que o art. 105 do CP estabelece que: 
Art. 105 - O perd‹o do ofendido, nos crimes em que somente se procede 
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da a‹o. 
 
Ora, se o artigo fala em Òcrimes em que somente se procede 
mediante queixaÓ, exclui desta lista a a‹o penal privada subsidi‡ria da 
pœblica, pois esta Ž cab’vel nos crimes que s‹o, originariamente, de a‹o 
penal PòBLICA. 
 
4.2.4.1! Atua‹o do MP na a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica 
O MP atua em toda e qualquer a‹o penal. Nas a›es penais pœblicas, 
atua como acusador (autor da a‹o) e fiscal da lei (custos legis). Na a‹o 
penal privada o MP atua apenas como fiscal da lei (custos legis). 
Na a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica, todavia, temos uma 
atua‹o sui generis (peculiar), eis que o MP atua como fiscal da lei, mas 
por ser o original titular da a‹o penal, sua atua‹o ser‡ bem mais ampla 
que nas a›es privadas exclusivas. 
Vejamos o que diz o art. 29 do CPP: 
Art. 29. Ser‡ admitida a‹o privada nos crimes de a‹o pœblica, se esta n‹o 
for intentada no prazo legal, cabendo ao MinistŽrio Pœblico aditar a queixa, 
repudi‡-la e oferecer denœncia substitutiva, intervir em todos os termos 
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, 
no caso de negligncia do querelante, retomar a a‹o como parte principal. 
 
O MP pode, especificamente no caso da a‹o penal privada subsidi‡ria 
da pœblica: 
⇒! Aditar a queixa Ð Com rela‹o a este aditamento, ele pode se 
referir a qualquer aspecto (inclus‹o de rŽus, inclus‹o de 
qualificadoras, etc.). Na a‹o penal privada exclusiva o MP atŽ pode 
 
20 Na Jurisprudncia, por todos: (AgRg no RMS 27.518/SP, Rel.Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, 
QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014) 
Na Doutrina, por todos: PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 159 
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aditar a queixa, mas apenas em rela‹o a elementos formais, nunca 
em rela‹o a elementos essenciais (n‹o pode o MP, na a‹o penal 
privada exclusiva, incluir um rŽu, por exemplo). 
⇒! Repudiar a queixa Ð O MP s— pode repudiar a queixa quando alegar 
que n‹o ficou inerte, ou seja, que n‹o Ž hip—tese de ajuizamento da 
queixa-crime subsidi‡ria. Neste caso, dever‡ desde logo apresentar 
a denœncia substitutiva. 
⇒! Retomar a a‹o como parte principal Ð Aqui o querelante (a 
v’tima) Ž negligente na condu‹o de causa, cabendo ao MP retomar 
a a‹o como parte principal (como autor da a‹o). 
 
4.2.5!A‹o penal personal’ssima 
Trata-se de modalidade de a‹o penal privada exclusiva, cuja œnica 
diferena Ž que, nesta hip—tese, somente o ofendido21 (mais ninguŽm, 
em hip—tese nenhuma!) poder‡ ajuizar a a‹o22. Assim, se o ofendido 
falecer, nada mais haver‡ a ser feito, estando extinta a 
punibilidade, pois a legitimidade n‹o se estende aos sucessores, 
como acontece nos demais crimes de a‹o privada. 
AlŽm disso, se o ofendido Ž menor, o seu representante n‹o pode 
ajuizar a demanda. Assim, deve o ofendido aguardar a maioridade para 
ajuizar a a‹o penal privada. 
 
4.3!Denœncia e queixa: elementos 
A denœncia ou queixa deve conter alguns elementos: 
 
4.3.1!Exposi‹o do fato criminoso 
Deve a inicial acusat—ria (denœncia ou queixa) expor de forma 
detalhada o fato criminoso, com todas as suas circunst‰ncias, atŽ para 
permitir o exerc’cio do direito de defesa. 
 
 
21 A œnica hip—tese ainda existente no nosso ordenamento Ž o crime previsto no art. 236 
do CP: 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que n‹o seja casamento anterior: 
Pena - deten‹o, de seis meses a dois anos. 
Par‡grafo œnico - A a‹o penal depende de queixa do contraente enganado e n‹o pode ser 
intentada sen‹o depois de transitar em julgado a sentena que, por motivo de erro ou impedimento, 
anule o casamento. 
22 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 157/158 
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4.3.2!Qualifica‹o do acusado 
Deve a inicial, ainda, conter a qualifica‹o do acusado. Se o acusador 
n‹o dispuser da qualifica‹o completa do acusado, por faltarem 
informa›es, dever‡ ao menos indicar os elementos pelos quais seja 
poss’vel identifica-lo (marcas no corpo, caracter’sticas f’sicas diversas, 
etc.). 
 
4.3.3!Classifica‹o do delito (tipifica‹o do delito) 
ƒ a simples indica‹o do dispositivo legal violado pelo acusado (art. 
155, no crime de furto, por exemplo). Entende-se que este requisito n‹o Ž 
indispens‡vel, pois o acusado se defende dos fatos, e n‹o dos dispositivos 
imputados. Assim, se a inicial narrar um roubo mas indicar o dispositivo do 
furto (indicar o art. 155, erroneamente), o Juiz poder‡, mais ˆ frente, 
corrigir o equ’voco. 
 
4.3.4!Rol de testemunhas 
A inicial acusat—ria deve vir acompanhada do rol de testemunhas, 
quando houver. 
 
4.3.5!Endereamento 
Deve a inicial ser endereada ao Juiz competente para apreciar o caso. 
O endereamento err™neo, porŽm, n‹o invalida a pea acusat—ria. 
 
4.3.6!Reda‹o em vern‡culo 
Deve a inicial acusat—ria ser escrita em portugus (todos os atos 
processuais devem ser praticados em l’ngua portuguesa ou traduzidos para 
o portugus). 
 
4.3.7!Subscri‹o 
Deve a inicial acusat—ria ser assinada pelo membro do MP (denœncia) 
ou pelo advogado do querelante (no caso da queixa-crime). 
 
5! A‚ÌO CIVIL EX DELICTO 
 
A a‹o civil ex delicto nada mais Ž que a a‹o ajuizada no Ju’zo 
C’vel, pela v’tima ou seus herdeiros, com vistas ˆ apura‹o do dano 
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produzido pelo infrator, e ˆ condena‹o do mesmo ao pagamento 
da indeniza‹o cab’vel. 
A a‹o civil ex delicto pode ser ajuizada tendo como TêTULO 
EXECUTIVO a sentena penal CONDENATîRIA ou ser ajuizada como 
mera a‹o c’vel de conhecimento, independentemente da esfera criminal. 
Vejamos o art. 63 do CPP: 
Art. 63. Transitada em julgado a sentena condenat—ria, poder‹o promover-
lhe a execu‹o, no ju’zo c’vel, para o efeito da repara‹o do dano, o ofendido, 
seu representante legal ou seus herdeiros. 
Par‡grafo œnico. Transitada em julgado a sentena condenat—ria, a execu‹o 
poder‡ ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 
387 deste C—digo sem preju’zo da liquida‹o para a apura‹o do dano 
efetivamente sofrido. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.719, de 2008). 
Art. 64. Sem preju’zo do disposto no artigo anterior, a a‹o para ressarcimento 
do dano poder‡ ser proposta no ju’zo c’vel, contra o autor do crime e, se for 
caso, contra o respons‡vel civil. (Vide Lei n¼ 5.970, de 1973) 
 
Vejam que o ¤ œnico do art. 63 permite, inclusive, que a execu‹o seja 
feita com base no valor certo fixado pelo Juiz na sentena condenat—ria 
(conforme a novel previs‹o do art. 387, IV do CPP), embora seja permitida 
a liquida‹o da sentena para apura‹o do real valor devido. 
Assim, a v’tima tem DUAS OP‚ÍES: 
¥! Ajuizar uma a‹o na Vara C’vel, independentemente da a‹o 
criminal que corre paralelamente. 
¥! Esperar o julgamento do processo criminal para utilizar a 
sentena condenat—ria como TêTULO EXECUTIVO no Ju’zo 
C’vel, de forma a ÒpularÓ a fase do processo de conhecimento, 
partindo direto para a execu‹o. 
 
Caso a v’tima deseje esperar o desfecho do processo criminal, ela 
dever‡ aguardar o TRåNSITO EM JULGADO DA SENTEN‚A 
CONDENATîRIA, n‹o podendo se utilizar da mera sentena 
condenat—ria RECORRêVEL, ou seja, n‹o existe execu‹o provis—ria 
da sentena criminal no Ju’zo c’vel. 
Sendo ajuizada a a‹o penal DEPOIS de ajuizada a a‹o de repara‹o 
civil, poder‡ (O Juiz n‹o est‡ obrigado) o Juiz da Vara C’vel SUSPENDER 
o curso da a‹o c’vel atŽ o julgamento final da a‹o penal, para EVITAR 
DECISÍES CONFLITANTES DENTRO DO JUDICIçRIO (Pois o fato Ž o 
mesmo). Essa previs‹o est‡ contida no art. 64, ¤ œnico do CPP: 
Art. 64 (...) 
Par‡grafo œnico. Intentada a a‹o penal, o juiz da a‹o civil poder‡ suspender 
o curso desta, atŽ o julgamento definitivo daquela. 
 
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Embora as esferas c’vel e criminal sejam INDEPENDENTES, 
ocorrendo alguns resultados no bojo do processo criminal, eles repercutir‹o 
na esfera c’vel, fazendo coisa julgada material naquela esfera. Como 
assim? 
A a‹o c’vel poder‡ ser proposta normalmente, independentemente da 
a‹o penal. No entanto, ocorrendo alguns tipos de desfechos na a‹o penal, 
a quest‹o n‹o poder‡ mais ser discutida no Ju’zo C’vel23. S‹o elas: 
ü! Se o acusado for ABSOLVIDO POR INEXISTæNCIA DO FATO. 
ü! ABSOLVIDO

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